Clara Tommaso— Estou cansada, preciso ir dormir. — Se isso te encorajar a dizer que me quer tanto quanto eu a quero, então, que seja, estou apaixonado por você, e se esse beijo que deu nele foi pensando em mim, admiro demais sua força. Para um homem é difícil aceitar uma mulher independente, embora eu esteja disposto a ser seu submisso. — De onde tirou que eu beijei Marco pensando em você? — O beijou com tanta fervura, e no final chamou meu nome. — Merda! Estava tão desorientada, que nem lembrava desse detalhe. — Não tenho estômago para isso agora. Boa noite. — Homem demais para minha cabeça raciocinar. Jack foi o único homem na minha vida, depois dele eu não quis mais nenhum. Privei minha vida e me dediquei a mim. Isso com Marco é só carência, sexo é bom, me satisfazer sozinha é bom, mas ter outra pessoa é melhor ainda. Arranque esse sujeito fora do seu coração, Clara. Vou para a minha tenda, sento na minha cama de palha improvisada e depois deito e fecho os olhos, tocando meu
Marco Cesare Clara sai do meu escritório sem nem me olhar, essa foi a pior noite da minha vida, beijar uma mulher e depois ouvi-la dizer o nome de outro homem, é o cúmulo da merda. Agora entendo o beijo ter sido tão intenso, ela me beijou enquanto pensava no idiota, devem ter transado a noite inteira. Levanto e pego um copo, encho de uísque e levo aos lábios, enquanto Magno dá o chilique dele, ignoro qualquer palavra que ele diz, minha cabeça está muito longe para me estressar. — Está me ouvindo? Vai dar nossas terras para uma mulher, que está apaixonada por outro. — Essa frase eu ouço muito bem, deixo o copo de uísque na mesa de madeira e o fito. — Sabe o porquê de ela estar tão chateada em sua presença? Clara não deseja você, o soldado chamado Rocco se declarou para ela, por essa razão está tão aérea. — Meus punhos se fecham com tanta força, posso quebrar qualquer dedo se apertar um pouco mais. — Como sabe disso? — Ela me contou, Marco — com um sorriso arrogante, ele afirma.
Clara Tommaso Durante o dia eu li todas as páginas daquele contrato de casamento, e essas foram as exigências de Marco: 365 dias ao lado dele, todas as terras seriam minhas, precisaria dar um herdeiro para a nossa linhagem, e respeitá-lo, além de casar sobre todas as tradições italianas. Também acrescentou que se houvesse traição de qualquer um de nós dois, seria exilado da nossa organização. Confesso que é um contrato tentador, mas a parte de me deitar com ele para gerar um herdeiro me deixa apreensiva. Não vou me entregar para Marco nem se estiver louca. Tudo que sei sobre sexo aprendi com Jack, e mesmo assim recebi uma decepção em troca de me entregar. Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes. O dia passou como um tsunami, não vi o Chefão em canto nenhum desde o nosso beijo ardente no bosque. Para ser honesta, sinto falta de provocar o escorpião, e o beijo de ontem junto ao de hoje ainda está na minha mente, martelando, como se algo me fizesse ir até ele. Não o procurei, se eu
Clara Tommaso Marco está com uma mão no vidro do boxe e a outra em movimentos bruscos em seu pau. Fecho os olhos completamente embriagada durante toda aquela cena, os gemidos dele me fazem cruzar as pernas e apertá-las para controlar meus impulsos sexuais. Ele levanta a cabeça e olha para o teto, completamente focado em seu prazer matinal, fico feliz que ele está se satisfazendo sozinho, sem uma mulher. Dessa vez eu mato quem se aproximar do meu chefão. — Caralho! — xinga, ofegante. — Essa com certeza foi a melhor que já fiz, não sabia que só dormir ao lado dela me deixaria tão ouriçado, porra, no dia que eu poder foder Clara, nesse dia me sentirei um rei. Seguro um pedaço de tecido da minha camisa e aperto, é impossível negar o desejo que eu tenho por ele, mas não há condições de me entregar a Marco. Pelo menos nem tão cedo, não me sinto preparada para um passo tão grande, ele precisa acender o caminho, pois no escuro sou insegura. Ele volta para o banho e eu, nervosa e ansiosa p
Clara TommasoPassaram-se algumas horas, ninguém achou o animal peludo que me atacou. Faço a minha mudança para a mansão, como Marco irá viajar, ficarei no quarto dele, mas desde manhã que não o vejo, já está perto do horário de entregar o contrato. Mordo a ponta da caneta, e me perco em pensamentos sobre esse documento, que por sinal é ótimo para mim, mesmo assim, estaria presa ao chefão por um ano. Suspiro e tomo minha decisão, assino, foda-se o que o destino me preparou, só quero meu território de volta. Sigo para a mansão, o dia se estendeu e ninguém encontrou a aranha, infelizmente ela deve ter se escondido em algum lugar no meio do mato. Vou manter minha promessa de matá-la quando a ver, não sou doida, eu vi realmente aquele monstro peludo. Entro na enorme casa, o silêncio desse lugar é consolador, sem homens bebendo e se achando as merdas dos melhores mafiosos, e me identifico com Marco por essa razão: poucos amigos. Nem noto o caminho, quando me vejo estou na porta do quar
Clara Tommaso Algumas semanas se passaram, e com elas a minha busca incansável pela aranha que surgiu na minha tenda, nesses dias também não tive muito sinal de Marco, nos falamos pouco. Nesse período de viagem que anda fazendo, descobrimos que foram os Rissi que invadiram meu território, com isso nosso Don decidiu que começaria uma guerra entre máfias. A polícia começou a trabalhar conforme Marco deixou vários corpos pelos canais de Veneza, em todos os jornais só aparece o letreiro: O retorno do escorpião na máfia italiana. Marco adora chamar a atenção. As vítimas sempre são encontradas com marcas de picadas pelo corpo, assim como muitos hematomas e um desenho de escorpião, deixando claro que ele está usando o anel para marcar. Marco começou uma guerra e ninguém irá pará-lo, a vantagem que temos é: a maioria dos Capos apoiaram sua sede por justiça. Aqui na mansão eu tive dias bons, tenho a confiança do Magno para assumir os negócios, recebi visitas de uma designer de interiores pa
Clara TommasoApós devorar quase a caixa toda do bombom, guardo os presentes no quarto de Marco, onde durmo atualmente, desço a escada e sou capturada pelo olhar pervertido de Magno. Assim que paro em sua frente, um sorriso ousado se faz em seus lábios, e uma pergunta pretensiosa sai de sua boca:— Piccolina, sempre tão linda, me acompanha para uma taça de vinho? — Para que tente me beijar novamente? Não sou fácil, Magno, estou de saída. — Clara, Clara, sou o irmão que mais combina com você. Irá sofrer nas mãos do meu irmão, enquanto eu posso te dar tudo. — Sério? — Sorrio com a sua proposta. — Marco é o dono de tudo que eu preciso. O que você se refere? Um pau? Bambino, eu não me alimento apenas de sexo, sou uma mulher de negócios. Se me permite, estou indo ver meus homens. O homem apenas sorri e eu me retiro sem mais delongas. Marco nem imagina que Magno tentou me beijar, acredito que isso seria motivos até para que voltasse de viagem. Eu soube me afastar com classe, apenas diss
Clara Tommaso Uma semana se passou, esse safado me prometeu voltar em dois dias, e agora eu sei o motivo: Magno me contou que ele foi atrás de Bruna nos Estados Unidos. Durante dois dias evitei as ligações dele e todas suas mensagens falsas. A minha vingança vai ser a pior de todos os tempos. Se ele parou de falar comigo, será que morreu? E se Magno estiver enganado? Pelo menos se eu ligar para ele, posso xingá-lo. Ligo, estressada e pronta para matá-lo via telefônica. “ — Clara?” — Esse é meu nome, o que deseja? “ — Você que me ligou, precisa de algo?” — Eu odeio você, Marco. “ — É um começo, odiar é como amar.”— O que tem de errado com você? “ — Devia ter algo? Aliás, se importa com o que seja?” — Eu sei que você está com ela, nem deveria voltar para a Itália, sou capaz de matá-lo! “ — Quem?”— A puta da Bruna. Achou que podia ir à América vê-la e eu não saberia? Fez uma semana que os corpos com marca de escorpião sumiram, uma semana que se foi e me prometeu voltar há c