Jogos de Poder ( Ghost Mafia Livro 2)
Jogos de Poder ( Ghost Mafia Livro 2)
Por: Candy Boss
Prólogo

Lian Blake

Abri os olhos com desespero quando minha mente me despertou, fazendo-me lembrar do que houve a horas atrás. Estremecendo, sinto o cheiro de sangue pútrido de algum corpo se decompondo nesse mesmo ambiente em que estou. 

Fechei meus olhos à medida que tentava controlar a vontade de vomitar que só crescia em meu estômago. Consigo distinguir o meu suspiro de desespero no meio de tantos outros que estão perdidos por entre a escuridão assim como eu. Não sou o único a estar nesse inferno, mas a diferença é que eu realmente não queria estar aqui. Não sou a pessoa certa para esse tipo de vida. 

Minha respiração pesada atravessa meu peito de um jeito dolorido. A onda de vertigem pesa e cria um bolo em minha garganta depois de sentir o cheiro fétido de dias em uma sala fechada, sem qualquer ventilação, parece que a sensação só faz aumentar ainda mais aquela angustia.

Em minha boca aumenta o sabor de desgosto. O desespero por não ter escolha. Eu nem queria estar aqui.

Não gosto nada de fazer parte disso, que eles chamam de iniciação da Ghost.

Esse inferno nunca vai acabar para mim?

Me pergunto enquanto sentia a dor atravessar meu corpo todo.

A escuridão parece me engolir a cada vez que tento enxergar algo por entre essa névoa preta, fazendo o medo e desespero me levar para um buraco sem fim, como se de fato, não houvesse nada alem desse inferno.

Abraçando meu próprio corpo, me encolhi na tentativa de dissipar um pouco daquela angústia até que senti o exato momento em que algo tocou em minhas costas. Um toque cheio de desespero e aspero e quando soltei um suspiro pelo susto, me deparei com o corredor da minha casa.

Eu estava na mansão da minha familia.

Para meu completo tormento, meu pai estava mais uma vez agredindo e brigando com a minha mãe. Vincent estava tentando afastar Robert que estava enforcando nossa mãe contra a parede, sem nenhum pingo de respeito pela propria esposa muito menos pelo filho pequeno, e antes que ele atingisse meu irmão mais novo, eu simplesmente corri até eles, e segurei a mão do meu pai que arregalou os olhos quando me viu. Seu movimento parou no ar quando eu o afastei com brusquidão, me surpreendendo com a minha propria força, e então eu consegui ver o que estava diferente.

Eu não era mais aquele soldado em formação, aquele jovem que apanhava do próprio pai para que ele não descontasse toda a raiva na sua mãe.

Naquele momento eu era o soldado experiente que já havia matado inúmeros homens conforme foi instruído. Eu não me orgulhava daqueles feitos, mas não deveria ignorar o quanto aquele inferno me modificou.

 Eu havia superado aquela porra toda.

Forçando meus olhos, espalmei as mãos em cada lado do meu corpo enquanto sentisa o peso daquelas lembranças. Os lençóis estavam presos em volta do meu corpo, quando engoli o bolo em minha garganta.

Era a porra de um pesadelo lembrando o que eu havia me tornado após superar a iniciação da Ghost Mafia.

Fechei meus olhos, quando levei as mãos em meu rosto, e soltei um suspiro quando lembrei que Vincent agora é o chefe da Ghost e da Krov e para meu alivio, nada daquilo faz parte das minhas obrigações de novo. 

Puxando o ar com força, sinto meu corpo desabar sob o colchão, sentindo a angustia dar lugar ao cansaçõ mental depois de mais um pesadelo que ainda me tortura internamente, entretanto, a realidade é muito melhor do que eu tanto esperava a alguns meses atrás.

Graças a Deus, meu irmão mais novo está mais do que apto para comandar duas máfias, enquanto eu fico com o processo burocrático de ambas, ao seu lado. 

Tenho aptidão para comandar e liderar equipes para brigas, combates e torturas, porém odeio me envolver nisso, e para meu alívio, meu irmão me livrou, quando assumiu tudo com punhos de ferro.

Vincent e Sebastian estão cuidando de todos os processos que exigem força, tortura e os jogos que temos no calabouço, e hoje me sinto livre de tudo que me aprisionaram aos piores momentos da minha vida, pois graças ao meu falecido genitor, sou um fodido traumatizado.

Afastando o lençol que cobria meu corpo, joguei as pernas para fora da cama king size e me direcionei até o banheiro.

Olhando através da janela, reparei que ainda está escuro, e sacudindo a cabeça, vejo que madruguei mais uma noite.

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