_ Eu.. Eu..
_ Sim Senhorita? - Diz o estranho com as mãos ainda em mim, me levando a outra dimensão com o simples toque de seus dedos em minha pele.
Vendo que estou fazendo papel de idiota, ele sorri. Parecendo se divertir com a situação e a vermelhidão quente que se forma em minhas bochechas.
_ Tudo bem não tem problema.
Ele diz ao me soltar, sorrindo e colocando as mãos no bolso enquanto encosta em seu carro de luxo que está estacionado na rua.
O vento que passa por nós balança meu cabelo revelando mais ainda meu rosto envergonhado. Os olhos dele me encaram sem parar, resultando em um silêncio constrangedor enquanto seus olhos parecem me devorar.
Desviando o olhar, ele abre seus lábios canudos demonstrando um pingo de sarcasmo em sua voz ao dizer:
_ Sempre corre assim pela rua?
_ E que hoje é meu primeiro dia de trabalho, sai apressada pra não chegar atrasada, me desculpe senhor.
_ Por favor.. me chame de Adam.
_ Eu - ok..
_ Seu nome é?
_ Bianca Senhor, quero dizer... Adam.
_ Hum.
Ele pega suas chaves do carro e gira sobre seus dedos apertando o botão do alarme antes de se aproximar de mim novamente.. com seu sorriso galanteador. Seu cheiro amadeirado invade meus sentidos me lembrando do barulho do mar e de suas ondas em um belo pôr do sol de uma tarde.
_ Onde é seu trabalho? posso te dar uma carona. Estou esperando minha irmã, mas assim que ela chegar podemos ir, ela já deve estar voltando.
_ Hum, primeiramente me desculpe senhor - Adam. Eu não te conheço, quem garante que não é um sequestrador bonito de mulheres?!
_ Sequestrador bonito?
_ Eu.. desculpe! - gaguejo ao falar.
E de novo ele me pega presa em minhas próprias palavras. Sou uma idiota mesmo, pra que falei isso?!
_ Quero dizer, que não é necessário. Meu trabalho é bem aqui do lado naquele bar.
_ Entendo. Nesse caso, posso te acompanhar até lá?
_ Mas e sua irmã? realmente não é necessário senhor.
_ Adam, Bianca! - Ele diz em um tom firme.
Então coloca suas mãos levemente em meu ombro após ligar o alarme outra vez de seu carro, dando a entender que eu ande lado a lado com ele, embora eu tenha deixado claro que não precisaria.
_ Na verdade quero tomar uma bebida hoje. Tenho trabalhado de mais.
Mereço não?_ Se você assim quer, o bar é público.
_ Vamos? - Diz ele confiante não ligando para minha alfinetada.
Sem jeito eu anuo um sim com a cabeça. E ao caminharmos me sinto sem ar perto dele, como se ele mexesse de um jeito comigo que eu não consiga me controlar.
_ Boa noite Bianca. Vejo que trouxe um cliente. - Diz Elder, dono do bar.
_ Hum.. acho que sim.
_ Pode ir para trás do balcão, seu turno já iniciou. - Ele aponta para o seu lado.
_ Claro Elder. - Respondo indo até lá.
E como previsto, Adam é meu primeiro cliente. Mas por hora, ele se senta longe o suficiente. Me devolvendo o ar que eu havia prendido de nervosismo por estar ao seu lado.
Depois de quase meia hora, eu o observo de relance.. até que um dos clientes me chama a atenção para atendê-lo.
_ Ei, mocinha. Você é nova aqui não é?
Me viro para dar atenção a ele, que parece estar um pouco instável no meu ponto de vista.
_ Sim, qual bebida Senhor? - pergunto já pegando um copo com gelo.
_ Você tomaria uma comigo?
Ao falar isso, o cliente me olha de um jeito que me causa repulsa. Mordendo seus lábios ele me lança um sorriso tentando parecer sedutor com os braços sobre o balcão.
_ Desculpa Senhor, Estou trabalhando.
Ele segura meu braço e se aproxima de mim a frente do balcão, seu hálito me diz que já chegou aqui bêbado.
_ Só uma bebida. Ei, não estou querendo nada há mais.
Eu tiro meu braço a força de suas mãos deixando claro outra vez que sua proposta não me agrada, e que me tocar novamente.. as coisas podem desandar.
_ Eu já disse que não. - Digo com a voz firme me libertando dele.
_ Só uma bebida! Hora, você tem que me atender. - Diz o cliente com a voz alterada.
_ Se quiser beba sozinho! - Grito com ele na mesma medida.
Por azar o meu o outro lado do bar está muito barulhento, fazendo meu grito sumir ao redor. todos os clientes estão ocupados com sua própria noite.
Mas eu não me deixo ser intimidada.
