_ Afinal meu nome é Andressa, algo me diz que vamos nós ver muito.
_ Ah claro.. Você também é funcionária de Edvgs Center? - A pergunto.
_ Digamos que de certa forma sim.
Ela fala em um tom sarcástico olhando para o irmão.
_ Bom.. adorei te conhecer, mas tenho que levar minha irmã pra casa.
Te mantenho informada ok?_ Claro.
Ele toma o restante de sua bebida colocando o copo sobre a madeira do balcão em seguida, pagando a conta.
Sua irmã se despede de mim com um breve aceno, enquanto caminham juntos até a porta.
No dia seguinte Lucinda aparece na minha porta com várias bebidas em mãos. Dando seu melhor sorriso ao entrar.
_ Oiee amiga! - Diz ela animada.
_ Oii Lú, veio me mostrar as receitas?
_ Sim meu bem, eu prometo.. eu cumpro!
Lucinda entra e fica na sua sala de estar, com seu sorriso animado.
_ Estou vendo que sim..
_ Onde está sua mãe? - Ela pergunta depois de procurá-la com os olhos pela cozinha.
_ Pois então, esse horário ela está no quarto descansando.. É o efeito dos remédios..
_ Sinto muito Bianca... Por essa doença..
Se eu pudesse fazer alguma coisa por vocês._ Tudo bem Lucinda.. Ela vai começar a quimioterapia semana que vem.
Isso vai deixá-la mais debilitada.Será que você pode vim dar uma olhada nela uma vez ou outra quando eu estiver no trabalho?_ Claro Bianca, Pode contar comigo.
Depois de conversar bastante com ela, fomos pra cozinha, passei a tarde toda aprendendo sobre drinks, e percebi que não é tão difícil como parece.
_ Bom.. estou vendo que você já pegou o jeito. - Exclama Lucinda após me ajudar a arrumar a bagunça que fizemos na cozinha.
_ Sim, obrigada meu bem, você me ajudou muito.
_ Você pode me agradecer aceitando ter um encontro. - Ela sorri maliciosamente para mim.
_ Já falamos sobre isso, não me faça ficar com raiva de você.
_ Tá.. tá.. como você quiser.
Ela caminha até a porta pegando seu casaco ao me olhar em julgamento.
_ Desse jeito você vai acabar virando a tia dos gatos! Não diga que eu avisei.
Eu faço uma careta ao abrir a porta me despedindo dela, que logo chega na sua casa por ser ao lado da minha.
Mas então vejo alguém familiar antes de entrar novamente, que se aproxima de mim com as mãos no bolso.
Eu conheço esse olhar, não seria capaz de esquecê-lo tão facilmente.Mais o que será que ele está fazendo aqui? Há essa hora da noite?_ Boa noite Bianca, está um belo céu estrelado não está? - Diz Adam com seu jeito galanteador passando os dedos sobre o cabelo.
_ Boa noite, sim está.. o que está fazendo aqui? Não é comum ter gente como você por esse bairro, você pode ser assaltado.
Ele gargalha como se eu tivesse contado uma piada, então para ficando sério enquanto levanta suas mãos para mim, ao abrir seus lábios volumosos para falar.
_ Quer andar um pouco? Esse céu está tão lindo que deve ser recompensado com uma bela caminhada ao luar, com alguém especial..
_ Você deveria procurar por esse alguém então. - Digo entre os cílios me afastando com passos para trás.
_ Eu não preciso - Ele pega minhas mãos levemente me fazendo voltar.
Estamos tão perto um do outro, o que é isso que eu sinto? O que está acontecendo? Aah não, são as borboletas em meu estômago que se agitam.. eu me sinto tão eufórica por dentro que acabo cedendo ao desejo dele.
_ E então?
_ Só.. me deixe trancar a porta. - O respondo ao me soltar me virando para a mesma. Eu a tranco nervosa sobre seu olhar atrás de mim, acho que não tem problema.. mamãe a essa hora está dormido e, é só um passeio.
Após descer os degraus da minha casa.. Começamos a caminhar um perto do outro, em silêncio.. Me sentindo sem graça, quando vejo abro a boca falando qualquer coisa que me vem à mente.
_ Você não me parece um simples advogado.. não está mentindo pra mim está?
Ele para de andar meio confuso e sua expressão fica séria. Olhando para as árvores que balançam com o vento forte, trazendo um frescor em nossa pele quando o ar frio passa por nós.
_ Ei, eu estava brincando com você, não precisa fazer essa cara. - Digo batendo o queixo.
_ Você está com frio?
Ele pergunta mal me deixando responder, tirando sua jaqueta de couro e colocando entre meus ombros.
_ Não precisava, mas obrigada.
Sentamos em um banco da praça, onde quase não tem ninguém pelo horário da noite, que também nos dá uma vista linda de um lago que está logo há frente. Adam senta ao meu lado, poucos centímetros de mim.. fazendo minha respiração ficar curta e meu coração acelerar pela proximidade.
