Kara Jimenez Gustavo observou-me, entrando no quarto, em silêncio. Tivemos dificuldades em expressar qualquer tipo de opinião mútua. Senti-me engolindo pela dúvida quando a porta se fechou entre nós e ele foi embora, levando Jasmim com ele. Apesar de não concordar com a decisão de ficar longe de Jasmim, acordei no dia seguinte com dores de cabeça absurdas. Tive dificuldade em me levantar. Tomei a medicação e fui conduzido até a cozinha. Antônia estava cuidando de Jasmim, exatamente como Gustavo havia dito. Ela abriu um sorriso quando me viu e se apressou em me abraçar, oferecendo-me um abraço caloroso. — Fiquei tão preocupada com você, Kara. – Após me apertar com força, ela se afastou, fixando-se nos meus olhos. Antônia parecia bastante emocionada - lamento não ter ajudado adequadamente. Cassandra permaneceu como um cão de guarda, vigiando cada movimento meu, para que eu não pudesse ajudá-la. — A culpa não foi sua – disse e, de imediato, levei a mão à cabeça. A dor era in
Kara Eu me levantei rapidamente, dando alguns passos para trás. Celeste percebeu certamente o quanto eu sentia medo dela e desconfiava de suas verdadeiras intenções. Dei uma olhada rápida em minha mãe. Ela usava uma camiseta simples e jeans claros. Seu cabelo estava preso em um coque alto na cabeça, e seu semblante era de uma mulher cansada e sofrida. — O que você está fazendo aqui? Como me achou? Ela se aproximou de mim com um sorriso e os olhos cheios de lágrimas, quando pegou o celular, desbloqueando a tela e o mostrou para mim. — Todo mundo já sabe que você é a babá da filha do jogador de futebol. Eu me assustei, sentindo o coração desarmar de ansiedade. Era claro que ela saberia, todos já sabiam. O que eu jamais imaginei seria que Celeste viria atrás de mim, assim tão rapidamente. — Eu estou feliz que você esteja bem – eu não tinha ideia do que Celeste aprontaria, mas me aproximei ainda assim – e aliviada por você encontrar um lugar bom para ficar. Eu consegui ver um bri
Kara — Que bom que você chegou, menina – Antônia estava no jardim, que havia em frente à casa e se apressou para me encontrar – o doutor Alexandre está na mansão te esperando. Eu apenas olhei para ela, em silêncio, e me preparei para encontrar Alexandre, mas Antônia não parecia disposta a me deixar ir, sem antes saber o que havia acontecido. — Me conte como foi com a sua mãe – alargou o sorriso, como se esperasse boas notícias, mas elas não viriam. — Um pesadelo – respondi, fazendo o rosto de Antônia se contorcer em horror – a Celeste não é uma boa mãe, e isso é tudo o que você precisa saber. — Eu sinto muito, Kara – ela disse com toda a sinceridade, mas eu não estava disposta a continuar aquela conversa. Olhei para a Antônia pela última vez e então entrei na mansão. Eu comecei a chorar, quando me amparei no sofá, sentindo minhas pernas fracas. Agora, além das dores de cabeça, eu me sentia febril. Mal percebi o momento em que Alexandre me amparou, me levando até o assento. —
Gustavo. Pela segunda semana consecutiva, fui destaque nas capas de jornais e mídias sociais. Um vídeo em que agredi Donovan circulava e eu era severamente criticado por isso. As pessoas não tinham noção do que estava acontecendo nos bastidores. O que não era motivo para preocupação acabou afetando o meu desempenho como jogador, o que me levou a uma série de jogos ruins. Voltei para casa decepcionado. Apesar de o dia estar ensolarado e bonito, tudo estava nublado para mim. Gostaria de poder tomar um longo banho e descansar, de modo a, dessa forma, esquecer os problemas por algumas horas, mas Marta veio correndo em minha direção, apressadamente, relatando o que ela acreditava ser relevante para mim. — O senhor não vai acreditar nas coisas que aconteceram em sua ausência – eu revirei os olhos, tentando manter a calma para não ser grosseiro com Marta. Levantei a mão para que ela parasse imediatamente e não persistisse em suas intenções, mas foi em vão, com a respiração entrecort
