MAITÊ NARRANDO Quando o senhor Bryan me falou que sabia quem sou, meu coração acelerou e quase saiu pela boca de tanto nervoso. Ele insistiu e eu sempre negando que não lembrava de absolutamente nada do meu passado, até que ele falou o nome do meu pai. Nesse momento tudo dentro de mim desmoronou. Michael Smith, o meu pai, eu não sabia que o meu pai era contador de uma organização criminosa, por isso que a nossa vida mudou assim tão derepente, mas eu preferia ainda morar na Inglaterra, ter o básico e ter eles vivos.O Senhor Bryan começou a insistir dizendo que ele poderia me ajudar, só ele pode fazer isso por mim questionei como foi quando ele me falou algo revelador, que me assustou e me fez ter confiança ao mesmo tempo. — Eu sou capo da organização criminosa chamada Yakuza. Sou herdeiro do trono. Posso te ajudar em todos os sentidos e, assim, você vinga a morte dos seus pais. A única coisa que eu te peço é que confie em mim — Ele falou me olhando nos olhos, concordei com a cabeça
BRYAN NARRANDO Emma às vezes passa dos limites. Hoje, ela saiu batendo a porta, mesmo sabendo que odeio esse tipo de comportamento. Pode assustar minha filha e, dentro da minha casa, a prioridade é a segurança da Mia.Esperei a Maitê descer com a Mia para o jantar e, durante a refeição, informei que começaremos nossos treinos. Após o jantar, Maitê subiu para colocar a Mia para dormir. Aproveitei a oportunidade para ir até a cozinha e pedir a Emma que ficasse de olho na minha filha.— E onde está Maitê? — ela perguntou.— Está colocando a Mia para dormir, mas vai sair comigo. Só faça o que lhe pedi, sem muitas perguntas — falei sério, e ela concordou.Subi para trocar de roupa; não dá para treinar de terno e gravata. Vesti algo confortável e desci, esperando por Maitê na sala. Quando nossos olhares se encontraram, fiz um sinal com a cabeça e ela me acompanhou. Gerard abriu a porta do carro, Maitê entrou de um lado e eu entrei pelo outro.Fomos até o galpão em silêncio. Era o lugar per
MAITÊ NARRANDO O senhor Bryan me levou para um galpão. Durante todo o caminho, meu coração batia acelerado. Sei que preciso confiar nele, mas estou um pouco assustada. Viver é muito novo para mim. Desde os meus oito anos vivi rodeada pelos muros do orfanato, nunca saí. Quando saí, descobri a imensidão do mundo aqui fora e ainda caí de paraquedas na casa de um mafioso que sabe mais da minha própria vida do que eu.Chegamos em uma parte da cidade que tem vários galpões, tudo muito escuro. O motorista parou o carro na frente de um galpão que estava com a luz fraca. A porta fechada, um completo silêncio. O senhor Bryan falou alguma coisa com um dos seguranças, que entrou no galpão. Assim que ele abriu a porta, ouvimos os barulhos de tiros ecoando. Não demorou nem cinco minutos e os homens começaram a sair do galpão em direção às suas motos e carros.Entramos e ele me deu a primeira instrução. Foi uma sequência de "arruma a postura, respira, relaxa." Quando enfim começamos o treinamento,
EMMA NARRANDO Bryan pensa que sou boba ou que vai me trocar por uma fedelha que mal saiu das fraldas. Pode não estar acontecendo nada entre eles, ainda, mas vai acontecer. O jeito que ele olha para Maitê, e o quanto ela parece com a Marisol quando sorri.Cheguei na casa dos meus pais e fui direto para o meu quarto. Liguei a banheira, coloquei os meus sais de banho, acendi incenso e preparei um banho perfeito. Peguei alguns produtos para a pele, tirei a minha roupa e entrei na banheira.Coloquei a minha máscara feita à base de argila. Esse estresse que o Bryan estava me fazendo passar não vai ficar assim. Ele não vai me usar e me descartar como se eu fosse qualquer coisa. Relaxe enquanto tomava o meu banho de espuma perfeito.Quando a água já estava esfriando, saí da banheira, me arrumei e desci para o jantar.— Filha, pensei que você iria passar a noite com o Bryan — minha mãe falou.— Ele teve uma missão — respondi sem nenhum entusiasmo.Meu pai começou a me cobrar a data do casamen
