Melissa estava decidida a assumir o papel de cupido até o fim. Quando Natália já tinha se divertido o suficiente, Melissa alegou que tinha um compromisso urgente e precisava ir embora. Assim, a tarefa de levar Zara e Natália de volta para casa ficou nas mãos de Emory. O plano de Melissa era tão óbvio que, aos olhos de Zara, parecia até um pouco desajeitado. Mas Emory, em vez de desmascará-la, aceitou a situação de forma tranquila. Ele não apenas concordou com um sorriso no rosto, como ainda agradeceu Melissa de maneira bastante educada. Melissa levantou uma sobrancelha para ele, satisfeita, e depois cochichou algumas palavras no ouvido de Natália antes de finalmente se despedir e ir embora. Zara sabia que Melissa provavelmente não havia dito nada de bom para Natália. Por isso, no caminho de volta, ela tentou ao máximo prender a atenção da filha para que ela esquecesse o que tinha ouvido. No entanto, Natália era uma criança muito determinada. Quando encontrou a oportunidade
Ela até pensou em dizer que aquilo tinha sido apenas um encontro casual, mas, depois de uma breve pausa, respondeu:— Agradeço pela sua preocupação, mas eu e a Natália sabemos muito bem a verdade. Não precisa se preocupar com isso.Assim que terminou de falar, Zara segurou a mão de Natália e começou a caminhar para frente. Natália, como sempre, a seguiu sem hesitar. Durante todo o tempo, não demonstrou qualquer emoção em relação a Orson, nem mesmo olhou para ele mais do que o necessário.Mais tarde, enquanto Zara ajudava Natália a tomar banho, a menina, de repente, perguntou:— Mamãe, o papai não gosta de mim, né?— Claro que não. — Zara respondeu prontamente, sem pensar duas vezes.— Então por que ele sempre age daquele jeito quando me vê? — Natália franziu a testa ao fazer a pergunta, e os cantos de sua boca se curvaram para baixo, imitando a expressão séria de Orson. A semelhança entre os dois era inegável.Zara não conseguiu segurar a risada. Ela apertou levemente o nariz de Natá
Orson se lembrava bem da cena que havia visto na noite anterior, quando estava no terraço. Ele viu Natália se despedindo de Emory com um sorriso no rosto. A imagem entre os dois era tão harmoniosa que, por um instante, pareceram... Uma verdadeira família.E, se Orson não estava enganado, aquela tinha sido a primeira vez que Natália falava com ele de forma espontânea. Mas o que ela disse foi... Que não queria vê-lo.Orson quase respondeu que aquela era sua casa e que ele não precisava de permissão para estar ali. No entanto, ao encontrar os olhos de Natália, ele engoliu as palavras e apenas disse:— Tudo bem.Sua resposta foi curta e direta. Natália, no entanto, não pareceu se importar. Ela apenas assentiu, satisfeita, e desceu as escadas para encontrar Zara.Orson ficou parado, observando o pequeno corpo da menina se afastar. Suas mãos se fecharam em punhos involuntariamente enquanto uma dor crescente tomava conta de seu peito. Só então ele percebeu o que estava sentindo. Inspirou fund
O calor dentro do quarto só terminou de vez duas horas depois. O som da água vindo do chuveiro preenchia o ambiente, enquanto Zara Garcia, após alguns minutos de descanso, finalmente se levantava da cama. Suas pernas ainda tremiam, e ela se abaixou para pegar as roupas espalhadas pelo chão. As ações dele naquela noite tinham sido um pouco mais intensas do que o habitual, a ponto de sua mente ainda parecer vazia. Tentou abotoar o pijama várias vezes, mas seus dedos trêmulos falhavam repetidamente. Logo, o homem saiu do banheiro. Sua figura era alta e imponente, os traços do rosto fortes sem perder a beleza. Envolto apenas por uma toalha amarrada na cintura, gotículas de água deslizavam lentamente por seus músculos definidos, escorrendo pelo abdômen até desaparecerem. Ao notar que Zara ainda estava ali, ele franziu levemente as sobrancelhas. Zara, por sua vez, evitou olhá-lo diretamente. Mantendo o olhar fixo no botão do pijama, continuou travando sua pequena batalha silenciosa
