Andrew MontanaroOs dias passam rapidamente, e a cada dia Kara se demonstra mais aplicada aos testes que meu pai tem aplicado a ela, fazendo tudo sem reclamar. Aos poucos, vejo que a desconfiança está se transformando em aceitação, tanto da parte de meu pai quanto dos chefes dos clãs. Ela também tem notado isso...Depois de duas semanas de testes, finalmente chegou o teste final. Deste teste depende a estadia definitiva de Kara na Khazar, na Calábria. Durante essas duas semanas em que ela foi testada, estive analisando os números e notei um desvio que me chamou bastante atenção. Não entendo como meu pai não conseguiu notar isso, já que está gritante a falha.Assim que chamo meu pai, ele entra sem demora. Já mostro a ele o desvio, e isso o deixa completamente furioso por estar sendo passado para trás por algum membro da Khazar e não ter se dado conta. Depois de deixá-lo extravasar, jogando copos na parede, derrubando alguns livros no escritório e deixando tudo uma completa zona, ele dei
Assim que acordo, ainda com a cabeça no peito de Andrew, respiro fundo, sabendo que preciso me preparar para o grande dia. Mas, assim que começo a me mover para sair da cama, Andrew, que eu julgava estar dormindo, me segura e me puxa novamente, aconchegando-me no seu calor. Seu braço forte me envolve, e sinto o ritmo calmo de sua respiração, como se o mundo lá fora não existisse.- Bom dia, minha linda. Para onde pensa que vai? Ainda está cedo. Fica mais um pouco na cama... - Sua voz é suave, mas firme, e seus dedos traçam círculos leves em meu braço.- Bom dia. Preciso preparar minha mente para mais tarde, Andrew... - Respondo, tentando me desvencilhar, mas sem muita convicção.- Vai dar tudo certo, Kara. Tudo foi organizado, e com certeza a segurança está reforçada. Vem, fica mais um pouco aqui. Quero te sentir um pouco mais ao meu lado... - Ele puxa meu corpo para mais perto, e eu não consigo resistir.Me aconchego um pouco mais em seu peito e, com os carinhos de Andrew, adormeço.
Não consigo acreditar no que os meus olhos veem.- É- é- um- vestido- de- noivaaaa? - Minha voz sai trêmula, quase um sussurro, enquanto me aproximo do manequim que exibe a peça deslumbrante.- Sim, dona Kara, é um vestido de noiva. O senhor Montanaro mandou fazer com um renomado estilista, minha senhora... - A voz suave da ajudante parece tentar acalmar meu coração acelerado, mas só consegue aumentar a confusão na minha mente.- Como assim? Como ele fez isso sem que eu desconfiasse de nada? Quando ele fez isso? - Pergunto, ainda atordoada, enquanto passo os dedos delicadamente sobre o tecido macio e brilhante.- Então, senhora, não sabemos, mas agora precisamos terminar de lhe arrumar, afinal, o grand moment está chegando, minha senhora. - A mulher sorri, como se estivesse compartilhando um segredo que só ela conhece.- Tudo bem, tudo bem... - Murmuro, ainda encantada com o lindo vestido e com a surpresa que Andrew me preparou. Me rendo às mulheres que estão no meu quarto e começo a
Assim que descemos a escadaria da igreja, entro no carro, e Andrew me acompanha. O ar da noite está fresco, e o céu estrelado parece testemunhar a importância deste dia. Não posso negar que estou muito feliz com a surpresa que ele me fez. Não podia imaginar que ele, um homem criado para ser um don, poderia ser assim tão amoroso e dedicado. Cada detalhe foi pensado cuidadosamente, com bastante carinho. O carro começa a circular, se afastando cada vez mais da igreja. Andrew se aproxima, colocando a mão em minha cintura e me puxando ao seu encontro. Abaixa a cabeça e sela os nossos lábios: um beijo demorado, cheio de amor e cuidado. Retribuo, e quando finalmente nos separamos, ainda com as nossas testas encostadas, dou um sorriso ao escutar a sua voz:— Finalmente, minha Kara, você é finalmente minha...Olho pela janela e vejo que não estamos voltando para casa. A cidade passa rapidamente, as luzes das ruas criando um efeito hipnótico. Olho para ele de forma interrogativa e o vejo com aq
