_ Aah não.. São muito chatas! Tirei o dia de hoje para fazer compras.
_ Você ainda vai me falir irmãzinha.
_ Até parece, um bilionário como você, Ops!
Andressa olha pra mim colocando sua mão na boca, obviamente achando que falou o que eu deveria não saber.
_ Tudo bem. Eu já sei. - Digo a ela cruzando os braços.
_ Aah meu irmão te contou? finalmente.
_ Andressa! - ele a Repreende.
_ Na verdade, eu descobri agora Andressa.
_ Eu garanto que não foi por mal, meu irmão reagi assim quando quer proteger as pessoas ou ajudá-las. Ele acaba emitindo a verdade não é mesmo Adam?
_ Não comece Andressa, me deixe conversar com Bianca.
_ Ok, 5 minutos. Preciso dela depois.
Eu a encaro e percebo que fala sério, ela mal me conhece mas é tão simpática comigo. Que acabo ficando cismada com essa coisa dos irmãos Rivera.
Entretanto, Andressa sai enquanto eu fico sozinha com Adam, que me observa de longe me estudando com seu olhar.
_ Então? - Exclamo irritada.
_ Eu queria te ajudar por isso menti.
Ao ver você trabalhar no que não queria, me fez pensar em tudo que eu tenho. Eu não estou com pena de você, pelo contrário, te acho forte e muito competente. Quero que você faça a entrevista para o cargo porque sei que é apta ao mesmo, não queria que você pensasse que era por segundas intenções._ Quem garante que não é?
_ Estou sendo sincero, não tenho intenções de te magoar Bianca, E além do mais, existe uma política de relacionamento com pessoas do trabalho em nossa empresa, e uma mais severa ainda para mim, que sou seu superior. Se você aceitar, será uma segurança para que você de que eu não tente nada outra vez..
_ Me deixa mais tranquila. Mas não me fez mudar de ideia.
Eu olhei seu curriculum.. você não tem experiência mas tem ótimas recomendações, fiquei impressionado.
Por mim, está contratada, mas passará pelo RH então não vou me meter nisso._ Eu não disse que toparia, se você não se importar Senhor Rivera, gostaria de ter alguns dias para pensar no assunto.
_ É justo. Me ligue até segunda. Não posso segurar a vaga por tanto tempo.
_ Ok senhor Rivera.
_ Já passaram 5 minutos. - Grita Andressa com as mãos pra cima.
Ele se aproxima de mim enroscando meu braço no dela amigavelmente enquanto sorri para nós.
_ Maninho preciso te roubar a Bianca. Assunto de mulher, é mega importante!
_ Tudo bem, tenho uma reunião com a administração agora. Vá devagar com ela Andressa, você é muito entusiasmada. Não a assuste.
_ Obrigada Senhor Rivera, por me deixar pensar na proposta. Prometo não demorar.
_ Não foi nada, afinal eu comecei errado. Espero vê-la logo.
Adam então se vai pelo corredor após dar seu sorriso de lado, indo para sala de reuniões.
_ Venha comigo. - Ela me puxa me tirando do lugar enquanto protesto.
_ Andressa, não! tenho que voltar pra casa, mamãe está me esperando.
_ Não vou demorar, preciso de sua opinião.
Ela não me escuta e acaba me arrastando, Andressa me leva em uma loja cara só de pisar nela. Eu fico parada com medo de quebrar algo só de estar perto ou em tocar. O preço daria pra comprar uma casa.
_ Qual desses você acha que ficou melhor?
Ela tira e coloca vários vestidos, demonstrando dúvida em todos que coloca. Esse menina realmente precisava de ajuda.
_ Esse vermelho tá lindo. - Digo a ela.
_ Você acha? Aí.. Não consigo decidir!
vou levar todos!_ Fico feliz por você.. realmente são lindos, e ficaram ótimos em você.
Andressa me lança um sorriso de cumplicidade e ternura, como se estivesse tendo uma ideia ou armando um plano.
_ Olha pra tudo isso, que coisa, não tenho espaço no meu closet!
Tenho que me livrar de minhas roupas antigas, ou essas não vão caber.Você se importaria de ficar com elas?_ Você não precisa fazer isso Andressa.
Sei que está com pena, não precisa me dar suas roupas._ Eii não fale assim, realmente preciso de ajuda. Você pode tirar umas pra você e doar o resto para o bazar da Lucinda.
O que acha? São novas, nem usei e já saíram de moda.Pra falar a verdade não me parece uma má ideia. Lucinda vai amar, e me pouparia uma boa grana por não ter que comprar roupas novas.
No momento não posso rejeitar, isso ajudaria a economizar para os remédios da mamãe._ Tá certo, você ganhou.. mais por Lucinda ok? Eu não ligo pra esse luxo todo. Prefiro minhas roupas simples.
