Gustavo Henri Após deixar o quarto onde a Kara estava, fiquei pensando em quão patético seria abraçá-la e dizer que tinha medo de perdê-la. Kara parecia confusa com a minha atitude e eu me senti levemente aliviado por ela não ter questionado o meu comportamento. Na verdade, estava caindo numa armadilha que jurei evitar. Gostar de outra mulher em um curto espaço de tempo, quando ainda estava com o coração ferido e uma aliança no dedo. Enquanto caminhava pelos corredores, atento à procura do médico que havia atendido Kara, vi Donovan na frente do quarto onde Bruna estava internada. Eu parei imediatamente com a cena que acontecia na minha frente. Fechei os olhos com força, tentando, ao máximo, não deixar que a fúria tomasse conta de mim. Foi inevitável. Apesar de não ter mais afeição por aquela mulher, o que Donovan havia feito ainda me causava danos profundos. Quando me dei conta, já estava em frente a ele, segurando pelo colarinho da sua camisa e tentando levantar aquele corpo enor
Kara Jimenez Silenciosamente, eu engoli toda a minha tristeza e permaneci com o rosto virado, contra o Gustavo. Eu precisava me lembrar o tempo todo de quem eu era na vida dele e do papel que eu exercia, para não cair na armadilha de me sentir especial. Ainda sentindo meu corpo fraco e sonolento que a virose causava, eu desejei que chegássemos logo em casa para que eu pudesse me deitar e dormir. Lembrei-me de Jasmim e do que o médico havia dito sobre eu ficar distante dela. Imediatamente pensei em falar com o Gustavo sobre aquilo e por várias vezes fui impedida pelo medo. Certamente, percebendo minha agitação, ele indagou. Conseguir ver no canto do olho, Gustavo me observando com um semblante preocupado. — Está tudo bem? – indagou ele, quando voltou a olhar para a estrada. Fui forçada a levantar a cabeça e olhar para ele, engolindo todo o medo e dizer. — Você não levou a sério o que o médico disse sobre me manter longe da Jasmim, não é? Um sorriso repuxou os lábios dele e seu
Kara Jimenez Gustavo observou-me, entrando no quarto, em silêncio. Tivemos dificuldades em expressar qualquer tipo de opinião mútua. Senti-me engolindo pela dúvida quando a porta se fechou entre nós e ele foi embora, levando Jasmim com ele. Apesar de não concordar com a decisão de ficar longe de Jasmim, acordei no dia seguinte com dores de cabeça absurdas. Tive dificuldade em me levantar. Tomei a medicação e fui conduzido até a cozinha. Antônia estava cuidando de Jasmim, exatamente como Gustavo havia dito. Ela abriu um sorriso quando me viu e se apressou em me abraçar, oferecendo-me um abraço caloroso. — Fiquei tão preocupada com você, Kara. – Após me apertar com força, ela se afastou, fixando-se nos meus olhos. Antônia parecia bastante emocionada - lamento não ter ajudado adequadamente. Cassandra permaneceu como um cão de guarda, vigiando cada movimento meu, para que eu não pudesse ajudá-la. — A culpa não foi sua – disse e, de imediato, levei a mão à cabeça. A dor era in
Kara Eu me levantei rapidamente, dando alguns passos para trás. Celeste percebeu certamente o quanto eu sentia medo dela e desconfiava de suas verdadeiras intenções. Dei uma olhada rápida em minha mãe. Ela usava uma camiseta simples e jeans claros. Seu cabelo estava preso em um coque alto na cabeça, e seu semblante era de uma mulher cansada e sofrida. — O que você está fazendo aqui? Como me achou? Ela se aproximou de mim com um sorriso e os olhos cheios de lágrimas, quando pegou o celular, desbloqueando a tela e o mostrou para mim. — Todo mundo já sabe que você é a babá da filha do jogador de futebol. Eu me assustei, sentindo o coração desarmar de ansiedade. Era claro que ela saberia, todos já sabiam. O que eu jamais imaginei seria que Celeste viria atrás de mim, assim tão rapidamente. — Eu estou feliz que você esteja bem – eu não tinha ideia do que Celeste aprontaria, mas me aproximei ainda assim – e aliviada por você encontrar um lugar bom para ficar. Eu consegui ver um bri
