CAPÍTULO 6

KALL

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Temor, era exatamente isso que eu provocava nas pessoas, eu caminhei bastante por aquela estrada pra chegar onde eu cheguei, mas confesso que antes de eu andar por aquele caminho, o meu pai já havia construído a estrada.

Eu era de uma família de mafiosos, o meu pai fez história antes de ser assassinado covardemente por seu inimigo, o próprio irmão, um traidor que queria a todo custo o poder, no entanto, quando o meu pai partiu, eu assumi a vida dele, os negócios dele e me tornei tão notável e temido quanto ele e eu passei a buscar por justiça, eu botei na cabeça que eu iria honrar o sangue dele.

O meu pai tinha um melhor amigo e esse amigo era o braço direito dele, Lion Benevides nunca o decepcionou e sempre esteve ao lado do meu pai em todas a batalhas, então eu não poderia ter outra pessoa ao meu lado pra depositar toda a minha confiança, então o Lion tornou-se o meu braço direito também, porém eu o tinha como um pai também, pois muitas vezes ele agiu como tal.

A nossa família era grande, tinhamos conselheiros, e tínhamos o Lion que era o líder do conselho, a nossa principal atividade era o tráfico de drogas e armamentos, e éramos conhecidos pela polícia da Itália como “Ratos de esgoto”, pois eles nunca conseguiam nos pegar.

O meu verdadeiro nome é Kallyon Bellini, e Kall era o nome do meu pai, porém meus conselheiros afirmaram que era bom manter vivo o legado do meu pai e eu assumi esse mesmo nome como se fosse a abreviação do meu.

Por falta de provas, o meu rosto nunca foi associado a esse nome, então ao pesquisar sobre o líder da máfia, o meu nome aparecia lá, mas não o meu rosto, afinal eu era um rato.

Eu morava em uma ampla mansão no meio de uma ilha que não era localizado no mapa, o acesso era difícil, fora os vários seguranças que eu tinha ao redor da minha propriedade, todas as nossas embarcações estavam no nome de pessoas que eram livres de qualquer suspeita, e elas eram muito bem pagas pra isso, mas o preço pela traição era a morte, e elas sabiam disso.

Nós estávamos atrás do Daylon Bellini, o meu tio, autor do assassinato do meu pai, ele era um Bellini, então eu podia afirmar que ele era muito bom em se esconder, e ele aprendeu muitas coisa com o meu pai, e isso dificultava muito a nossa busca, mas com a descoberta da doença do Lion, as buscas foram encerradas temporariamente.

Confesso que eu estava emocionalmente desestruturado, e apesar de aquele sentimento ser considerado uma fraqueza no mundo da máfia, era difícil ignorar o fato de que eu jamais iria encontrar um homem como ele, e pela imensa gratidão e respeito que tinha por ele, eu estava totalmente disponível para tudo o que ele precisasse naquele momento.

Na manhã em que descobrimos sobre a doença dele, eu vi um homem completamente desesperado diante de mim, o homem forte e destemido havia sumido e dado lugar a um pai preocupado com a filha, eu coloquei todos os meus homens para fora daquela sala, e tentei agir com humanidade, algo muito difícil de se ver em mim.

Enquanto eu esperava ele se acalmar o celular dele tocou e ele ao ver que era a filha me pediu pra atender, eu nunca havia falado com aquela garota, e apesar de saber que ele era pai de uma menina de 18 anos, eu nunca me interessei por saber quem ela era, a minha única preocupação era até que ponto ela sabia sobre o trabalho do pai dela, e até que ponto o Lion conseguiria controlar a língua dela, o acordo sempre foi ela saber o mínimo possível e nunca comentar sobre mim com ninguém, porém ao atender eu percebi que ela tinha tudo, menos controle na língua.

Aquela era a primeira vez que eu havia sido confrontado por alguém, nem os meus maiores inimigos tinham tamanha audácia.

Eu a ameacei, mesmo sabendo que eu jamais poderia fazer mal a ela, não só em nome de tudo o que o pai dela já fez por mim, mas também em nome de tudo o que ele já fez pelo o meu pai, eu só não sabia que iria surgir mais outro impedimento nessa lista.

— O que houve? Ela falou o que não devia?

Ele perguntou assim que eu xinguei e ela desligou na minha cara.

— Eu não sabia que a sua filha gosta de desafiar a morte Lion.

— Eu sinto muito Kall, ela não consegue medir as palavras dela antes de falar.

— Ela precisa de uma lição.

— Por favor, não faça nenhum mal a ela, não agora que vou precisar tanto de você.

— Como posso ajudá-lo?

— Você sabe que eu sou a única família da Ana, e você sabe dos inimigos que deixei ao longo do caminho, então eu não vou morrer em paz sem saber que ela ficará protegida, eu preciso que você me dê a sua palavra que irá cuidar e proteger ela.

Eu fui pego de surpresa, eu nunca imaginei que seria responsável pela filha do Lion, mas ele praticamente ficou responsável por mim quando o meu pai partiu, então eu não poderia negar isso a ele.

— O que você me diz Kall?

— Eu devo muito a você Lion, então eu não posso ignorar o seu pedido, eu não vou deixar nada acontecer com a sua filha.

— Muito obrigado Kall, isso me dará um pouco de paz.

— Mas preciso que você me deixe fazer uma coisa.

— Que coisa?

— Preciso dar uma lição na linguaruda da sua filha.

— Você irá machucá-la?

— Não, mas se ela vai ficar comigo, ela precisa me respeitar, eu só quero assustá-la um pouco.

— Se você não irá machucá-la, por mim tudo bem, mas devo alertá-lo que a Ana não é qualquer garota.

— Eu sei, ela é sua filha.

— Não estou falando necessariamente disso.

— Do que está falando então?

— Ela sabe muito bem como se defender, então se as coisas não saírem como você quer, não diga que eu não avisei.

— Você acha que uma garota de 18 anos pode me confrontar?

— Aqui estão as chaves de todos os cômodos da minha casa, vá em frente e tire as suas próprias conclusões.

Ele me entregou as chaves e eu fiquei intrigado, mas eu iria pagar pra ver, afinal eu precisava conhecer pessoalmente a garota que iria ficar sob os meus cuidados.

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