Parte 3
Passou também a desfilar para grandes nomes da moda, fazer propagandas e outros trabalhos. Seu rosto ficou conhecido rapidamente como a nova promessa das passarelas.
Até participou de dois filmes como convidada. Ele nunca imaginou que seria ela a viúva alegre. Estava correndo tanto que via uma vez ou outra seu rosto em revistas, mas nunca parou para olhar bem.
Agora estava como um idiota preso a ela e sem saída próxima para seu desespero de fazê-la se interessar por ele. A vida era engraçada às vezes e outras vezes ela ria de sua cara.
Mesmo estando solteiro e ela viúva, Amanda nunca lhe deu uma única chance, nem mesmo mudou sua atitude com relação a ele, apesar dos amigos já terem tentado fazer com que diminuísse sua aversão.
Não entendia por que ela não o achava atraente, embora sua atração por ela só aumentasse, porque a cada dia ficava mais bonita com a idade. Agora ela estava com trinta e um anos e estava mais sexy e mais feminina do que antes.
E ele não estava exagerando porque seus amigos diziam a mesma coisa.
Quando o marido morreu ela abandonou as passarelas e o mundo da moda. Agora só fazia trabalhos para amigos pessoais e muitas vezes não cobrava cachê. Ninguém entendeu porque ela fez isso e muitos diziam que era por ter tanto dinheiro que já não se importava em ganhar mais e agora só queria gastar.
Não importava o que fosse ele só queria uma chance. Amanda adorava dizer que ele era só um amante latino de sangue quente e fogo nas calças, mas que era “só” isso. Não era verdade.
Ele sabia que dizia isso para provocar, mas estava começando a ficar magoado com esse comportamento agressivo dela. Tinha muito preconceito contra ele e nem mesmo o conhecia de verdade porque não se aproximava o suficiente.
Estava começando a se tornar o machista arrogante que ela dizia que era, mesmo não sendo assim. Cada farpa jogada era um ferimento a mais e não queria continuar dessa forma. Já admitira pra si mesmo que ele não apenas a desejava, era uma paixão doida que nunca havia sido provada ou correspondida.
Começava a incomodar seu corpo e sua cabeça. Amanda começava a afetar sua vida e sua capacidade mental. Já não era o charmoso Lorenzo Bernazzi que conquistava tudo e todos, estava perdendo a graça para outras coisas.
Até em seu trabalho estava mais disperso. Gostava de organizar e administrar seus restaurantes, tinha paixão por isso, mas agora começava a ficar mais devagar com relação aos negócios.
Sua paciência estava se esgotando. Na noite anterior ela o provocou mais uma vez e ele se segurou, mas estava querendo vingança agora. Tinha que começar a dar o troco em sua língua afiada.
Estavam em mais uma partida longa de póquer com os amigos quando o assunto de casamento apareceu na mesa. Paul informou aos amigos que iria se casar em breve com sua namorada de anos e Mauro que seria pai de novo pela segunda vez.
— Está vendo playboy?
Amanda se referiu a ele com cinismo no rosto.
— É assim que um homem de verdade faz. Se preza tanto seu lado italiano, por que não arranja uma mulher que seja boa e honesta e que possa encher sua mãe de netos? - largou uma carta — Os homens italianos são conhecidos por serem grandes procriadores.
Riu junto com os outros a mesa.
— Se parar de dormir com as Lyanes da vida, talvez conheça alguém que vale a pena investir.
Mesmo com os amigos rindo ele segurou a língua. Queria dar uma resposta, dizer que ela o havia estragado para as outras mulheres porque só pensava nela dia e noite e que estava ficando louco. Ficava com outras porque não podia ficar com ela.
Sorriu de modo enigmático e balançou a cabeça, mas não comprou a provocação.
— Nossa, acho que nosso CEO, barra apresentador, barra escritor, barra cozinheiro está de mau humor hoje - ela riu e bebeu um pouco de sua água de coco — Não vai dizer nada?
Ele só sorriu. Se segurou.
— Hum!... Sei não.
