Zara sabia que Natália queria dizer algo a Orson, então ela apenas lançou um olhar para ele antes de se virar e sair da sala. Na entrada do hospital havia uma loja de conveniência. Zara comprou o leite que Natália queria e aproveitou para pegar um pacote de bolinhos. Ela não fazia ideia do que Natália e Orson conversariam, mas também não tinha pressa de voltar. Depois de pagar, deu algumas voltas pelo térreo do hospital. Só então decidiu subir novamente. Quando Zara chegou, a conversa entre Natália e Orson já havia terminado. Os dois estavam sentados lado a lado em silêncio, sem trocar nenhuma palavra. Zara sempre achou que os traços de Natália eram mais parecidos com os dela, mas, ao vê-los juntos, percebeu que a menina tinha algo de Orson. O formato do rosto, especialmente quando ambos apertavam os lábios em silêncio, parecia ter saído do mesmo molde. Ela ficou parada por um momento, observando, antes de se aproximar. — Mamãe! — Assim que viu Zara, os olhos de Natália bri
Zara não respondeu. Apenas virou o rosto para olhar pela janela do carro. O silêncio tomou conta do ambiente. Depois de um tempo, foi Natália quem quebrou o clima: — Mamãe, eu queria brincar com a titia de novo. — Hum, já combinei de jantar com ela hoje à noite. — Respondeu Zara. — O tio Emory vai também? — Perguntou Natália. Assim que a menina falou, Zara não conseguiu evitar e lançou um olhar para Orson. Não era por outro motivo, apenas temia que ele pudesse perder o controle de repente. Para sua surpresa, Orson não disse nada. O carro continuou seguindo em frente, mantendo a mesma velocidade estável. Zara, então, voltou sua atenção para Natália e respondeu com um leve “sim”. Natália sorriu, animada, e balançou a cabeça afirmativamente. — Que ótimo! Eu adoro brincar com o tio Emory. — Por quê? — Perguntou Zara, curiosa. — Porque o tio Emory é muito bonito e, com ele por perto, eu sei que ele vai proteger você, mamãe. Assim que Natália terminou de falar, Orson
— A que horas é o voo de vocês amanhã? — Perguntou Melissa, enquanto olhava para Emory, deixando sua sugestão bastante clara. — Acho que não vou conseguir levar vocês ao aeroporto, meu dia vai ser bem corrido. Emory, percebendo a deixa, respondeu imediatamente: — Então eu levo vocês. Que horas? Zara respirou fundo antes de responder: — Não precisa, nós podemos pegar um táxi. — Melhor eu levar. — Insistiu Emory, com um tom que parecia carregar uma leve mágoa. — Vai saber quando nos veremos de novo. Melissa balançou a cabeça e soltou um “tsk”. — Exatamente, Zara. Essa sua decisão foi tão rápida que nem tivemos tempo de digerir! Zara apenas respondeu com um sorriso sem jeito. De repente, como se tivesse se lembrado de algo, Emory pegou uma sacola que tinha em mãos e a entregou para Natália. — Isso é para você, pequena. Natália olhou para o pacote rosa, envolto em um papel elegante, e depois virou o olhar para Zara. Zara reconheceu o logo na embalagem imediatamente.
