Kara Eu fiquei tão assustada com a atitude do Gustavo, que escorreguei e cai no chão. Levantando a cabeça em pânico, vi o Gustavo correr na minha direção ao lado de Afonso e outra briga começar ali. Toda a cor do meu rosto sumiu nesse momento. Me levantando do chão sozinha, cambaleei, quando senti as mãos do Gustavo me agarrem em preocupação. — Você está bem, Kara? – eu olhei para o rosto lívido de Gustavo e contorci o nariz em desgosto. — O que deu em você para agredir o Afonso dessa forma? – me afastei dele bruscamente e fui incapaz de continuar olhando em seus olhos. Gustavo se virou para me encarar com seus olhos gentis, mas falou com o seu habitual tom de indiferença. — Você realmente vai me repreender por um cara como esse? Eu olhei para Afonso e se houve algum dia qualquer traço de admiração que ele poderia sentir por Gustavo, havia desaparecido. Seus olhos flamejavam e seu punho fechado demonstrava que ele não deixaria aquela ofensa passar. — Eu sinto muito desapont
O dia do jogo. Batidas na porta me despertaram. Eu tive dificuldades em abrir os olhos e, quando olhei no relógio, eram seis da manhã. Caminhei lentamente até ali e abri, me deparando com o Gustavo, sem camisa, com Jasmim no colo, pronto para entregar-lhe a mim. Senti minha boca secar imediatamente e fiquei imóvel, apenas olhando para ele, que se despedia de Jasmim com beijos delicados. Eu desejei que aqueles beijos fossem meus. Engoli a seco quando percebi meus pensamentos. O amor que eu sentia pelo Gustavo era impossível. Quais eram as chances dele se interessar por mim também? Pelo modo rude com que ele vinha me tratando, seria quase inviável. Quando me dei conta, o olhar dele estava sobre mim e eu mal havia percebido que vestia uma camisola que mostrava o meu corpo mais do que eu deveria permitir. Me encolhi colocando os braços em volta do corpo. Seu olhar era diferente do dia anterior, no lugar da frieza, havia um brilho intenso, e ele permanecia vidrado em mim. Quando est
Gustavo Henri. Desde o acidente trágico que envolveu Bruna, eu não vinha fazendo bons jogos e as pessoas consideram o meu mau desempenho a esse fato. O que era uma grande mentira. Se as pessoas soubessem a verdade que havia por detrás do meu casamento, elas ficariam certamente enojadas. Havia apenas um pensamento quando eu estava no campo naquela tarde, Kara. Ela me assistia e isso me fez fazer hat trick e ser exaltado pela nossa imensa torcida. Os murmurinhos logo começaram e rápidos, dessa vez, até me pegaram de surpresa. Enquanto comemorávamos a goleada no vestiário, eu tentava ignorar qualquer coisa relacionada ao que os outros achavam sobre a minha vida, o que era quase impossível quando as conversas pervadiam o lugar onde eu estava. — Precisa trazer a Kara mais vezes aos jogos – Allan comentou, o que fez meus companheiros caírem na gargalhada – ela trouxe sorte e despertou a fera dentro de você. Logo eu virei a piada. No caso deles, eu reconsiderava e até entrava na brin
Kara Seus lábios eram doces como o meu e eu me deliciei neles, me entregando quase completamente. Por várias vezes, pensei que isso não aconteceria de novo, e em menos de vinte e quatro horas, Gustavo me beijava novamente. Eu estava tão fascinada, que quando ele afastou seus lábios dos meus, eu desejei por mais. Olhei nos olhos dele e me questionei sobre o que viria depois. Ele me desprezaria mais uma vez, fingindo que nada havia acontecido ou que existia algo a mais no coração do Gustavo, a qual eu desconhecia? Abrir meus olhos lentamente para olhá-lo. Suas mãos continuavam em volta da minha cintura, sem pretensão de me largar, enquanto minha respiração estava descontrolada. Gustavo ficou em silêncio por um momento antes de sussurrar gentilmente. — Se quiser me bater, a hora é agora – um sorriso repuxou os meus lábios involuntariamente, mas quando vi o quanto seus olhos brilhavam na minha direção, o sorriso desapareceu. Abaixei a cabeça e o Gustavo me soltou, embora não tenha se
