BRIANA
O meu pai sempre dizia que o importante era saber quem sabe, não apenas saber tudo. Ter influência, conhecer pessoas, ajuda muito em situações como a de agora. Eu conheço pessoas, não terei vergonha de pedir ajuda.
Com esse pensamento, resolvi ligar para um conhecido.
Ele era o maior fornecedor de produtos veterinários desse estado.
Estava no último ano da faculdade, quando eu estava no segundo e conhecemos.
Nunca gostei do papo dele, que sempre me cortejou, mas nem um beijo ganhou o coitado, ainda mais quando a namorada apareceu gravida, ai que não quis saber dele.
Para a sorte dele, o sogro era representante de produtos veterinários, e trouxe ele para cuidar dos negócios.
Porém, todas as vezes que ia visitar a família na nossa cidade, sempre achava um jeito de me ver.
— Bom dia Otávio!
-Bom dia Briana! Como é bom ouvir a sua voz.
— Ainda descubro para quantas você fala isso.
— Apenas para você. Diz o que você quer, que eu providencio.
— Otávio, estou a tentar arrumar a bagunça que o "vaquinha" deixou aqui na fazenda do Nikolay.
— Fiquei a saber. Mas como eu seria útil.
— Trazendo até amanhã tudo que eu preciso, pois o Rubens roubava de Nikolay, e estava com tudo na casa para mais uma venda, porém, como um bom corno Nikolay não sabia, e colocou fogo na casa.
— Você sabe que para você faria tudo, mas tem a parte da burocracia da venda.
— Essa parte mando para você até o fim do dia, mas preciso dos produtos até amanhã a tarde.
— Mande a relação dos produtos, já vou começar a separar, mas só posso sair daqui com toda a papelada no meu email.
— Você é incrível Otávio, por enquanto obrigada!
— Por enquanto?
— Vou pedir para Nikolay matar um boi fazer um churrasco e convidar você e a sua linda esposa.
-Ela é linda. Mas, não se compara a você. Falando no Nikolay, só depois do escândalo fiquei a saber quem era a tal noiva, quis pregar para o meu lado também.
-Serio?
— Sim, mas Paty resolveu tudo. E ela se saiu mal.
— A sua esposa e esperta.
— Sim, por isso ela aceita o meu amor por você, e eu aceito todos os machos dela.
— Melhor mudarmos de assunto. Te espero amanhã.
— Com certeza, chego aí depois do almoço, irei pessoalmente fazer essa entrega.
Desligamos, e respirei fundo.
Vovó olhava-me estranho, apenas disse para ela:
— O seu neto vai ficar-me devendo essa, porque ter que encontrar esse daqui, aja estômago.
— Ex-namorado?
— Não tenho esse tipo de coragem. Ele é até casado, mas tem esses tipos de casamentos abertos. Ele sempre ficou no meu pé. Após casado, até a mulher veio conversar comigo, pedindo uma oportunidade para ele. Isso é nojento.
-Que mundo é esse.
— Sim, mas o importante que se eu conseguir fazer todos os relatórios amanhã ele traz tudo aqui.
Com esse pensamento comecei a digitar tudo, deu para ver de longe o fogo dos produtos.
Disseram que havia um alçapão, que não havia queimado, foi ali que jogaram tudo, ia ser fácil convencer o tal fiscal.
Pensando nisso, imaginei que Rubens só poderia ter esse fiscal na mão, para conseguir se safar sempre.
Resolvi fazer mais algumas ligações, agora para o pessoal do governo, já contando também a história do incêndio, roubo dos produtos, assim ia a descobrir quem vinha fazendo a fiscalização da fazenda.
Vovó chegou com o meu almoço, na verdade, ela ficou o dia todo me servindo café.
— Olha acho que irei tomar um banho gelado vovó, depois irei comer.
-Vai sim.
Assim segui para o meu quartinho, tomei um banho e coloquei a roupa confortável que sempre gosto.
Quando voltei, tinha um email de um amigo, que sabia de todas as fofocas do mundo da pecuária.
Fui a comer e lendo.
— A minha neta, você assim vai passar m@l.
— Vovó agora, não é trabalho. E fofoca sobre Rubens.
-O que mais ele aprontou?
— Fiquei curiosa para saber por que ele passava por toda a fiscalização. Fiz algumas ligações e descobri, nos últimos dois anos, a fazenda vem sendo fiscalizada por apenas quatro pessoas. Passei esses nomes para um amigo meu que sabe da vida de todos.
— Um fofoqueiro.
— Isso, ele acaba de me informar, dois dos fiscais, estavam envolvidos no esquema da "vaquinha" na faculdade, mas ele não dedurou ninguém, mas todos diziam que tinha fotos, isso para usar depois. Com certeza usa agora. Os outros dois, já foram amantes do "vaquinha", que sempre teve fitas para chantagem.
— Esse Rubens não vale nada.
— Olha serei sincera, todos achavam que ele estava aqui só porque era amante do seu neto, o Nikolay.
