Lorenzo abriu a porta de sua Ferrari azul e viu quando duas garotas o olharam com um sorriso sedutor, mas não deu atenção. Sua mente estava cheia com outros pensamentos e de outra pessoa.
Uma pessoa que o deixava louco, tanto de raiva quanto de tesão.
Amanda Rios era a culpada de muitas noites acordado e ela não dava a mínima pra isso. Assim como ele não dava a mínima para os olhares de inveja de muitos homens, quando passava com sua potente Ferrari pelas ruas de Londres. Adorava o carro e sabia que chamava atenção. Era a representação de status, de sucesso e de riqueza.
E ele batalhou muito para chegar no ponto onde estava agora na vida e muitas vezes tinha sido bem difícil. Algumas portas se fecharam e ele teve que buscar outras, mas tinha conseguido.
Quando parava nos sinais de trânsito era comum as cabeças se virarem para olhar o carro. Muitas mulheres até davam em cima dele no rápido momento de espera até o semáforo abrir, mas ele não queria seus olhares e flertes. Queria que ela o olhasse e o visse como realmente era e não como ela pensava.
Amanda o tinha como um playboy rico e sem nada a oferecer, a não ser seu corpo. Pensava que era um homem de negócios, apenas mais um CEO que só queria dinheiro. Mas ela estava enganada.
Ele queria mais. Sempre quis mais, desde pequeno. Sabia que sua vida poderia ser muito melhor do que a que já tinha e seguiu atrás de cada sonho que teve.
Há quatro anos ele a queria, mas ela nunca o deixou se aproximar de verdade. Sempre o cortava com educação, mas era sempre fria e mostrava que não apreciava sua companhia, apesar de todos os seus esforços e de ser um homem muito bem educado.
Ele nunca usou a desculpa de ser famoso e um CEO de sucesso que administrava uma rede de restaurantes com filiais espalhadas pelo mundo. Sempre foi ele mesmo ao lado dela.
Era como se ele tivesse algo contagioso que ela tivesse medo de pegar. Nunca lhe dava uma chance.
Ela sempre tinha algo a dizer, não importava qual fosse o assunto e geralmente ele estava sempre errado em sua visão. Ás vezes era divertido ver as indiretas e diretas que ela jogava em cima dele, mas quando o ignorava era o inferno. E ela fazia muito disso.
Preferia mil vezes que brigasse com ele do que tratá-lo como um qualquer. E no último mês ela vinha fazendo isso e estava conseguindo irritá-lo bastante.
Costumavam se encontrar com um grupo de amigos em comum para jogar póquer nas noites de quinta, assistir as corridas de cavalos no hipódromo e eventualmente em alguma reunião ou festinha de algum deles.
Esses encontros eram sempre cheios de farpas direcionadas a ele, mas agora nem isso ela vinha fazendo. Apenas dava um falso sorriso e se afastava. E ele nem sabia porquê.
Mudou de ideia sobre ir para casa e entrou na avenida que o levaria á casa dos pais. Era um velho hábito dele buscar consolo na comida da mãe. Aliás, era mais um costume enraizado do que hábito.
Fazia isso as vezes sem nem perceber. Coisas de família italiana.
Balançou a cabeça sem entender qual seria o real motivo de Amanda o tratar dessa forma. Não se recordava de ter sido grosseiro ou abusado com ela nesses quatro anos em que se conheciam.
Ele só queria uma chance de mostrar que era uma boa pessoa.
Pisou fundo e sua Ferrari prontamente obedeceu dando um salto de velocidade. Adorava correr e fazia isso como um modo de relaxar. Infelizmente, Londres estava cheia de regras de velocidade e estava ficando impossível curtir o poder dos motores de seus carros.
Um exagero por certo, mas o mundo vinha se tornando um lugar cheio de exageros. A cada dia criavam mais e mais proibições para tudo. Em breve seriam uma sociedade doente e apática.
E o pior que a maioria nem reclamava porque tinha uma preguiça enraizada criada pelo excesso de tecnologia que parecia deixar todos apáticos em frente a uma tela.
O pior ainda era saber que ambos tinham as mesmas paixões por várias coisas, mas que ela não o permitia se aproximar. Naquele momento deveria estar dirigindo para o hipódromo, mas não estava com saco para aguentar ser desprezado de novo.
