RICHARD WALKER

Era como se minhas pernas não conseguissem ficar quietas.

Desde que chegamos em casa, Isabelle se afastou e foi para seu

quarto, fechando a porta.

Como uma estranha.

Bem, mas foi o que construímos, não foi? Ela por não ter me

contado a verdade, e eu por...

Por ter falado merda e agido como um babaca.

Subi as escadas, depois de tomar uma boa dose de uísque

sem gelo, e tinha a intenção de ir para o meu quarto, me trancar lá

dentro e fazer qualquer porcaria que me permitisse esquecer que eu

tinha uma esposa linda no cômodo ao lado.

Só que, com as mãos nos bolsos, eu fiquei zanzando pelo

corredor como uma barata tonta. Diante da porta dela, hesitei três

vezes, chegando a levar o punho à madeira para bater.

Ela ainda era a mulher que tinha me magoado. Eu ainda

temia confiar nela de novo, mas era inegável que o que eu sentia

não poderia desaparecer de uma hora para a outra. E ficava ainda

mais difícil quando eu a via em meio a crianças em um hospital, com

toda aquela doçura, dizendo palavra
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