Parte 2
Não tinha a menor intenção de se casar de novo e menos ainda com a viúva alegre que o desprezava sem motivo aparente. E ele não tinha motivos para amar alguém que era interesseira.
Amanda era apenas uma Lyane chique e refinada. As duas queriam a mesma coisa. Dinheiro e poder.
Lyane se fez de boazinha enquanto Amanda usou seu charme conhecido em cima de um homem mais velho e conseguiu ficar ainda mais rica do que já era.
Ela era uma metida a besta que se achava superior aos homens por causa de seu poder, por sua fortuna e seu nome famoso. Deveria estar acostumada a empinar o nariz e humilhar os imbecis que davam em cima dela e no caso o imbecil maior era ele.
Com certeza ela se divertia em pisá-lo com o propósito de que ficasse humilhado por não conseguir o que todo homem quer com uma mulher bonita. Era só isso o que queria dela. Sexo!
Amor não era necessário e não entrava nessa doença chamada Amanda Rios. Porque ele estava doente, mas teria sua cura em breve e depois ele é quem iria desprezá-la. Assim mesmo.
Passou pelo Porsche dela com esse pensamento em mente e se sentindo mais confiante agora. Ela deve ter sido a primeira a chegar porque estacionara na melhor vaga. Passou pelo portão de ferro decorado e parou observando a casa de Gilbert.
Uma bonita construção de tijolos vermelhos de dois andares com janelas brancas. Pelo barulho que vinha de trás da casa os convidados já estavam reunidos batendo papo, bebendo e comendo. Gilbert fazia essas reuniões de vez em quando e sempre acabavam tarde. Ninguém queria sair sem provar as delícias que ele mandava servirem.
Os proprietários dos cavalos já deveriam ter feito o passeio e as inspeções normais que costumavam fazer e agora estavam ouvindo as novas ideias de Gilbert. Mas com certeza ela não estaria reunida com o grupo ainda. A conhecia bem para saber o quanto amava seus animais e o tempo que dedicava a eles. Seguiu para o estábulo.
Ela deveria estar entretida com sua nova aquisição. Ahmed havia lhe dado de presente um lindo potro branco da raça árabe e que valia milhões no mercado, mas que ela com certeza não iria vender. Tanto por ser um presente do amigo, quanto por seu apreço ao animal. Ficara encantada ao receber o pequeno potro e ficou horas falando sobre ele.
Lorenzo tinha dois da raça puro-sangue inglês e um quarto de milha belíssimo. Amanda mantinha quatro animais no estábulo sob os cuidados de Gilbert e agora com o potrinho somavam cinco cavalos. Com certeza passaria mais tempo ainda aqui.
Ela conversava muito com o treinador e ficava por dentro de tudo o que acontecia no estábulo e no hipódromo. Certa vez ele comentou que ela ficava tempo demais por lá e ela o respondeu com frieza como sempre.
— Não tenho tempo para perder com bobagens - balançou a cabeça — Não venho para passear, venho cuidar de meus cavalos, eles são importantes pra mim. Não sou como você que deixa os seus na mão do treinador e quase não lhes dá atenção.
Era desse jeito que ela o tratava. Poucas vezes foi gentil ou carinhosa com ele. Educada sim, gentil não.
Chegou no portão de madeira e sorriu aliviado. Ela ainda estava lá e seria melhor fazer sua proposta com ela sozinha do que cercada de gente. Pelo menos a bronca seria menor e a humilhação passaria despercebida se alguém ouvisse sua resposta negativa.
Passou pelo segundo portão e falou com o segurança do dia. Ele lhe desejou boa sorte e isso lhe pareceu um bom sinal.
— O senhor chegou um pouco atrasado. O pessoal está reunido lá atrás na casa do senhor Gilbert.
— Eu sei, mas quero dar uma olhada nos cavalos antes.
— A senhora Rios está aí também - abriu o portão menor.
Esperava que o segurança não ouvisse sua conversa com Amanda. Como o portão era um pouco afastado das baias seria difícil ouvir, a não ser que ela gritasse com ele.
