4-ABRINDO A PORTEIRA

BRIANA

Olho para a mulher na minha frente, não pode ser, ela não é minha mãe, ela é mãe desse b@b@ca do enteado dela, pois aqui só quer saber em defender esse moleque, que irei quebrar outro dente.

Tento manter a calma, enquanto escuto o advogado.

— Senhorita Briana, as suas últimas atitudes, vem apenas reforçar o que a sua mãe pedi. Ter agredido o senhor Paul, não demonstra maturidade para assumir a herança deixada por seu pai.

Vou resumir a tragédia aqui.

O meu pai conheceu a minha mãe num rodeio, se encantou com a loira de apenas dezoito anos, ele na época vinte e quatro, que até hoje é muito linda, ela ficou gravida, ele louco para ter filhos, já queria levar ela para fazenda. Ela não quis, deu à luz e deixou-me com ele. Foi um favor, mas mantinha contato, eu sabia que tinha uma mãe, não me fazia falta, tinha um pai maravilhoso, e tia Ana e tio Damião ajudaram papai na minha criação.

Papai era lindo, mas nunca se casou, eu tentava arrumar namoradas para ele, passava o seu número para toda solteira, viúva separada que conhecia, ele aproveitava, mas nunca levou nada a sério, disse que o coração foi de uma única mulher, que não era minha mãe.

Ele morreu quando eu já estava na faculdade de veterinária, faltava quatro meses para completar dezoito anos.

Infelizmente o meu pai havia feito uma procuração caso acontecesse algo com ele, e quem cuidaria de mim seria a minha mãe.

Ela não poderia vender nada, mas cuidaria do dinheiro.

Tia Ana e tio Damião já moravam num sítio, foi lá que deixei as minhas coisas, e o meu cavalo. Eu vivia no alojamento da faculdade por isso não precisei ir para a casa da minha mãe.

Já formada, encontrei o meu canto, e comecei a trabalhar e me sustentar, sabia que poderia colocar a mão na minha herança apenas com vinte e seis anos. Mas, não me fazia falta. Sabia que iria chegar o momento.

Porém, há um ano, a minha adorada mãe, que se casou quando eu tinha dez anos, com um viúvo, que tinha um filho de dezesseis anos, que aceitou muito bem a madrasta; por isso, são grandes amigos, e mamãe colocou na cabeça que tenho que me casar com Paul.

Claro, casando com ele, o dinheiro fica com ela.

Recusei todas as investidas dele, até a noite de ontem, quando ele me tentou agarrar a força, dei uma surra nele, quebrando dois dentes.

No lugar de fazer uma queixa, ela resolveu fazer chantagem.

Ou caso com o Paul, ou ficarei sem a minha herança até os trinta anos.

O marido dela, trinta anos mais velho, é totalmente a favor desse casamento, e também vem-me fazendo ameaças, descobri, que eles estão falidos, que tem segurado a vida de luxo, graças ao meu dinheiro.

Esperei o advogado falara tudo que queria.

— Tudo bem, então nós vemos quando eu estiver com trinta anos mamãe.

— Você não sabe o que está a perder Briana. — Ela fala com rancor.

- A sua vida pode ficar difícil, sem dinheiro tudo fica mais difícil. — O meu padrasto ameaçou outra vez.

Sai sem dar nem resposta para eles.

Já vivia do meu trabalho, era reconhecida em toda a região.

Com o meu suor comprei um sítio ao lado de tia Ana, tinha umas criações ali, tinha dinheiro guardado.

Porém, eles cumpriram as ameaças.

No outro dia, a polícia buscou-me no trabalho, aquilo ficou feio para minha imagem.

Mesmo provando que o agressor era Paul, fui demitida, mas descobri que foi coisa da minha mãe.

Sem um contrato fixo, fui atrás de trabalho, e descobri que ninguém na região iria contratar-me.

O meu padrasto usou do seu poder na política, colocando medo em todos do estado.

A minha mãe foi ainda no meu sítio, fazia quatro meses que não trabalhava, apenas serviços pequenos, e escondido.

— Eu achei que você tivesse puxado um pouco de mim.

— Para senhora ver, eu tenho caráter, algo que com certeza não puxei da senhora.

— Você está a ser burr@, você precisa do sobrenome do meu marido, e isso consegue casando com Paul.

— Resumindo para conseguir trabalho, vou precisar ser corn@.

— Paul e um bom rapaz, ele não irá trair-lhe.

— Ele não irá trair-me, com outras mulheres, apenas com a senhora, isso.

Vi ela ficar vermelha de raiva, será que pensou que eu não sabia.

Toda a cidade sabe, que ela e o enteado tem um caso, acho até que o marido dela também sabe.

— Olha Laura, não quero saber da sua vida. Irei seguir a minha, estou a abrir a porteira, a minha frente, e seguirei para bem longe de vocês, vou sentir saudade de muita coisa aqui, mas você não vai colocar-me "bridão".

Virei as costas para ela, que apenas me colocou no mundo, não irei chamar mãe.

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