— Não, o meu neto, tinha ele como amigo. E o meu neto gosta de mulher.
— Fique tranquila, agora ninguém mais dúvida.
Terminei tudo e enviei para o advogado.
O problema agora era chegar até a cidade para vovó e eu assinarmos os papeis.
Claro que já tinha garantido que nem um dos quatro ex-amantes de Rubens viessem para fazer a fiscalização.
-Briana, o advogado ligou, ele disse que hoje o cartório fecha mais cedo, ou seja, daqui menos de uma hora. Não iremos chegar a tempo.
— Coloca umas calças confortável vovó, pega os seus documentos. Chegaremos lá em trinta minutos.
— A menina não está a pensar em levar dona Tatiana de moto daqui para a cidade.
-Lucio enquanto conversamos perdemos, tempo, já vou arrumar-me netinha.
Eu também, peguei os documentos, liguei a moto e fui buscar a vovó.
A moto nessa situação iria ajudar na questão tempo, o bom que vovó Tatiana aceita aventura, por Lúcio iríamos de carro com todo cuidado, irei com cuidado mas vom uma velocidade que ele nem pode pensar.
Segui com vovó na moto para a cidade, exatos vinte cinco minutos até a entrada da cidade.Já na cidade seguimos direto para o cartório.O advogado estacionava, então parei ao lado dele, vovó já foi a cumprimentar animada.-Quase chegamos antes de você.— Tatiana, você veio de moto? Nikolay irá ficar uma fera.— Vai não, sei que logo o meu neto vai estar e domado e mansinho.Ela olhou para mim, que não entendi nada.Depois das apresentações seguimos para assinar a papelada.O cartório fechou as portas, mas continuamos ali dentro.Os donos eram conhecidos de dona Tatiana, deixaram que terminássemos tudo.Saindo dali seguimos para o escritório do doutor Osvaldo.— Senhorita Briana você sabe que os produtos precisam estar na fazenda amanhã.-Eles estarão! -Falei com firmeza passando tranquilidade.— O pessoal que pode fornecer tudo isso e difícil de lidar. Gostam de prazos.— Pode ficar tranquilo. Já enviei por email tudo que eles precisam. Já recebi a confirmação.— Tatiana se essa moça
BRIANASeguimos para a pista.O avião já havia pousado, vi de longe Otávio descendo, assim que me viu ficou a acenar com a mão.— Bom tarde homem de palavra.— Bom tarde, mulher linda.Ele caminhou até onde estava, Precioso recuou.— Esse cavalo tem uma personalidade forte. Só não mais forte que a dona.Ele era patético, ficava a fazer sorrisinhos, piadinhas com um olhar falso de apaixonado.Para me salvar vovó chegou sorridente.— Boa tarde doutor Otávio.-Boa tarde dona Tatiana. Prazer em conhecê-la. Onde está Nikolay?— Surgiu uma emergência na fazenda Floresta. Ele precisou ir às pressas para lá. Mas deixou a nossa Briana cuidando de tudo.Lúcio chegou com o caminhão para buscar toda a encomenda.Deixamos ele ali e seguimos para a sede da fazenda, Otávio foi com vovó Tatiana, eu lembrei que ele sempre falava da lembrança de infância quando andava de charrete com os avôs.Chegando na sede uma bela mesa de café da tarde esperava por nós.-Briana linda, você é uma bruxinha. Está a qu
BRIANAVoltamos para a mangueira, pedi que vovó ficasse para estar presente nas primeiras vacinas, pedi que me esperassem.Fui ao meu quartinho tirei a minha roupa de "piriguete boiadeira", coloquei a roupa de trabalho e já voltei com os meus ajudantes e todo material para vacinação.Meire ficaria responsável por registar alguns momentos, fiz todos assinarem termos de autorização de imagem, na verdade, ficaram animados em saber que iríamos filmar eles trabalhando, e iriam para as redes sociais.Pedi que toda a equipe ficasse ao fundo, Lúcio e Vovó ao meu lado e pedi que Meire começasse a filmar.Suspirei e já fui a começar a falar."Olá, estamos aqui na Fazenda "DOM MIRA", ou "CASA DA PAZ', de propriedade de Nikolay Petronovsc, que vai estar com a equipe logo, mas deixou aqui a sua simpática avó dona Tatiana Petronovsc, a matriarca da família. Também o administrador dessa fazenda o senhor Lúcio, e parte da equipe da fazenda, diz um oi aí pessoal...."Fui a falar sobre o trabalho que e