Bastava a noite anterior em que ela o havia deixado muito irritado. Ele tinha um cavalo vencedor de concursos de beleza e elegância e também de velocidade. Amanda também tinha. Ele apostava alto nas corridas. Ela também. Ele apreciava uma boa disputa. Ela também.
Ambos passavam horas jogando póquer e adoravam ganhar. Ou seja, eram muito parecidos, mas ela insistia em não lhe dar o benefício da dúvida e deixar que entrasse mais em sua vida e isso o irritava tanto quanto magoava.
Quando a conheceu quatro anos atrás, de cara já ficou interessado em sua beleza e não era pra menos. Amanda era uma das modelos mais bem pagas da atualidade.
Alta, magra com curvas bem feitas, cabelo longo castanho escuro e olhos de um verde escuro penetrante.
Seu corpo se acendeu ao vê-la chegando ao lado dos amigos Mauro e Paul. Ela chamava atenção enquanto caminhava pelo corredor em direção a ele.
Linda, mas com uma língua ferina como veio a descobrir um tempinho depois, porque ela não fez questão de esconder que não apreciava sua companhia. Mas por quê? Essa era sua dúvida constante.
Seus amigos o avisaram que conheceria a nova sócia do hipódromo que estava buscando uma injeção a mais de dinheiro para aumentar e melhorar o local para os novos projetos. Seria uma mão na roda, porque segundo eles, além de ser uma excelente pessoa era também muito rica e apaixonada por cavalos.
Essa pessoa era Amanda Rios, que momentos depois ele veio a descobrir ser a viúva de um dos homens mais ricos da Inglaterra, Sebastian Wallace.
Ela preferia usar seu nome de solteira para não chamar atenção das pessoas sobre quem era na verdade. Ele já tinha ouvido falar dela e de seu casamento, que os fofoqueiros das mídias chamaram de golpe do baú por causa da diferença de idade entre o casal.
Amanda tinha vinte e quatro anos quando se casou com Sebastian que tinha cinquenta e três.
Não tinha visto fotos dela porque não se interessava por mulheres golpistas, já tinha sofrido na mão de uma com quem acabara se casando e tinha sido um inferno.
Não procurou saber das fofocas apesar de terem rodado o meio da sociedade durante muito tempo e ter retornado quando Sebastian morreu deixando a viúva “alegre” como os maldosos frisavam.
Pensava que seria uma mulher sem graça, talvez um pouco interessante, mas com uma aura feia como toda mulher descarada tem. No entanto, Amanda era o oposto disso. Era perfeita!
Sebastian havia falecido há pouco mais de um ano. Não estava em Londres na época, mas os amigos comentaram com ele. Também não o conhecia pessoalmente, então não seria nada demais não participar de seu funeral.
Apesar disso ele enviou flores e um pequeno cartão com palavras de conforto à viúva, por causa de seu trabalho como apresentador de programa diário. Se soubesse que ela era a viúva teria ido pessoalmente lhe dar o conforto que merecia. Ficou encantado por ela.
Autora Ninha Cardoso.
* Este livro está completo, continue lendo. Espero que goste do enredo.