MAITÊ NARRANDO Não desci do carro e não aceitei que a dona Emma me levasse para o orfanato. Eu vou com o Gerard; não confio nessa mulher. Posso ser ingênua para algumas coisas, mas não sou boba para não perceber que ela não gosta de mim e que essa simpatia não passa de fingimento e falsidade.Assim que chegamos no orfanato, tia Maria veio me receber. Enquanto eu a abraçava, respirava fundo, sentindo o cheiro do lugar onde foi a minha casa por tanto tempo.— Minha menina, como você está linda! Estou vendo que Margareth está cuidando muito bem de você — ela falou assim que desfez o abraço, pegando na minha mão e me olhando da cabeça aos pés.— A tia Margareth é uma pessoa muito especial, ela cuida de mim como se eu fosse sua filha — falei com carinho porque é verdade.Vi umas crianças correndo, e aquelas eu não conhecia. Perguntei, e a tia me falou que chegaram muitas crianças, inclusive um bebê que já foi adotado. É sempre assim: quando os bebês chegam, já tem uma fila querendo adotar
BRYAN NARRANDO Depois do café da manhã, quando a Maitê saiu da mesa com a Mia, Emma permaneceu em silêncio. Ela se retirou e eu fiquei pensando: melhor eu não ir como a Maitê. Não posso misturar as coisas; sou apenas o chefe e o treinador. Tenho que saber onde é o meu lugar na vida dessa garota.Fui até o quarto, bati na porta e, quando ela abriu, seu rostinho estava triste. Não gosto de vê-la assim.— Pode ir ao orfanato visitar as freiras e as outras crianças. Eu e a Mia não iremos, mas quem sabe teremos uma próxima oportunidade — falei olhando nos olhos dela.— Muito obrigada, senhor. Vou me arrumar e não demoro — disse ela. Falei para ela levar o tempo que precisar, chamei minha filha e descemos.Chamei o Gerard, nosso motorista, e pedi para ele levar a Maitê ao orfanato, esperar e trazer de volta. Ela não conhece a cidade e não sabe os perigos que uma mulher bonita e jovem corre pelas ruas de Moscou.Quando a Maitê desceu as escadas, linda como sempre, a beleza dessa jovem me fa
EMMA NARRANDO Fiquei em cólicas esperando a ligação do Jonas, um sinal pelo menos de que o nosso plano deu certo, que a Maitê foi pelos ares. Pensei e comecei a rir, gargalhar sozinha.Bryan e a Mia vão ficar inconsoláveis, mas eu estarei aqui para consolar os dois. É sempre assim, todos passam como china na vida dos dois e eu permaneço. Por isso não vou permitir que o Bryan me deixe, me troque por outra, isso nunca.Não consegui trabalhar, saí do ateliê e fui direto para minha casa, dei a desculpa de que não estou me sentindo bem, minha cabeça está doendo.— Não acha melhor ir ao hospital? — minha mãe perguntou.— Se não melhorar, irei. Mandei uma das empregadas me levar um remédio e um chá, vou tomar e deitar um pouco. — falei apertando a fonte.Subi para o meu quarto, deixei a porta aberta, entrei no closet e troquei de roupa. Realmente estou com dor de cabeça, mas é por conta do sono, não dormi à noite.Quando a empregada me entregou o chá com o comprimido, mandei ela sair e esco
MAITÊ NARRANDO Eu não sabia o que estava acontecendo, pelo menos não lembrava. Minha cabeça latejava. Tentei abrir os olhos várias vezes, mas não conseguia. Senti um cheiro forte de produto de limpeza e remédio. Ouvi vozes, fiquei quietinha ouvindo e identifiquei a voz do Senhor Bryan. Tentei me mexer, mas o corpo doeu.Minha cabeça latejava. Quando ouvi a palavra "acidente", lembrei-me de tudo: meu corpo sacolejando e voltando para o assento. Nesse momento, consegui respirar fundo e abrir os olhos, assustada.Sentei-me na cama. O Senhor Bryan e o médico se assustaram.— Maitê, você acordou — Bryan falou e veio para perto de mim.Ele sorriu de um jeito lindo, como eu nunca tinha visto antes. Sorri fracamente para ele. Minha cabeça estava doendo.O médico começou a me examinar. Perguntei pelo Gerard. O Senhor Bryan falou que ele estava bem, que já foi para casa e estava sob os cuidados da família. O médico começou a me explicar sobre todos os exames que já tinham feito em mim, e disse