BRIANAEstou nervosa, sim, muito, mas agora era hora de colocar a confiança como mascara, pois o pessoal da fazenda sabe bem o que essa fiscalização significa.Acordei cedo como sempre, e fui buscar o meu leite, o seu "Papinho", quem tira para mim, os outros falam que ele tem muita conversa e pouca ação na lida, mas gosto da conversa dele riu sempre com a suas histórias, a esposa dele, dona Rebeca, hoje mandou doce de goiaba para mim.Segui para casa de vovó, irei tomar o café mais cedo.Assim fazemos, m@l o sol nasceu, já estamos com gado na mangueira, já começando a vacinação, registro de cada animal da fazenda.Fiz questão de instalar um equipamento que já vai a esterilizar os animais na entrada da mangueira e na saída, assim não corremos o risco de contaminação.Na página na ‘internet’, fiz questão de mencionar o @ de cada marca de produto usado aqui, e também o nosso fornecedor.Que já mandou dizer que assim que o "meu namorado" voltar ele quer um vídeo dele também, e que tem uma
BRIANAUma hora depois eles chegaram, eu havia ficado para o último turno de almoço, já para atende-los.Fui até onde estavam.O rosto dos dois quando escutaram o meu cumprimento foi um espanto só.— Bom dia mestra Dolores! Bom dia colega Pablo! Fizeram uma boa viagem até aqui.-Briana, você veio longe para se livrar da sua mãe. Fico feliz em poder avaliar-lhe mais uma vez.Dolores falou tirando o jeito durona e vindo abraçar-me.— Queria estar lá para dar uns tapas em Laura, ela perdeu todo o juízo de vez.— Queria que estivesse.-Briana, minha diva, olha onde estamos.Ele fez uma pequena reverência na minha frente, pegou a minha mão depositando um beijo molhado de mais, mas agora não ia poder limpar a mão como já fiz no passado.— Olha, acho que ganhei um ponto, ela não limpou.— Acho que o único ponto que você tem aqui e por ser um dos avaliadores dela, apenas isso. Mas Briana, limpe logo, esta dando para ver a baba dele daqui.Nem pensei duas vezes, joguei álcool na minha mão, tir
NIKOLAYAcho que pisei em rabo de cobra, muita tempestade ao mesmo tempo.Ser traído, por ele que acreditava ser meu amigo.Ela nunca foi nada para mim, ia casar por conta da besteira que achava ter feito.Ai, precisei contratar um veterinário que nem conheço, espero que esteja tudo certo na fazenda.Para ajudar a minha fazenda nova, sofreu muito por culpa de proprietários sem consciência ecológica.O vizinho tinha uma barragem ilegal, que rompeu invadindo várias outras propriedades, entre elas a minha.Toda a região ficou no escuro, perdi parte do rebanho.Casas dos trabalhadores destruídas.Juntei alguns homens e viemos para ca.Sem comunicação por mais de dez dias.Porém, já conseguimos reorganizar o gado, consertar algumas casas.Comprei móveis novos para todos os funcionários prejudicados. Dei uma bonificação em dinheiro também.Sei que vou precisar voltar logo aqui, com o veterinário, quero deixar tudo organizado.Estamos agora voltando para o lugar onde chamo lar.Estamos no ca
NIKOLAYQuando ela chega mais próximo, percebo que ela é um mulher linda do c*****, com aquele queixo empinado, jeito de quem não aceita ordens, nunca foi domada, dá-me umas coisas, que me preciso controlar, pois a minha vontade era já pegar naquele queixo e dar um beijo naquela boca.-Nikolay querido, essa é a veterinária Briana Shistens! — Vovó fala com um sorriso largo de mais, para o meu gosto.A pequena me estende a mão, que olho sem ainda acreditar, como assim? Veterinária, essa menina.— Boa noite, senhor Nikolay!Pego aquela mão pequena e macia, já imaginei ela segurando outra parte do meu corpo, para Nikolay, virou um tarado agora, nunca foi assim.— Boa noite! Mas?Ela solta a minha mão, olhou para minha avó:— Vovó, não irei jantar, ganhei um pão e doce de Rebeca, e preciso terminar uns relatórios, sem falar que isso vai ser bom, pois acredito que precisa tirar algumas dúvidas do lobisomem aqui, quer dizer do seu neto. Boa noite para vocês!Vovó riu da fala dela, que saiu r
NIKOLAYEncerrei a ligação com aquilo na cabeça.Se a moça realmente está a fazer um bom trabalho, não iria fazer o 'favor' para esse político.Mas, ela ter passagem na polícia, isso era problema, então chamei vovó.— Então, querido, o que achou do projeto?— Impressionante, e a moça parece ter muitos amigos. Mas, também tem inimigos.— Já chegou nos seus ouvidos, que ela está a ser processada, por agressão.Oi? Como assim, agressão, olha o tamanho da mulher, vai agredir quem, outro @n@o?— Por favor vovó explique-me isso.— Ela mesma falou, ela quebrou dois dentes do enteado da mãe dela. A mãe, que não a criou quer que ela case com o fulano, mas não deu certo, então ele tento agarrar a força. Ela apenas se defendeu, e deu uma surra no s@f@do. Mas, se existir justiça não vai dar em nada, pois ela tem as filmagens dessa tentativa de assédio e outras dele. Ela me mostrou a da surra, ótimo.— Como um homem adulto consegui apanhar de uma mulher daquele tamanho? Era o que um magrelo, baixi