_ Você não precisa agir assim, como se estivesse esperando que eu te machuque.
Ele diz ao mexer os dedos olhando para céu.
_ Eu não estou agindo assim, só estou me precavendo de que eu não caia em seus encantos.
Adam me lança um sorriso de lado meio que gostando da minha resposta ao chegar mais perto de mim.
_ Você não precisa se segurar, sou eu quem estou lutando aqui contra os seus.
Vermelha sinto minhas bochechas esquentarem enquanto ele aproxima seus lábios do meu.
_ Talvez eu não deva me segurar tanto assim. - Diz ele tão perto de minha boca me fazendo sentir sua respiração em meu rosto.
Por um instante sou tomada pelo momento, tudo parece tão certo, esse luar e o céu estrelado só faz me entregar ainda mais ao momento.
Ele coloca suas mãos em minha nuca enquanto a outra percorre em minhas bochechas com seu polegar me acariciando na medida em que se aproxima cada vez mais.
_ Adam! Pare!
O empurro para longe me levantando do banco bruscamente.
Seu olhar está perdido, ele não esperava que eu fizesse isso no último instante. Jogo sua jaqueta na banco e começo a andar de volta por onde viemos. Adam vem logo atrás depois de pegar sua jaqueta, ele não diz nada e apenas me segue.. acho que sabe que passou dos limites. Ao chegar na porta de casa, me apresso para entrar mas ele me segura. _ Você ainda vai na entrevista? Me desculpe.. eu não deveria ter.. _ Não foi nada Adam, vai ser melhor continuar sendo nada. E, sim.. vou sim. Então me solto dele entrando tão rápido que nem o deixo me responder. Não estou preparada pra isso, por que ele tinha que tentar me beijar? Ei deixei claro.. O tempo todo. O decorrer da semana vai bem, mamãe por enquanto anda bem também. Então me sinto aliviada em ir na entrevista hoje que já é quinta feira. _ Mamãe? _ Sim meu amor? _ Eu tenho uma entrevista essa manhã, Como eu estou? Essa é uma das melhores roupa do bazar da Lucinda. _ Você fica linda em qualquer coisa meu amor. Lamento não pode
_ Aah não.. São muito chatas! Tirei o dia de hoje para fazer compras. _ Você ainda vai me falir irmãzinha. _ Até parece, um bilionário como você, Ops! Andressa olha pra mim colocando sua mão na boca, obviamente achando que falou o que eu deveria não saber. _ Tudo bem. Eu já sei. - Digo a ela cruzando os braços. _ Aah meu irmão te contou? finalmente. _ Andressa! - ele a Repreende. _ Na verdade, eu descobri agora Andressa. _ Eu garanto que não foi por mal, meu irmão reagi assim quando quer proteger as pessoas ou ajudá-las. Ele acaba emitindo a verdade não é mesmo Adam? _ Não comece Andressa, me deixe conversar com Bianca. _ Ok, 5 minutos. Preciso dela depois. Eu a encaro e percebo que fala sério, ela mal me conhece mas é tão simpática comigo. Que acabo ficando cismada com essa coisa dos irmãos Rivera. Entretanto, Andressa sai enquanto eu fico sozinha com Adam, que me observa de longe me estudando com seu olhar. _ Então? - Exclamo irritada. _ Eu queria te ajudar por isso men
Corro até ela ligeiramente, procurando ver se está bem. Não conseguindo lidar com a situação, pego minha bolsa e procuro por meu celular desesperadamente. _ Alô aqui é Bianca Bentes! Estou na rua 54 quadra B preciso de uma ambulância agora. Chamo a ambulância com minhas mãos trêmulas rezando para não acontece r o pior, sinto como se fosse uma longa espera com minha mãe em meus braços. Mas então eles logo chegam, a prestando todo o atendimento e, levando-a para o hospital. Mais tarde no hospital.. O médico se aproxima da sala de espera e procurando por alguém, na hora me levanto e seus olhos vão de encontro aos meus. _ Bianca Bentes? - Ele pergunta. _ Sim, sou eu. Dou longos passos indo até ele, rezando para que mamãe esteja bem. _ O estado de sua mãe infelizmente se agravou, o câncer está no último estágio. Lamento, mas as chances são poucas, Ainda mais aqui em hospital público. _ Mas não há nada que eu possa fazer?Tem alguma chance? Por favor doutor, diz que tem algo que pos
De repente nossos corpos reagem como se fossem um, se unindo-se pelo carinho. Eu me sinto bem, me sinto leve e uma sensação de paz emana em mim, uma paz que nunca senti antes. Mas então eu me afasto dele, lembrando quem ele é. E que provavelmente serei nada mais que um projeto bobo em suas garras. _ Eu vou te pagar cada centavo, vou trabalhar pra você. _ Não pense em trabalho agora Bianca, fico feliz por ter aceitado mas não nessas condições. Cruzo meus braços enquanto caminho até o outro corredor, com Adam ao meu lado me seguindo. _ Estou aceitando esse emprego pelo bem da minha mãe senhor Rivera. Quero poder te pagar o mais rápido, não pense que isso vai ficar assim. Tento parecer o mais forte possível escondendo minhas lágrimas dele, meu tom soa firme enquanto olho para espaço vazio. _ Não vou deixar você usar isso como algo para me submeter a você, sou uma mulher independente. Eu não estou a venda, eu posso me acabar de trabalhar, mas o seu dinheiro.. pode ter certeza de que
