Seu olhar está perdido, ele não esperava que eu fizesse isso no último instante. Jogo sua jaqueta na banco e começo a andar de volta por onde viemos.
Adam vem logo atrás depois de pegar sua jaqueta, ele não diz nada e apenas me segue.. acho que sabe que passou dos limites.
Ao chegar na porta de casa, me apresso para entrar mas ele me segura.
_ Você ainda vai na entrevista? Me desculpe.. eu não deveria ter..
_ Não foi nada Adam, vai ser melhor continuar sendo nada. E, sim.. vou sim.
Então me solto dele entrando tão rápido que nem o deixo me responder.
Não estou preparada pra isso, por que ele tinha que tentar me beijar? Ei deixei claro.. O tempo todo.O decorrer da semana vai bem, mamãe por enquanto anda bem também. Então me sinto aliviada em ir na entrevista hoje que já é quinta feira.
_ Mamãe?
_ Sim meu amor?
_ Eu tenho uma entrevista essa manhã, Como eu estou? Essa é uma das melhores roupa do bazar da Lucinda.
_ Você fica linda em qualquer coisa meu amor. Lamento não poder te dar algo melhor.
Então seu semblante muda, Mamãe olha para baixo triste mexendo os dedos sem jeito.
_ Mamãe você não tem que se sentir mal por isso. Eu amo essas roupas, você sabe que não gosto de coisas vulgares e luxuosas. Sou feliz com minha simplicidade e nem todo o dinheiro do mundo poderia me dar o que eu tenho hoje, ou me fazer ser quem eu sou hoje.
Mamãe parece se animar e me dá um sorriso de lado cativante.
_ Está certo meu amor. O dinheiro é apenas papel para quem sabe o verdadeiro sentindo da vida.
_ Sim mamãe, você é faz parte do meus sentidos, Bom... já vou mamãe, não quero chegar atrasada. Por isso vou mais cedo. Sua bênção?
_ Concedida meu amor. Deus te proteja.
Dou um beijo em minha mãe e logo pego um ônibus indo para empresa Edvgs center.
Bom, parece ser esse o endereço, que empresa enorme, O dono dela deve ser alguém muito atarefado.
Entro no saguão principal e vou até a recepcionista, que no momento em que me vê, faz uma cara de desdém.
_ Bom dia, tenho uma entrevista marcada para as 9hrs.
A recepcionista revira os olhos se direcionando a mim como se eu estivesse com uma doença pegajosa.
_ A senhora tem certeza de que tem uma entrevista nessa empresa? - Diz ela fazendo careta.
_ Bom, se essa empresa é Edvgs center, tenho sim Senhorita.
_ Nós funcionários da Edvgs Center sabemos que trajes a rigor são de alta importância Senhorita.
Então olho para meus sapatos e vejo que ela fez o mesmo, me sinto de repente tão desajeitada.. que acabo apertando a alça da minha bolsa, não envergonhada pelas minhas roupas mas sim pela situação em si.
_ Mas -
Quando estou prestes a responde-la sinto uma mão quente no meu ombro.
_ Há algum problema aqui?
_ Eu.. eu.. - Diz a recepcionista sem graça pálida a minha frente, parecendo ter visto um fantasma de tão branca que ficou.
Ao me virar, por sua vez, eu sinto as borboletas no meu estômago outra vez ao olhar para Adam atrás de mim. Como posso ficar assim só de vê-lo, essa conexão me assusta.
_ Aah senhor Adam, estava explicando pra essa senhorita sobre a importância dos trajes a rig-
_ Uma empresa boa Senhorita, se destaca pelo trabalho de bons funcionários. Não pelo destaque de um traje.
_ Sim Senhor Rivera.. me desculpe!
_ Adam? Senhor Rivera?
Olho de Adam para a recepcionista, notando como ela o trata. Então me ficha cai me deixando perplexa.
Como não percebi isso antes? Não acredito.. ele realmente estava mentindo!_ Com licença Senhor Rivera.
A moça sai para atender outros clientes que acabaram de chegar. Meio sem jeito ainda por ter sido repreendida.
_ Bianca me desculpa, eu queria ter dito mas, achei que você iria acabar não confiando em mim. - Ele fala frustrado.
_ Você me deve explicações, como você acha que isso seria melhor? Que não causaria desconfiança? Eu não seu se devo confiar em você novamente.
_ Não diga isso, eu não fiz por mal.
_ Então não mentiu pra mim porque quis? - o pergunto exasperada bufando.
_ Você iria aceitar vir? sabendo a verdade?
_ Não.
_ Então.. menti.
