Naquela história existiam muitas pontas soltas. Eu fui tão cega ao ponto de não perceber que o meu pai possuía problemas muito maiores do que a máfia? Eu fui tão cega ao ponto de não perceber que tudo que meu pai estava fazendo era pra proteger a minha mãe? Como ele iria proteger alguém que ele mesmo abriu mão? Não fazia nenhum sentido.Por que ele mandou ela ir embora e depois escolheu ficar do lado dela e contra o Kall? Porque ele iria escolher ficar do lado de uma pessoa que iria destruir todo o sistema? Ele iria afundar junto com todos se não fosse aquela maldita doença.A maior pergunta que eu estava fazendo a mim mesma era se ele teria tomado as mesmas decisões se soubesse que iria morrer.Todas aquelas decisões e toda aquela história de ajudar a CIA pertencia a um homem que não tinha a intenção nenhuma de morrer tão cedo, ele não sabia que iria ter leucemia e que tinha pouco tempo de vida.Afinal, o que havia por trás da decisão de me deixar com kall, sabendo que ao descobrir
Em poucos segundos, o celular da Sam que estava no bolso dela, estava na minha mão, o "NÃO" dela parecia mais um surto desesperado.Eu corri com o celular dela pra saída, e uma sirene começou a tocar.— Que porra é essa? Um presídio de segurança máxima?Rapidamente seis caras correram em minha direção.De um lado existia o lago, do outro existia uma mata que eu não sabia onde daria, à frente ficava a trilha da saída, eu precisava ser rápida.— Para com essa palhaçada Ana, você não tem como escapar.A voz do Daylon logo atrás de mim me deu ainda mais determinação pra buscar uma saída.Eu corri em direção ao lago, e subi no pedalinho que havia lá e tentei chegar no meio do lago.Não existia saída lá, os homens dele olharam a distância decidindo se valia ou não o esforço pra irem atrás de mim, sendo que eu não conseguiria ir a lugar nenhum, mas eles ainda não sabiam de um detalhe, o celular da Sam estava comigo, e tudo o que eu precisava era de tempo.Eu tinha a senha do celular, afinal
Kall..Eu estava olhando o mar e pensando em todas as possibilidades que levaram a Ana a tomar aquela decisão, como também pensei no Lion e o quanto ele estava fazendo falta.Enquanto eu pensava em um possível castigo pra Ana, o meu celular tocou, eu olhei a tela e vi que era um número desconhecido, eu achei que fosse novamente a mãe da Sam ligando pra me ameaçar, mas perguntei quem era ao atender, quando eu ouvi a voz desesperada da Ana do outro lado da linha, o meu coração acelerou, depois de ouvir o que ela falou, eu ouvi o som de disparos, eu gritei o nome dela, mas ela me respondeu e a ligação caiu.— Eu vou matar esse desgraçado, eu juro que eu vou matar ele.Gritei furioso...— Chame o Valente agora.Falei pra um dos meus homens.O meu celular apitou e era uma mensagem com uma localização de San Marino.Eu tentei ligar pro mesmo número, mas não obtive resposta.— Que inferno! Que inferno!— Algum problema Kall?O Valente perguntou preocupado, mas a minha primeira reação foi s
Um zumbido enorme no meu ouvido estava me impedindo de assimilar com clareza aquilo que o Valente falou pra mim, ou talvez fosse apenas eu não querendo acreditar no que eu ouvi.— Kall, você ouviu o que eu disse? Kall? Kall?Eu estava tão abalado emocionalmente, que não percebi que estava sem respirar, foi então que o Valente me chacoalhou e eu puxei o ar com força.— Respira Kall, tenta ficar calmo, as coisas não são como parecem ser, há uma explicação pra tudo isso.Eu tentei endireitar a minha coluna e consegui recuperar o meu equilíbrio, mas foi difícil voltar a encarar o Valente sem sentir vontade de matá-lo, então eu puxei a minha pistola e apontei pra cabeça dele.Os meus olhos estavam ardendo, e eu tinha quase certeza que era por conta do esforço que eu estava fazendo pra não chorar, um homem como eu não podia chorar na frente de um traidor.— Kall, abaixe essa arma e vamos conversar.— Me dá um bom motivo pra não estourar os seus miolos agora Valente?— Você precisa de mim p
