Todo o jantar correu muito bem, Faith e Odeth conversaram sobre várias coisas como duas velhas amigas. Para Rowan, aquilo era mais do que especial, afinal, Faith era a primeira mulher que levava em casa, a primeira que ele tencionava mesmo levar a sério. Por mais que nunca tivesse sido um Don Juan, tivera algumas namoradas, mas todas passageiras. Jamais sentira por alguém o que sentia por Faith e a aprovação de sua mãe era importante.
Robert Allers não almoçava à mesa. Ele precisava da ajuda de uma enfermeira e várias vezes ficava entediado e agressivo quando contrariado. Como ele preferia ficar sozinho em seu quarto, Odeth geralmente fazia suas refeições sozinha e era exatamente por ter companhia que ela estava tão feliz.
Em um certo momento, estr
Com quinze minutos de atraso, o contato de Rowan chegou. Era um homem gordinho, calvo, na faixa dos quarenta anos. Nervoso, ele olhava de um lado para o outro com medo de ser visto. Sentou-se à mesa com eles, ainda tenso, e logo colocou uma pasta sobre a mesa. — Não posso demorar! Nesta pasta vocês vão encontrar tudo o que precisam saber — o homem ainda não tinha olhado nem para Rowan nem para Faith, e quando o fez, arregalou os olhos afobado. — Você esteve na delegacia outro dia! — lembrou, apontando para Faith. — Como se lembra disso? — perguntou desconfiada. — Ora, não é todo dia que uma moça bonita aparece por lá — era praticamente uma cantada bar
Foi como em um passe de mágica que o policial foi trazido de volta à realidade. Um dos médicos legistas que estava trabalhando no caso do “Assassino das Noivas” tinha algo a lhe falar e fez questão de telefonar pessoalmente para eles. Jayce e Debra, portanto, foram até o necrotério que ficava convenientemente próximo dali e procuraram pelo médico, que lhes recebeu bastante sério, mas com satisfação. Normalmente não gostava de policiais, mas aqueles dois eram uma exceção à regra. Eram educados e não lhe pressionavam. — Então, o que descobriu? — Jayce estava um pouco ansioso. — Penelope Ayburn tinha ferimentos à faca que não batem com o momento da morte. Pelas minhas análi
A dor de cabeça era tão intensa que ela podia jurar que tinha bebido muito na noite anterior. Não era apenas aquilo, porém, algo muito mais grave. Alguém ia morrer, não havia dúvidas, não era apenas um pesadelo. Instintivamente sabia que não iria mais encontrar Rowan em sua cama nem em sua casa. Tinha certeza que o tinha assustado o suficiente para mantê-lo bem longe. Talvez fosse melhor daquela maneira, antes que acabasse estragando tudo. Iria sofrer, mais do que poderia suportar, mas pelo menos ele estaria bem. A família DeWitt era muito complicada e cheia de suas próprias tragédias, o que acabava prejudicando terceiros. E ela não queria isso, ainda mais para alguém que passara a amar tanto. Entretanto, não estava sozinha. Tat
Algum tempo depois estavam ambos deitados na cama, abraçados e exaustos. Faith jamais fora amada daquela maneira e sentia-se completa, deliciada, satisfeita. Sentia-se feliz, não apenas pelo que tinham acabado de fazer, mas principalmente por ele estar ali, por não ter desistido dela. Era um presente, e Faith não tinha mais dúvidas de que estavam predestinados a ficarem juntos. Naquele momento, os dois comiam as coisas gostosas que Rowan levara na cesta e bebiam o vinho que ele também escolhera. Riam, brincavam, seduziam-se e pareciam dois adolescentes compartilhando o primeiro amor. — Rowan, espero que não me leve a mal, mas não quero que durma aqui esta noite — ela falava sério, mas ele arregalou os olhos de maneira divertida, como se estivesse surpreso. Por&eac
De manhã, no dia seguinte, Steve se encontrava na delegacia. Não conseguira dormir nada desde que Faith aparecera na sua casa àquela hora da madrugada. Ficara pensando em Jayce. Sabia exatamente quem iria morrer e que aquilo não seria nada bom para ninguém. Sem saber o que fazer, ele olhava para a Açucena, que começava a apresentar um desgaste nas pétalas por estar fora de um vaso, mas ainda se mostrava bela. Ainda sobreviveria por algum tempo, mas será que poderia dizer o mesmo de Debra? — Perdido em algum momento romântico? — foi exatamente Jayce quem apareceu, tirando Steve de seus pensamentos. Mal sabia que ele era a última pessoa que o amigo queria ver. — Não, estava apenas divagando — rapidamente, ele guardou a flor dentro da
Na manhã seguinte, depois de ter esperado Rowan sair de casa, Faith tomou um táxi e partiu para a residência de Lolla. Queria ver Cailey, saber como ela estava depois do dia anterior, e também gostaria de ver como Tatianna tinha recebido a notícia. Ficou contente em ver que o clima naquela casa estava bem melhor do que antes. As duas tomavam café juntas e ficaram animadas com a presença da terceira para lhes fazer companhia. Faith passou apenas um tempo com elas e liberou Cailey de trabalhar aquele dia. Eram suas primeiras horas de liberdade, e a mais jovem merecia aproveitá-las apenas fazendo o que desejasse. Cailey até insistiu que queria trabalhar, pois a irmã não daria conta de tudo sozinha, entretanto, a ideia de apenas descansar, depois de toda aquela tempestade, era deveras atraente, portanto, a oferta foi aceita sem muita discu
Normalmente, Jayce e Debra não faziam determinados trabalhos de campo. Dificilmente procuravam evidências na casa da vítima, pois tinham sua própria equipe para fazer aquilo. Costumavam confiar no trabalho de seus colegas e obtinham sempre bons resultados com as pistas que eles encontravam, entretanto, o casal de detetives estava, em plena manhã, na residência de Penelope Ayburn em busca de qualquer coisa que pudesse clarear suas mentes para aquele caso. Estavam obcecados por aquela história, não dormiam há dias e mal tinham fome. Saber que um monstro ainda estava à solta e podia tirar a vida de mais pessoas era desconcertante. Aparentemente, não havia nada de interessante que eles pudessem acrescentar como pista, mas foi Debra quem encontrou, bem no fundo de uma gaveta, um frasco de antidepressivos e também uma receita para mais
Não demorou muito para Rowan ficar sabendo sobre o psiquiatra e sobre Penelope Ayburn. Naquele mesmo dia mais tarde, enquanto jantava com Faith, seu contato lhe telefonou, dando-lhe todas as informações, e ele as passou para a namorada, em seguida. — Depressiva? Síndrome do Pânico? — imediatamente ela associou aqueles detalhes às flores que vira na casa de Shelby Noor. As duas eram teoricamente solitárias, tristes e não era para ser assim, afinal, tinham tudo a seu favor. Faith comentou isso com Rowan, e ele também ficou intrigado. — Realmente é muita coincidência — sem precisar de nenhuma prova, ele acreditou em seu dom de compreender as flores. Aliás, a achava ainda mais especial por conta daquilo. — O que será que as