Adam olha para o lado com o rosto entristecido, parecendo vivenciar um flashback, relembrar subitamente o passado. _ Quando tudo aconteceu, Andressa tinha apenas três anos de idade, eu era mais velho.. então, eu ainda lembro mais dos nossos pais do que ela.Ela sente falta.. mas não como eu, o passado vive em minha memória e eu dou graças a Deus por ela não sentir tanta dor como eu sinto. Ele passa a mão pelo rosto como se procurasse um conforto com o olhar vago e sem vida para sua xícara há sua frente. _ As memórias são a parte do nosso corpo que não podemos controlar, elas sempre mostram a verdade te fazendo cicatrizes, por quê nelas existem também a dor e tudo que tem dor persisti em ficar cada dia apôs o outro te machucando mais. Com sua última fala vejo seus olhos lacrimejarem, o homem forte desapareceu e aos meus olhos é como se eu visse um doce e frágil menino. _ Aah Adam.. sinto muito! Lentamente levanto minha mão até que a pouso na dele sobre a mesa de café, em demonstra
Mamãe me dá sua melhor gargalhada enquanto seguro suas mãos ao seu lado fazendo um círculo em sua pele com meu polegar. _ Você não perde o jeito minha menina. Mamãe se vira de lado enquanto tenta se sentar, mas eu rapidamente a paro. _ Você ainda está se recuperando, não pode fazer tanto esforço mamãe, pelo menos aqui.. obedeça ao médico hã! Eu a deito outra vez, vendo seu rosto mudar para uma careta ao ouvir minha bronca já pela manhã. _ Você tem que se cuidar mamãe, isso não é brincadeira. _ Você sempre cuida de mim meu amor. _ Porque eu te amo mamãe. _ Oh meu amor e seu trabalho no bar, te fiz perde-lo não foi? E agora o que faremos? Sem dinheiro eu não posso ficar aqui. Olhe para esse quarto, ele é lindo mas- _ Calma mamãe, eu liguei pra lá ontem enquanto esperava notícias suas. Eles não me demitiram, eu pedi demissão. _ Bianca! Como eu vou ter calma agora? _ Calma mamãe! Eu consegui um emprego na Edvgs center, foi lá minha entrevista. Por isso pedi a demissão. _ Aah es
_ Eu não sabia que seria assim. _ Me desculpe, com tudo que aconteceu com sua mãe eu não tive a chance pra te contar. _ Tudo bem. _ Vou deixá-la trabalhar. _ Obrigada. Sento colocando minhas mãos sobre a minha mesa e logo percebo um envelope junto as flores assim que Adam sai para seu escritório. Então ao lê-lo fico sorrindo com o que diz: Seja bem vinda, é uma honra tê-la conosco em nosso empresa. Carinhosamente.. Adam Rivera. Ao notar as tulipas vejo que ele tem bom gosto e que sabe ser doce da maneira mais linda. Logo depois começo revisando vários casos que estão em uma pasta destinada a mim, que a empresa pegou nos últimos anos. Aliás há alguns que estão em branco no valor do pagamento, sem saber o valor eu não poderei cuidar da contabilidade da empresa. _ Como assim? Preciso perguntar ao Adam, tenho que repassar os valores ainda hoje para os clientes. Me levanto e vou em direção a sala de Adam, alinhando minha roupa antes de bater duas vezes em sua porta. | Toc Toc |
_ Mas- _ Já liguei para o hospital e sua mãe está bem, pode ficar tranquila. O doutor Muniz é um velho amigo meu, ficou de nos informar qualquer coisa, se for necessário ligará diretamente para mim. Não se preocupe. _ E para onde vai o dinheiro dessa festa beneficente? _ Para uma instituição. A presença da empresa ajuda a arrecadar fundos para crianças do orfanato. _ Então ok. Estarei lá. _ Obrigado, fico muito feliz. Não se preocupe com a vestimenta, a empresa se encarrega disso. _ Está bem, mas lembre-se.. É pela arrecadação. Mais tarde no hospital.. Como sempre venho fazendo, eu visito mamãe depois do meu trabalho todos os dias. _ Até que a comida daqui não é ruim meu amor. - Diz mamãe sorridente. _ A mamãe faço ideia de como seja, não precisa mentir é horrível, mas pelo menos é saudável. _ Sim é sim. Pego a bandeja que estava sobre a cama da minha mãe e a coloco na mesinha ao lado então notando só agora as lindas tulipas. _ Mamãe que flores lindas. _ São maravilhosas