Após o pequeno problema da lâmpada ser resolvido e Dante perceber que Flor estava mais a vontade em sua presença, ele insistiu que ela comesse algo, percebeu que a jovem estava mais magra desde que chegou na sua casa.
__Não vou preparar lanche para você na madrugada_o tom dela era divertido.
__Você vai conhecer minha cara, o melhor sanduíche dos últimos tempos_ Dante gostou do fato dela está descontraída e por isso entrou na brincadeira dela.
__Pagando pra ver.
Dante começou a separar os ingredientes do sanduíche e praticamente obrigou Flor a se sentar, ela ainda insistiu em fazer o suco, mas ele confessou que o suco dela não era dos melhores.
Os dois riram juntos da confissão.
__Me fale um pouco sobre você Florence.
__Quer ouvir como chefe ou como meu terapeuta?
Ela perguntou com a sobrancelha arqueada e um sorriso de canto.
__Quero que me responda como se eu fosse seu amigo.
Foi perceptível a mudança de semblante de Florence, ela se lembrou que sua mãe dizia que homens não são amigos de mulheres, eles usavam isso para se aproximar, conseguir o que queriam e depois iam embora deixando quem se envolveu quebrado e percebendo que algo acontecia ele tentou se retratar.
__Sei o que você pensou e juro que não sou assim, pra mim também é estranho, não tenho amigos, as pessoas mais próximas são minha minha mãe, meu pai e meu irmão, mas não me sinto a vontade para conversar algo pessoal, na verdade nem sei se tenho algo para conversar.
__Não há nada que eu te fale que você já não saiba, tenho certeza que pagou um advogado ou até detetive para descobrir TUDO sobre minha vida e acabou achando que jogou o seu dinheiro fora.
Ela tinha razão, ele fizerá e pensará justamente o que ela disse, menos do dinheiro jogando fora, mas sim, os homens contratados não descobriram nada demais, Dante a achava indecifrável.
__Ok, ok! então me fale o que você gosta de fazer
__Acho que gosto de...escrever, gosto de escrever, é isso e amo livros, a leitura é minha companheira.
Florence disse aquilo como se pensasse que no fundo nunca tinha pensado no que realmente gostava.
Comeram o lanche em silêncio, Flor lavou o que sujaram.
__Ei Dante, obrigada por isso.
__Boa noite Mel!
Flor...Pensou ela.
Florence foi dormir pensativa sobre ser chamada de Flor pelo chefe.
Os dias foram passando e Dante e Flor se aproximavam cada vez um do outro.
Ele descobriu que ela tinha cheiro de calmaria e que o cheiro do Oriente vinha dos seus longos e belos cabelos que raramente eles os via soltos.
Pedro, irmão caçula de Dante, notou que algo acontecia, até tentou conversar pra saber se tratava de algum problema, na verdade ele temia que o irmão se isolasse.
Dante já tinha feito isso antes quando o avô faleceu, passou meses recluso sem querer ver ou falar com ninguém, estava em crise.
Na infância não foi diferente, ele passou dias sem se comunicar, até que os pais descobriram a síndrome.
Dante gostava da companhia de Florence, mas imaginava que ela não era pra ele.
Ela era jovem e bonita, já ele era um homem maduro e sem experiências em relacionamentos e ainda com seus problemas, esses pensamentos tiravam seu sono.
Dida também percebeu a aproximação do chefe com sua doce Flor e diferente do seu irmão Pedro, não deixou seus pensamentos e medos para si, despediu-se de Flor que ia para faculdade e aguardou o patrão chegar do trabalho naquela noite.
__ Dida! O que faz aqui, avisei a Flor que não jantaria em casa.
__Na verdade estava te esperando pra falar exatamente sobre Flor.
__Aconteceu alguma coisa com ela? Está ferida?
Dida percebeu que ele temeu que algo tivesse acontecido.
