CAPÍTULO 8

Eu fui resolver algumas questões importantes e depois fui pra casa, quando a noite chegou o Lion me avisou que precisava iniciar a quimio o mais rápido possível, então eu cuidei de tudo pra que ele pudesse fazê-la em segurança, no dia seguinte eu fui prestar o meu apoio a ele no local marcado, mas quando cheguei lá, eu vi que ele estava acompanhado da filha linguaruda dele que ficou revirando os olhos ao me ver.

Apesar de eu perguntar se ela estava com problema nos olhos, eu imaginei ela revirando aqueles olhos enquanto cavalgava em cima de mim, eu sabia que o Lion estava confiante que eu iria cuidar da filha dele, e eu cuidaria, mas nada me impediria de sugar até a alma dela.

Eu fui bem direto ao falar no ouvido dela que depois de um tempo ela ficaria completamente rendida a mim, e com toda certeza ela pensaria no que eu disse por dias, mas era essa a minha intenção, eu queria que ela fosse alimentada por pensamentos que talvez ela nunca tivesse tido.

Depois que o Lion a levou para dentro do hospital clandestino que tínhamos, eu fiquei a olhando a distância, ela me encarou e depois me ignorou como se aquilo fosse me afetar de alguma forma, aquela garota era terrivelmente audaciosa.

Logo depois eu a vi chorar e falar algo com o pai dela, e eu pude perceber onde estava a sensibilidade dela, coisa que eu não tinha certeza se existia, mas o amor que ela tinha pelo Lion era o mesmo amor que eu tinha pelo o meu pai.

Eles saíram de dentro do hospital e caminharam até onde eu estava e o Lion me falou sobre a decisão de não fazer o tratamento, e eu entendi que aquela era a forma que eles encontraram de aproveitar os últimos momentos juntos, e eu não podia ignorar aquele pedido vindo do Lion.

Ele precisava daquele tempo com a filha, e eu tinha a obrigação de dar aquele tempo pra ele.

Eu selecionei os melhores homens, separei os melhores armamentos, e programei a retirada deles do país, nada podia dar errado, pois o Lion merecia ter um final feliz, mesmo carregando a dor de deixar a filha dele pra trás.

— Prestem atenção, eu não aceito erros, vocês irão ficar responśaveis pela segurança do Lion e da filha dele, se algo acontecer, vocês pagarão com a vida, o nosso irmão irá aproveitar os últimos meses de vida em paz, e quando ele estiver prestes a partir, eu quero ser avisado imediatamente, fiquem de olho na garota, ela pode tentar fugir após a morte do pai dela, porém quando ele partir, eu serei o único responsável por ela, essa foi uma promessa que fiz pro Lion e eu não irei falhar com ele, agora podem ir, os dois aviões já estão na pista de pouso esperando vocês, o Lion e a filha dele já estão lá.

Eu esperei todos se retirarem e me tranquei no meu escritório, muitas coisas estavam passando pela a minha cabeça naquele momento, mas nada referente aos problemas que eu tinha o costume de lidar diariamente, afinal eu tinha uma preocupação maior que era a Ana, não que ela estivesse acima dos meus deveres e compromissos, mas por que a arrogância dela mexeu muito comigo e ativou em mim um desejo acima do normal.

— Ana, Ana, acho bom você aproveitar bem esse tempo longe de mim, pois eu não vou dar nenhum dia de paz pra você enquanto você não se render a mim.

Falei enquanto me servia de uma taça com uísque.

Quando eu olhei no relógio eu percebi que eu havia me perdido em pensamentos por muito tempo e decidi descansar, eu levantei da poltrona, caminhei até a minha suíte, tomei um banho e me deitei, só assim pra me desligar completamente daquela garota.

O dia amanheceu e ela foi o meu primeiro pensamento do dia, e isso me incomodou, pois mesmo sem eu ter tido a chance de tocá-la, ela já estava impondo a presença dela na minha cabeça.

— Caralho, essa garota vai me pagar tão caro ainda, ela nem imagina o quanto.

Falei enquanto me levantava furioso e segui pro banheiro.

Eu terminei a minha higiene pessoal e me vesti, pois o dia seria cheio, mas antes decidi ligar pro Lion pra saber se eles haviam chegado bem, embora eu soubesse que sim, mas quem atendeu foi a desaforada da Ana.

— Você sabe o que é dar paz pra alguém garoto do crime?

— Paz é o que você menos vai ter, garota rebelde.

— Você acha que isso me causa medo?

— Deveria causar, eu costumo ser bastante violento com quem não me respeita.

— Eu não vi isso quando eu te coloquei pra correr do meu quarto, eu achei que o chefe da máfia fosse mais inteligente e ameaçador.

— Você vai pagar por todo esse abuso, garota.

— Uii, ele tá com raivinha, que medo.

Antes que eu pudesse respondê-la, eu ouvi a voz do Lion.

— O que você pensa que estava fazendo Ana? Me dá logo aqui esse celular.

Eu estava me sentindo furioso,a minha vontade era de pegar um avião e ir lá dar uma boa lição nela, mas tentei me conter por respeito ao Lion.

— Alô, Kall?

— Como está Lion? Estou ligando pra saber se chegaram bem, e se estão precisando de algo.

— Está tudo bem, não tivemos nenhum problema.

— Que bom então, ligue pra mim caso necessite de mais segurança ou alguma outra coisa, amanhã três médicos chegarão aí pra ficar a sua disposição caso tenha alguma emergência.

— Obrigado Kall, você é um bom garoto.

Ao fundo eu ouvi a voz da Ana…

— Bom garoto? O senhor não deveria estar mentindo à beira da morte, essas mentiras podem condenar a sua alma ao inferno.

Eu decidi desligar a ligação antes de descontar toda a minha fúria no Lion, eu não queria demonstrar pra ele o quanto eu estava louco pra esfolar a filha dele, embora no fundo ele soubesse disso.

— Que garota ordinária.

Eu saí andando de um lado pro outro, tentando controlar a minha raiva, mas eu sabia que isso não iria passar tão facilmente, então eu saí do quarto e fui até um dos meus homens.

— Tomás, vá até a cidade e traga pra mim a garota mais bonita e gostosa que encontrar, ofereça um bom valor pra ela, e não esqueça das regras.

— Sim senhor.

Não era a primeira vez que eu recebia alguém pra me satisfazer sexualmente, mas todas as mulheres que eu recebia precisavam estar com venda nos olhos, elas não podiam ver onde estavam ou o meu rosto.

Infelizmente eu nunca estive pronto pra colocar alguém na minha vida daquela forma, eu sempre achei que um homem como eu não poderia amar alguém sem colocar essa pessoa em risco, e por mais covarde que isso parecia, eu não queria me apaixonar por alguém e depois vê-la morrer nas mãos dos meus inimigos, assim como a minha mãe morreu nas mãos dos inimigos do meu pai.

O meu pai matou todos os envolvidos pela morte da minha mãe, mas ele sofreu em silêncio e quase foi derrotado pela dor de perdê-la, e eu jamais queria passar pelo mesmo, então eu prefiria foder mulheres aleatórias sem ter nenhum vínculo emocional com elas.

Aquela foi a vida que eu escolhi, e eu tinha que aceitar a realidade dela.

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