Julieta abraçou o pescoço de Aline e perguntou:- Mãe, o que foi? Você vai sentir minha falta?- Um pouco.Mas ela podia aguentar.Algumas coisas, se não pensarmos demais sobre o futuro, não são tão dolorosas.Aline abraçou Julieta com força.De repente, Mateus disse:- Se você não quer ir para a Vila Panorama Real, Julieta pode ficar alguns dias com você.Ela soltou Julieta.- Não precisa, teremos muitas outras oportunidades de nos vermos. Leve-a com você, eu quero ficar sozinha nos próximos dias.Ter Julieta por mais alguns dias só aumentaria seu sentimento de culpa.Mateus tinha razão em uma coisa.Quanto mais laços criamos, mais doloroso é lembrar depois.Ela não queria que Julieta ficasse pensando nela, preferia que Julieta a esquecesse.Julieta, com sua mão, tocou o rosto de Aline:- Mãe, fique bem, ainda tem eu e o papai.- Eu sei.O diretor do sanatório entregou os pertences de Maria para Aline.- São os pertences da sua mãe. Eu pedi para que os funcionários organizassem ontem.
Na última vez aqui, foi há seis anos.Mateus estava no banco dos réus, e ela, no banco das testemunhas.E desta vez, ela ainda estava no banco das testemunhas.Mas no banco dos réus, estavam Gabriel e Thiago.- Aline, por favor, não faça nenhuma bobagem! Mateus está te enganando!- Mana, você tem que nos ajudar, somos sua família! Mateus não é nada!Gabriel e Thiago a olhavam suplicantes, esperando que ela os protegesse.Mas pessoas como eles, que fizeram tanto mal, nunca se arrependeriam.Aline os ignorou.O juiz bateu o martelo:- Testemunha Aline Ribeiro, na noite de 6 de junho de 2017, às dez horas, onde você estava? Como pode provar que o responsável pelo atropelamento fatal de Rodrigo Costa naquela noite não foi Mateus Barros?Aline tirou um antigo celular branco.Ela disse, palavra por palavra:- Na noite de 6 de junho de 2017, às dez horas, eu estava com Mateus em um apartamento alugado no Condomínio Sol Nascente, celebrando meu aniversário. Aquela noite, gravei um vídeo e post
O juiz bateu o martelo com força,- Mantenham-se em silêncio!Gabriel, sentindo-se injustiçado, disse:- Senhor juiz, eu realmente não conheço esse homem com a cicatriz! Deve ser um impostor trazido por Mateus! Eles devem estar conspirando juntos!O homem apresentou um comprovante de transferência bancária:- Aqui está o pagamento que ele me prometeu há três anos para assassinar Mateus. O remetente não é o Gabriel pessoalmente, mas uma empresa registrada em seu nome, dizendo que era um salário. O que um delinquente como eu, sem nem ter terminado o ensino fundamental e com antecedentes criminais, faria em uma empresa para ganhar duzentos mil reais por mês?Ele entregou o comprovante ao tribunal.Gabriel cometeu muitos erros, estava envolvido em muitos casos e, devido à sua posição especial e à recusa em admitir sua culpa, o veredicto não pôde ser anunciado imediatamente.- Fim da primeira audiência!- Todas as evidências apresentadas serão verificadas o mais rápido possível!- A data do
- Sr. Mateus, por favor, responda! Você ainda odeia a Srta. Aline?Após um momento de silêncio.- Eu a odiei por seis anos, agora quero me perdoar. - Ele disse, seus olhos revelando uma profundidade como o mar solitário e profundo....Depois de sair do tribunal de Viso.- Sr. Pedro, pode me deixar na estação de ônibus? Prefiro pegar um ônibus para casa. - Aline falou, sentada no banco de trás.- Srta. Aline, por favor, não me peça isso. O Sr. Mateus me instruiu a garantir que você chegue em casa com segurança. Com o julgamento terminando, o impacto disso é muito grande, tanto em Viso quanto em Aeminium. Tem muita conversa por aí. Srta. Aline, talvez seja melhor limitar suas saídas agora para evitar os repórteres. - Pedro respondeu.- Certo, obrigada pelo aviso. - Aline assentiu.Pedro, olhando pelo retrovisor, hesitou antes de falar:- Srta. Aline, não sei se devo dizer, mas acho que você e o Sr. Mateus estão como que perdidos na névoa, sem conseguir ver claro. Como alguém de fora que