Ao notar um pedaço de madeira em baixo do balcão me preparo para o pior caso ele tente algo, Elder foi pegar mais azeitonas na dispensa que fica nos fundos.. provavelmente não vai chegar a tempo, cabe a mim fazer alguma coisa._ Olha aqui.. mocinha, eu-
Uma mão surge diante de nós o puxando para trás novamente onde estava sentado.
_ Eu acho que a moça disse não. - Diz Adam com as mãos no colarinho do rapaz que arregala os olhos surpreso.
_ Tudo bem cara. Me solta. Ao soltar o rapaz que sai correndo do bar, Adam se senta onde ele estava, me encarando em seguida. _ Você está bem? - Ele pergunta. _ Sim. Digo irritada. Apesar de ter me defendido, não gosto da ideia de ser submissa a um homem a tal maneira, posso me defender sozinha. _ Vai beber alguma coisa? _ Por favor, uma margarita. _ Pode deixar. Por sorte eu pesquisei antes de vim pra cá alguns drinks. _ A clássica? _ Sim por favor. Eu sei que existem três formas de consumir este drink: Shake: batida entre 20 e 30 vezes com gelo na coqueteleira e servida coada na taça. é a mais tradicional. On the rocks: também batida na coqueteleira, porém serve-se com duas pedras de gelo na taça. _ Aqui está. _ Algum acompanhamento? _ Oque você sugere? Olho para o cardápio e falo: _ Nessa categoria se encaixam tudo o que pode ser consumido com as mãos e em poucas mordidas, por exemplo as populares mini coxinhas de frango, bolinhos de queijo e bacalhau, kibe e lanch
_ Afinal meu nome é Andressa, algo me diz que vamos nós ver muito. _ Ah claro.. Você também é funcionária de Edvgs Center? - A pergunto. _ Digamos que de certa forma sim. Ela fala em um tom sarcástico olhando para o irmão. _ Bom.. adorei te conhecer, mas tenho que levar minha irmã pra casa.Te mantenho informada ok? _ Claro. Ele toma o restante de sua bebida colocando o copo sobre a madeira do balcão em seguida, pagando a conta. Sua irmã se despede de mim com um breve aceno, enquanto caminham juntos até a porta. No dia seguinte Lucinda aparece na minha porta com várias bebidas em mãos. Dando seu melhor sorriso ao entrar. _ Oiee amiga! - Diz ela animada. _ Oii Lú, veio me mostrar as receitas? _ Sim meu bem, eu prometo.. eu cumpro! Lucinda entra e fica na sua sala de estar, com seu sorriso animado. _ Estou vendo que sim.. _ Onde está sua mãe? - Ela pergunta depois de procurá-la com os olhos pela cozinha. _ Pois então, esse horário ela está no quarto descansando.. É o efeit
Seu olhar está perdido, ele não esperava que eu fizesse isso no último instante. Jogo sua jaqueta na banco e começo a andar de volta por onde viemos. Adam vem logo atrás depois de pegar sua jaqueta, ele não diz nada e apenas me segue.. acho que sabe que passou dos limites. Ao chegar na porta de casa, me apresso para entrar mas ele me segura. _ Você ainda vai na entrevista? Me desculpe.. eu não deveria ter.. _ Não foi nada Adam, vai ser melhor continuar sendo nada. E, sim.. vou sim. Então me solto dele entrando tão rápido que nem o deixo me responder. Não estou preparada pra isso, por que ele tinha que tentar me beijar? Ei deixei claro.. O tempo todo. O decorrer da semana vai bem, mamãe por enquanto anda bem também. Então me sinto aliviada em ir na entrevista hoje que já é quinta feira. _ Mamãe? _ Sim meu amor? _ Eu tenho uma entrevista essa manhã, Como eu estou? Essa é uma das melhores roupa do bazar da Lucinda. _ Você fica linda em qualquer coisa meu amor. Lamento não pode
_ Aah não.. São muito chatas! Tirei o dia de hoje para fazer compras. _ Você ainda vai me falir irmãzinha. _ Até parece, um bilionário como você, Ops! Andressa olha pra mim colocando sua mão na boca, obviamente achando que falou o que eu deveria não saber. _ Tudo bem. Eu já sei. - Digo a ela cruzando os braços. _ Aah meu irmão te contou? finalmente. _ Andressa! - ele a Repreende. _ Na verdade, eu descobri agora Andressa. _ Eu garanto que não foi por mal, meu irmão reagi assim quando quer proteger as pessoas ou ajudá-las. Ele acaba emitindo a verdade não é mesmo Adam? _ Não comece Andressa, me deixe conversar com Bianca. _ Ok, 5 minutos. Preciso dela depois. Eu a encaro e percebo que fala sério, ela mal me conhece mas é tão simpática comigo. Que acabo ficando cismada com essa coisa dos irmãos Rivera. Entretanto, Andressa sai enquanto eu fico sozinha com Adam, que me observa de longe me estudando com seu olhar. _ Então? - Exclamo irritada. _ Eu queria te ajudar por isso men
