"Solte-o! Vamos deixar a boneca se sentir à vontade, relaxar o corpo e me mostrar do que ela é capaz. Hahahaha!" As gargalhadas dentro do galpão se tornaram ainda mais fortes, mais altas. Um dos meus homens foi até o imbecil e o soltou, fazendo-o cair sobre os joelhos.Sei que ele já está com a mente toda fodida pelo que foi obrigado a presenciar. Os gritos, os pedidos de ajuda da esposa e da filha devem estar martelando em seus ouvidos. E, sem falar que saber que elas serão prostitutas em algum dos bordéis da Khazar deve ser um martírio para qualquer pai e marido. Saber que suas "mulheres" agora servirão de objeto para cada membro do clã, que serão usadas e descartadas, sem ganhar uma mísera lira pelos serviços prestados...Após recuperar o fôlego — ou melhor, as forças —, ele se lança em minha direção com os punhos cerrados, tentando me acertar de todas as formas. Eu me desvio de cada golpe, e em um desses movimentos, ele perde o equilíbrio e cai. Mais uma vez, os meus homens caem n
Quando meu filho me convenceu a deixar um pouco o imprestável do Anthony descansar das dores que estava sentindo, para que depois eu pudesse causar muito mais, eu não imaginava o que estava por vir. Assim que chegamos em casa, fui direto para o escritório, e meu filho foi para o seu quarto. Fiquei vendo alguns papéis das últimas compras de drogas, armas, o controle de entrada e saída de dinheiro, e as cobranças pela segurança fornecida aos moradores da Calábria. Notei que o desfalque que nos foi dado é ainda maior do que eu imaginava, e tive que voltar a calcular o tamanho do prejuízo que me fora causado. Já estava ficando cada vez mais irritado a cada folha que eu conferia. Via que os números não batiam, e minha raiva só aumentava. No mesmo instante, meu telefone toca, e sou avisado pelo meu pessoal que faz o controle da entrada da cidade que vários carros suspeitos entraram na cidade e que eles estavam os seguindo de longe, para ver o itinerário que eles estavam seguindo.Não demor
Não demorou quase nada para elas serem entregues no galpão. As mulheres estavam dentro de uma das vans próximas e logo foram trazidas por dois dos meus homens. Quando ele as viu, o desespero estava estampado em seu rosto. Anthony se debateu, tentando se soltar de todas as formas, mas estava muito bem preso, com a boca livre para falar o que quisesse e quando quisesse.— Como eu disse antes, seu verme, está nas suas mãos...Ele se manteve calado. Então, me aproximei da mesa de ferramentas e ordenei que deitassem a filha dele na mesa, prendendo seus pés e mãos.— Como pode ver, ela será a primeira. — Peguei algumas lâminas de bisturi, o kit de agulhas, chaves de fenda e um martelo, caminhando em direção à mesa onde a menina já estava, cada vez mais apavorada, pedindo ajuda à mãe e ao pai. Assim que fiquei ao lado dela e comecei a me preparar para fazer as incisões, entre as lágrimas da filha e da esposa, ele decidiu ceder.— Eu falo, seu miserável! Eu falo tudo o que você quer, mas deix
AndrewAcordei com uma voz me chamando. Ao olhar, vejo que é Angelina me chamando para tomar o café da manhã. Sinto uma certa dificuldade para abrir os olhos completamente, mas aos poucos vou tentando. A fadiga já diminuiu bastante. Forço o meu corpo a se levantar e sigo para o banheiro. Depois de escovar os dentes e tomar um banho, me sinto bem mais leve. Isso é ótimo, sinal de que o veneno está saindo aos poucos do meu organismo. Vou para a sala de jantar, e o meu pai já está à minha espera.— Bom dia, pai, irmãos... Vejo que começaram o dia cedo hoje. A que devo a honra de todos estarem reunidos aqui tão cedo?— Na verdade, filho, hoje ficaremos aqui. Tenho bastante trabalho para colocar em ordem, e você aproveita para ficar de repouso também. Caso amanhã esteja melhor, voltamos ao galpão para terminarmos o que começamos.— Tudo bem, pai. Já ia comentar que pretendo ficar em casa hoje. Deixa aqueles dois imprestáveis descansarem hoje, assim estarão mais abertos a brincar amanhã, rs