__Vim falar com o senhor porque temo que aconteça.
__Poderia ser mais direta? Não estou entendendo onde quer chegar.
_Conheci Flor trabalhando em uma lanchonete, passei meses observando ela pra poder trazer alguém de confiança pra dentro da sua casa e acredite, não foi convencê-la, sei muito sobre Flor e gosto dela como se fosse uma filha e sei mais do senhor do que gostaria, Flor é sozinha, não tem ninguém e está se matando pra juntar dinheiro porque tem planos para o futuro, com todo respeito, não vou permitir que a machuque, que a use e depois descarte, ela é só uma menina e não...
_Céus Dida, acha mesmo que eu machucaria Flor?
_Eu sei que homens como o senhor não se casam com mulheres humildes como Florence.
_Está sendo precoenceituosa e eu jamais faria qualquer coisa que a magoasse
_Afaste-se dela senhor, ela não tem muitas amizades, vai acabar se apegando ao senhor e pode confundir os sentimentos.
_Eu juro que tentei me afastar, mas não consegui, eu gosto dela.
Dante disse que gostava de Flor, muito mais para ele do que para Dida.
Ele tentou, mas agora confessava o que o amedrontava, ele gostava dela, era isso.
Dida viu verdade nas palavras daquele homem, mas também viu dor e agora não teve medo somente que Flor se machucasse porque entendeu que ele também poderia se quebrar.
Dante tomou um banho frio e se deitou, sabia que não dormiria, lá fora começou cair uma chuva muito forte, levantou e foi verificar se Flor já tinha chegado, ficou preocupado quando não a viu, sabia que estaria sendo invasivo mas não conseguiu, ele até tentou, mas não ficaria sem notícias dela, pegou os dados de Flor, procurou o número do seu telefone e ligou para ela.
Flor, atendeu no segundo toque.
__ Dante?!
Ela ficou surpresa, ele tinha costume de ligar no telefone da mansão avisando quando ia ou não fazer as refeições do dia em casa, mas Flor tinha salvo o número dele, na verdade Dida salvou.
__Me desculpe mas fiquei preocupado, está chovendo muito e você não chegou eu....
Ele não sabia o que falar, tinha vontade de dizer que a casa estava faltando ela e que ele tinha medo que qualquer coisa lhes acontecesse.
Flor ficou com o coração aquecido, era bom a sensação de saber que alguém se preocupava com ela.
__Eu estou bem, só não consegui pegar o ônibus
__Me diga onde está que vou pegar você.
_Não, Não, você...
_Por favor Flor, por favor.
Ele imploraria se fosse possível, mas não a deixaria aquele horário em um ponto de ônibus chovendo.
_Tudo bem,.mas vou molhar seu carro.
Ela passou onde estava e quando o viu chegar achou que ele já estava a caminho porque foi rápido.
Dante assustou-se quando viu Flor naquela parada de ônibus molhada, teve a sensação que seu coração ia parar, tamanha foi a vontade de a deixar protegida de tudo e todos.
_Pode dar carona a duas amigas? elas ficam no nosso caminho.
Ele acenou que sim.
Dante detestava outros cheiros principalmente no seu carro porque dava a sensação de sufocamento.
Mas por Flor valia a pena.
Já Flor achou que ele tinha se arrependido de ter ido buscá-la, ele não deu uma palavra até chegarem em casa, agradeceu mentalmente porque as amigas de Flor foram caladas e somente agradeceram pela carona.
__Obrigada por ter ido me buscar.
__ Flor, vá tomar um banho quente e trocar de roupas.
Ela se sentiu rejeitada, achou que ele não queria a sua companhia.
Meia hora depois Dante bateu na porta do quarto de Flor , ela abriu, ele estava com duas xícaras nas mãos e ela estava vestida em um moletom e com uma toalha enrolada nos cabelos.
__ Flor, trouxe chocolate quente , espero que goste, você precisa se aquecer.
Se o chocolate quente aqueceria Flor, isso não era certeza, porque a unica certeza inexistente para os dois,era que o ambiente estava quente, o olhar de um queimava sobre o outro.
