De repente nossos corpos reagem como se fossem um, se unindo-se pelo carinho. Eu me sinto bem, me sinto leve e uma sensação de paz emana em mim, uma paz que nunca senti antes. Mas então eu me afasto dele, lembrando quem ele é. E que provavelmente serei nada mais que um projeto bobo em suas garras. _ Eu vou te pagar cada centavo, vou trabalhar pra você. _ Não pense em trabalho agora Bianca, fico feliz por ter aceitado mas não nessas condições. Cruzo meus braços enquanto caminho até o outro corredor, com Adam ao meu lado me seguindo. _ Estou aceitando esse emprego pelo bem da minha mãe senhor Rivera. Quero poder te pagar o mais rápido, não pense que isso vai ficar assim. Tento parecer o mais forte possível escondendo minhas lágrimas dele, meu tom soa firme enquanto olho para espaço vazio. _ Não vou deixar você usar isso como algo para me submeter a você, sou uma mulher independente. Eu não estou a venda, eu posso me acabar de trabalhar, mas o seu dinheiro.. pode ter certeza de que
Adam olha para o lado com o rosto entristecido, parecendo vivenciar um flashback, relembrar subitamente o passado. _ Quando tudo aconteceu, Andressa tinha apenas três anos de idade, eu era mais velho.. então, eu ainda lembro mais dos nossos pais do que ela.Ela sente falta.. mas não como eu, o passado vive em minha memória e eu dou graças a Deus por ela não sentir tanta dor como eu sinto. Ele passa a mão pelo rosto como se procurasse um conforto com o olhar vago e sem vida para sua xícara há sua frente. _ As memórias são a parte do nosso corpo que não podemos controlar, elas sempre mostram a verdade te fazendo cicatrizes, por quê nelas existem também a dor e tudo que tem dor persisti em ficar cada dia apôs o outro te machucando mais. Com sua última fala vejo seus olhos lacrimejarem, o homem forte desapareceu e aos meus olhos é como se eu visse um doce e frágil menino. _ Aah Adam.. sinto muito! Lentamente levanto minha mão até que a pouso na dele sobre a mesa de café, em demonstra
Mamãe me dá sua melhor gargalhada enquanto seguro suas mãos ao seu lado fazendo um círculo em sua pele com meu polegar. _ Você não perde o jeito minha menina. Mamãe se vira de lado enquanto tenta se sentar, mas eu rapidamente a paro. _ Você ainda está se recuperando, não pode fazer tanto esforço mamãe, pelo menos aqui.. obedeça ao médico hã! Eu a deito outra vez, vendo seu rosto mudar para uma careta ao ouvir minha bronca já pela manhã. _ Você tem que se cuidar mamãe, isso não é brincadeira. _ Você sempre cuida de mim meu amor. _ Porque eu te amo mamãe. _ Oh meu amor e seu trabalho no bar, te fiz perde-lo não foi? E agora o que faremos? Sem dinheiro eu não posso ficar aqui. Olhe para esse quarto, ele é lindo mas- _ Calma mamãe, eu liguei pra lá ontem enquanto esperava notícias suas. Eles não me demitiram, eu pedi demissão. _ Bianca! Como eu vou ter calma agora? _ Calma mamãe! Eu consegui um emprego na Edvgs center, foi lá minha entrevista. Por isso pedi a demissão. _ Aah es
_ Eu não sabia que seria assim. _ Me desculpe, com tudo que aconteceu com sua mãe eu não tive a chance pra te contar. _ Tudo bem. _ Vou deixá-la trabalhar. _ Obrigada. Sento colocando minhas mãos sobre a minha mesa e logo percebo um envelope junto as flores assim que Adam sai para seu escritório. Então ao lê-lo fico sorrindo com o que diz: Seja bem vinda, é uma honra tê-la conosco em nosso empresa. Carinhosamente.. Adam Rivera. Ao notar as tulipas vejo que ele tem bom gosto e que sabe ser doce da maneira mais linda. Logo depois começo revisando vários casos que estão em uma pasta destinada a mim, que a empresa pegou nos últimos anos. Aliás há alguns que estão em branco no valor do pagamento, sem saber o valor eu não poderei cuidar da contabilidade da empresa. _ Como assim? Preciso perguntar ao Adam, tenho que repassar os valores ainda hoje para os clientes. Me levanto e vou em direção a sala de Adam, alinhando minha roupa antes de bater duas vezes em sua porta. | Toc Toc |