Devido ao formato em que foi construído, as baias ficavam depois de um pequeno pátio e isso lhe dava mais segurança de que ninguém os veria. Não dava para vê-la ainda, mas sabia que estava lá e entrou com o resto de confiança que ainda havia.
O pátio estava quase vazio, havia apenas um rapaz que recolhia os baldes de água dos cavalos e acenou para ele com a cabeça. O resto do caminho estava deserto, mas sabia que algum dos empregados poderia aparecer a qualquer momento então tinha que ser rápido.
Até porque, não queria ter que parar para conversar sobre os negócios do hipódromo como sempre acabava fazendo.
Ser sócio era bom em vários sentidos, mas era uma chatice ter que falar sobre as corridas todo o tempo. Amanda era mais tranquila com relação a isso. Ela e Mauro tinham paciência para explicar as coisas aos funcionários e visitantes.
Naquela semana haveriam mais três corridas e sempre que algum dos cavalos deles vencia faziam uma comemoração e também davam um bônus aos tratadores e aos jóqueis para incentivá-los mais.
Claro que a mais querida entre os sócios era a senhora Rios, a viúva alegre que os tratava com atenção e educação, enquanto que com ele eram só patadas. Ele era o astro da televisão, mas ela era a queridinha do hipódromo.
Mas sabia que o motivo não era só o dinheiro que ela dava aos funcionários. Eles sabiam que ela era muito apaixonada pelos animais. Tratava cada um com muito carinho, mesmo os que não pertenciam a ela. Até os outros proprietários sabiam disso e gostavam de deixar a responsabilidade em suas mãos. Era comum que lhe pedissem ajuda com os animais.
Dito e feito, um rapaz carregando uma sela passou por ele e o cumprimentou.
— A senhora Rios já está na baia com o potrinho novo há quase meia hora. Ela adora esses cavalos. Acho que se deixar ela vai acabar se mudando pra cá.
— Isso é verdade - ele sorriu.
Pensou que na próxima encarnação queria retornar como um cavalo e cair na baia de Amanda, assim ela o encheria de carinho.
— Esse potro é muito bonito e forte, em breve vai estar correndo por essas pistas e tem cara de campeão - jogou a sela pelo ombro — A senhora Rios tem olho bom para animais. Quando ela vê um geralmente acerta no palpite. Até agora todos que ela trouxe já ganharam no mínimo uma vez.
Sim, Amanda era boa em escolher animais. Talvez por isso ela não o escolhesse. Vai ver ele tinha algo podre e não sabia.
Se despediu do rapaz e continuou até o final das baias onde ela estaria. Foi pensando nas palavras de Paul que em uma conversa lhe dissera que se acostumasse com o que acontecia para não sofrer. Eles falavam sobre sua separação, mas servia também para sua vida atual.
Autora Ninha Cardoso.
Espero que fique aqui. O livro está completo e vem mais emoções por aí.
Parte 3Paul lhe dissera que a vida era como as corridas de cavalo, tudo um jogo. Você tinha que escolher, fazer sua aposta e torcer para ganhar. E ele estava certo. O problema era que agora ele era o azarão da corrida que só saberia se ganharia ou perderia na reta final, se aproximando da linha de chegada. Ele deveria ter procurado saber mais sobre Amanda e aí sim apostaria suas fichas, agora estava em cima da linha. Se sentia apertado e não sabia se estava apostando certo. Mas valia a tentativa.Foi passando e acariciando o focinho dos cavalos que estavam com a cabeça para fora em sua baia. Eram todos muito bonitos e muito caros, todos de raças vencedoras. Ali havia muito dinheiro envolvido e também os egos de seus proprietários. Mais à
Parte 4Seu cabelo castanho cheiroso balançou com o movimento e encobriu seus olhos. Ajeitando a alça da bolsa ela o olhou firme.— O que andam fofocando ao meu respeito?— Nada! - ergueu as mãos.Ela o olhou desconfiada.— Nada mesmo. Eu apenas a vi falando com o potro sobre Gilbert e pensei que vocês passam muito tempo juntos e ele é muito reservado, quase não fala com os outros sócios e donos de animais, a não ser em reuniões para falar só sobre isso - encolheu os ombros.— Ah... - deu um sorrisinho — E você acha que comigo é d