_ Oiee pessoal! - Diz Andressa ao chegar animada.
A irmã de Adam entra me beijando e abraçando o irmão em seguida. Eu diria que ela tem bastante energia.
_ O que está fazendo aqui? E suas aulas? - questiona Adam a ela.
_ Aah não.. São muito chatas! Tirei o dia de hoje para fazer compras. _ Você ainda vai me falir irmãzinha. _ Até parece, um bilionário como você, Ops! Andressa olha pra mim colocando sua mão na boca, obviamente achando que falou o que eu deveria não saber. _ Tudo bem. Eu já sei. - Digo a ela cruzando os braços. _ Aah meu irmão te contou? finalmente. _ Andressa! - ele a Repreende. _ Na verdade, eu descobri agora Andressa. _ Eu garanto que não foi por mal, meu irmão reagi assim quando quer proteger as pessoas ou ajudá-las. Ele acaba emitindo a verdade não é mesmo Adam? _ Não comece Andressa, me deixe conversar com Bianca. _ Ok, 5 minutos. Preciso dela depois. Eu a encaro e percebo que fala sério, ela mal me conhece mas é tão simpática comigo. Que acabo ficando cismada com essa coisa dos irmãos Rivera. Entretanto, Andressa sai enquanto eu fico sozinha com Adam, que me observa de longe me estudando com seu olhar. _ Então? - Exclamo irritada. _ Eu queria te ajudar por isso men
Corro até ela ligeiramente, procurando ver se está bem. Não conseguindo lidar com a situação, pego minha bolsa e procuro por meu celular desesperadamente. _ Alô aqui é Bianca Bentes! Estou na rua 54 quadra B preciso de uma ambulância agora. Chamo a ambulância com minhas mãos trêmulas rezando para não acontece r o pior, sinto como se fosse uma longa espera com minha mãe em meus braços. Mas então eles logo chegam, a prestando todo o atendimento e, levando-a para o hospital. Mais tarde no hospital.. O médico se aproxima da sala de espera e procurando por alguém, na hora me levanto e seus olhos vão de encontro aos meus. _ Bianca Bentes? - Ele pergunta. _ Sim, sou eu. Dou longos passos indo até ele, rezando para que mamãe esteja bem. _ O estado de sua mãe infelizmente se agravou, o câncer está no último estágio. Lamento, mas as chances são poucas, Ainda mais aqui em hospital público. _ Mas não há nada que eu possa fazer?Tem alguma chance? Por favor doutor, diz que tem algo que pos
De repente nossos corpos reagem como se fossem um, se unindo-se pelo carinho. Eu me sinto bem, me sinto leve e uma sensação de paz emana em mim, uma paz que nunca senti antes. Mas então eu me afasto dele, lembrando quem ele é. E que provavelmente serei nada mais que um projeto bobo em suas garras. _ Eu vou te pagar cada centavo, vou trabalhar pra você. _ Não pense em trabalho agora Bianca, fico feliz por ter aceitado mas não nessas condições. Cruzo meus braços enquanto caminho até o outro corredor, com Adam ao meu lado me seguindo. _ Estou aceitando esse emprego pelo bem da minha mãe senhor Rivera. Quero poder te pagar o mais rápido, não pense que isso vai ficar assim. Tento parecer o mais forte possível escondendo minhas lágrimas dele, meu tom soa firme enquanto olho para espaço vazio. _ Não vou deixar você usar isso como algo para me submeter a você, sou uma mulher independente. Eu não estou a venda, eu posso me acabar de trabalhar, mas o seu dinheiro.. pode ter certeza de que
Adam olha para o lado com o rosto entristecido, parecendo vivenciar um flashback, relembrar subitamente o passado. _ Quando tudo aconteceu, Andressa tinha apenas três anos de idade, eu era mais velho.. então, eu ainda lembro mais dos nossos pais do que ela.Ela sente falta.. mas não como eu, o passado vive em minha memória e eu dou graças a Deus por ela não sentir tanta dor como eu sinto. Ele passa a mão pelo rosto como se procurasse um conforto com o olhar vago e sem vida para sua xícara há sua frente. _ As memórias são a parte do nosso corpo que não podemos controlar, elas sempre mostram a verdade te fazendo cicatrizes, por quê nelas existem também a dor e tudo que tem dor persisti em ficar cada dia apôs o outro te machucando mais. Com sua última fala vejo seus olhos lacrimejarem, o homem forte desapareceu e aos meus olhos é como se eu visse um doce e frágil menino. _ Aah Adam.. sinto muito! Lentamente levanto minha mão até que a pouso na dele sobre a mesa de café, em demonstra