Gustavo Henri Já passava da meia-noite quando estacionei o carro na garagem da mansão. Algumas luzes da casa estavam desligadas e eu entrei em silêncio, tentando ao máximo não fazer barulho para que, eventualmente, não encontrasse a Kara. Eu parecia um idiota me escondendo da mulher que eu amava. Mas a culpa me corroía. Eu não pretendia me apaixonar depois do que a Bruna havia feito a mim, muito menos me declarar e levar um fora. Meu peito ardia quando eu pensava que Kara não me amava como eu a amava e era difícil aprender a conviver com isso. Então decidi fugir, passar o maior tempo que eu pudesse longe de casa, infelizmente também de Jasmim, para não ter que encará-la, sabendo que jamais poderia ser minha. Eu queria ter paz. A casa estava quieta, caminhei lentamente ao escritório porque havia esquecido documentos importantes que deveria dar ao meu novo empresário, e tive uma bela surpresa quando abri a porta. Minhas mãos soaram quando encarei seus olhos assustados. Kara vest
Kara Jimenez Fiquei em silêncio, com a cabeça recostada em seu peito, enquanto ouvia seu coração bater. Aquele parecia o melhor lugar do mundo, o qual eu não deixaria por nada. Gustavo me abraçava tão forte que tive a impressão de que ele julgava que eu fugiria, como das últimas vezes, mas eu não pretendia ir a lugar. — O que faremos agora? – Perguntei quando fechei os olhos e afundei o meu rosto em seu peito. Senti seu beijo tocar a minha pele, quando abri os olhos e ergui a cabeça para olhá-lo. — Vamos ficar juntos – fiquei submersa no medo, de modo que me afastei dele repentinamente. Os olhos dele revelaram uma leve irritação. Eu demonstrei claramente o quanto sentia medo daquela decisão. Olhei para ele com vergonha e disse: — Eu não quero que ninguém saiba que estamos juntos – ao ouvir meu comentário, o rosto de Gustavo se tornou sombria – você ainda é um homem casado. — Não vamos entrar nesse assunto novamente, Kara – ele fechou os olhos com força e soltou um longo e pesa
Kara Afonso olhava para os lados constantemente, como se temesse algo, quando voltou a se aproximar de mim e eu recuei. — O que está fazendo? – obriguei ele a parar quando coloquei o carrinho de Jasmim entre nós dois. — Eu preciso confessar algo – ele disse, abaixando o olhar enquanto sussurrava – eu não entendo por que o Gustavo me proibiu de vir até aqui. — Quer confessar isso? – ele levantou o olhar imediatamente e sorriu, me fazendo sentir uma idiota. — Quero confessar que amo você, Kara – as palavras escapuliram de forma rápida e inesperada, causando em mim ondas de choque intensas – que não suporto mais ficar um minuto sequer longe de você. Eu recuei ainda mais e minha vontade foi pegar Jasmim e fugir dali o mais rápido que eu podia. Um nó sufocou minha garganta quando eu percebi o quanto Afonso estava sendo sincero. Os olhos dele brilhavam na minha direção. Inevitavelmente, eu fiz uma careta quando me lembrei de que o meu coração já estava ocupado e que dizer isso ao Afon
Kara — Quem você pensa que é, para humilhar o meu sobrinho na frente de todos? - lagrimas escorriam dos seus olhos e os seus punhos estavam fechados, como se ela reprimisse um ódio incontrolável por mim. — Pensei que não queria me ver com ele. Um grito abafado escapuliu dos lábios de Marta, de modo que me assustei e me encolhi. Ela avançou um passo em minha direção com rosto completamente transtornado. Cerrou os dentes como um cão raivoso, só faltava espumar pela boca, quando me disse. — Não se faça de boba comigo, Kara – seu tom de voz me causou arrepios – você pediu para que ele viesse aqui, o atraiu para uma armadilha. — Do que você está falando? – eu me enfureci com as mentiras dela. — Afonso jamais faria uma loucura dessa se não tivesse sido atraído por você – o rosto de Marta ficou obscuro e o tom de sua voz de repente ficou frio – eu farei você pagar por essa humilhação. Por me fazer levar uma advertência do patrão. — Você só pode estar ficando louca – eu ri, debochand