Zara continuava parada na porta do quarto do hospital. Quando Orson saiu e a viu ali, ele ficou surpreso por um instante. Logo em seguida, franziu as sobrancelhas. — Por que você ainda está aqui? Zara não respondeu à pergunta dele. Em vez disso, olhou para dentro do quarto, tentando ver o que estava acontecendo. — Ela está dormindo. — Orson disse rapidamente, entendendo a preocupação dela. — Está tudo bem agora? — Zara perguntou. — O que vocês conversaram? Orson deu um leve sorriso e segurou a mão dela, puxando-a para que andasse com ele. — Me responde. — Zara insistiu, com o cenho franzido. — Estou muito cansado agora. Só quero voltar e descansar. — Respondeu Orson. — Depois que eu dormir, te conto. Orson claramente queria manter o suspense. Não importava quantas vezes Zara perguntasse, ele simplesmente se recusava a responder. No final, Zara desistiu de insistir. Quando Orson falou que precisava descansar, ele realmente a levou de volta para dormir. Zara tinha m
— É exatamente o que você está pensando. — Continuou Orson. Zara, no entanto, não conseguiu acompanhar. — O que eu estou pensando? — Hm? Depois de ver essa foto e o ano em que foi tirada, você não consegue deduzir nada? Zara respirou fundo. — Então... Quer dizer que seu pai conheceu a mãe do Percival primeiro, e ele se casou com sua mãe só por causa do rosto dela? — Isso mesmo. — Orson respondeu de forma direta. Algo que Zara inicialmente achava exagerado e absurdo acabou se confirmando como verdade. Ela abriu a boca para dizer algo, mas, no final, permaneceu em silêncio. Orson riu levemente. — E agora faz sentido por que o Percival e eu somos tão parecidos, não é? No fundo, é porque nossas mães também são muito parecidas. — Sua mãe... Soube disso recentemente? — Zara perguntou em voz baixa. — Sim. Ela já sabia que Luiz tinha outra família, mas nunca imaginou que a outra mulher fosse tão parecida com ela. Na verdade, ela descobriu que era apenas um substituto. E
Quando Orson terminou de falar e antes que Zara pudesse responder, o celular dele começou a tocar. Zara viu o nome no visor: era Erwin. Orson olhou para o nome na tela, lançou um olhar para Zara e então se virou para atender a ligação. Do outro lado da linha, alguém disse algo que fez Orson franzir as sobrancelhas imediatamente. Ele virou a cabeça na direção de Zara enquanto ouvia. — É mesmo? — Ele respondeu. — E depois? Após uma pausa para ouvir a outra pessoa, ele finalizou: — Entendido. E ele desligou o celular. — Foi o Erwin que ligou para você agora há pouco? — Ele perguntou a Zara. — Foi. — Desde quando vocês dois ficaram tão próximos? Zara arqueou uma sobrancelha. — Fazer uma ligação já significa ser próximo? — Ele disse que o voo dele chega amanhã em Cidade N, e a primeira pessoa que ele informou foi você, não eu. Isso não é ser próximo? — Orson continuou, e suas sobrancelhas se franziram ainda mais. Zara não respondeu. Orson fechou os punhos, mas
Orson não respondeu. Ele apenas soltou a mão de Erwin e seguiu em frente. Erwin, porém, logo o alcançou. — Ok, não vamos mais falar disso. Agora, onde eu vou ficar? Na sua casa? — No hotel. — Orson respondeu sem expressão. Erwin deu de ombros, sem se importar. Orson tinha outras coisas para resolver e, naquele momento, nem cogitou levar Erwin ao hotel. No entanto, enquanto caminhava em direção a outro carro, ouviu a voz de Erwin novamente. — Ah, quase esqueci. Sua esposa também sabia que eu chegaria hoje. Inclusive, ela disse que quer me oferecer um jantar de boas-vindas. Você vai estar lá, certo? Orson se virou para encará-lo, com os olhos estreitos. Erwin sorriu. — Mas, se você não for, tudo bem. Nós podemos jantar a sós. Era óbvio que Orson jamais deixaria isso acontecer. Mais tarde, quando ele chegou ao restaurante e entrou na sala reservada, foi direto confrontar Zara: — Você não disse que não se encontraria com ele sozinha? O que é isso, então? Zara ficou