O tempo deixou claro para Pedro que seja lá o que estivesse acontecendo, isso só fazia bem a seu irmão, foi o pai de Dan e Peu, como eram chamados pela mãe Carmem que o filho estava mais feliz, tranquilo, trabalhando menos, até menos introspectivo e que não tinham motivos para preocupação, mas queriam saber o que estava deixando os dias do seu garoto mais leves ou o nome da pessoa que estava por trás dessa calmaria.Em uma tarde de domingo, Florence e Dante estavam sozinhos na mansão, ele finalmente tomou coragem e foi bater na porta do seu quarto para convidar a garota que atormentava seus pensamentos e despertava desejos que até então estavam adormecidos.Resolveu que a convidaria para tomar um sorvete, Florence já havia confessado que gostava de sorvete de limão com bastante calda de chocolate, ele achou a combinação horrível.__ Flor?!Ela abriu a porta do quarto toda arrumada, ele entendeu que ela ia sair.__vim lhe convidar para tomarmos aquele sorvete com combinação horrível qu
O tempo passava e Dante e Florence ficavam ainda mais próximos, a conversa era sempre agradável e espontânea.Em uma tarde de sábado, Flor estava em seu quarto e Dante foi até ela.__Flor, pode vim até o meu escritório? __Algum problema?__Não sei, quero que você me digaDante deu as costas para Florence que o seguiu em silêncio e com o coração disparado, ela imaginava o que estava por vir.__Sente-se Flor, por favor Ele estava formal e aquilo deixou Flor apreensiva, a comunicação dele tinha melhorado até mesmo com Dida.__Flor, estive observando e vi que você iniciou uma faculdade de Medicina, fez dois semestres e trancou.__Pediatria pra ser mais preciso __Não gostou do curso? __Temos mesmo que falar sobre isso? __Sabe que não é obrigada, mas pra ser sincero, gostaria muito de ouvir porque sei que tem jovens que dariam a vida por uma oportunidade nesse curso, ainda mais a instituição a qual você foi aprovada.Flor tinha sido aprovada em três universidades naquele ano.__Termine
Dante não sabia explicar o que sentia no momento, era um misto considerado por ele por diversos sentimentos e não eram bons, na verdade não era nada bom, era medo, raiva de si mesmo, tristeza e aqueles que não foi capaz de decifrar naquele momento que definitivamente ele não estava preparado.Talvez deixar ela partir evitaria sofrimentos futuros, mas deixar ela partir estava fora de cogitação, ainda não sabia mas precisava dela muito mais que imaginava.__ Flor, não precisa ir embora.__Na verdade eu quero ir, preciso ir por mim__Flor, a casa é grande e...Ele não sabia o que dizer, queria dizer que a casa sem ela não seria a mesma e nem ele seria o mesmo, queria dizer que ela despertou nele sentimentos e desejos adormecidos, mas e se ela soubesse e o quebrasse ainda mais?!__Eu sei mas preciso do meu espaço, do meu cantinho, espero que me entenda e olha eu sou muito grata por esse tempo aqui mas tenho medo que depois não consiga mais ir.Ele pensou por alguns minutos e finalmente ra
Dante teve medo que Florence fugisse, o repelindo. Lentamente ele encerrou o beijo, ainda com sua testa colada a testa da mulher que era sua perdição.__ Flor, me desculpe, eu..__Não gostou? Não tenho experiência, mas foi melhor do que eu esperava, eu Amei.Florence estava vermelha de vergonha__Deus Flor, seus lábios é o caminho da perfeição e estou pensando como consegui ficar tanto tempo sem beija-lá, talvez porque não sabia que era gosto do pecado e extremamente viciante.Flor ainda enrubescida, olhou para o chão e mordeu o canto da boca.__Não deveria fazer isso Flor.__O quê? __Morder os lábios..E mais uma vez os lábios deles se encontraram, mas calmo, suave, sem pressa, parecia que aquele beijo dizia como eles queriam, eles queriam explorar, ir devagar. Ambos tinham medo de um sentimento até então desconhecido Por eles.Precisaram interromper o beijo para respirarem.__Você volta comigo para casa__Não, não vou sair daqui__Preciso cuidar de você, por favor.Ele soube que