Kara — Que bom que você chegou, menina – Antônia estava no jardim, que havia em frente à casa e se apressou para me encontrar – o doutor Alexandre está na mansão te esperando. Eu apenas olhei para ela, em silêncio, e me preparei para encontrar Alexandre, mas Antônia não parecia disposta a me deixar ir, sem antes saber o que havia acontecido. — Me conte como foi com a sua mãe – alargou o sorriso, como se esperasse boas notícias, mas elas não viriam. — Um pesadelo – respondi, fazendo o rosto de Antônia se contorcer em horror – a Celeste não é uma boa mãe, e isso é tudo o que você precisa saber. — Eu sinto muito, Kara – ela disse com toda a sinceridade, mas eu não estava disposta a continuar aquela conversa. Olhei para a Antônia pela última vez e então entrei na mansão. Eu comecei a chorar, quando me amparei no sofá, sentindo minhas pernas fracas. Agora, além das dores de cabeça, eu me sentia febril. Mal percebi o momento em que Alexandre me amparou, me levando até o assento. —
Gustavo. Pela segunda semana consecutiva, fui destaque nas capas de jornais e mídias sociais. Um vídeo em que agredi Donovan circulava e eu era severamente criticado por isso. As pessoas não tinham noção do que estava acontecendo nos bastidores. O que não era motivo para preocupação acabou afetando o meu desempenho como jogador, o que me levou a uma série de jogos ruins. Voltei para casa decepcionado. Apesar de o dia estar ensolarado e bonito, tudo estava nublado para mim. Gostaria de poder tomar um longo banho e descansar, de modo a, dessa forma, esquecer os problemas por algumas horas, mas Marta veio correndo em minha direção, apressadamente, relatando o que ela acreditava ser relevante para mim. — O senhor não vai acreditar nas coisas que aconteceram em sua ausência – eu revirei os olhos, tentando manter a calma para não ser grosseiro com Marta. Levantei a mão para que ela parasse imediatamente e não persistisse em suas intenções, mas foi em vão, com a respiração entrecort
Kara Meu corpo parecia estar em chamas. No entanto, eu não consegui resistir ao toque dele. Foi inevitável não me entregar, quando os lábios do Gustavo tocaram nos meus e sua língua envolveu a minha em movimentos lentos e apaixonantes. Era como se ele quisesse aproveitar cada segundo. Sua mão deslizou da minha cintura até a minha nuca e ele me puxou para mais perto. Perdi o ar. Quando as lembranças das palavras de Celeste me invadiram. Naquele instante, meu coração se encheu de medo e vergonha e eu empurrei o Gustavo para longe. Perdendo totalmente a razão, levantei o meu braço e bati em seu rosto. Milésimos de segundos depois, eu percebi o que havia feito, quando ele colocou a mão no rosto e eu levei a minha até os lábios. Eu tremia de medo, arrependimento também. Eu havia dado um tapa no meu chefe depois que ele me beijou. Lentamente, o Gustavo levantou o rosto e seus olhos se encontraram com os meus. Eu estava apavorada, era como se ele mal acreditasse no que eu havia acabad
Gustavo Henri Eu permanecia distraído, enquanto Alexandre falava sobre o processo que Cassandra movia contra mim. Seu sorriso doce e inocente não saia dos meus pensamentos. O beijo que eu dei nela, sem pensar, o gosto da sua boca ainda permanecia na minha. Kara era minha única luz nos meus momentos mais sombrios. O tapa e o modo como ela fugiu de mim em seguida me fez apertar os punhos e fazer uma careta como se eu sofresse muito. — Você está bem, Gustavo? – a pergunta me fez olhar para Alexandre e o olhar intenso dele foi um pouco desnorteante. Eu mal controlava meu corpo diante das lembranças que a Kara me trazia. — Eu estava pensando em uma coisa – de repente eu voltei a mim e sorri amargamente. O que eu estava fazendo era uma loucura – posso fazer uma pergunta? Alexandre franziu a testa, certamente confuso com a minha atitude. Eu agia estranhamente e tinha consciência disso. — Fique à vontade – ele disse e no segundo seguinte minha expressão se tornou preocupada. — De