_ IUP!!
Andressa pula e sorri de felicidade como se fosse uma criança por eu dizer sim. Eu realmente estou me sentindo a vontade com ela, embora ela tenha essa energia toda e seja mimada.
Quando finalmente saímos da loja pego um táxi e vou pra casa imediatamente.
Não posso mais ocupar Lucinda, embora queira ajudar com todo o carinho ela também tem suas coisas pra fazer.. não pode ficar indo de hora em hora ver a mamãe.Mesmo que seja só para olhá-la uma hora ou outra, ela sempre faz mais do que pode. Espero que mamãe tenha passado o dia bem.
Após abrir a porta de casa, vejo que Lucinda já passou aqui, e deixou um ensopado. Ela me enviou uma mensagem de texto no meio do caminho dizendo que estava com a mamãe, eu não quis incomodar e disse para ir para sua faculdade. Eu sei como são as aulas nesse período de ano, e se ela faltar, pode ser prejudicada.
_ Mamãe!?
Que estranho, mamãe costuma ficar na sala assistindo tv enquanto faz suas molduras ou crochê. Resolvo Subir as escadas para procurá-la, a chamando mais uma vez. Quem sabe resolveu pegar as roupas sujas, ela vive trabalhando.
_ Mamãe?
Não gosto disso, já estou preocupada e sinto que houve algo.
Então, ao abrir a porta, meu coração acelera quando vejo minha mãe caída no chão do meu quarto com o sexto de roupas ao seu lado.
Corro até ela ligeiramente, procurando ver se está bem. Não conseguindo lidar com a situação, pego minha bolsa e procuro por meu celular desesperadamente. _ Alô aqui é Bianca Bentes! Estou na rua 54 quadra B preciso de uma ambulância agora. Chamo a ambulância com minhas mãos trêmulas rezando para não acontece r o pior, sinto como se fosse uma longa espera com minha mãe em meus braços. Mas então eles logo chegam, a prestando todo o atendimento e, levando-a para o hospital. Mais tarde no hospital.. O médico se aproxima da sala de espera e procurando por alguém, na hora me levanto e seus olhos vão de encontro aos meus. _ Bianca Bentes? - Ele pergunta. _ Sim, sou eu. Dou longos passos indo até ele, rezando para que mamãe esteja bem. _ O estado de sua mãe infelizmente se agravou, o câncer está no último estágio. Lamento, mas as chances são poucas, Ainda mais aqui em hospital público. _ Mas não há nada que eu possa fazer?Tem alguma chance? Por favor doutor, diz que tem algo que pos
De repente nossos corpos reagem como se fossem um, se unindo-se pelo carinho. Eu me sinto bem, me sinto leve e uma sensação de paz emana em mim, uma paz que nunca senti antes. Mas então eu me afasto dele, lembrando quem ele é. E que provavelmente serei nada mais que um projeto bobo em suas garras. _ Eu vou te pagar cada centavo, vou trabalhar pra você. _ Não pense em trabalho agora Bianca, fico feliz por ter aceitado mas não nessas condições. Cruzo meus braços enquanto caminho até o outro corredor, com Adam ao meu lado me seguindo. _ Estou aceitando esse emprego pelo bem da minha mãe senhor Rivera. Quero poder te pagar o mais rápido, não pense que isso vai ficar assim. Tento parecer o mais forte possível escondendo minhas lágrimas dele, meu tom soa firme enquanto olho para espaço vazio. _ Não vou deixar você usar isso como algo para me submeter a você, sou uma mulher independente. Eu não estou a venda, eu posso me acabar de trabalhar, mas o seu dinheiro.. pode ter certeza de que
Adam olha para o lado com o rosto entristecido, parecendo vivenciar um flashback, relembrar subitamente o passado. _ Quando tudo aconteceu, Andressa tinha apenas três anos de idade, eu era mais velho.. então, eu ainda lembro mais dos nossos pais do que ela.Ela sente falta.. mas não como eu, o passado vive em minha memória e eu dou graças a Deus por ela não sentir tanta dor como eu sinto. Ele passa a mão pelo rosto como se procurasse um conforto com o olhar vago e sem vida para sua xícara há sua frente. _ As memórias são a parte do nosso corpo que não podemos controlar, elas sempre mostram a verdade te fazendo cicatrizes, por quê nelas existem também a dor e tudo que tem dor persisti em ficar cada dia apôs o outro te machucando mais. Com sua última fala vejo seus olhos lacrimejarem, o homem forte desapareceu e aos meus olhos é como se eu visse um doce e frágil menino. _ Aah Adam.. sinto muito! Lentamente levanto minha mão até que a pouso na dele sobre a mesa de café, em demonstra