_ Mas- _ Já liguei para o hospital e sua mãe está bem, pode ficar tranquila. O doutor Muniz é um velho amigo meu, ficou de nos informar qualquer coisa, se for necessário ligará diretamente para mim. Não se preocupe. _ E para onde vai o dinheiro dessa festa beneficente? _ Para uma instituição. A presença da empresa ajuda a arrecadar fundos para crianças do orfanato. _ Então ok. Estarei lá. _ Obrigado, fico muito feliz. Não se preocupe com a vestimenta, a empresa se encarrega disso. _ Está bem, mas lembre-se.. É pela arrecadação. Mais tarde no hospital.. Como sempre venho fazendo, eu visito mamãe depois do meu trabalho todos os dias. _ Até que a comida daqui não é ruim meu amor. - Diz mamãe sorridente. _ A mamãe faço ideia de como seja, não precisa mentir é horrível, mas pelo menos é saudável. _ Sim é sim. Pego a bandeja que estava sobre a cama da minha mãe e a coloco na mesinha ao lado então notando só agora as lindas tulipas. _ Mamãe que flores lindas. _ São maravilhosas
Chego na Edvgs Center e vou direto para minha mesa, sem manter contato com ninguém. Adam passa por mim lendo um jornal, enquanto segura sua caneta de café.. para minha sorte ele não nota meu nervosismo e muito menos meu olho. _ Bom dia Bianca. _ Bom dia Senhor Rivera. - Digo com a voz trêmula, que o faz voltar. Droga, por quê será que não consigo ficar calma com ele por perto? Me amaldiçoou por não saber nem menos fingir. Ele gesticula vir até mim ao dobrar o jornal, fico com o rosto virado na tentativa frustrada dele não reparar. _ Você está bem? _ Sim, eu só fiquei sem jeito de agradecer pelo o que o Senhor fez por minha mãe. E por mim. Não tinha necessidade de mandar flores para minha mãe Senhor Rivera. _ Eu mandei para que ela se sentisse bem, aquele quarto de hospital sem cor é um desânimo, só quis que ela se anima-se com algo da natureza já que está sobre uma cama. _ Obrigada, de verdade. _ Não me agradeça por isso. Foi um prazer. Sem falar mais nada, ele vai até seu e
_ Sim? _ Você pode fazer hora extra hoje? É importante, é sobre o caso da senhora Andrés. _ Eu queria ver minha mãe, mas posso ficar sim por alguns minutos. Adam se aproxima e eu escondo meu rosto em uma pasta novamente. _ Você está bem? Tenho a impressão de que tem me evitado o dia inteiro, fiz algo errado? Seus passos estão mais perto de mim, eu prendo o ar enquanto o respondo. _ Não Senhor Adam- Entretanto não consigo acabar de falar, Adam tira a pasta da minha mão colocando meu cabelo para trás da minha orelha e em seguida seus olhos vão de encontro aos meus. _ Bianca, porque seu olho está roxo? Quem fez isso? Me fale agora. Ainda com suas mãos em meu rosto ele o acaricia tentando me desvendar. _ Não é nada Adam. - Respondo. _ Como não foi nada? Está nítido. _ Eu apenas me machuquei quando fui tentar pegar uma moeda que caiu no chão, dei de cara com a maçaneta da porta ao levantar de maneira apressada quando ouvi a chaleira na cozinha apitar. _ Bianca! Sou advogado, se
_ Eu pensei que você soubesse, afinal é a maior festa de todos os tempos de todos os anos. Pessoas matariam para ter o convite.. Mas fica tranquila.. São poucas convidadas que escolhem. _ Ainda bem.. - Suspiro pesadamente. | TOC TOC | _ Estão batendo na porta.. Quem será? _ Se for seu pai eu vou mostrar uma coisa pra ele.. Lucinda corre, pegando uma frigideira na cozinha, fazendo uma pouse muito engraçada depois. Eu sorrio dela não conseguindo segurar por ver sua cara de tonta ao olhar a porta amedrontada. _ Tomara que não seja então, por quê pelo jeito perderíamos a luta. - Digo ao ir em frente sorrindo. Abro a porta e fico surpresa ao ver um senhor.. que está com uma caixa na mão em um laço de seda vermelho. _ Sim.. Posso ajudá-lo? O pergunto. _ Cortesia da empresa Edvgs Center Senhorita. _ Eu- ... Obrigada. Ele coloca a caixa na minha mão e vai embora, nem me deixando falar ou devolvê-la. _ O que é isso? - Pergunta Lucinda curiosa olhando a embalagem. _ Dã! É uma caixa.