A resistência era tímida no começo, mas sua determinação e a união rapidamente a levaram a outro patamar.
Philip Millman se sentia culpado por vender o Jornal do Amanhã, então doou todo o lucro da venda para o novo projeto de Thomas Harvey e Henry Bentley: A Voz do Povo, uma revista semanal que informava e atraía as pessoas para as reuniões das quais Murray falava tão mal.
Ela dependia principalmente de doações, era impressa no porão de Henry e muitos dos colunistas eram convidados regulares nos jantares, que nem sequer eram pagos para escrever.
Georgie teve de aceitar um emprego como garçonete na Casa de Chá de Grace Brown para ajudar Jane com as contas; Eleanor começou a consertar vestidos de amigas para permitir que Peter continuasse a escrever para a revista; e entre os trabalhos da universidade, seu trabalho numa loja de sapatos e suas aulas com Lord Hartford, Edmund ainda conseguia arranjar um tempinho para ajudar a distribuir a revista com Tom, Henry e
–Eu sinto muito, sr. Hawkins–disse Lady Hartford tomando um gole de chá.–Era realmente uma emergência. Do contrário, ele teria tido ao menos a cortesia de cancelar a aula. Peço que o senhor o perdoe, pois ele tem muitas preocupações agora com o julgamento tão próximo...Edmund sorriu educadamente.–Eu entendo, Lady Hartford–ele garantiu.–Nem consigo imaginar a pressão que ele deve estar sofrendo desde que o caso chegou ao Tribunal Supremo... Não se fala em outra coisa.–De fato–ela pausou.–Estou bastante surpresa com a maneira como ele tem lidado com isso. Aparenta estar muito paciente quando as pessoas o perguntam sobre, mas Deus sabe o quanto tem perdido o sono como todos os outros! Eu tento acalmá-lo, mas admito que não estou muito melh
Edmund agora tinha absoluta certeza de sua teoria. Os crimes de Sutton haviam sido perdoados e ele fora libertado da prisão para realizar o plano. Afinal, Murray e os outros precisavam de um profissional, alguém que não os mataria acidentalmente. Após o ataque, o sniper, então, tivera ajuda para escapar do país, como haviam concordado previamente. A colaboração de Sutton na investigação da corrupção nada fora além de uma história inventada para acobertá-los, o que promoveu a popularidade deles entre as pessoas comuns. O objetivo principal do esquema era, desde o começo, dividir a oposição e aumentar seus poderes a partir de uma guerra ao medo que eles mesmos criaram. Ed não podia mais suportar não fazer nada. Jane havia enchido a mente dele com a ideia de fazer a diferençade verdade, pois não sabia que os dois interpretavam essa frase de maneira bem diferente. Ed tentou não quebrar sua promessa e por isso não mencionou nem Jane nem Jude para Lord Hartfo
Eleanor Bentley observou Jane Hartford. Então, olhou para Edmund Hawkins. A amiga e ela haviam acabado de ouvir Lord Hartford dizendo a ele que nunca mais aparecesse na Mansão Bridgewood novamente e ela não conseguia decidir se ficava ali com Jane ou deixava os dois a sós. Ela os encarou mais uma vez. As sobrancelhas de Edmund estavam quase unidas e os lábios de Jane torcidos. Talvez fosse melhor não presenciar a discussão mesmo. –Jane, eu...–ele caminhou na direção delas. –Deixarei que os dois conversem–disse Eleanor antes de dar um apressado abraço em Jane. Assim que Eleanor se afastou o suficiente, Ed parou de frente para Jane e murmurou seu nome outra vez. –Eu não acredito que fizeste isso–sibilou ela. Edmund pensou que ela gritaria com ele, mas ela apenas sussurrava e isso partiu o seu coração. –A única coisa que pedi que não fizesses...&nb
Lord Hartford tirou os óculos de leitura e escaneou a sala. Todos os olhos estavam fixos nele com grande expectativa e cada um tinha um diferente tom, que ele tentou ao máximo decifrar.Primeiro, reconheceu os de Henry Bentley no meio; olhos amigáveis, mas amedrontados. Ao redor dele, um grupo de olhares esperançosos de pessoas que volta e meia davam-lhe um tapinha nas costas, oferecendo algum conforto. O sr. Hawkins também estava perto dele e de um rapaz magrelo que ele nunca havia conhecido. Os dois mordiam os lábios incessantemente.No canto próximo à porta, um grupo de moças dava as mãos e engolia em seco, fechando os olhos por breves momentos como se estivessem em uma conversa silenciosa com Deus.Devido à distância, ele não podia ter certeza, mas parecia que suas filhas estavam entre elas, num forte e ansioso abraço.Na fileira da frente, ele pôde
