Ana..Quando eu e a Sam chegamos na margem do lago, o Daylon me segurou pelo braço, o olhar dele era de ódio, não havia nada parecido com o que ele foi a algumas horas atrás.— Você vai me pagar por isso.— Quem vai pagar é você se não me soltar agora.— Eu te dei uma chance Ana, falei tudo pra você acreditando que você ficaria do lado da lei, e você desperdiçou essa chance.— Que lei é essa que você segue que permite que você mate alguém? Não era você que estava gritando pros seus homens atirarem em mim? Você não me engana Daylon, se existe um vilão aqui, é você.— Você vai ficar trancada até eu colocar aquele mafioso na cadeia, e não importa se você vai me considerar um vilão o resto da vida.— Você pode fazer o que quiser comigo, mas só depois que eu trocar essa roupa molhada.Ele olhou pra minha mãe, e ela parecia um gato amoado, e algo dentro de mim me alertava que ela estava escondendo algo de mim.— Leve a sua filha pra trocar de roupa, dois seguranças irão acompanhar vocês,
Kall..Eu chamei o Leonel enquanto o Valente ligava pra um dos nossos contatos que possuía helicóptero, chegaríamos lá em 1 hora, ganharíamos tempo, ele também ligou pros homens dele pra continuarem a procurar a Ana.— Precisa de mim, senhor?— Leonel, você está responsável pela segurança dos nossos homens e da casa, metralhe qualquer helicóptero que sobrevoar a residência, ou qualquer pessoa que tentar entrar aqui, amanhã temos a entrega das outras mercadorias, você já sabe como funciona tudo, se eu não voltar até lá, faça com que tudo chegue ao destino sem interferências, eu não quero que me ligue se houver algum problema, resolva.— Mas o que está acontecendo?— Nada que você precise se preocupar agora, você pode cuidar de tudo pra mim?— Sim senhor.— Ótimo, avise a todos sobre às minhas ordens.Ele concordou e se retirou, e então o Valente se aproximou avisando que o helicóptero chegaria em dez minutos.Eu fui no meu escritório, peguei armas pra mim e pro Valente, peguei dinam
Kall..Por mais absurdas que as teorias do Lion pudessem ser, elas me mantiveram seguro por anos, ele tinha estratégias completamente malucas, mas eram as melhores, e apesar das últimas descobertas terem feito um estrago dentro de mim, eu não poderia ignorar tudo o que ele me ensinou.Nós saímos da parte interna da casa, e buscamos pela parte externa, mas tudo o que encontramos foram homens gemendo de dor, outros mortos, e uma pontada de culpa me atingiu, afinal a partir daquele momento a Ana havia se tornado uma assassina, ela atirou nas pernas na intenção de não matar ninguém, mas alguns sangraram até a morte.— Você não precisa dizer pra ela que esses homens morreram.O Valente falou ao ver a minha cara de preocupação.— Isso certamente iria corromper toda a visão de futuro que ela alimentou durante a vida, ela jamais iria se perdoar por isso.— Então não conte.— No momento que eu abrir minha boca, ela irá saber que eu estou mentindo, não seja idiota Valente, nós estamos falando
Não havia chances pra arrependimentos, não dava pra voltar atrás na palavra.— Ana...Eu...— Eles morreram mesmo?Ela perguntou com a voz embargada, e o Valente tentou amenizar a situação.— A gente não tem certeza Ana, eles poderiam estar apenas desmaiados.— Meu Deus, eu sou uma assassina.Ela começou a entrar em desespero, a se tremer e a perder o fôlego, e eu segurei o rosto dela a obrigando a olhar pra mim.— Presta atenção em mim Ana...Ana, olha pra mim, só pra mim.Ela me encarou com os olhos transbordando de lágrimas, e eu a acalmei.— Você se defendeu, entendeu? Era você ou eles, você não é uma assassina e isso não faz de você uma pessoa igual a mim, você lutou pela a sua vida, é nisso que você tem que pensar todas as vezes que a culpa tentar consumir você. Entendeu?...Ana, você entendeu?— E se o Daylon me incriminar? E se ele fazer de mim uma procurada? Afinal ele tem poder pra isso.Antes que eu pudesse compreender o que ela estava falando, o Valente interferiu na conversa
