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Dante aguardou Flor desaparecer de sua visão e foi para o escritório da sua casa, pegou toda a documentação da jovem que tinha cheiro oriental e surpreso descobriu que ela tinha apenas vinte e um anos. 

Ele Ligou imediatamente para seu advogado, que furioso providenciou uma ficha completa da vida Florence, vinda do interior, registrada somente pela mãe, boas notas, reconhecida como a melhor aluna em todas as escolas que passou , QI acima da média, agora atual estudante de universidade federal. 

Dante tinha certeza que a mulher que para ele era apenas uma garota, escondia mais, o que ela tinha que o pertubou tanto, não era só incômodo, era medo.

Naquela noite, Dante observou atentamente o horário que Florence chegou, percebeu que a luz do seu quarto ficou até madrugada acesa e assustou-se quando percebeu que a função de preparar o seu café agora era da jovem de cabelos longos e castanhos, observou atentamente que ela era organizada, perfeccionista e minuciosa em pequenos detalhes, sorriu ao pensar que quase parabenizou Dida por finalmente aprender fazer o café do jeito que ele apreciava.

__ Bom dia senhorita Florence!

Flor cantarolava e surpresa quase deixou a garrafa de café cair no chão. 

Com a mão no coração e sem perceber resmungou.

__ Céus, você quase me mat0u de susto!_ sem graça ficou quando percebeu que o patrão poderia interpretar sua fala, como uma falta de respeito, apressou -se em tentar corrigir-se.

__Perdão senhor, eu...

__Eu que me desculpo, juro que não foi minha intenção assustá-la.

Bebericando o café fumegante em suas mãos, elogiou.

__Está ótimo o café, suponho que o bolo seria ótimo para acompanhar.

__Ah desculpe, eu...

__Percebi que você tem mania em pedir desculpas

__Eu, não..Nam, na verdade.

Dante se divertia com o embaraço de Flor. 

__O bolo é de milho, aceita uma fatia senhor?

__Aceito se me prometer que não me chamará mais de senhor, não precisa ficar me lembrando que é mais nova quinze anos que eu.

Flor piscou atônita, até entender do que Dante falará.

__Ô não, essa não foi minha intenção, desculpe....

__Também precisa parar de se desculpar o tempo todo, a propósito o bolo está tão bom quanto o café, pensei que Dida fosse ciumenta com a cozinha que chama dela.

__ Eu insisti que ela me deixasse fazer o café da manhã, combinamos que caso o senhor não reclamasse do meu café, ela poderia chegar um pouquinho mais tarde e eu sair um pouquinho mais cedo, se não se importa é claro.

Com atenção Dante ouvia cada palavra que Florence pronunciava e percebeu em choque que gostava do som daquela voz, aliás pensou que conversará com Flor, o que não conversou em um mês, ele era considerado conciso. Mas o histórico de Flor, o fez ver que ela era sozinha e queria que ela sentisse confiança e segura onde estava.

Os meses seguiram normalmente, Dante confrontou sua funcionária Dida por ter contratado alguém tão jovem como Florence, mas a senhora lhes deu motivos plausíveis pela escolha da jovem e no fundo ele reconhecia que a Flor como Dida a chamava, era de fato eficiente e vinha desempenhando um bom trabalho na casa.

Florence era demasiadamente esperta e não querendo contato com o patrão, passou a acordar mais cedo para preparar o café da manhã.

Dante sentia o cheiro do Oriente deixado na cozinha e por onde a garota passava, observava a luz do quarto acesa, mas não encontrava com Flor durante o dia e quando chegava do trabalho ela já tinha saído para faculdade, ele suspeitava que ela fugia dele e agradecia mentalmente por isso, o seu cheiro já era perturbador demais e ele temia que pudesse despertar desejos que não seria correspondidos.

Em uma madrugada quando Dante com insônia foi até a cozinha beber água, encontrou -se com Flor dormindo e debruçada na mesa repleta de livros, com um notebook ligado, temeu em acorda-lá, mas não poderia deixá-la ali, afinal já se passava das três horas da manhã.

__Senhorita Florence _com cuidado ele tocou na garota que dormirá serena.

 __Acorde senhorita.

__O trabalho já está quase pronto, entregarei no prazo_ Disse Flor, ainda dormindo.

__Por favor acorde!

Assustada e quase derrubando o notebook, olhos arregalados, Flor acordou, Dante notou estranhamente incomodado o cansaço que se fazia presente no rosto da jovem com o cheiro perturbante.

__Senhor! Mil desculpas, eu...

__ Só Dante, Florence, porque está aqui? 

__ Precisava enviar um trabalho pela manhã e meu quarto ficou sem luz.

__Deveria ter me falado 

__Não quis incomodá-lo, desculpe pela bagunça na mesa, juro que não vai mais se repetir.

Flor desviou o olhar de Dante e deixou que uma lágrima solitária caísse.

__Ei? Está tudo bem, vem..vou te ajudar levar seus matérias para o quarto e ver o que ouve com a lâmpada.

__Não precisa, eu..

_Precisa sim, a propósito você comeu alguma coisa? 

__Estou sem fome

__Não quero que fique doente e todos falem que foi o pão duro do seu chefe que te negava comida_ Dante disse de forma descontraída e arrancou um sorriso tímido de Flor.

Após organizar e guardar todo o material escolar e de trabalho, Dante pediu licença a Flor para entrar em seu quarto.

O cheiro dela, estava impregnado em todo o ambiente o dominou, deixando-o sem ar, varreu os olhos rapidamente pelo pequeno quarto organizado e uma foto de Flor e duas mulheres sorrindo o chamou atenção.

Percebendo a observação Florence comentou. 

__São minha avó e minha mãe.

__Você não se parece com nenhuma delas, deve ser parecida com seu pai.

__Talvez, embora nunca tive um..

Dante sabia que Flor carregava somente o sobrenome da mãe, mas queria se certificar que a mesma não possuía nenhum contato com seu genitor, mas percebeu os olhos de Flor vagarem para longe.

__Não o vê a muito tempo?_ era uma pergunta invasiva para quem era tão conciso como ele, mas ele queria saber mais sobre ela.

__Na verdade nunca o vi, ele foi embora quando minha mãe ainda estava gestante, sempre foi somente eu, ela e a Lice.

__Suponho que Lice seja sua avó?!

__Já eu suponho ou melhor tenho certeza que você não sabe trocar a lâmpada e está me enrolando_ Flor disse isso em tom brincalhão e com uma sobrancelha arqueada.

E Dante gargalhou, ele se deu conta, que não se lembrava quanto tempo fazia que não sorria tão espontaneamente.

Com tremenda agilidade, Flor pegou a lâmpada que estava nas mãos de Dante, subiu na pequena escada e trocou-a, como se fizesse aquilo uma vida inteira.

__Você é boa nisso

Orgulhosa Flor disse.

__Reformulando minha colocação, não conheci o genitor r, mas sempre tive um pai_com afeto pass

ou as mãos pela foto que tinha tanto carinho.

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