O calor dentro do quarto só terminou de vez duas horas depois. O som da água vindo do chuveiro preenchia o ambiente, enquanto Zara Garcia, após alguns minutos de descanso, finalmente se levantava da cama. Suas pernas ainda tremiam, e ela se abaixou para pegar as roupas espalhadas pelo chão. As ações dele naquela noite tinham sido um pouco mais intensas do que o habitual, a ponto de sua mente ainda parecer vazia. Tentou abotoar o pijama várias vezes, mas seus dedos trêmulos falhavam repetidamente. Logo, o homem saiu do banheiro. Sua figura era alta e imponente, os traços do rosto fortes sem perder a beleza. Envolto apenas por uma toalha amarrada na cintura, gotículas de água deslizavam lentamente por seus músculos definidos, escorrendo pelo abdômen até desaparecerem. Ao notar que Zara ainda estava ali, ele franziu levemente as sobrancelhas. Zara, por sua vez, evitou olhá-lo diretamente. Mantendo o olhar fixo no botão do pijama, continuou travando sua pequena batalha silenciosa
Quem falava era Ophelia Brown, melhor amiga de Fiona e herdeira de um grande grupo empresarial.Ophelia e Fiona cresceram juntas. Desde sempre, Ophelia era uma das maiores apoiadoras do relacionamento entre Fiona e Orson. Agora, com Zara ocupando o lugar de Sra. Harris, Ophelia obviamente não nutria bons sentimentos por ela. Quando Ophelia viu Zara parada na porta, seu semblante continuava impassível, sem qualquer sinal de constrangimento ou desconforto.Foi Fiona quem quebrou o silêncio, chamando-a com suavidade:— Irmã, você veio?Zara apenas assentiu com a cabeça.— Vim te buscar. Já arrumou suas coisas?— Já sim. Vamos.Fiona respondeu de forma dócil, enquanto Zara se mantinha séria. Ophelia, no entanto, não conseguiu segurar a língua:— Sra. Harris, e o Sr. Orson? Hoje é o dia da alta da Fiona e ele não veio buscá-la?— Ele foi para a empresa. — Respondeu Zara, com tranquilidade.— Ah, parece que ele está muito ocupado. Só não sei se está tão ocupado assim ou se foi você quem não
Às sete da noite, Orson voltou pontualmente à mansão. Fiona estava na sala de estar naquele momento. Assim que o viu, deu alguns passos à frente, apressada. — Cunhado! Você voltou! Orson lançou-lhe um leve sorriso, erguendo os olhos logo em seguida. Zara, que observava a cena em silêncio, apertou os lábios e caminhou até ele para pegar o casaco que ele tirava. — O jantar está pronto. — Disse Zara, com o tom reservado de sempre. Na mesa, enquanto todos começavam a comer, Fiona olhou de relance para Zara antes de baixar o tom de voz: — Desculpa, cunhado. Estar aqui não está atrapalhando você e minha irmã? — Perguntou Fiona, com uma expressão hesitante. — Eu até falei pra mamãe que podia ficar sozinha, mas ela não quis deixar... — Não tem problema. — Respondeu Orson, sem hesitar. — Fique aqui o quanto precisar. Se precisar de algo, é só falar. — Sério? Não vai ser um incômodo? — Claro que não. — Srta. Fiona, a sua presença só traz alegria pra esta casa! — Comentou Iv
Zara sentiu o corpo estremecer e, num instante, abriu os olhos. Suas mãos se moveram com força, tentando empurrá-lo. Mas Orson parecia alheio a tudo. Com um movimento rápido e decidido, segurou os pulsos dela e a pressionou contra a parede. Seus gestos eram tão firmes e autoritários quanto sempre foram. Zara quis soltar um grito, mas algo lhe passou pela mente, e ela engoliu o som antes que escapasse. O barulho do chuveiro continuava, abafando qualquer ruído. Fora do banheiro, Fiona parecia não ter percebido nada e ainda insistia: — Cunhado? Zara virou o rosto para encarar Orson. Seu rosto estava vermelho — talvez pela raiva, talvez por outro motivo. Seus olhos estavam arregalados, carregados de emoção. Era um contraste gritante com sua habitual calmaria. Ela parecia mais viva do que nunca. Orson, ao vê-la assim, intensificou os movimentos, como se estivesse descarregando algo que carregava dentro de si. Seus corpos, perfeitamente sincronizados, levaram Zara a um clímax i
Fiona cresceu junto com Orson, então conhecia a Mansão Harris muito melhor do que Zara. Assim que entrou na casa, caminhou animada em direção a Paula, com um sorriso caloroso: — Vovó! — Meu Deus, é a Fiona? — Exclamou Paula, visivelmente contente. — Deixa eu ver... Você está mais magra de novo, não está? — Não estou, não, vovó. — Respondeu Fiona, rindo. — Olha só, fiz acarajé pra você! — Que menina querida, sempre tão atenciosa! As duas conversavam animadamente, com Paula exibindo um sorriso radiante. Mas, no momento em que Zara se aproximou, o sorriso de Paula diminuiu consideravelmente. Zara, fingindo não notar a mudança, cumprimentou-a formalmente: — Olá, vovó. Paula a olhou por um instante, como se quisesse dizer algo mais, mas Zara desviou o olhar rapidamente e chamou alguém que estava na escada: — Sogra. — Sra. Marta! — Fiona, que estava apoiada no ombro de Paula, endireitou-se de imediato ao avistar Marta. Seus olhos demonstravam um misto de respeito e ap