Parte 2Se bem que ela poderia até matá-lo e dizer que estava em surto emocional pela perda do marido, já que não simpatizou com ele desde o início. Era estranha demais essa aversão. Não entendia.Ele ficou surpreso ao conhecê-la. Não estava preparado para essa mulher sexy e inteligente. Cheia de bom humor e de cortes pesados quando queria, especialmente com ele. Amanda tinha um jeito elegante de ser, até mesmo na hora em que era fria e seca. Geralmente com ele.Amanda tinha vinte e sete anos e sua sofisticação atraía a todos. Ele se sentiu atraído também, apesar de estar noivo de outra e quase para casar. Também ficou impressionado com a reação negativa que ela teve ao conhecê-l
Parte 3Passou também a desfilar para grandes nomes da moda, fazer propagandas e outros trabalhos. Seu rosto ficou conhecido rapidamente como a nova promessa das passarelas.Até participou de dois filmes como convidada. Ele nunca imaginou que seria ela a viúva alegre. Estava correndo tanto que via uma vez ou outra seu rosto em revistas, mas nunca parou para olhar bem.Agora estava como um idiota preso a ela e sem saída próxima para seu desespero de fazê-la se interessar por ele. A vida era engraçada às vezes e outras vezes ela ria de sua cara.Mesmo estando solteiro e ela viúva, Amanda nunca lhe deu uma única chance, nem mesmo mudou sua atitude com relação a ele, apesar
Parte 4A partir daí sua carreira decolou e quando tiveram que substituir o antigo apresentador por aposentadoria ele foi o nome escolhido. Já tinha fama e sucesso. As pessoas já o conheciam e gostavam dele por seu jeito diferente e aparência. Agora era o contrário. Tudo em sua aparência agradava aos produtores e mais ainda ao público. Começou uma escalada de sucesso que atraía muitas mulheres. Lyane focou nele e partiu pra cima em sua ideia ambiciosa de sair da vida comum que levava, o que não era errado. Ele também havia feito o mesmo. O erro dela foi usar a confiança dos outros e enganar para ter o que queria. Não percebera isso antes porque estava encantado com sua aparência e não prestava atenç
Parte 1Mabel estava regando as flores em seu jardim muito bem cuidado por ela mesma. Suas rosas estavam enormes e as gérberas começavam a despontar criando um colorido perfeito em frente a janela. Ela viu o carro de Lorenzo entrando pela estradinha de pedras recentemente feita pelo filho mais novo, Luca. Sorriu e retirou as luvas amarelas que usava para proteger as mãos dos espinhos e foi até ele.— Meu filho lindo! - o abraçou — Eu só o esperava amanhã para o almoço - apertou sua bochecha carinhosamente.— Eu sei mãe. Beijou seu cabelo. Mabel era baixinha e gordinha com cabelos branquinhos. Era como se fosse um b
Parte 2Talvez fosse a tal da Amanda de quem ele tanto falava. Notava sua empolgação e mudança de voz ao se referir a ela. Tinha visto algumas fotos dela em revistas e também em um site na internet que ele lhe mostrara. Até seus olhos brilhavam diferente quando se referia a ela. Isso a preocupava. Não queria ver o filho sofrer.Ela era sócia dele e dos amigos no hipódromo e também sempre estava entre eles em reuniões e festas. Parecia ser muito educada, além de bonita, mas era estranha com relação ao seu bebê. Lorenzo não conseguia esconder sua admiração por ela, mas ao que notava isso não era correspondido.“Como algu
Parte 3— Quero que se esforce e encontre uma boa garota, diferente da anterior. Não sei o que você viu nela.— Ela era gata! - Luca passou correndo e eles riram.— Isso é verdade – ele riu.— Mas era fútil, mentirosa e egoísta.— Eu achava que ela me amava – abriu os braços — E que eu a amava também. Foi um erro.— Sei que foi e burrice também.— Isso acontece mãe - deu de ombro — Eu apostei e perdi.&
Parte 1Quase meio-dia. Já estava um pouco atrasado para a reunião, mas não queria sair antes de acalmar seu coração para o encontro. Sua barriga estava incomodando como se estivesse com fome, mas não estava. Era ansiedade. Ficou tão ansioso que nem voltou para casa e dormiu no antigo apartamento que tinha antes de se casar com Lyane. O dividia com Paul até ele se mudar para outro maior e acabou comprando sua parte. Gostava dali por ser mais perto do centro e era bom para quando precisava resolver algo rápido. A casa era seu refúgio, seu lar onde pretendia morar com sua nova mulher e seus futuros filhos.Pegou a chave da Ferrari e desceu. O dia estava nublado, nada de novo em Londr
Parte 2Não tinha a menor intenção de se casar de novo e menos ainda com a viúva alegre que o desprezava sem motivo aparente. E ele não tinha motivos para amar alguém que era interesseira. Amanda era apenas uma Lyane chique e refinada. As duas queriam a mesma coisa. Dinheiro e poder. Lyane se fez de boazinha enquanto Amanda usou seu charme conhecido em cima de um homem mais velho e conseguiu ficar ainda mais rica do que já era. Ela era uma metida a besta que se achava superior aos homens por causa de seu poder, por sua fortuna e seu nome famoso. Deveria estar acostumada a empinar o nariz e humilhar os imbecis que davam em cima dela e no caso o imbecil maior era ele.
Último capítulo