Ana..Quando eu e a Sam chegamos na margem do lago, o Daylon me segurou pelo braço, o olhar dele era de ódio, não havia nada parecido com o que ele foi a algumas horas atrás.— Você vai me pagar por isso.— Quem vai pagar é você se não me soltar agora.— Eu te dei uma chance Ana, falei tudo pra você acreditando que você ficaria do lado da lei, e você desperdiçou essa chance.— Que lei é essa que você segue que permite que você mate alguém? Não era você que estava gritando pros seus homens atirarem em mim? Você não me engana Daylon, se existe um vilão aqui, é você.— Você vai ficar trancada até eu colocar aquele mafioso na cadeia, e não importa se você vai me considerar um vilão o resto da vida.— Você pode fazer o que quiser comigo, mas só depois que eu trocar essa roupa molhada.Ele olhou pra minha mãe, e ela parecia um gato amoado, e algo dentro de mim me alertava que ela estava escondendo algo de mim.— Leve a sua filha pra trocar de roupa, dois seguranças irão acompanhar vocês,
Kall..Eu chamei o Leonel enquanto o Valente ligava pra um dos nossos contatos que possuía helicóptero, chegaríamos lá em 1 hora, ganharíamos tempo, ele também ligou pros homens dele pra continuarem a procurar a Ana.— Precisa de mim, senhor?— Leonel, você está responsável pela segurança dos nossos homens e da casa, metralhe qualquer helicóptero que sobrevoar a residência, ou qualquer pessoa que tentar entrar aqui, amanhã temos a entrega das outras mercadorias, você já sabe como funciona tudo, se eu não voltar até lá, faça com que tudo chegue ao destino sem interferências, eu não quero que me ligue se houver algum problema, resolva.— Mas o que está acontecendo?— Nada que você precise se preocupar agora, você pode cuidar de tudo pra mim?— Sim senhor.— Ótimo, avise a todos sobre às minhas ordens.Ele concordou e se retirou, e então o Valente se aproximou avisando que o helicóptero chegaria em dez minutos.Eu fui no meu escritório, peguei armas pra mim e pro Valente, peguei dinam
Kall..Por mais absurdas que as teorias do Lion pudessem ser, elas me mantiveram seguro por anos, ele tinha estratégias completamente malucas, mas eram as melhores, e apesar das últimas descobertas terem feito um estrago dentro de mim, eu não poderia ignorar tudo o que ele me ensinou.Nós saímos da parte interna da casa, e buscamos pela parte externa, mas tudo o que encontramos foram homens gemendo de dor, outros mortos, e uma pontada de culpa me atingiu, afinal a partir daquele momento a Ana havia se tornado uma assassina, ela atirou nas pernas na intenção de não matar ninguém, mas alguns sangraram até a morte.— Você não precisa dizer pra ela que esses homens morreram.O Valente falou ao ver a minha cara de preocupação.— Isso certamente iria corromper toda a visão de futuro que ela alimentou durante a vida, ela jamais iria se perdoar por isso.— Então não conte.— No momento que eu abrir minha boca, ela irá saber que eu estou mentindo, não seja idiota Valente, nós estamos falando
Não havia chances pra arrependimentos, não dava pra voltar atrás na palavra.— Ana...Eu...— Eles morreram mesmo?Ela perguntou com a voz embargada, e o Valente tentou amenizar a situação.— A gente não tem certeza Ana, eles poderiam estar apenas desmaiados.— Meu Deus, eu sou uma assassina.Ela começou a entrar em desespero, a se tremer e a perder o fôlego, e eu segurei o rosto dela a obrigando a olhar pra mim.— Presta atenção em mim Ana...Ana, olha pra mim, só pra mim.Ela me encarou com os olhos transbordando de lágrimas, e eu a acalmei.— Você se defendeu, entendeu? Era você ou eles, você não é uma assassina e isso não faz de você uma pessoa igual a mim, você lutou pela a sua vida, é nisso que você tem que pensar todas as vezes que a culpa tentar consumir você. Entendeu?...Ana, você entendeu?— E se o Daylon me incriminar? E se ele fazer de mim uma procurada? Afinal ele tem poder pra isso.Antes que eu pudesse compreender o que ela estava falando, o Valente interferiu na conversa