Capítulo 7
— Cunhado, obrigada por ter me ajudado agora há pouco. — No caminho de volta, Fiona, sentada no banco traseiro do carro, não parava de falar. — Eu nunca imaginei que minha mãe fosse falar sobre isso com a Sra. Marta. Quase morri de susto! Ainda bem que você me defendeu. Senão, eu não saberia o que fazer… Não quero me casar tão cedo.

Orson dirigia em silêncio. Limitou-se a soltar um leve "hum", como resposta.

Seu tom parecia despreocupado, até indiferente, mas Fiona sabia que ele era assim mesmo, então não se incomodou. Em vez disso, virou-se para Zara, que estava no banco do passageiro:

— Ah, irmã, o que a Sra. Marta falou com você lá em cima?

— Nada demais. — Respondeu Zara, sem sequer tentar disfarçar o tom desinteressado.

Fiona fez um biquinho, visivelmente insatisfeita, mas logo continuou:

— Certo… Ah, lembrei! Irmã, você sabia que o Evander vai voltar para o país?

Assim que terminou a frase, Zara não conseguiu esconder a mudança sutil em sua expressão.

Naquele momento, o semáforo à frente ficou vermelho, e Orson freou o carro. Não foi uma freada brusca, mas Zara, ainda absorta em seus próprios pensamentos, acabou balançando levemente para frente. O cinto de segurança logo a puxou de volta para o banco.

Orson lançou-lhe um breve olhar.

— A mamãe disse que ele está indo muito bem lá fora. Vocês nunca mais se falaram, né?

— Não. — Zara respondeu enquanto abaixava os olhos, sua voz tranquila, mas as mãos pousadas sobre os joelhos se apertaram involuntariamente.

— Que pena… Vocês se davam tão bem naquela época. — Fiona suspirou, antes de se virar para Orson. — Cunhado, acho que você nem lembra dele, né? O Evander é...

— Eu sei. Ele é aquele filho bastardo da família Soares. — Orson respondeu prontamente, sem hesitar nem suavizar as palavras.

Zara franziu o cenho, desconfortável com a escolha direta das palavras dele.

Até Fiona pareceu surpresa por um momento, mas logo assentiu:

— Isso mesmo, o Evander é... O filho deles. Ele era colega da minha irmã e costumava brincar muito com a gente. Pena que foi embora para o exterior. Achei que ele e a minha irmã fossem continuar se falando, mas parece que não...

Enquanto falava, Fiona não tirava os olhos de Zara, como se estivesse esperando alguma reação.

Zara, no entanto, só achava graça daquilo tudo. Ela realmente não entendia qual era o propósito de Fiona ao mencionar Evander na frente de Orson. Queria criar intriga? Fazer ciúmes?

Se fosse esse o caso, era um plano completamente falho. Orson jamais se importaria com algo assim.

Talvez Fiona tenha percebido isso, porque, no restante do caminho, ela gradualmente ficou mais quieta.

Quando Orson estacionou o carro, Zara notou que Fiona havia adormecido.

Embora não gostasse dela, Zara tinha que admitir: Fiona era, de fato, muito bonita.

Com os olhos fechados e um semblante sereno, ela parecia ainda mais delicada. Sua pequena estatura e feições suaves faziam com que qualquer um sentisse vontade de protegê-la.

Enquanto Zara hesitava sobre acordá-la ou não, Orson já havia saído do carro. Ele abriu a porta traseira e, sem pensar duas vezes, pegou Fiona nos braços.

O movimento fez Fiona abrir os olhos, ainda sonolenta. Ela olhou para Orson e murmurou:

— Orson…

Depois disso, passou os braços ao redor do pescoço dele e, encontrando uma posição confortável em seu peito, voltou a dormir.

Os gestos de ambos eram tão naturais, tão fluídos, que pareciam já ter feito aquilo incontáveis vezes.
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