ANA..Eu imaginei que aquela movimentação de carros fossem os homens do Daylon, eu não vou negar que senti medo, na verdade estar naquela situação completamente sozinha, me fez compreender tudo o que o meu pai tentou me alertar.Ser teimosa nunca foi algo que eu deveria controlar, a teimosia nunca me colocou em risco, mas parecia que depois da morte do meu pai, eu não estava mais ligando pra porra nenhuma.Quando eu fui até aquele lugar, mesmo com os olhos vendados pelas incertezas, eu pensei que a minha mãe conseguiria me defender, ou pelo menos me dar a esperança de um futuro longe da máfia, mas depois de tudo o que vi, o Daylon era quem dava às ordens, e ela obedecia, e talvez naquele momento ela tivesse em perigo por ter me ajudado, sem contar na Sam que havia traído o próprio pai.Quando eu ouvi o som de carros estacionando próximo a cerca, o meu coração perdeu algumas batidas, pois se estavam lá, era porque iriam procurar por ali, a minha primeira ideia foi sair correndo, mas
KALL..Saber interpretar situações de perigo foi essencial pra que eu chegasse até aquele ponto da minha vida, então ao ouvir aquilo fez com que eu questionasse a minha própria inteligência.— Você está me dizendo que o meu homem de confiança na verdade estava me espionando e tramando a minha queda?Eu perguntei completamente fora de mim, eu estava tão esgotado que já era de se esperar que eu fosse explodir a qualquer momento.Eu dei alguns passos e chutei a mesa de centro e ela foi parar longe.— Calma Kall, não é o que parece.O Valente tentou se aproximar, mas eu apontei a arma pra cabeça dele, e a Ana apontou outra pra minha, logo em seguida o Martini e os outros chegaram e também apontaram a arma pra mim.Eu encarei a Ana com decepção, aquela arma apontada pra mim deixou bem claro sobre de que lado ela estava.— Eu vim aqui salvar você e é assim que você me agradece?As lágrimas começaram a cair dos olhos dela de forma mais intensa, mas nada poderia me convencer de que ela havi
ANA..Foi erro meu acreditar que o Kall aceitaria aquela informação de forma tranquila, enquanto eu estava alimentando o meu orgulho, ele estava sendo consumido por uma revolta que eu não fui capaz de conter.Em poucos segundos a mesinha de centro foi jogada pra longe pelo chute que ele deu, e o caus estava instalado, todos estavam apontando as armas um para os outro, mas a minha única intenção era impedir que o Kall matasse o Valente.Mesmo diante da minha explicação, o Kall acreditou que eu havia feito a escolha de ficar contra ele, mas a verdade era que não existiam lados opostos ali, todos estávamos do mesmo lado, caso contrário já teriam matado o Kall, mas ele não quis enxergar isso.O olhar dele de decepção me destruiu, mas nada foi pior do que vê-lo partir sem mim, deixando a promessa de não me poupar caso me visse outra vez.Eu corri atrás dele com um desespero que eu nunca senti, era como se ele fosse água escapando das minhas mãos, como se eu fosse morrer desidratada sem e
KALL..Eu tranquei tudo e voltei pro carro com a foto na mão, eu fiquei pensando se seria fácil localizar aquela mulher, já que a foto era antiga e os traços dela haviam mudado ao longo dos anos.Enquanto eu pensava em como eu iniciaria aquela busca, o Leonel chegou com os meus homens.— Senhor? Você está bem?Eu desci do carro, peguei a bolsa com as coisas da Ana, e caminhei até o nosso carro em silêncio, eu não queria responder a nenhuma pergunta, eu só queria chegar em casa, tomar um banho e descansar.— E esse outro carro, senhor? É pra deixar aqui?— Sim, agora vamos.Ele entrou no carro e fomos, mas eu não pude deixar de notar os olhares disfarçados que ele me dava, talvez na tentativa de entender o que estava acontecendo, mas aquele não era o momento de eu revelar nada, eu só estaria perdendo força e credibilidade informando que havia sido traído por dois dos meus melhores homens, fora a traição de parceiros de confiança como o Trevis e os outros.Durante todo o caminho eu fi