Pela minha vida, por amor a mim mesma, e por amor aos meus sonhos e objetivos, eu decidi sentar e ouvir o restante da história, mas não foi somente por mim, mas pelo Kall também, existia um motivo pelo qual o Valente falou pra eu não desistir dele, e eu queria encontrar uma brecha, por menor que fosse pra justificar o motivo de eu protegê-lo além do amor que estava começando a florescer em mim.Eu sabia que o Kall era um mafioso, e que eu o conhecia muito pouco, mas no final daquela conversa eu queria ter a certeza de que eu não iria ser injusta com ele.— Tudo bem, me contem o restante da história, e depois eu vou decidir se fico aqui ou caio junto com o Kall.— Eu não acredito que você está considerando essa opção por alguém que você não conhece direito Ana.— Eu também não conheço a senhora mãe, e muito menos o seu marido, no entanto estou aqui dando à vocês o benefício da dúvida, quando eu poderia muito bem ignorá-los e voltar pra pessoa que me deu abrigo e proteção depois da mort
Quando a minha mãe retornou, o rosto dela estava completamente vermelho, lembrar de tudo realmente a fez mal.— Você quer deixar essa conversa pra amanhã mãe?— Não, a dor será a mesma Ana, vamos continuar pra acabar logo com isso.— Tudo bem.— O telefone finalmente tocou, a moça disse que haviam gostado muito de mim e deram um endereço pra eu comparecer no dia seguinte, eu fiquei tão feliz que quase não consegui dormir naquela noite.No dia seguinte, eu fui no endereço que me passaram e além de mim, existiam outras garotas, era realmente uma agência, e eu fui selecionada pra fazer uma suposta campanha.Pegaram os meus dados, tiraram as fotos e no final mandaram eu ir pra casa e disseram que me ligariam no fim da tarde pra falar sobre o recebimento do cachê.Foi outra espera na frente do telefone, mas eu estava feliz por esperar, pois eu iria poder ir pra um lugar melhor e iria dar pra pagar as contas atrasadas.Quando eles me ligaram, falaram que iria pagar no dia seguinte, mas que
A pergunta do Daylon pareceu bem ameaçadora, mas nada era mais forte do que a confusão da minha mente.— Como você conseguiu entrar na CIA, uma agência de inteligência Mundial, tendo uma família tão suja? — Eles nunca foram pegos Ana, se você for buscar algum rosto na internet não encontrará nada.— E quem me garante que não foi você que fez esses rostos sumirem? Você mesmo usa um nome falso.— Eu uso justamente pra não colocar essa operação em risco, tudo o que o Kallyon sabe sobre mim foi plantado na mente dele de forma completamente manipulada, ele acha que eu matei o meu próprio irmão pra ter o poder de algo que eu repúdio, você acha que o meu irmão não sabia quem eu era? Ele soube Ana, e eu me tornei o pior inimigo dele por isso.O Daylon começou a falar alto, ele estava nitidamente irritado, e a minha mãe tentou acalma-lo.— Meu bem, fique calmo, tudo isso ainda é uma bagunça pra ela.— Ela precisa crescer Alice, ela precisa entender que o que ela viveu foi só uma ponta do ic
Naquela história existiam muitas pontas soltas. Eu fui tão cega ao ponto de não perceber que o meu pai possuía problemas muito maiores do que a máfia? Eu fui tão cega ao ponto de não perceber que tudo que meu pai estava fazendo era pra proteger a minha mãe? Como ele iria proteger alguém que ele mesmo abriu mão? Não fazia nenhum sentido.Por que ele mandou ela ir embora e depois escolheu ficar do lado dela e contra o Kall? Porque ele iria escolher ficar do lado de uma pessoa que iria destruir todo o sistema? Ele iria afundar junto com todos se não fosse aquela maldita doença.A maior pergunta que eu estava fazendo a mim mesma era se ele teria tomado as mesmas decisões se soubesse que iria morrer.Todas aquelas decisões e toda aquela história de ajudar a CIA pertencia a um homem que não tinha a intenção nenhuma de morrer tão cedo, ele não sabia que iria ter leucemia e que tinha pouco tempo de vida.Afinal, o que havia por trás da decisão de me deixar com kall, sabendo que ao descobrir
