Kall..Ingrata...Era isso o que aquela garota era, mesmo depois de eu fazer um enorme esforço pra ser amigável com ela, eu ainda tive que aguentar a língua solta dela falando coisas que me deixavam extremamente irritado.Ela me pegou olhando pra ela e achou que poderia me afrontar, e uma nova discussão aconteceu bem ali, diante do caixão do pai dela.Eu não queria envolver um morto naquilo, mas eu não poderia deixar ela vencer aquela discussão, e eu jamais alimentaria a ideia de que ela estaria livre depois do enterro, afinal o Lion deixou bem claro o que queria e eu não iria falhar com ele.Ela sabia muito bem que eu jamais a mataria, então soltava palavras ao vento como se realmente não se importasse se aquilo realmente acontecesse.A verdade era que quanto mais eu conhecia aquela garota, mas eu achava o gênio dela parecido com o meu.Eu já tinha ouvido tantos xingamentos na minha vida que não fazia diferença nenhuma vê-la enlouquecer diante do meu comportamento, segurar o queixo
Ana..A sensação de perder alguém que amamos nos coloca em uma montanha russa de emoções, uma hora estamos conformadas com aquela perda, em outra estamos debruçadas sobre o caixão praticamente implorando pra aquilo ser somente um pesadelo.O pior era saber que eu não tinha ninguém pra segurar a minha mão e me dizer que aquilo tudo iria passar.Eu não tinha família, não sabia quem tinha o meu sangue, tudo o que eu tinha eram resíduos das poucas vezes que o meu pai falou sobre a minha mãe.Quando o Kall avisou que o meu tempo com o meu pai havia acabado, eu entrei em desespero, pois aquilo significava que eu não o veria nunca mais e tudo que eu teria dele eram lembranças de uma vida que eu não escolhi.Eu não queria que o meu pai fosse enterrado no mesmo cemitério que o pai do Kall, o meu desejo era que ele fosse enterrado ao lado da minha mãe, mas eu nunca soube onde ela havia sido enterrada, e aquilo continuaria sendo um grande mistério pra mim.Eu fui pro quarto pegar as minhas coi
Kall..Eu sabia que a Ana iria ficar totalmente perdida ao se deparar com aquelas pessoas que ela nunca viu, mas ela precisava entender quem era o pai dela e como funcionavam as coisas entre nós.Ser um homem respeitado no mundo da máfia era algo difícil, o Lion havia feito o nome dele em nosso meio, então era normal que homens importantes fossem dar o último adeus.Apesar da Ana ter ficado surpresa com a revelação que fiz sobre os cargos daqueles homens, ela se manteve calma, mas ao final do enterro ao ver uma frase bíblica na placa, ela não conseguiu esconder o quanto aquilo a desagradou, ela praticamente esfregou na minha cara que aquilo era uma tremenda hipocrisia.Eu entendi todas as perguntas que ela fez, afinal pessoas como nós na cabeça dela não mereciam o cuidado de Deus, e a fé não se encaixava na nossa realidade, mas mesmo entendendo o raciocínio dela eu fui atingido por cada palavra que ela disse.A verdade era que eu precisava de alguém pra confiar, alguém supremo que e
Ana..Eu estava preparando o meu espírito mentalmente pra lidar com aquela nova vida, mesmo que de forma temporária, foi quando o Kall entrou no carro e eu escolhi não olhar pra ele.Eu me mantive imóvel, apesar da presença dele provocar coisas em mim que eu não deveria sentir naquele momento, na verdade a minha mente era o lugar mais inseguro do mundo e o meu coração o mais traiçoeiro de todos.Eu achei que ele fosse se manter calado depois de tudo o que eu disse, mas ele ficou puxando assunto falando do meu quarto, eu tive que o interromper e pedir pra gente não conversar, tudo o que eu queria era ficar presa em um mundo só meu, sem interrupções de quem mais tinha poder pra o destruir, ele aceitou, mas todo inimigo recua antes de atacar, e eu precisava ter cuidado com aquilo.Entramos em uma lancha pra poder chegar na ilha onde ele morava, eu achei estranho alguém viver em uma ilha da qual eu nunca tinha ouvido falar, mas também não o questionei sobre isso, eu estava exausta demai