Quem falava era Ophelia Brown, melhor amiga de Fiona e herdeira de um grande grupo empresarial.Ophelia e Fiona cresceram juntas. Desde sempre, Ophelia era uma das maiores apoiadoras do relacionamento entre Fiona e Orson. Agora, com Zara ocupando o lugar de Sra. Harris, Ophelia obviamente não nutria bons sentimentos por ela. Quando Ophelia viu Zara parada na porta, seu semblante continuava impassível, sem qualquer sinal de constrangimento ou desconforto.Foi Fiona quem quebrou o silêncio, chamando-a com suavidade:— Irmã, você veio?Zara apenas assentiu com a cabeça.— Vim te buscar. Já arrumou suas coisas?— Já sim. Vamos.Fiona respondeu de forma dócil, enquanto Zara se mantinha séria. Ophelia, no entanto, não conseguiu segurar a língua:— Sra. Harris, e o Sr. Orson? Hoje é o dia da alta da Fiona e ele não veio buscá-la?— Ele foi para a empresa. — Respondeu Zara, com tranquilidade.— Ah, parece que ele está muito ocupado. Só não sei se está tão ocupado assim ou se foi você quem não
Às sete da noite, Orson voltou pontualmente à mansão. Fiona estava na sala de estar naquele momento. Assim que o viu, deu alguns passos à frente, apressada. — Cunhado! Você voltou! Orson lançou-lhe um leve sorriso, erguendo os olhos logo em seguida. Zara, que observava a cena em silêncio, apertou os lábios e caminhou até ele para pegar o casaco que ele tirava. — O jantar está pronto. — Disse Zara, com o tom reservado de sempre. Na mesa, enquanto todos começavam a comer, Fiona olhou de relance para Zara antes de baixar o tom de voz: — Desculpa, cunhado. Estar aqui não está atrapalhando você e minha irmã? — Perguntou Fiona, com uma expressão hesitante. — Eu até falei pra mamãe que podia ficar sozinha, mas ela não quis deixar... — Não tem problema. — Respondeu Orson, sem hesitar. — Fique aqui o quanto precisar. Se precisar de algo, é só falar. — Sério? Não vai ser um incômodo? — Claro que não. — Srta. Fiona, a sua presença só traz alegria pra esta casa! — Comentou Iv
Zara sentiu o corpo estremecer e, num instante, abriu os olhos. Suas mãos se moveram com força, tentando empurrá-lo. Mas Orson parecia alheio a tudo. Com um movimento rápido e decidido, segurou os pulsos dela e a pressionou contra a parede. Seus gestos eram tão firmes e autoritários quanto sempre foram. Zara quis soltar um grito, mas algo lhe passou pela mente, e ela engoliu o som antes que escapasse. O barulho do chuveiro continuava, abafando qualquer ruído. Fora do banheiro, Fiona parecia não ter percebido nada e ainda insistia: — Cunhado? Zara virou o rosto para encarar Orson. Seu rosto estava vermelho — talvez pela raiva, talvez por outro motivo. Seus olhos estavam arregalados, carregados de emoção. Era um contraste gritante com sua habitual calmaria. Ela parecia mais viva do que nunca. Orson, ao vê-la assim, intensificou os movimentos, como se estivesse descarregando algo que carregava dentro de si. Seus corpos, perfeitamente sincronizados, levaram Zara a um clímax i
Fiona cresceu junto com Orson, então conhecia a Mansão Harris muito melhor do que Zara. Assim que entrou na casa, caminhou animada em direção a Paula, com um sorriso caloroso: — Vovó! — Meu Deus, é a Fiona? — Exclamou Paula, visivelmente contente. — Deixa eu ver... Você está mais magra de novo, não está? — Não estou, não, vovó. — Respondeu Fiona, rindo. — Olha só, fiz acarajé pra você! — Que menina querida, sempre tão atenciosa! As duas conversavam animadamente, com Paula exibindo um sorriso radiante. Mas, no momento em que Zara se aproximou, o sorriso de Paula diminuiu consideravelmente. Zara, fingindo não notar a mudança, cumprimentou-a formalmente: — Olá, vovó. Paula a olhou por um instante, como se quisesse dizer algo mais, mas Zara desviou o olhar rapidamente e chamou alguém que estava na escada: — Sogra. — Sra. Marta! — Fiona, que estava apoiada no ombro de Paula, endireitou-se de imediato ao avistar Marta. Seus olhos demonstravam um misto de respeito e ap