TerniDou um soco na mesa, fazendo os papéis que estavam em cima se espalharem pelo chão.- Não posso acreditar que eles conseguiram mais uma vez! Era para o pentelho do filho do Giorgi estar morto a essa hora. Tive tanto trabalho pra nada! Esse moleque insolente ainda consegue respirar. Ao menos ele ainda não sabe que sou eu por trás de todos os problemas que andam acontecendo com ele e com essa insuportável Khazar. Giorgi nunca desconfiou que eu matei a digníssima esposa dele. Sempre confiou em mim de olhos fechados. Nunca levou a sério aquele ditado: "O pior cego é aquele que não quer ver"...Conheci o insuportável Giorgi Montanaro há muitos anos, na verdade desde a nossa adolescência, quando meus pais foram morar na Calábria. Aquela minúscula cidadezinha sem muitas oportunidades. Assim que conheci o pulha, percebi que ele tinha um grande potencial. Então, colei nele o tempo todo, andando junto por todos os lados. Ele era revoltado com a vida que levava naquele lugar e jurava que m
Acordo com o telefone tocando, atendo com voz de sono. Claro que eu já imaginava do que se tratava quando escutei a voz do Giorgi...— Oi, meu amigo, aconteceu alguma coisa? Que voz é essa?— Aconteceu sim, meu grande amigo. Por favor, venha aqui para a minha casa. Eu preciso de um amigo neste momento...— Tudo bem, Giorgi. Me dá alguns minutos, e eu chego aí. Acabei de acordar, ainda estou um pouco aéreo, mas logo, logo eu chego.— Venha, meu amigo, venha. Eu preciso de você...Desligo o telefone e caio na gargalhada. Tudo está saindo melhor do que imaginei. O grande Capo Giorgi Montanaro me pedindo ajuda, logo a mim, quem destruiu ele. Hahahahahaha! Me levanto da cama e vou tomar um banho demorado. Preciso preparar o meu espírito para aguentar as lamúrias do desgraçado. Depois que tomo a minha ducha, visto um conjunto de moletom preto e vou até a cozinha. Faço um café preto fresquinho e, depois de saborear a minha bebida, finalmente pego a chave do meu carro e vou até a casa dele. Q
No escritório, abro a porta que estava apenas encostada e sigo até a minha mesa. Fico observando tudo para ver se encontro algo fora do lugar, mas tudo aparenta estar normal, o que me causa ainda mais estranheza. Ninguém nunca ousou entrar aqui, mas esta madrugada eu sei que entraram. Se a casa estava fechada e não há sinal de arrombamento, claro que é alguém de dentro, alguém que conhece a minha casa.Com as palavras da minha esposa ecoando em minha mente, começo a analisar cada papel que tenho neste escritório. Aos poucos, analisando bem devagar, começo a encontrar algumas falhas, mas são coisas simples às quais não dou importância. Além dessas falhas, não encontrei nada de alarmante para ter feito a minha amada esposa levantar suspeitas de alguém, a não ser que esteja no escritório onde ela trabalhava, onde ela controlava tudo com o seu olhar atento. Olho no relógio e já passa das 13 horas. Meu filho ainda está sentado no chão, brincando com suas armas de brinquedo. Me levanto, o p
Volto para a minha casa, e durante todo o caminho Andrew me questiona o que aconteceu no galpão. Mantenho-me calado, não estou em condições de falar a verdade para ele, não agora. Depois de muito insistir e ver que eu não responderia, ele finalmente se cala, mas pelo seu olhar tenho certeza que essa conversa ainda não acabou.Assim que chegamos, largo o carro na entrada e vou direto para o meu escritório. Não sei como explicar como estou me sentindo agora. É um misto de dor, decepção, frustração, raiva de mim mesmo e ódio daquele que, por anos, achei que fosse meu amigo e me apunhalou pelas costas. Como não vi isso acontecer? Depositei tanta confiança nele... Esse foi o meu erro.Fui direto para as bebidas e preparei uma dose da mais forte que tenho no momento, meu Whiskey Bruichladdich X4 Quadrupled. Bebo devagar. É forte, mas não quero ficar bêbado, apenas afogar as minhas mágoas. Coloco outra dose, dessa vez dupla, e vou até o sofá. Sento-me, encosto a cabeça e fecho os olhos por a