Algum tempo depois estavam ambos deitados na cama, abraçados e exaustos. Faith jamais fora amada daquela maneira e sentia-se completa, deliciada, satisfeita. Sentia-se feliz, não apenas pelo que tinham acabado de fazer, mas principalmente por ele estar ali, por não ter desistido dela. Era um presente, e Faith não tinha mais dúvidas de que estavam predestinados a ficarem juntos.
Naquele momento, os dois comiam as coisas gostosas que Rowan levara na cesta e bebiam o vinho que ele também escolhera. Riam, brincavam, seduziam-se e pareciam dois adolescentes compartilhando o primeiro amor.
— Rowan, espero que não me leve a mal, mas não quero que durma aqui esta noite — ela falava sério, mas ele arregalou os olhos de maneira divertida, como se estivesse surpreso. Por&eac
De manhã, no dia seguinte, Steve se encontrava na delegacia. Não conseguira dormir nada desde que Faith aparecera na sua casa àquela hora da madrugada. Ficara pensando em Jayce. Sabia exatamente quem iria morrer e que aquilo não seria nada bom para ninguém. Sem saber o que fazer, ele olhava para a Açucena, que começava a apresentar um desgaste nas pétalas por estar fora de um vaso, mas ainda se mostrava bela. Ainda sobreviveria por algum tempo, mas será que poderia dizer o mesmo de Debra? — Perdido em algum momento romântico? — foi exatamente Jayce quem apareceu, tirando Steve de seus pensamentos. Mal sabia que ele era a última pessoa que o amigo queria ver. — Não, estava apenas divagando — rapidamente, ele guardou a flor dentro da
Na manhã seguinte, depois de ter esperado Rowan sair de casa, Faith tomou um táxi e partiu para a residência de Lolla. Queria ver Cailey, saber como ela estava depois do dia anterior, e também gostaria de ver como Tatianna tinha recebido a notícia. Ficou contente em ver que o clima naquela casa estava bem melhor do que antes. As duas tomavam café juntas e ficaram animadas com a presença da terceira para lhes fazer companhia. Faith passou apenas um tempo com elas e liberou Cailey de trabalhar aquele dia. Eram suas primeiras horas de liberdade, e a mais jovem merecia aproveitá-las apenas fazendo o que desejasse. Cailey até insistiu que queria trabalhar, pois a irmã não daria conta de tudo sozinha, entretanto, a ideia de apenas descansar, depois de toda aquela tempestade, era deveras atraente, portanto, a oferta foi aceita sem muita discu
Normalmente, Jayce e Debra não faziam determinados trabalhos de campo. Dificilmente procuravam evidências na casa da vítima, pois tinham sua própria equipe para fazer aquilo. Costumavam confiar no trabalho de seus colegas e obtinham sempre bons resultados com as pistas que eles encontravam, entretanto, o casal de detetives estava, em plena manhã, na residência de Penelope Ayburn em busca de qualquer coisa que pudesse clarear suas mentes para aquele caso. Estavam obcecados por aquela história, não dormiam há dias e mal tinham fome. Saber que um monstro ainda estava à solta e podia tirar a vida de mais pessoas era desconcertante. Aparentemente, não havia nada de interessante que eles pudessem acrescentar como pista, mas foi Debra quem encontrou, bem no fundo de uma gaveta, um frasco de antidepressivos e também uma receita para mais
Não demorou muito para Rowan ficar sabendo sobre o psiquiatra e sobre Penelope Ayburn. Naquele mesmo dia mais tarde, enquanto jantava com Faith, seu contato lhe telefonou, dando-lhe todas as informações, e ele as passou para a namorada, em seguida. — Depressiva? Síndrome do Pânico? — imediatamente ela associou aqueles detalhes às flores que vira na casa de Shelby Noor. As duas eram teoricamente solitárias, tristes e não era para ser assim, afinal, tinham tudo a seu favor. Faith comentou isso com Rowan, e ele também ficou intrigado. — Realmente é muita coincidência — sem precisar de nenhuma prova, ele acreditou em seu dom de compreender as flores. Aliás, a achava ainda mais especial por conta daquilo. — O que será que as
Na noite seguinte, um pouco mais cedo, Debra estava em casa assistindo a um filme açucarado na televisão, enquanto comia um enorme pacote de pipoca de micro-ondas. Várias vezes suas amigas perguntavam como ela tinha coragem de lidar com a morte todos os dias, ver tanto sangue, chegar em casa e ainda comer e ver televisão tranquilamente. Ela sempre respondia que não era fácil, mas que se desligar de tudo era a melhor saída. Também, dificilmente compreendiam como uma moça bonita e tão delicada podia ter tanta coragem para ser policial. Mas essa resposta era bem mais fácil. Seu pai fora detetive e morrera com dignidade, feliz por estar salvando vidas. Ela também queria fazer sua parte. Estava entretida em uma cena romântica quando seu celular tocou. Ela achou que fosse Jayce e atendeu com pressa, afinal, ele prometeu que pas
Faith sabia que ainda não havia amanhecido. Sabia também que Rowan dormia sereno ao seu lado, por isso, mantinha os olhos fechados, mas não conseguia adormecer novamente. Já estava praticamente decidida a se levantar, quando sentiu aquela sensação estranha de estar sendo sufocada. Tentava respirar fundo, mas não conseguia. Sentou-se na cama, começando a ficar desesperada, especialmente pelo fato de que não sentia que teria uma visão, como estava acontecendo nos últimos dias. Não demorou para Rowan acordar também, percebendo que havia algo de errado. Ele viu e ouviu Faith tossindo, ofegante, quase perdendo os sentidos. Outra vez apavorado, ele a abraçou forte, embalando-a, pedindo para que ela se acalmasse. Então, alguns minutos depois, como em um passe de mágica, ela realmente pareceu melhorar. Parou
Por duas noites consecutivas, Faith dormiu sem ter nenhum pesadelo, nenhum sonho amedrontador, finalmente conseguindo descansar. Sentindo-se tranquila e mais descansada, decidiu levantar-se antes de Rowan. Ele fora tão maravilhoso nos últimos dias, que merecia ser mimado, que era exatamente o que ela pretendia fazer. Era domingo, um dia para apenas ficarem juntos. Um dia com o qual Faith vinha sonhando há muito tempo. Desde os incidentes em sua casa, os dois estavam morando lá. Era mais fácil para Faith, por conta de seu trabalho, e Rowan reparava que ela se sentia mais à vontade. A casa dele, apesar de não ser exatamente uma mansão como aquela onde seus pais moravam, era muito maior que a sua, e ela não estava acostumada com tanto espaço.&nbs
Jayce estava tão transtornado com tudo aquilo que não conseguiu falar mais nada. Desde a época da academia de polícia, ele e Steve eram amigos, encontraram uma incrível afinidade, mesmo não tendo muitas coisas em comum. Jayce tinha muitos irmãos, mas todos estavam em Porto Rico, e seu colega de profissão, junto com Debra, se tornaram sua família naquele país. Por todos esses motivos, a última coisa que ele queria fazer era brigar, mas sabia que estava estressado e ferido, o que o faria perder a razão. Para que isso não acontecesse, achou melhor ir embora. Tudo que desejava era chegar em casa, mas o destino preferiu guiá-lo até a floricultura de Faith. Estacionou o carro em frente ao local e ficou observando enquanto ela trabalhava ao