Me perdoa?

RICHARD WALKER

Eram quase seis da manhã quando me peguei saindo de um

mercado vinte e quatro horas, usando um boné e óculos escuros e

me dirigindo ao estacionamento. Era a minha segunda ida à loja, e

eu já tinha bebido quatro garrafas de cerveja, além de algumas

doses de uísque sozinho. Sem comer há um tempo, com um

péssimo humor? Eu já me sentia bêbado. Cambaleante.

Saí de casa direto para lá, ficando no estacionamento

mesmo, bebendo dentro do carro. Era uma merda ter um rosto

conhecido da mídia e não poder fazer como qualquer ser humano

normal e simplesmente me enfiar em um bar, pedindo rodadas e

rodadas de variados drinques, caindo de cara em um balcão e

sendo expulso quando o dono já não aguentava mais.

Nunca pude fazer isso. Antes de ser o Senador Walker,

candidato à presidência, eu era filho de Thomas Walker. Meu rosto

sempre estampou jornais e nunca me permitiu ficar incógnito.

Sempre jurei que não me incomodava, mas naquele momento era

mentira.

Enquanto caminhava de maneira in
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