Lorenzo apertou a coxa em irritação, mas se segurou. Dessa vez ele a deixaria no ar sem resposta. Foi até bom porque percebeu a mudança no tom de verde em seus olhos quando ficou em dúvida. Apenas continuou a jogar e depois se despediu dos amigos indo embora.
Deixando a cidade para trás, sorriu e abaixou o vidro da janela para sentir o ar mais puro. Londres estava contaminada com a fumaça de fábricas, carros, motos e o barulho era muito chato. A vida era muito corrida lá e aqui no campo era diferente.
Tinha comprado a casa como um presente para os pais tão logo conseguiu juntar seu primeiro milhão e eles haviam adorado o lugar. Muito verde, espaço, ar puro e até uma pequena lagoa faziam da propriedade um lugar perfeito para morar.
Vinha muito ali para visitar a família. Agora só um dos irmãos ainda morava com os pais.
As lembranças voltaram e se recordou de quando era criança e desejava muito poder ter uma vida mais solta, mais confortável. O salário do pai era bom, mas não o suficiente para bancar a vida que ele queria e saírem do pequeno apartamento nos arredores de Londres.
O bairro não era ruim, porém não era dos melhores também e quando começou a estudar em uma escola particular com uma bolsa que a mãe conseguiu, ele passou a ver a diferença entre os alunos.
Sempre tinha facilidade de fazer amigos e logo estava frequentando as casas dos ricos e pegou gosto por coisas boas.
No começo pensou em ser bailarino porque amava dançar, mas o pai foi contra porque dizia que era coisa de meninas e um rapaz que dançava era visto como homossexual. Como se isso fosse problema ou errado.
Porém a pressão foi grande em casa e também nos estúdios de dança. Conseguiu alguns testes, mas nenhum deles para papel principal.
Começou a praticar futebol na escola e estava até indo bem, tinha talento para o esporte e prometia, mas acabou machucando o joelho em uma partida e o treinador teve a mesma opinião que o médico que o operou, deveria desistir porque o joelho não voltaria a ser como antes. Para um jogador profissional era sim importante.
Tentou aulas de teatro e acabou desistindo porque só lhe davam papéis de italiano por causa de sua aparência e mesmo fazendo teste para outros personagens nunca conseguia emplacar.
Precisando de dinheiro para pagar seus gastos ele começou a trabalhar como assistente em uma rede de televisão local e começou a aprender como funcionavam as coisas. Ficou ligado nas conversas sobre negócios interessantes, quando os mais velhos conversavam por perto.
Um dia em casa ele começou uma brincadeira com os irmãos, imitando um comediante que fazia muito sucesso em Londres e o pai gravou tudo sem ele saber.
Acabou em uma conversa mostrando a gravação aos amigos em uma hora de folga e um dos diretores do canal passou e os viu rindo e parou para saber do que se tratava. Gostou e o colocou como coadjuvante e assistente do apresentador da manhã.
Autora Ninha Cardoso.
*Espero que fique comigo durante seu tempo e se divirta com o enredo. O livro está completo.