Depois de lidar com os repórteres insistentes, Mateus entrou no carro de Gustavo.No caminho de volta para Aeminium.Gustavo comentou:- Nossa, deve ser uma sensação incrível finalmente ter a justiça ao seu lado e limpar seu nome, hein? Que tal irmos beber algo para comemorar hoje à noite?Mateus, que em seus sonhos mais fervorosos desejava limpar essa mancha em sua vida, agora que o sonho se realizava, não se sentia tão feliz quanto imaginava.- Não é grande coisa.Até sentia uma certa melancolia.O celular de Gustavo tocou, era Antônia.Ele atendeu no viva-voz.- Oi?- Combinei com Aline de irmos para Mar do Sol amanhã, não vamos voltar à noite. Avise a mãe que só volto no próximo sábado para o jantar com eles.- Você vai para Mar do Sol com Aline?- É, por quê? Você também quer ir?Gustavo lançou um olhar para Mateus.- Por mim, tanto faz, mas... não sei se o Sr. Mateus gostaria de ir.- Mateus? Melhor não, a relação dele com Aline está meio complicada agora. Se ele for, tenho medo
- Julieta.- Papai? - Julieta olhava para seu ravioli inacabado, inclinando a cabeça, distraída com seus pensamentos.- Você gostaria que eu e sua mãe ficássemos juntos novamente?- Claro! Que criança não quer que seus pais fiquem juntos? Pai, você está fazendo uma pergunta óbvia?A garotinha mordeu o lábio, criticando.Mateus olhou para ela, seus olhos cheios de tristeza e escuridão:- Mas eu não tenho certeza se sua mãe quer ficar comigo.Os olhos de Julieta brilharam, encorajando:- Pai, você deveria tentar! Como você vai saber se não tentar?Mateus franzindo ligeiramente a testa.Ele se levantou:- Continue comendo, vou subir para resolver algumas coisas.- Bem, pai, pense no que eu disse!Mateus foi para o escritório.Ele abriu a gaveta da mesa, onde jazia uma pequena caixa de veludo preto.Ao abri-la, viu um anel de diamante rosa.O brilho profundo do diamante era deslumbrante, brilhante.Ficaria lindo no dedo de Aline.Aline não lhe devia nada, mas agora, ele sentia que devia a
Elas chegaram a Mar do Sol pouco depois das seis da tarde.O horizonte marinho era abraçado pelo pôr do sol, diante delas, um vasto mar de cor laranja ardente.As ondas batiam nas rochas, e as gaivotas circulavam entre a praia e o mar.Aline tirou os sapatos, segurou a barra do vestido e caminhou até a beira da água rasa.As ondas frias beijavam seus tornozelos e pernas.Antônia, vendo-a se divertir, tirou o celular:- Está tão lindo! Vamos tirar uma foto.- Claro.Ativando a câmera do celular.Antônia passou o braço ao redor do pescoço de Aline, e as duas, cabeça com cabeça, sorriram para a câmera.Uma foto perfeita de amigas íntimas.Aline caminhava descalça pela areia, abaixando-se para pegar corais e conchas bonitas e peculiares.Ela queria levar algumas para Julieta.Julieta certamente gostaria.Elas brincaram na praia por um longo tempo antes de se dirigirem a uma churrascaria na pequena cidade.Por estar perto do mar, o churrasco de frutos do mar era barato, fresco e delicioso.
Ela realmente não gostava.Durante aquele processo, teve inúmeras vezes a impulsão de acabar com tudo.Aline ajudava Antônia a caminhar em direção ao hotel, não resistindo a aconselhá-la novamente.- Antônia, você precisa ser mais sensata daqui para frente, não fale sobre divórcio tão levianamente. Eu sei que você não quer se divorciar, mas se você falar demais, o advogado Gustavo pode levar a sério.- Hum... Divórcio, hein? Se eu realmente me divorciasse, não sei o quão descolada e livre eu seria.- E também, pare de dizer o contrário do que sente para o advogado Gustavo, ouvir isso demais pode machucá-lo.- Que ele fique magoado, o que isso tem a ver comigo? Aline, por que você está falando como se estivesse deixando um testamento? Querida, vamos mudar de assunto, shh...Aline a ajudou a entrar no quarto do hotel.Antônia caiu na cama macia, se aconchegando nas cobertas.Sentada à beira da cama, Aline se inclinou para remover as sandálias de Antônia.Sentindo os pés aliviados, Antôni