CAPÍTULO 7

O Lion foi fazer outros exames, buscar uma segunda opinião sobre o caso dele, e eu fui até a casa dele, um lugar que eu nunca entrei, mas que sabia muito bem o endereço.

Assim que os seguranças me viram descer do carro, eles olharam entre si como se estivessem preocupados, mas aqueles homens eram pagos por mim e não pelo Lion, então eles me deviam obediência.

— Cadê a garota?

— Está dentro da casa senhor.

Disse um deles.

Eu não podia negar que estava curioso para conhecer a garota que teve a ousadia de me enfrentar, eu queria ter a certeza que ela manteria aquela coragem na minha frente.

Quando eu entrei na parte interna da casa eu ouvi o som alto vindo do fim do corredor, eu segui por ele até chegar na última porta, eu entrei lentamente e não vi ninguém, eu dei alguns passos e notei que ela estava no banheiro, então eu fui até o som e o desliguei.

Eu sabia que era só uma questão de tempo até ela ir ver o que tinha acontecido com o som, e em menos de um minuto eu ouvi o grito dela.

Quando eu me virei eu não esperava ver uma garota tão perfeita, ela era absurdamente linda, cabelos loiros, olhos azuis, e os lábios bem desenhados, mas durante a minha vida eu fui ensinado a esconder as minhas emoções, então em vez de demonstrar o quanto a beleza dela me surpreendeu, eu apenas levantei a sobrancelha e segurei o meu cordão enquanto tentava analisar o olhar dela.

Eu dei dois passos na direção dela, e ela deu dois pra trás, e pra mim aquilo era o sinal de que ela estava com medo.

Eu falei que ela não era tão corajosa quanto pareceu ser na ligação, e ao perceber quem eu era, ela parou de fugir, como se ela tivesse a necessidade de me provar que eu estava errado.

Eu continuei andando em direção a ela até ficar a um passo de distância, o olhar dela havia mudado, e ela parecia sentir raiva em vez de medo.

Além dela me chamar de intrometido, ela ainda me chamou de invasor, como se eu realmente precisasse de permissão pra entrar lá ou em qualquer outro lugar.

A verdade era que aquela garota não me conhecia o suficiente, ela não entendia de fato quem eu era e o quanto de sangue eu carregava nas mãos, mal sabia ela que eu teria bastante tempo para ensiná-la a me respeitar.

Em determinado momento ela disse na minha cara que aquele era o lar dela, e que eu não poderia invadir aquele espaço, que eu poderia ter poder sobre o pai dela, mas não sobre ela, no mesmo momento eu sorri com aquela fala tão convicta dela, ela não sabia que o destino iria nos juntar muito em breve, e que eu teria total domínio sobre ela.

Eu peguei um canivete no meu bolso e mandei ela colocar a lingua pra fora, se fosse outra pessoa eu arrancaria aquela língua sem nenhuma piedade, mas além de dar a minha palavra pro Lion de que eu não a machucaria, eu também poderia precisar daquela língua algum dia, mas nada me impedia de ameaçá-la com aquele canivete.

Ela ficou olhando pra ele nitidamente assustada, e eu perguntei se ela estava surda, eu queria vê-la implorar pra eu não cortar a língua dela, mas ela se

vestiu novamente de coragem e voltou a entrar em confronto comigo, a língua daquela garota realmente era grande, e ela já estava passando de todos os limites com aquela arrogância dela.

Ela disse que não recebia ordens de ninguém e que na ausência do pai dela, a única autoridade ali era ela, e ainda me ameaçou dizendo que se eu não me retirasse, iria fazer a mesma coisa que eu estava fazendo.

Ela realmente havia conseguido sugar a pouca paciência existente em mim, então eu a segurei pelo pescoço com a mesma raiva que eu usava de incentivo para assassinar os meu inimigos, eu só não esperava que ela fosse se livrar de mim em poucos segundos.

Ela não só conseguiu se livrar de mim, como fez o canivete ir parar longe, foi ali que eu entendi o que o Lion queria dizer com: Ela não é qualquer garota!

Na hora eu demonstrei raiva e disse que aquilo não ficaria daquela forma e ameacei de prestar contas com o pai dela e depois iria voltar pra pegar ela, mas quando ela disse que ficaria esperando, eu me senti desafiado, eu iria fazer aquela garota se render a mim de qualquer forma.

Eu saí do quarto dela e fui pra parte externa da casa, eu tirei o celular do bolso e liguei pro Lion, eu não estava realmente querendo desistir do nosso acordo, eu apenas queria que ele fosse mais incisivo com a filha dela em relação a mim.

— Kall? Aconteceu alguma coisa?

— Isso não vai dar certo Lion, se a sua filha ficar sob os meus cuidados, terá que ser do meu jeito, essa garota não tem limites e eu irei precisar colocar limites nela.

— Eu avisei que ela não era qualquer garota.

— Isso não é desculpa pra ela me confrontar dessa forma, e eu só não a matei porque ela é sua filha.

— Você já me deu a sua palavra Kall, nós não quebramos uma promessa.

— Então preciso de carta branca para ensiná-la do meu jeito.

— Tudo bem, só me dê um pouco de tempo para eu revelar pra ela tudo o que está acontecendo e tudo o que irá acontecer.

— Seja rápido, pois eu não vou aceitar a insolência da sua filha por muito tempo.

— Eu falarei com ela.

— Assim espero.

Eu encerrei a ligação, mas por dentro eu estava ansioso, era algo novo pra mim, não se comparava com a adrenalina de fazer coisas ilegais, era algo bem superior a isso, eu estava disposto a quebrar todas as regras com aquela garota.

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