Mamãe me dá sua melhor gargalhada enquanto seguro suas mãos ao seu lado fazendo um círculo em sua pele com meu polegar. _ Você não perde o jeito minha menina. Mamãe se vira de lado enquanto tenta se sentar, mas eu rapidamente a paro. _ Você ainda está se recuperando, não pode fazer tanto esforço mamãe, pelo menos aqui.. obedeça ao médico hã! Eu a deito outra vez, vendo seu rosto mudar para uma careta ao ouvir minha bronca já pela manhã. _ Você tem que se cuidar mamãe, isso não é brincadeira. _ Você sempre cuida de mim meu amor. _ Porque eu te amo mamãe. _ Oh meu amor e seu trabalho no bar, te fiz perde-lo não foi? E agora o que faremos? Sem dinheiro eu não posso ficar aqui. Olhe para esse quarto, ele é lindo mas- _ Calma mamãe, eu liguei pra lá ontem enquanto esperava notícias suas. Eles não me demitiram, eu pedi demissão. _ Bianca! Como eu vou ter calma agora? _ Calma mamãe! Eu consegui um emprego na Edvgs center, foi lá minha entrevista. Por isso pedi a demissão. _ Aah es
_ Eu não sabia que seria assim. _ Me desculpe, com tudo que aconteceu com sua mãe eu não tive a chance pra te contar. _ Tudo bem. _ Vou deixá-la trabalhar. _ Obrigada. Sento colocando minhas mãos sobre a minha mesa e logo percebo um envelope junto as flores assim que Adam sai para seu escritório. Então ao lê-lo fico sorrindo com o que diz: Seja bem vinda, é uma honra tê-la conosco em nosso empresa. Carinhosamente.. Adam Rivera. Ao notar as tulipas vejo que ele tem bom gosto e que sabe ser doce da maneira mais linda. Logo depois começo revisando vários casos que estão em uma pasta destinada a mim, que a empresa pegou nos últimos anos. Aliás há alguns que estão em branco no valor do pagamento, sem saber o valor eu não poderei cuidar da contabilidade da empresa. _ Como assim? Preciso perguntar ao Adam, tenho que repassar os valores ainda hoje para os clientes. Me levanto e vou em direção a sala de Adam, alinhando minha roupa antes de bater duas vezes em sua porta. | Toc Toc |
_ Mas- _ Já liguei para o hospital e sua mãe está bem, pode ficar tranquila. O doutor Muniz é um velho amigo meu, ficou de nos informar qualquer coisa, se for necessário ligará diretamente para mim. Não se preocupe. _ E para onde vai o dinheiro dessa festa beneficente? _ Para uma instituição. A presença da empresa ajuda a arrecadar fundos para crianças do orfanato. _ Então ok. Estarei lá. _ Obrigado, fico muito feliz. Não se preocupe com a vestimenta, a empresa se encarrega disso. _ Está bem, mas lembre-se.. É pela arrecadação. Mais tarde no hospital.. Como sempre venho fazendo, eu visito mamãe depois do meu trabalho todos os dias. _ Até que a comida daqui não é ruim meu amor. - Diz mamãe sorridente. _ A mamãe faço ideia de como seja, não precisa mentir é horrível, mas pelo menos é saudável. _ Sim é sim. Pego a bandeja que estava sobre a cama da minha mãe e a coloco na mesinha ao lado então notando só agora as lindas tulipas. _ Mamãe que flores lindas. _ São maravilhosas
Chego na Edvgs Center e vou direto para minha mesa, sem manter contato com ninguém. Adam passa por mim lendo um jornal, enquanto segura sua caneta de café.. para minha sorte ele não nota meu nervosismo e muito menos meu olho. _ Bom dia Bianca. _ Bom dia Senhor Rivera. - Digo com a voz trêmula, que o faz voltar. Droga, por quê será que não consigo ficar calma com ele por perto? Me amaldiçoou por não saber nem menos fingir. Ele gesticula vir até mim ao dobrar o jornal, fico com o rosto virado na tentativa frustrada dele não reparar. _ Você está bem? _ Sim, eu só fiquei sem jeito de agradecer pelo o que o Senhor fez por minha mãe. E por mim. Não tinha necessidade de mandar flores para minha mãe Senhor Rivera. _ Eu mandei para que ela se sentisse bem, aquele quarto de hospital sem cor é um desânimo, só quis que ela se anima-se com algo da natureza já que está sobre uma cama. _ Obrigada, de verdade. _ Não me agradeça por isso. Foi um prazer. Sem falar mais nada, ele vai até seu e