Em poucos segundos, o celular da Sam que estava no bolso dela, estava na minha mão, o "NÃO" dela parecia mais um surto desesperado.Eu corri com o celular dela pra saída, e uma sirene começou a tocar.— Que porra é essa? Um presídio de segurança máxima?Rapidamente seis caras correram em minha direção.De um lado existia o lago, do outro existia uma mata que eu não sabia onde daria, à frente ficava a trilha da saída, eu precisava ser rápida.— Para com essa palhaçada Ana, você não tem como escapar.A voz do Daylon logo atrás de mim me deu ainda mais determinação pra buscar uma saída.Eu corri em direção ao lago, e subi no pedalinho que havia lá e tentei chegar no meio do lago.Não existia saída lá, os homens dele olharam a distância decidindo se valia ou não o esforço pra irem atrás de mim, sendo que eu não conseguiria ir a lugar nenhum, mas eles ainda não sabiam de um detalhe, o celular da Sam estava comigo, e tudo o que eu precisava era de tempo.Eu tinha a senha do celular, afinal
Kall..Eu estava olhando o mar e pensando em todas as possibilidades que levaram a Ana a tomar aquela decisão, como também pensei no Lion e o quanto ele estava fazendo falta.Enquanto eu pensava em um possível castigo pra Ana, o meu celular tocou, eu olhei a tela e vi que era um número desconhecido, eu achei que fosse novamente a mãe da Sam ligando pra me ameaçar, mas perguntei quem era ao atender, quando eu ouvi a voz desesperada da Ana do outro lado da linha, o meu coração acelerou, depois de ouvir o que ela falou, eu ouvi o som de disparos, eu gritei o nome dela, mas ela me respondeu e a ligação caiu.— Eu vou matar esse desgraçado, eu juro que eu vou matar ele.Gritei furioso...— Chame o Valente agora.Falei pra um dos meus homens.O meu celular apitou e era uma mensagem com uma localização de San Marino.Eu tentei ligar pro mesmo número, mas não obtive resposta.— Que inferno! Que inferno!— Algum problema Kall?O Valente perguntou preocupado, mas a minha primeira reação foi s
Um zumbido enorme no meu ouvido estava me impedindo de assimilar com clareza aquilo que o Valente falou pra mim, ou talvez fosse apenas eu não querendo acreditar no que eu ouvi.— Kall, você ouviu o que eu disse? Kall? Kall?Eu estava tão abalado emocionalmente, que não percebi que estava sem respirar, foi então que o Valente me chacoalhou e eu puxei o ar com força.— Respira Kall, tenta ficar calmo, as coisas não são como parecem ser, há uma explicação pra tudo isso.Eu tentei endireitar a minha coluna e consegui recuperar o meu equilíbrio, mas foi difícil voltar a encarar o Valente sem sentir vontade de matá-lo, então eu puxei a minha pistola e apontei pra cabeça dele.Os meus olhos estavam ardendo, e eu tinha quase certeza que era por conta do esforço que eu estava fazendo pra não chorar, um homem como eu não podia chorar na frente de um traidor.— Kall, abaixe essa arma e vamos conversar.— Me dá um bom motivo pra não estourar os seus miolos agora Valente?— Você precisa de mim p
Ana..Quando eu e a Sam chegamos na margem do lago, o Daylon me segurou pelo braço, o olhar dele era de ódio, não havia nada parecido com o que ele foi a algumas horas atrás.— Você vai me pagar por isso.— Quem vai pagar é você se não me soltar agora.— Eu te dei uma chance Ana, falei tudo pra você acreditando que você ficaria do lado da lei, e você desperdiçou essa chance.— Que lei é essa que você segue que permite que você mate alguém? Não era você que estava gritando pros seus homens atirarem em mim? Você não me engana Daylon, se existe um vilão aqui, é você.— Você vai ficar trancada até eu colocar aquele mafioso na cadeia, e não importa se você vai me considerar um vilão o resto da vida.— Você pode fazer o que quiser comigo, mas só depois que eu trocar essa roupa molhada.Ele olhou pra minha mãe, e ela parecia um gato amoado, e algo dentro de mim me alertava que ela estava escondendo algo de mim.— Leve a sua filha pra trocar de roupa, dois seguranças irão acompanhar vocês,