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6-VETERINÁRIO SR SHISTENS

BRIANA

Está já incomodada com aquele povo olhando para o cavalo, e para mim também, então escutei.

— Lúcio, porque Preciosa está aqui fora, Niko, não havia levado ela.

— Senhora Tatiana, ele levou, esse é o Precioso, da menina Briana, a nova veterinária.

A mulher lançou um sorriso cativante na minha direção. Depois começou a gargalhar.

Qual a graça? Eu perguntei na minha cabeça. Enquanto ela caminhava na minha direção.

-Bem vinda Briana. Mas, todos aqui esperávamos um tal senhor Shistens. A mulherada até especulava se seria novo velho, bonito, solteiro, casado. Então aparece uma menina linda, que ainda traz um cavalo que é a cópia da égua de estimação do meu neto Nikolay, e para ficar mais divertido, o nome é do seu cavalo é Precioso, a égua é Preciosa. Eu sou Tatiana, mas pode chamar-me vovó Tati.

— Obrigada por esclarecer vovó Tati, Shistens, é o meu sobrenome, acho que acabei atrapalhando você chegando antes.

— De forma nem uma, agora vamos colocar o Precioso, onde possa descansar da viagem, e nós duas temos muito o que conversar.

Gostei dela, conforme levava o cavalo, ela foi apresentando o pessoal.

Deixei o cavalo tranquilo, e fui conversar com ela, que já havia dispensado os curiosos, restando apenas Lúcio, outra senhora que descobri ser Joana.

— Senhorita Briana, vamos até o escritório da casa, pois temos muito o que conversar.

Não gostei daquilo, primeiro que o tal neto que era para me receber não apareceu, será que é um misoginio, que ao saber que sou mulher pediu para a vovó vir dispensar-me, era o que faltava.

— Vovó Tati, por favor chame-me apenas Briana, ou Bri, Ana, ou meu novo apelido menina. Para uma boa conversa aqui está ótimo para mim. — Falei já sentando num toco que havia ali, tinha outros, acredito que usados para roda de terere.

Olharam para mim, como para um et, mas sentaram.

— Gostei, então não precisamos chamá-la doutora veterinária Shistens?

— Já disse Lúcio, Shistens, era o meu pai, continua a chamar de menina mesmo. Agora falem-me, já estou demitida por ser mulher, é isso.

— Olha devo, admitir, você ser uma garota, foi um espanto. Mas, não será demitida por isso, até porque a suas recomendações foram ótimas.

-Que bom! Então, digam logo, porque dessas caras que querem contar-me que o príncipe encantado fugiu com a bruxa.

— Estou a gostar dela. — Joana falou sorridente.

-Briana, a sua mudança chegou a três dias atrás, muito prática a equipe de mudança, deixaram tudo certinho. Porém, naquela noite tivemos uma tempestade. Sabe aquilo de um raio não cair no mesmo lugar, pois bem, caiu, e logo na casa onde você iria ficar.

Não me segurei comecei a rir, eles faziam drama com isso.

— Deve ter sido um prejuízo e tanto, aquela casa parecia nova. Mas, parece que mais alguém achou que ela não combinava com a fazenda.

Nesse momento todos riram juntos.

— Vovó Tati, quando fui informada, disseram-me que a parte do laboratório e da farmácia veterinária, tinha um quartinho em anexo, eu fico ali, vou precisar que vocês me forneçam as refeições ao menos até eu comprar uma geladeira e um fogão, do resto não precisão ficar preocupados.

— Olha a minha filha, queria, na verdade, que você fosse lá para casa. Moramos apenas Joana, Nikolay que está a viajar, e eu. Ficaria feliz te-la como a nossa hóspede.

— Se estivesse a passeio, iria aceitar com certeza, mas estou a trabalho, e ficar aqui perto vai facilitar nesse começo, pois sei que terei que organizar algumas coisas, dada a referência de quem cuidava antes.

— Tudo bem, isso teremos que esperar Niko voltar. Ele precisou ir cuidar da boiada de outra fazenda. Problemas com inundação.

— Eu entendo, mas se você puderem mostrar-me onde posso ficar agradeço, preciso de uma banho.

— Mas, lá não tem nada.

— Preciso apenas de um colchão para deitar.

Lucio e Joana me levaram para o lugar.

Era a poucos metros do curral, estava limpo, então fui tirar as minhas coisas.

Tinha equipamento de acampamento, então foi fácil instalar-me.

Deixaram um rádio comigo, pois iriam comunicar o horário do jantar, a noite já vinha, então fui tomar um banho, por sorte o quarto tinha um banheiro, isso facilitou a minha vida.

A casa do fazendeiro, ficava uns quinhentos metro de onde estava, para ir durante o dia tudo bem, mas voltar a noite não queria arriscar já que não conheço a região, assim tirei a Harley e fui de moto até lá.

Joana e vovó ficaram vidradas na moto, vovó, na verdade, disse que quer aprender a pilotar.

O jantar foi animado com as duas, fizeram-me muitas perguntas, a primeira foi sobre namorados, últimos amores, se tinha deixado alguém esperando.

Já aproveitei e contei que tinha uma queixa contra mim, por bater no enteado da minha mãe.

Após o jantar, elas ainda me ofereceram um pinga com raiz, tomei e voltei para o meu quarto.

Como ainda era cedo, resolvi abrir a farmácia veterinária, e dar uma olhada.

Já nas primeiras observações, vi que teria muito trabalho, a situação era pior do que eu imaginava, esse fazendeiro é muito ingénuo por acreditar no "vaquinha".

O pior que agora, eu e o fazendeiro estamos encrencados, se não conseguir resolver esses problemas.

Não gosto de coisa enrolada, muito menos errada, aqui está tudo errado.

Notas, datas das vacinações, produtos vencidos adulterados.

Isso me assusta? Sim! Irei fugir desse desafio? Jamais!

Irei tomar isso como uma prova de fogo, onde terei que colocarei todos os meus conhecimentos em prática, não farei isso para provar nada a ninguém, apenas para mim.

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