Parte 4A partir daí sua carreira decolou e quando tiveram que substituir o antigo apresentador por aposentadoria ele foi o nome escolhido. Já tinha fama e sucesso. As pessoas já o conheciam e gostavam dele por seu jeito diferente e aparência. Agora era o contrário. Tudo em sua aparência agradava aos produtores e mais ainda ao público. Começou uma escalada de sucesso que atraía muitas mulheres. Lyane focou nele e partiu pra cima em sua ideia ambiciosa de sair da vida comum que levava, o que não era errado. Ele também havia feito o mesmo. O erro dela foi usar a confiança dos outros e enganar para ter o que queria. Não percebera isso antes porque estava encantado com sua aparência e não prestava atenç
Parte 1Mabel estava regando as flores em seu jardim muito bem cuidado por ela mesma. Suas rosas estavam enormes e as gérberas começavam a despontar criando um colorido perfeito em frente a janela. Ela viu o carro de Lorenzo entrando pela estradinha de pedras recentemente feita pelo filho mais novo, Luca. Sorriu e retirou as luvas amarelas que usava para proteger as mãos dos espinhos e foi até ele.— Meu filho lindo! - o abraçou — Eu só o esperava amanhã para o almoço - apertou sua bochecha carinhosamente.— Eu sei mãe. Beijou seu cabelo. Mabel era baixinha e gordinha com cabelos branquinhos. Era como se fosse um b
Parte 2Talvez fosse a tal da Amanda de quem ele tanto falava. Notava sua empolgação e mudança de voz ao se referir a ela. Tinha visto algumas fotos dela em revistas e também em um site na internet que ele lhe mostrara. Até seus olhos brilhavam diferente quando se referia a ela. Isso a preocupava. Não queria ver o filho sofrer.Ela era sócia dele e dos amigos no hipódromo e também sempre estava entre eles em reuniões e festas. Parecia ser muito educada, além de bonita, mas era estranha com relação ao seu bebê. Lorenzo não conseguia esconder sua admiração por ela, mas ao que notava isso não era correspondido.“Como algu
Parte 3— Quero que se esforce e encontre uma boa garota, diferente da anterior. Não sei o que você viu nela.— Ela era gata! - Luca passou correndo e eles riram.— Isso é verdade – ele riu.— Mas era fútil, mentirosa e egoísta.— Eu achava que ela me amava – abriu os braços — E que eu a amava também. Foi um erro.— Sei que foi e burrice também.— Isso acontece mãe - deu de ombro — Eu apostei e perdi.&
Parte 1Quase meio-dia. Já estava um pouco atrasado para a reunião, mas não queria sair antes de acalmar seu coração para o encontro. Sua barriga estava incomodando como se estivesse com fome, mas não estava. Era ansiedade. Ficou tão ansioso que nem voltou para casa e dormiu no antigo apartamento que tinha antes de se casar com Lyane. O dividia com Paul até ele se mudar para outro maior e acabou comprando sua parte. Gostava dali por ser mais perto do centro e era bom para quando precisava resolver algo rápido. A casa era seu refúgio, seu lar onde pretendia morar com sua nova mulher e seus futuros filhos.Pegou a chave da Ferrari e desceu. O dia estava nublado, nada de novo em Londr
Parte 2Não tinha a menor intenção de se casar de novo e menos ainda com a viúva alegre que o desprezava sem motivo aparente. E ele não tinha motivos para amar alguém que era interesseira. Amanda era apenas uma Lyane chique e refinada. As duas queriam a mesma coisa. Dinheiro e poder. Lyane se fez de boazinha enquanto Amanda usou seu charme conhecido em cima de um homem mais velho e conseguiu ficar ainda mais rica do que já era. Ela era uma metida a besta que se achava superior aos homens por causa de seu poder, por sua fortuna e seu nome famoso. Deveria estar acostumada a empinar o nariz e humilhar os imbecis que davam em cima dela e no caso o imbecil maior era ele.
Parte 3Paul lhe dissera que a vida era como as corridas de cavalo, tudo um jogo. Você tinha que escolher, fazer sua aposta e torcer para ganhar. E ele estava certo. O problema era que agora ele era o azarão da corrida que só saberia se ganharia ou perderia na reta final, se aproximando da linha de chegada. Ele deveria ter procurado saber mais sobre Amanda e aí sim apostaria suas fichas, agora estava em cima da linha. Se sentia apertado e não sabia se estava apostando certo. Mas valia a tentativa.Foi passando e acariciando o focinho dos cavalos que estavam com a cabeça para fora em sua baia. Eram todos muito bonitos e muito caros, todos de raças vencedoras. Ali havia muito dinheiro envolvido e também os egos de seus proprietários. Mais à
Parte 4Seu cabelo castanho cheiroso balançou com o movimento e encobriu seus olhos. Ajeitando a alça da bolsa ela o olhou firme.— O que andam fofocando ao meu respeito?— Nada! - ergueu as mãos.Ela o olhou desconfiada.— Nada mesmo. Eu apenas a vi falando com o potro sobre Gilbert e pensei que vocês passam muito tempo juntos e ele é muito reservado, quase não fala com os outros sócios e donos de animais, a não ser em reuniões para falar só sobre isso - encolheu os ombros.— Ah... - deu um sorrisinho — E você acha que comigo é d