Parte 1Mauro estava observando os amigos sentados de frente um para o outro, mas quase não se olhavam. Era esquisito. Já estavam jogando há quase uma hora e eles mal haviam trocado uma frase completa. Amanda estava muito quieta e Lorenzo com o semblante fechado e com olheiras. Muito estranho. Da última vez que os vira no fim de semana eles estavam normais, se espetando e brigando por bobagens como sempre faziam e até divertia os presentes. Agora esse silêncio.Os dois costumavam fazer muito barulho na mesa quando estavam com mão boa ou blefando para ganhar do outro e agora estavam calados, a testa franzida, lábios apertados, muito esquisito mesmo. Tinha acontecido alguma coisa e ele não s
Parte 2— Hum... Também não vou querer dessa vez.Lorenzo ficou em dúvida. Ela era muito boa no blefe e já ganhara várias vezes, mas nunca com uma mão como a que ele tinha agora. Já baixara várias vezes um full house na mesa e sequências que lhe permitiam limpar o grupo, mas agora isso não importava. Ela não poderia bater sua mão. Uma ideia louca começou a se formar em sua mente. Seria ótimo que ela achasse que ele estava blefando porque não teria chance contra seu royal flush e seria muito bom ver sua cara de derrotada.Ele sairia de sua última partida como um campeão em
Parte 3Amanda pegou o bloco com jeito desgostoso e se levantou indo até a varanda e escreveu. Foi rápida e curta, mostrando que já sabia bem o que queria dele. Já ele ficou em dúvida sobre o que pedir exatamente e como.Pensou em uma hora em um motel luxuoso, depois em um dia inteiro em um hotel, mas não conseguia se definir. Só sabia que iria aproveitar para tirar aquele sorriso de superioridade dela.— Não temos a noite toda, garoto - Amanda provocou.Ele era doido por ela, mas estava em um impasse e agora aborrecido pela sua ousadia. Ela merecia que ele fosse o safado playboy que tanto achava que era. Deveria mostrar que ela pagaria pela língua ousada e depois teria sua vingan&cce
Parte 1Amanda estava um pouco nervosa e não sabia bem o porquê de se sentir assim. Já enfrentara Lorenzo outras vezes. Talvez pela última conversa ter sido um pouco pesada e ela ter se arrependido depois de ter dito tantas coisas ruins para ele. No fundo ela sabia que ele era um bom homem, mas seus costumes causavam problemas de vez em quando e achava isso errado. Coincidiu de estar em um dia ruim quando ele lhe questionou sobre o que achava de sua pessoa e desandou a falar sem pensar duas vezes. Estava errada também. Deveria ter tido mais cuidado e calma ao falar, mesmo abrindo o jogo. Tinha sido agressiva. No fundo ela sentia que Lorenzo tinha qualidades, é claro, mas o modo como ele agia a deixava irritad
Parte 2Paul mal sabia o que acontecia ali, mas Ahmed e Mauro estavam atentos. Eles desconfiavam, só não falavam.— Não é verdade - Lorenzo disse — Eu já a havia convidado antes e você me disse não.— Ah, mas eram sempre convites familiares - ela fingiu não ligar — E sabe que eu não tenho muita paciência para reuniões assim.Ele podia jurar que ela não estava debochando dele agora. Mas com certeza ele estava delirando porque Amanda nunca iria querer um programa a sós com ele. Já deixara claro que não o suportava. Se tivesse convidado para uma saída só os do
Parte 3— Não seja ridículo - disse baixo e impaciente — Eu gosto muito deles e sei que eles sentem o mesmo apreço por mim. Acha que eles iriam te respeitar depois de me fazer passar por um papel tão baixo? Ser obrigada a ir pra cama com você para inflar seu ego machista? - ele não retrucou — Nós temos um problema, obviamente. Vamos resolver de uma vez e esquecer essa guerrinha que já dura muito.— Não estamos em uma guerra.— Nós temos nossas pequenas batalhas quase todas as vezes em que nos encontramos. Pra mim isso é uma guerra.— Bem, então vamos fazer amor ao invés de guerrear - ele quis ser engraçado, mas ela n&atil