— Kara, vem... a casa é só nossa...Desço do carro e, ao subir os primeiros degraus, Andrew me pega no colo e, sorrindo, diz:— Segundo a tradição, tenho que levar a minha esposa nos braços ao adentrar a nossa casa.Ele sobe a pequena escada e entra na casa comigo no colo. Não vou negar que achei fofo esse gesto. Andrew tem me surpreendido a cada dia, mostrando um lado carinhoso que eu mal conhecia.— Como assim, Andrew? A casa é só nossa? E o seu pai?— Ele ficará em outra casa. É nossa lua de mel, Kara. Acha mesmo que o velho ia querer ouvir os nossos gemidos de prazer? Hahahaha!— Safado... — Falo entre gargalhadas, dando leves murros em seu peito. Sem demora, ele me ataca, selando nossos lábios com uma urgência que me surpreende. Retribuo o beijo, e suas mãos começam a percorrer meu corpo, fazendo-o aquecer a cada toque, a cada pegada mais forte. Com a falta de ar, separamos nossas bocas, e Andrew, ainda com a testa colada na minha, sorri de lado de um jeito que me deixa completam
A melhor decisão que tomei na vida foi, sem dúvida, aceitar Kara com toda a sua bagagem. Ela não era apenas uma mulher; era uma força da natureza, alguém que carregava consigo histórias de dor, superação e uma resiliência que eu mal podia compreender. Quando a conheci, ela estava longe de ser a pessoa "perfeita" que muitos esperariam que eu escolhesse. Mas era justamente essa imperfeição, essa humanidade crua e real, que me atraiu. Ela me mostrou que o amor não é sobre encontrar alguém sem cicatrizes, mas sobre abraçar essas cicatrizes e transformá-las em algo belo.Organizar o nosso casamento surpresa foi uma das experiências mais emocionantes da minha vida. Cada detalhe foi cuidadosamente planejado para que ela não desconfiasse de nada. Desde a escolha do local, uma pequena capela cercada por árvores centenárias, até as flores que decoravam o altar, tudo foi pensado para refletir o nosso amor. No dia da cerimônia, quando ela entrou na capela, sua expressão de surpresa e felicidade f
Como pode um cara ser tão mesquinho a ponto de ameaçar um bebê por não ter conseguido se casar com a mãe? Eu me conheço, sei que sou um cara ruim, mas nunca faria mal a um bebê por vingança...Ainda não consigo acreditar no que está nas minhas mãos, mas sei que é real pelo desespero que vejo nos olhos da minha mulher. Me aproximo ainda mais e a abraço forte, tentando consolá-la dentro do possível, com o nosso filho entre nós. Mas vejo que não adianta muito...— Isso não vai ficar assim, Kara. Dessa vez, ele foi longe demais — falo, beijando o topo de sua cabeça.Ela treme no meu abraço, e eu sinto o peso do medo que ela carrega. Não é o medo dela, mas o medo de mãe, aquele que nasce quando alguém ameaça o que você mais ama no mundo. Eu entendo. Eu também sinto isso, mas não posso mostrar. Preciso ser forte por ela, por Dominic, por todos nós.Depois de alguns minutos, pego o papel em cima da minha cama e olho para minha esposa, que aparentemente está um pouco mais calma.— Meu amor, q
Acordo disposto, como há um bom tempo não acontece. Kara dorme tranquilamente nos meus braços. Acaricio seu lindo rosto e deposito um beijo em sua cabeça. Devagar, me levanto da cama e, em seguida, vou até o berço dar uma olhada no meu garotão, meu orgulho. Separo uma roupa preta, luvas, um elástico para prender o cabelo e um boné. Não quero ser atrapalhado na minha diversão...“Enquanto me visto, sinto um frio na espinha. Não é medo, mas uma antecipação sombria. Hoje não serei apenas Don Andrew Montanaro, o chefe da família. Hoje serei o justiceiro, o carrasco. E, por mais que eu saiba que isso é necessário, uma pequena parte de mim questiona até onde estou disposto a ir. Mas essa dúvida é rapidamente sufocada pela imagem do escorpião no berço do meu filho. Não há espaço para hesitação."Depois de um banho que me deixa bem acordado, verifico mais uma vez meu filho e minha esposa. Em seguida, saio do quarto, trancando com cuidado e reforço a ordem da segurança deles. Nada de ruim ou ne