Assim que Zara terminou de falar, Erwin ficou surpreso por um instante, mas logo sorriu. — Claro. Eu já disse, se nós dois unirmos forças e destruirmos os negócios dele aqui, ele não terá escolha a não ser voltar comigo para os Estados Unidos. E você, finalmente, terá sua liberdade. Zara apenas sorriu. Mas aquele sorriso, visto pelos olhos de Erwin, o fez franziu levemente as sobrancelhas, incomodado. Foi então que Zara falou: — Mas eu acho que você não está realmente tentando me ajudar. — Ah, não? — Erwin perguntou, arqueando uma sobrancelha. — Fazer Orson perder as esperanças é algo muito simples. Basta você contar a ele que eu me aliei a você. Afinal, você sabe melhor do que eu o tipo de pessoa que ele é. Se você destruir os negócios dele aqui, ele vai te perdoar? Esse não é o resultado que você quer. Na verdade, tudo o que você precisa fazer é convencê-lo de que eu o traí. É isso que você tem tentado forçar de mim esse tempo todo, né? Assim, você pode dizer a ele que ni
Quando Orson percebeu que Zara e Erwin voltaram quase ao mesmo tempo, suas sobrancelhas se franziram imediatamente. — Onde vocês estavam? — Eu fui ao banheiro. Por acaso encontrei o Sr. Erwin no caminho. — Zara respondeu com naturalidade, sua expressão completamente tranquila. Além disso, estavam em Cidade N. Orson sabia que Erwin não faria nada fora do lugar ali. Mesmo assim, ele se sentia desconfortável. Após lançar um olhar de desconfiança para Erwin, Orson voltou para o salão privativo. Os pratos já haviam sido servidos. Erwin, como de costume, não gostava da comida portuguesa, mas, por cortesia, acabou comendo um pouco. O mesmo não aconteceu com o vinho. Ele e Orson beberam bastante. Quando Orson indicou que queria continuar, Zara imediatamente colocou a mão sobre o copo dele, impedindo-o de servir mais. — Já chega. Você não tem descansado direito ultimamente e, com todo esse álcool, seu corpo não vai aguentar. — Ela falou em um tom baixo, mas seu semblante estava sé
Embora os ferimentos de Marta fossem graves, não atingiram nenhum órgão vital. Depois de passar alguns dias no hospital, ela recebeu alta. Dessa vez, Orson não a deixou voltar para a Mansão Harris. Ele providenciou um lugar tranquilo e elegante para ela ficar. Coincidentemente, era final de mês, e Percival havia retornado a Cidade N para prestar contas. Orson então reservou uma mesa em um restaurante e sugeriu que fizessem um "jantar em família". Assim que Zara ouviu essa proposta, já teve um mau pressentimento. Afinal, os jantares da família Harris nunca terminavam de forma harmoniosa... Mas, como Orson já havia decidido, ela não teve escolha a não ser acompanhá-lo. Cidade N já estava oficialmente no inverno, e naquele dia a temperatura estava ainda mais baixa que no anterior. Antes de saírem, Orson fez questão de enrolar um cachecol em seu pescoço. O cachecol branco combinava perfeitamente com o casaco longo da mesma cor que ela usava. Orson, por outro lado, vestia um tra
Paula observava cada movimento de Orson com atenção. Quando ele começou a servir Zara, os olhos dela se estreitaram e sua expressão tornou-se visivelmente tensa. Somente quando Orson percebeu que Zara já havia comido o suficiente, ele finalmente se voltou para Percival. — A propósito, ouvi dizer que você está em contato com o pessoal da FlowFin. Como estão as coisas? Percival, que estava concentrado em sua refeição, congelou no mesmo instante. Ele levantou a cabeça, incrédulo, como se não acreditasse no que acabara de ouvir. Paula, por outro lado, parecia confusa. — O que é FlowFin? — Vovó, talvez a senhora ainda não tenha ouvido falar. — Orson sorriu de leve. — É uma empresa especializada em fluxo de capital. Basicamente, você pode usar suas ações como garantia com eles e, em troca, obter um grande fluxo de caixa. Se as ações subirem até certo ponto, você ainda pode receber dividendos. Mas, se caírem abaixo de um limite, eles podem, de acordo com o contrato, desmontar suas