Corro até ela ligeiramente, procurando ver se está bem. Não conseguindo lidar com a situação, pego minha bolsa e procuro por meu celular desesperadamente. _ Alô aqui é Bianca Bentes! Estou na rua 54 quadra B preciso de uma ambulância agora. Chamo a ambulância com minhas mãos trêmulas rezando para não acontece r o pior, sinto como se fosse uma longa espera com minha mãe em meus braços. Mas então eles logo chegam, a prestando todo o atendimento e, levando-a para o hospital. Mais tarde no hospital.. O médico se aproxima da sala de espera e procurando por alguém, na hora me levanto e seus olhos vão de encontro aos meus. _ Bianca Bentes? - Ele pergunta. _ Sim, sou eu. Dou longos passos indo até ele, rezando para que mamãe esteja bem. _ O estado de sua mãe infelizmente se agravou, o câncer está no último estágio. Lamento, mas as chances são poucas, Ainda mais aqui em hospital público. _ Mas não há nada que eu possa fazer?Tem alguma chance? Por favor doutor, diz que tem algo que pos
De repente nossos corpos reagem como se fossem um, se unindo-se pelo carinho. Eu me sinto bem, me sinto leve e uma sensação de paz emana em mim, uma paz que nunca senti antes. Mas então eu me afasto dele, lembrando quem ele é. E que provavelmente serei nada mais que um projeto bobo em suas garras. _ Eu vou te pagar cada centavo, vou trabalhar pra você. _ Não pense em trabalho agora Bianca, fico feliz por ter aceitado mas não nessas condições. Cruzo meus braços enquanto caminho até o outro corredor, com Adam ao meu lado me seguindo. _ Estou aceitando esse emprego pelo bem da minha mãe senhor Rivera. Quero poder te pagar o mais rápido, não pense que isso vai ficar assim. Tento parecer o mais forte possível escondendo minhas lágrimas dele, meu tom soa firme enquanto olho para espaço vazio. _ Não vou deixar você usar isso como algo para me submeter a você, sou uma mulher independente. Eu não estou a venda, eu posso me acabar de trabalhar, mas o seu dinheiro.. pode ter certeza de que
Adam olha para o lado com o rosto entristecido, parecendo vivenciar um flashback, relembrar subitamente o passado. _ Quando tudo aconteceu, Andressa tinha apenas três anos de idade, eu era mais velho.. então, eu ainda lembro mais dos nossos pais do que ela.Ela sente falta.. mas não como eu, o passado vive em minha memória e eu dou graças a Deus por ela não sentir tanta dor como eu sinto. Ele passa a mão pelo rosto como se procurasse um conforto com o olhar vago e sem vida para sua xícara há sua frente. _ As memórias são a parte do nosso corpo que não podemos controlar, elas sempre mostram a verdade te fazendo cicatrizes, por quê nelas existem também a dor e tudo que tem dor persisti em ficar cada dia apôs o outro te machucando mais. Com sua última fala vejo seus olhos lacrimejarem, o homem forte desapareceu e aos meus olhos é como se eu visse um doce e frágil menino. _ Aah Adam.. sinto muito! Lentamente levanto minha mão até que a pouso na dele sobre a mesa de café, em demonstra
Mamãe me dá sua melhor gargalhada enquanto seguro suas mãos ao seu lado fazendo um círculo em sua pele com meu polegar. _ Você não perde o jeito minha menina. Mamãe se vira de lado enquanto tenta se sentar, mas eu rapidamente a paro. _ Você ainda está se recuperando, não pode fazer tanto esforço mamãe, pelo menos aqui.. obedeça ao médico hã! Eu a deito outra vez, vendo seu rosto mudar para uma careta ao ouvir minha bronca já pela manhã. _ Você tem que se cuidar mamãe, isso não é brincadeira. _ Você sempre cuida de mim meu amor. _ Porque eu te amo mamãe. _ Oh meu amor e seu trabalho no bar, te fiz perde-lo não foi? E agora o que faremos? Sem dinheiro eu não posso ficar aqui. Olhe para esse quarto, ele é lindo mas- _ Calma mamãe, eu liguei pra lá ontem enquanto esperava notícias suas. Eles não me demitiram, eu pedi demissão. _ Bianca! Como eu vou ter calma agora? _ Calma mamãe! Eu consegui um emprego na Edvgs center, foi lá minha entrevista. Por isso pedi a demissão. _ Aah es