Início / Romance / Lar do CEO / Cheiro do Oriente
Lar do CEO
Lar do CEO
Por: Eudenha Alecrim
Cheiro do Oriente

Florence sempre teve um abrigo e teto para repousar, nunca recebeu muito afeto da sua mãe e avó, as mulheres que a criaram, a ensinaram a ser forte, corajosa, destemida, mas não a ensinaram amar.

Flor entendia, afinal elas nunca receberam amor, mesmo assim ofereceram a ela, o melhor que podiam.

E ela era grata por isso.

Viu sua mãe desistir da vida por amar um homem comprometido e sem dizer uma palavra, Florence entendia que amor trazia dor.

Flor nunca conheceu muito sobre a história que a trouxe ao mundo, a única certeza era que sua mãe não gostava de falar do passado.

A mãe Fiorela e avó, fizeram um excelente trabalho na criação de Flor.

Florence sempre estudou muito, os estudos foram o que Fiorella deixou de melhor.

Florence, aprendeu sobre respeito, sobre cuidados que uma mulher deve ter para não sair machucada, aprendeu que apesar da sociedade ser injusta ela poderia ser o que queria, foi assim que a vó a ensinou.

O topo não precisava ser o limite, porque o objetivo era ser feliz.

E foi bem cedo que ela compreendeu que estava em vantagem com seu QI acima da média e quando sua avó faleceu não pensou duas vezes, fechou as portas da casa a qual viveu sua infância e adolescência e deixou a cidadezinha do interior para viver na cidade grande, nada era fácil, pagava uma kitnet pequena, mas mantinha tudo limpo.

Ela era paga pra realizar trabalhos acadêmicos para estudantes e até mesmo professores universitários, fazia bicos em lanchonetes e restaurantes.

Já fazia dois meses que Flor trabalhava naquela casa que para ela, era absurdamente exagerada para uma única pessoa.

Cândida e Flor, compartilhavam os afazeres domésticos e a senhora lhes contava histórias que tirava sorrisos tímidos de Flor e falava sobre seu sonho em ainda ser mãe, sem julgamentos uma torcia pela felicidade da outra.

A senhora que Flor apelidou carinhosamente de Dida, percebeu que os sonhos da jovem estavam voltados somente para o profissional, quando questionada sobre a vida pessoal era com facilidade que Flor se esquivava do assunto.

Dida, morava a duas horas do seu trabalho e Flor, ficava em um quarto que dava acesso a mansão para caso Dante Fonseca precisasse de algo.

Era um quarto pequeno e confortável, ela era bem paga por seu serviço e tinha tempo pra seus estudos, tudo corria exatamente como a jovem planejava, sua rotina estava estabelecida e seus ganhos eram aplicados em uma poupança e para material da faculdade que fazia.

Florence agradecia mentalmente por não ter que lidar com Dante diretamente, nunca o tinha visto, seguia uma risca de afazeres que para Dida, eram manias do homem, mas que para Flor, tinha nome.

Em uma tarde de quinta-feira Dida avisou a Flor que precisaria sair mais cedo e que seria necessário a jovem servir o jantar de Dante.

__ É só uma salada, você só precisa servir a salada e oferecer um suco, nada mais _ Flor se programou para servir o jantar do patrão e correr para a faculdade, perderia a primeira aula, mas não poderia dizer não para Dida, que tudo que tinha feito era lhes ajudar.

Foi demasiadamente embebedado que Dante Fonseca, aspirou o cheiro oriental vindo da cozinha e o seguiu.

__ Boa noite! 

__Senhor, o seu jantar já será servido, Perdoe -me por isso_ Flor atrasou mais do que esperado em um trabalho acadêmico, solicitado por um dos seus professores, sem olhar em direção ao homem que era seu chefe, ela só pensava em sair correndo para faculdade.

__Suponho que você seja Florence?!

__ Ô sim, me desculpe, sou Florence. Florence Dipp_ E então seus olhos se cruzaram, o cheiro do Oriente invadiu as narinas de Dante, em um impacto que o assustou, afinal cheiros sempre os incomodou e do nada, extasiado gostou daquele cheiro da jovem .

Dante Fonseca, é um renomado CEO de uma grande e reconhecida empresa, a Start Safe é uma das maiores fábricas de cofres de alta segurança, reconhecida internacionalmente em todo o país.

Aos trinta e seis anos, o homem é tratado como alguém frio e reservado, mas a verdade é que ele não passa de um solitário que esconde seus conflitos perturbadores, se escondendo no império conquistado por seus pais e agora mantido por ele e seu irmão caçula Pedro Fonseca. 

Os irmãos são o oposto um do outro, Dante, o introspectivo que fica com a parte burocrática da fábrica juntamente com a empresa e Pedro o que fecha os grandes negócios por ser comunicativo e sagaz.

Cheiros fortes, barulhos exagerados e toques excessivos, sempre foram motivo de desconforto para Dante, um espaço que sempre foi respeitado por sua família e que mesmo as pessoas do seu mundo tentando serem invasivas, foi com armaduras que ele manteve. 

Dida é discreta, excessivamente limpa, o que a fez ficar muitos anos trabalhando para aquele homem considerado por ela cheio de manias estranhas, mas agora as narinas do poderoso chefe são assustadoramente invadidas por um cheiro que para ele era desconhecido e era bom, muito bom, a voz de Flor era suave e aqueles olhos castanhos era com penetrante.

__Senhor, senhor? tudo bem?

__Ah sim, Florence, acho que Dida não te passou todas as regras da casa, pedi a ela que te orientasse a não usar fragrâncias, nem mesmo ao lavar as roupas.

_Ela me orientou sim, inclusive para mim não foi nenhum problema, nunca gostei de perfumes.

Ele teve certeza que o cheiro era realmente dela e era perturbador.

__Posso servir o jantar? 

__Por favor, Florence.

Os movimentos dela eram como um imã aos olhos de Dante, desviar era fora de cogitação.

Florence serviu a salada de legumes e como orientada por Dida, se posicionou ao lado do seu então chefe, o silêncio era ensurdecedor e ele esperou, esperou e esperou que Florence tentasse alguma conversa ou de alguma forma forçasse um diálogo como as tantas outras que por ali já passaram, mas tudo que ele ouvia era os movimentos que ela fazia com os dedos, indicando uma ansiedade.

__Algum problema senhora Florence?

__ Ah não senhor, senhorita por favor e problema nenhum.

__A senhorita parece ansiosa para algo 

__Na verdade preciso entregar um trabalho na faculdade

_Está dispensada para ir à faculdade 

__A Dida me disse que....

__Pode ir senhorita

__Senhor mas o suco...

__Não sou um imprestável que não posso pegar um suco

__Peço licença 

__Boa aula senhorita Florence.

Se Florence ouviu o boa aula não agradeceu, saiu dali correndo e Dante só tinha uma certeza, as impressões deixadas pela jovem poderi

a quebra-lo e ele não pagaria pra ver.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo