Clara Tommaso — Ele é tudo que tem? — com a voz grave, me interroga, um sinal de que está chateado. — Isso te chateia, Marco? — Pare de responder minhas perguntas com mais perguntas.— Então faça suas perguntas direito… — Levanto brutalmente e jogo o seu pé para longe, Marco geme e se levanta para me encarar olho a olho.— Responda o que perguntei.— Sim, ele é tudo que tenho. Não vai tocá-lo, entendeu?— Me perguntou se isso me chateia, e a resposta é: profundamente. Quem abriu as portas para você e sua escória fui eu. — Escória? Se sou tão inferior a você, por que ainda me mantém aqui com a minha escória?— Você é nobre, Clara, me expliquei errado. — Eu tenho o sangue dos meus homens, Marco, ofendê-los também me ofende. — Você está certa, temo de precisar ir embora, antes que essa conversa evolua para uma nova briga inútil. Só se lembre de algo: não sou seu inimigo. Sabe onde me encontrar.— Devia se arrepender por falar isso. Eu te considero meu maior inimigo.— Não posso mud
Marco Cesare O dia anterior foi um tanto dramático, então pedi aos deuses para que esse fosse tranquilo. Preciso ver como a fera está, além de que preciso pegar roupas para tomar banho, não sei se ela está na minha cama, ou se já está no acampamento cercada de homens. Ela não cede rápido, mas essa noite eu vi um lado diferente. Digamos que ela sempre seja 100% carrasca, entretanto, ontem diminuiu um pouco, ficou 98% apenas. Ela odiou quando a chamei de Lady Red. Pego-me rindo da reação dela. Testa enrugada, olhar magoado. Bem, vou ver se a respondona acordou. Fui em direção ao meu quarto, e assim que seguro a fechadura para abrir a porta, Magno me para com sua voz irônica: — Estou enganado, ou dormiu em outro quarto? — Clara dormiu no meu, acabei ficando com outro quarto. — Não esperava que ela aceitasse ficar na mansão, ainda mais na sua cama. — Ela vai dividir essa cama comigo por anos, Magno, qual é a surpresa disso? — Quando olho para ela, apenas vejo o ódio que sente por v
Clara Tommaso— Hoje pode ficar com sua cama, irei dormir no acampamento, já descansei o suficiente aqui. — Tome café da manhã comigo. — Irei comer com meus homens. — Pego um roupão que está em uma poltrona e me enrolo nele, cobrindo meu corpo. Olho em volta do quarto para ver se nada esqueci, embora esteja tudo certo. — Te vejo por aí…— Continua teimosa e duvidando de mim? — Perdão? — Está com a consciência pesada? — Como é que é? — Ontem me disse que eu estava com peso na consciência por te pedir desculpas, mas expliquei que apenas pedir perdão significa que tem algo além… recorda? — Não estou com peso na consciência, só pedi perdão por não compreender o que quis dizer.— Está com a consciência pesada, o que fez? Suspiro, irritada, ele continuará insistindo, então me encorajo a dizer:— Ouvi água caindo, segui o barulho até o banheiro e espiei você tomar banho. Satisfeito? — Você o quê? — Gargalha e joga a cabeça para trás enquanto debocha de mim. — Se estava querendo me v
Clara Tommaso— Estou cansada, preciso ir dormir. — Se isso te encorajar a dizer que me quer tanto quanto eu a quero, então, que seja, estou apaixonado por você, e se esse beijo que deu nele foi pensando em mim, admiro demais sua força. Para um homem é difícil aceitar uma mulher independente, embora eu esteja disposto a ser seu submisso. — De onde tirou que eu beijei Marco pensando em você? — O beijou com tanta fervura, e no final chamou meu nome. — Merda! Estava tão desorientada, que nem lembrava desse detalhe. — Não tenho estômago para isso agora. Boa noite. — Homem demais para minha cabeça raciocinar. Jack foi o único homem na minha vida, depois dele eu não quis mais nenhum. Privei minha vida e me dediquei a mim. Isso com Marco é só carência, sexo é bom, me satisfazer sozinha é bom, mas ter outra pessoa é melhor ainda. Arranque esse sujeito fora do seu coração, Clara. Vou para a minha tenda, sento na minha cama de palha improvisada e depois deito e fecho os olhos, tocando meu
Marco Cesare Clara sai do meu escritório sem nem me olhar, essa foi a pior noite da minha vida, beijar uma mulher e depois ouvi-la dizer o nome de outro homem, é o cúmulo da merda. Agora entendo o beijo ter sido tão intenso, ela me beijou enquanto pensava no idiota, devem ter transado a noite inteira. Levanto e pego um copo, encho de uísque e levo aos lábios, enquanto Magno dá o chilique dele, ignoro qualquer palavra que ele diz, minha cabeça está muito longe para me estressar. — Está me ouvindo? Vai dar nossas terras para uma mulher, que está apaixonada por outro. — Essa frase eu ouço muito bem, deixo o copo de uísque na mesa de madeira e o fito. — Sabe o porquê de ela estar tão chateada em sua presença? Clara não deseja você, o soldado chamado Rocco se declarou para ela, por essa razão está tão aérea. — Meus punhos se fecham com tanta força, posso quebrar qualquer dedo se apertar um pouco mais. — Como sabe disso? — Ela me contou, Marco — com um sorriso arrogante, ele afirma.
Clara Tommaso Durante o dia eu li todas as páginas daquele contrato de casamento, e essas foram as exigências de Marco: 365 dias ao lado dele, todas as terras seriam minhas, precisaria dar um herdeiro para a nossa linhagem, e respeitá-lo, além de casar sobre todas as tradições italianas. Também acrescentou que se houvesse traição de qualquer um de nós dois, seria exilado da nossa organização. Confesso que é um contrato tentador, mas a parte de me deitar com ele para gerar um herdeiro me deixa apreensiva. Não vou me entregar para Marco nem se estiver louca. Tudo que sei sobre sexo aprendi com Jack, e mesmo assim recebi uma decepção em troca de me entregar. Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes. O dia passou como um tsunami, não vi o Chefão em canto nenhum desde o nosso beijo ardente no bosque. Para ser honesta, sinto falta de provocar o escorpião, e o beijo de ontem junto ao de hoje ainda está na minha mente, martelando, como se algo me fizesse ir até ele. Não o procurei, se eu
Clara Tommaso Marco está com uma mão no vidro do boxe e a outra em movimentos bruscos em seu pau. Fecho os olhos completamente embriagada durante toda aquela cena, os gemidos dele me fazem cruzar as pernas e apertá-las para controlar meus impulsos sexuais. Ele levanta a cabeça e olha para o teto, completamente focado em seu prazer matinal, fico feliz que ele está se satisfazendo sozinho, sem uma mulher. Dessa vez eu mato quem se aproximar do meu chefão. — Caralho! — xinga, ofegante. — Essa com certeza foi a melhor que já fiz, não sabia que só dormir ao lado dela me deixaria tão ouriçado, porra, no dia que eu poder foder Clara, nesse dia me sentirei um rei. Seguro um pedaço de tecido da minha camisa e aperto, é impossível negar o desejo que eu tenho por ele, mas não há condições de me entregar a Marco. Pelo menos nem tão cedo, não me sinto preparada para um passo tão grande, ele precisa acender o caminho, pois no escuro sou insegura. Ele volta para o banho e eu, nervosa e ansiosa p
Clara TommasoPassaram-se algumas horas, ninguém achou o animal peludo que me atacou. Faço a minha mudança para a mansão, como Marco irá viajar, ficarei no quarto dele, mas desde manhã que não o vejo, já está perto do horário de entregar o contrato. Mordo a ponta da caneta, e me perco em pensamentos sobre esse documento, que por sinal é ótimo para mim, mesmo assim, estaria presa ao chefão por um ano. Suspiro e tomo minha decisão, assino, foda-se o que o destino me preparou, só quero meu território de volta. Sigo para a mansão, o dia se estendeu e ninguém encontrou a aranha, infelizmente ela deve ter se escondido em algum lugar no meio do mato. Vou manter minha promessa de matá-la quando a ver, não sou doida, eu vi realmente aquele monstro peludo. Entro na enorme casa, o silêncio desse lugar é consolador, sem homens bebendo e se achando as merdas dos melhores mafiosos, e me identifico com Marco por essa razão: poucos amigos. Nem noto o caminho, quando me vejo estou na porta do quar