Kara Meu corpo parecia estar em chamas. No entanto, eu não consegui resistir ao toque dele. Foi inevitável não me entregar, quando os lábios do Gustavo tocaram nos meus e sua língua envolveu a minha em movimentos lentos e apaixonantes. Era como se ele quisesse aproveitar cada segundo. Sua mão deslizou da minha cintura até a minha nuca e ele me puxou para mais perto. Perdi o ar. Quando as lembranças das palavras de Celeste me invadiram. Naquele instante, meu coração se encheu de medo e vergonha e eu empurrei o Gustavo para longe. Perdendo totalmente a razão, levantei o meu braço e bati em seu rosto. Milésimos de segundos depois, eu percebi o que havia feito, quando ele colocou a mão no rosto e eu levei a minha até os lábios. Eu tremia de medo, arrependimento também. Eu havia dado um tapa no meu chefe depois que ele me beijou. Lentamente, o Gustavo levantou o rosto e seus olhos se encontraram com os meus. Eu estava apavorada, era como se ele mal acreditasse no que eu havia acabad
Gustavo Henri Eu permanecia distraído, enquanto Alexandre falava sobre o processo que Cassandra movia contra mim. Seu sorriso doce e inocente não saia dos meus pensamentos. O beijo que eu dei nela, sem pensar, o gosto da sua boca ainda permanecia na minha. Kara era minha única luz nos meus momentos mais sombrios. O tapa e o modo como ela fugiu de mim em seguida me fez apertar os punhos e fazer uma careta como se eu sofresse muito. — Você está bem, Gustavo? – a pergunta me fez olhar para Alexandre e o olhar intenso dele foi um pouco desnorteante. Eu mal controlava meu corpo diante das lembranças que a Kara me trazia. — Eu estava pensando em uma coisa – de repente eu voltei a mim e sorri amargamente. O que eu estava fazendo era uma loucura – posso fazer uma pergunta? Alexandre franziu a testa, certamente confuso com a minha atitude. Eu agia estranhamente e tinha consciência disso. — Fique à vontade – ele disse e no segundo seguinte minha expressão se tornou preocupada. — De
Kara Eu fiquei tão assustada com a atitude do Gustavo, que escorreguei e cai no chão. Levantando a cabeça em pânico, vi o Gustavo correr na minha direção ao lado de Afonso e outra briga começar ali. Toda a cor do meu rosto sumiu nesse momento. Me levantando do chão sozinha, cambaleei, quando senti as mãos do Gustavo me agarrem em preocupação. — Você está bem, Kara? – eu olhei para o rosto lívido de Gustavo e contorci o nariz em desgosto. — O que deu em você para agredir o Afonso dessa forma? – me afastei dele bruscamente e fui incapaz de continuar olhando em seus olhos. Gustavo se virou para me encarar com seus olhos gentis, mas falou com o seu habitual tom de indiferença. — Você realmente vai me repreender por um cara como esse? Eu olhei para Afonso e se houve algum dia qualquer traço de admiração que ele poderia sentir por Gustavo, havia desaparecido. Seus olhos flamejavam e seu punho fechado demonstrava que ele não deixaria aquela ofensa passar. — Eu sinto muito desapont
O dia do jogo. Batidas na porta me despertaram. Eu tive dificuldades em abrir os olhos e, quando olhei no relógio, eram seis da manhã. Caminhei lentamente até ali e abri, me deparando com o Gustavo, sem camisa, com Jasmim no colo, pronto para entregar-lhe a mim. Senti minha boca secar imediatamente e fiquei imóvel, apenas olhando para ele, que se despedia de Jasmim com beijos delicados. Eu desejei que aqueles beijos fossem meus. Engoli a seco quando percebi meus pensamentos. O amor que eu sentia pelo Gustavo era impossível. Quais eram as chances dele se interessar por mim também? Pelo modo rude com que ele vinha me tratando, seria quase inviável. Quando me dei conta, o olhar dele estava sobre mim e eu mal havia percebido que vestia uma camisola que mostrava o meu corpo mais do que eu deveria permitir. Me encolhi colocando os braços em volta do corpo. Seu olhar era diferente do dia anterior, no lugar da frieza, havia um brilho intenso, e ele permanecia vidrado em mim. Quando est