Kall..A Ana estava com o pensamento longe quando avisei que tínhamos chegado, o salto que ela deu fez eu questioná-la sobre o que ela estava pensando, e eu torci mentalmente pra que aqueles pensamentos tivessem total relação comigo.Ela jamais admitiria que estava pensando em mim e na nossa aproximação de minutos atrás, então ela disse a primeira coisa que apareceu na cabeça dela, de início eu levei na brincadeira, afinal ela jamais teria coragem de colocar concreto nos meus pés e me matar afogado, e mesmo que ela tivesse essa coragem, ela jamais conseguiria executar o plano com os meus homens fazendo a minha segurança, porém quando ela disse que aquilo seria fácil caso os meus homens fossem como o Valente, eu acabei me sentindo ameaçado.O Lion havia escondido aquela garota praticamente dentro de uma bolha, eu sabia que alguns dos meus homens faziam a segurança dela, mas eu nunca me interessei em saber quem ela era, o Lion nunca comentou que havia preparado a
Ana..O erro do Kall foi achar que a única coisa que eu sabia fazer era lutar bem, eu demonstrei estar desesperada por ele ter me trancado, mas aquilo não fazia nenhuma diferença pra mim, eu realmente precisava descansar e não olhar pra cara dele pelas próximas horas, mas eu sabia que poderia atravessar aquela porta a qualquer momento se eu quisesse, mesmo ela estando trancada.Depois de estratégicamente eu implorar muito pra ele voltar e abrir a porta, eu parei e fui pra mesa jantar, a fome realmente estava apertando e eu já havia passado tempo demais sem forrar o meu estômago, mas quando eu sentei e encarei a comida eu me lembrei que aquela era a primeira vez em toda a minha vida que eu jantava sem o meu pai.As lágrimas começaram a cair no prato e eu soltei um soluço em cada garfada que eu dava.Todos os acontecimentos envolvendo o Kall tiraram o meu foco da dor, mas estando ali sozinha e em completo silêncio eu senti ela gritar dentro de mim.— Eu não sei o que fazer pai, eu jur
Kall..Ela tentou se levantar quando viu eu me aproximando, mas eu empurrei os ombros dela a fazendo deitar na cama e subi em cima dela.— Parou de rir porque Ana? — Sai agora de cima de mim, Kall.Ela tentou me empurrar, mas eu segurei os pulsos dela com força e os prendi logo acima da cabeça.— Eu disse que eu iria matar você, não disse?— Você sabe que eu consigo tirar você de cima de mim em dois segundos, não sabe?Eu aproximei o meu rosto do dela, e a encarei, os nossos lábios ficaram na mesma distância da última vez, bem próximos um do outro.— Tenta Ana, vamos ver se você consegue me tirar daqui antes de eu te fazer gritar.— Gri... Gritar? Porque eu gritaria?Ela estava tão nervosa que quase não conseguiu pronunciar direito as palavras.Com uma única mão eu mantive os pulsos dela presos, e a outra eu deslizei pela barriga dela e voltei a subir por dentro da blusa enquanto continuava encarando ela.— O que você está fazendo?A pergunta dela foi como um sussurro, e as pontas
Ana..Eu ainda não conhecia o meu corpo tão bem e nem todas as reações que ele poderia ter com um toque tão íntimo de um homem, na verdade o meu corpo era como uma terra a ser desbravada, mas eu não imaginei que os primeiros passos que alguém percorreria nele fosse dado por um bandido, afinal era isso o que o Kall era.Quando eu vi ele vindo pra cima de mim, eu tentei fugir, mas no fundo eu sabia que se aquela fosse mesmo a minha vontade, eu teria me livrado dele, e por mais que eu tentasse mentir pra mim mesma, eu queria saber até onde ele iria, e eu nunca me senti tão excitada e tão envergonhada ao mesmo tempo.Eu queria mais, eu queria senti-lo de forma mais profunda, e naquele momento eu não pensei em quem ele era, mas sim no que ele poderia me fazer sentir, eu não sabia que um orgasmo poderia nos deixar tão idiotas e burras... Porra!Era só nessa palavra que eu pensava quando eu abri os olhos depois de relinchar feito uma égua, se tivesse um buraco ali