Lord Hartford tirou os óculos de leitura e escaneou a sala. Todos os olhos estavam fixos nele com grande expectativa e cada um tinha um diferente tom, que ele tentou ao máximo decifrar.– Antes que vás, Jane...Ela deu meia-volta.– Sim, meu pai?Lord Hartford deu a volta em sua escrivaninha.Jane observou-o pacientemente até que ele parasse ao seu lado.– Há algo que sempre me perguntei... – ele disse. – Por que não escolheste outro sobrenome?Jane inclinou a cabeça por um instante.Tanto tempo já havia se passado desde que o mundo descobrira sua identidade. Sequer imaginava que o pai ainda pensava nisso.– Decerto é um sobrenome comum, – Lord Hartford continuou –, mas, ainda assim... Foi uma escolha ousada mantê-lo se teu objetivo era permanecer em anonimato, não?Jane sorriu com ternura.
Quando a primeira edição do primeiro livro de Jude Hartford foi publicado, houve uma considerável instabilidade entre os membros da classe intelectual, mas foi somente depois que políticos insatisfeitos decidiram investigar "o tal autor" queelase tornou realmente famosa, fosse para o bem ou para o mal. Se você perguntasse a opinião de qualquer um sobre Jude Hartford a esta altura, ouviria uma variedade de teorias escandalosas. Até mesmo aqueles que simpatizavam com suas ideias acreditavam que ela era uma mulher de vinte anos que deveria ter, no mínimo, destruído um ou dois casamentos, trazido vergonha à família por fugir e provavelmente perturbado homens respeitáveis com seu falatório constante. Ela não negava este último. A verdade, porém, podia ser decepcionante para aqueles que tão avidamente admiravam seu espírito selvagem e possivelmente para aqueles que tentavam envergonhá-la pelo mesmo motivo. Para entendê-la completamente, era nec
Quando Jane chegou em casa, recebeu maravilhosas notícias. Ge havia aceitado se casar com Lord Benjamin Lockhart e a sua mãe havia convidado-o para jantar logo após o pedido para celebrar a união dos dois. Jane estava ciente de que os sentimentos de sua irmã pelo rapaz eram bastante agradáveis, tanto que estava disposta a esquecer sua própria desconfiança em relação a ele. As garotas Hartford sempre foram muito protetoras entre si, então, talvez, o problema fosse apenas esse e Lockhart não fosse nada menos que um bom homem. Ele aparentou, de fato, ter Georgie na mais alta estima. Seu sorriso – naquele dia em particular – era sincero o suficiente para aparecer sempre que ele a encarava. Estava claro que ele estava radiante diante da resposta de sua amada. Todas as pessoas naquele cômodo–incluindo o menino de dez anos, Charles–ficaram convencidas de que aquela seria uma união para a vida toda. –Haverá muito amor nesta cerim
Jane presenciou muitos jantares na casa do sr. Bentley nos seis meses que se seguiram ao pedido de noivado de Georgie, bem como o rapaz que ela conheceu na outra noite, mas, por mera coincidência, ela nunca estava lá quando ele estava e vice-versa. Felizmente, isso não fez muita falta à Jane. Ela até o procurou algumas vezes, mas encontrar um homem com quem podia discordar não era grande desafio para ela, afinal – ainda que a discussão raramente fosse tão interessante quanto a que tivera com o sr. Hawkins. – De vez em quando, ela encontrava alguém que a distraísse e, em um dia em particular, ficou entretida o suficiente para não escutar o que o sr. Bentley dizia a um homem baixinho próximo a ela. –Metade de seus funcionários?–perguntou o sr. Bentley estupefato.–Em apenas cinco meses? –Sim!–confirmou o homem enquanto mexia no bigode.–Desde que essa porcaria de guerra começou, todos esses jovenzinhos e