Foi a reunião mais longa da vida de Dante e ele não conseguiu cumprir a promessa que tinha feito e ficar naquela cidade longe de Flor, sabendo que ela tinha dúvidas sobre seus sentimentos por ela.Assim que a reunião foi encerrada, um dos CEO insistiu em irem comemorar em um Bar, mas Dante recusou o convite, ele só pensava em voltar para sua Flor.Pedro, irmão de Dante, sabia que aquelas reuniões eram difíceis, mas sabia também que a volta repentina de Dante tinha nome, Florence.__Nao acha melhor pegar estrada amanhã?__Nao posso irmão, vou Tomar cuidado.Pedro passaria a noite por ali, cada cidade era uma mulher e diversão diferente, ele chamava àquilo de viver a vida, Dante não sabia como ele conseguia.A viagem demorou mais que esperado, estava chovendo e ele precisou ser cuidadoso. Já se passavam das duas da madrugada quando ele adentrou os portões da mansão, ele precisava pelo menos sentir o cheiro dela.Ele tomou banhos em um outro banheiro para não acordar Flor, mas quando en
O final do semestre na faculdade terminou e alguns colegas da turma de Flor a convidaram para comemorarem em um coffee bar, na verdade a intenção do local era agradar a todos, lá servia boas comidas e ótimas bebidas.Flor recusou logo de cara, mas as duas únicas amigas do curso insistiram muito. Ainda era cedo da noite e prometeram não demorar muito tempo no espaço.Florence e Dante conheciam o ambiente, era tranquilo, tinha uma música ao vivo e os lanches servidos eram deliciosos, eles já tinham ido ali algumas vezes, na maioria delas quando era dia de Dan cozinhar, era uma maneira dele fugir da cozinha, e ela fingia não perceber. Flor dizia que um lanche naquele local pagaria o almoço de uma semana inteira de trabalho de uma pessoa, Dante sempre respondia que não o dela, porque ela comia como uma Leoa, ela o chamava de mentiroso,mas de fato ela comia bastante, sua genética era excelente, e seu peso estava sempre estável.Ela não era magrela, era a perfeição em pessoa nos olhos de
Quando Felipe chegou no caixa para pagar a conta, é como se sua expressão entregasse suas verdadeiras intenções, Atevaldo soube, ele estava ou iria aprontar. A conta era alta e a balconista era novata, ela calculava a conta e Felipe demonstrava que tinha pressa, muita pressa.__Tudo bem rapaz?__Bem está você que encheu os bolsos graças a mim, deveria ao menos contratar alguém eficiente no caixa, estou com pressa e essa lerd@ não agiliza __Mary deixa que eu cobro a conta do rapaz.O telefone de Atevaldo tocava insistentemente.Ele cobrou a conta exuberante de Felipe que saiu apressadamente.Atevaldo atendeu a chamada, era Guilherme.__Escute Atevaldo, não deixe Flor sair do coffee bar por nada, já estou a caminho.O dono do estabelecimento nem ao menos perguntou o motivo, ele conhecia bem Dante e sua família, quando ele passou por uma crise financeira, Dante o ajudou a se erguer e isso ele não esqueceria.Ao se aproximar percebeu que rolava uma discussão entre Rafa e Felipe.__Ela v
Quando Flor e Dante voltaram para casa, ela ainda se sentia sonolenta, mas ouvia ele no telefone, mesmo evitando falar próximo dela, parecia irritado.__ Pedro, faça o que for preciso.Ele queria assistir as filmagens, mas não deixaria Flor sozinha.Foi a primeira vez que ela viu nos olhos dele um sentimento que não conseguia decifrar.Era raiva, muito raiva. Dante pegou o resultado dos exames de Flor, ele já sabia, mas queria apenas comprovar, ela tinha sido dopada, pela substância GHP, era muito utilizada pelos pervertidos para doparem suas vítimas, agora a caçada começaria.Dante queria saber cada detalhe e cada envolvido pagaria, eles aprenderiam rápido, ou melhor lentamente o que era mexer em um protegido da família e Pedro e Atevaldo ajudariam Dante em cada passo para que isso acontecesse com excelência.Na verdade, Dante achava Felipe um baita sortudo, afinal ele não tocou em um fio de cabelo de Flor, caso isso tivesse acontecido, ele pagaria com a própria vida, se os planos d