Mamãe me dá sua melhor gargalhada enquanto seguro suas mãos ao seu lado fazendo um círculo em sua pele com meu polegar. _ Você não perde o jeito minha menina. Mamãe se vira de lado enquanto tenta se sentar, mas eu rapidamente a paro. _ Você ainda está se recuperando, não pode fazer tanto esforço mamãe, pelo menos aqui.. obedeça ao médico hã! Eu a deito outra vez, vendo seu rosto mudar para uma careta ao ouvir minha bronca já pela manhã. _ Você tem que se cuidar mamãe, isso não é brincadeira. _ Você sempre cuida de mim meu amor. _ Porque eu te amo mamãe. _ Oh meu amor e seu trabalho no bar, te fiz perde-lo não foi? E agora o que faremos? Sem dinheiro eu não posso ficar aqui. Olhe para esse quarto, ele é lindo mas- _ Calma mamãe, eu liguei pra lá ontem enquanto esperava notícias suas. Eles não me demitiram, eu pedi demissão. _ Bianca! Como eu vou ter calma agora? _ Calma mamãe! Eu consegui um emprego na Edvgs center, foi lá minha entrevista. Por isso pedi a demissão. _ Aah es
_ Eu não sabia que seria assim. _ Me desculpe, com tudo que aconteceu com sua mãe eu não tive a chance pra te contar. _ Tudo bem. _ Vou deixá-la trabalhar. _ Obrigada. Sento colocando minhas mãos sobre a minha mesa e logo percebo um envelope junto as flores assim que Adam sai para seu escritório. Então ao lê-lo fico sorrindo com o que diz: Seja bem vinda, é uma honra tê-la conosco em nosso empresa. Carinhosamente.. Adam Rivera. Ao notar as tulipas vejo que ele tem bom gosto e que sabe ser doce da maneira mais linda. Logo depois começo revisando vários casos que estão em uma pasta destinada a mim, que a empresa pegou nos últimos anos. Aliás há alguns que estão em branco no valor do pagamento, sem saber o valor eu não poderei cuidar da contabilidade da empresa. _ Como assim? Preciso perguntar ao Adam, tenho que repassar os valores ainda hoje para os clientes. Me levanto e vou em direção a sala de Adam, alinhando minha roupa antes de bater duas vezes em sua porta. | Toc Toc |
_ Mas- _ Já liguei para o hospital e sua mãe está bem, pode ficar tranquila. O doutor Muniz é um velho amigo meu, ficou de nos informar qualquer coisa, se for necessário ligará diretamente para mim. Não se preocupe. _ E para onde vai o dinheiro dessa festa beneficente? _ Para uma instituição. A presença da empresa ajuda a arrecadar fundos para crianças do orfanato. _ Então ok. Estarei lá. _ Obrigado, fico muito feliz. Não se preocupe com a vestimenta, a empresa se encarrega disso. _ Está bem, mas lembre-se.. É pela arrecadação. Mais tarde no hospital.. Como sempre venho fazendo, eu visito mamãe depois do meu trabalho todos os dias. _ Até que a comida daqui não é ruim meu amor. - Diz mamãe sorridente. _ A mamãe faço ideia de como seja, não precisa mentir é horrível, mas pelo menos é saudável. _ Sim é sim. Pego a bandeja que estava sobre a cama da minha mãe e a coloco na mesinha ao lado então notando só agora as lindas tulipas. _ Mamãe que flores lindas. _ São maravilhosas
Chego na Edvgs Center e vou direto para minha mesa, sem manter contato com ninguém. Adam passa por mim lendo um jornal, enquanto segura sua caneta de café.. para minha sorte ele não nota meu nervosismo e muito menos meu olho. _ Bom dia Bianca. _ Bom dia Senhor Rivera. - Digo com a voz trêmula, que o faz voltar. Droga, por quê será que não consigo ficar calma com ele por perto? Me amaldiçoou por não saber nem menos fingir. Ele gesticula vir até mim ao dobrar o jornal, fico com o rosto virado na tentativa frustrada dele não reparar. _ Você está bem? _ Sim, eu só fiquei sem jeito de agradecer pelo o que o Senhor fez por minha mãe. E por mim. Não tinha necessidade de mandar flores para minha mãe Senhor Rivera. _ Eu mandei para que ela se sentisse bem, aquele quarto de hospital sem cor é um desânimo, só quis que ela se anima-se com algo da natureza já que está sobre uma cama. _ Obrigada, de verdade. _ Não me agradeça por isso. Foi um prazer. Sem falar mais nada, ele vai até seu e
_ Sim? _ Você pode fazer hora extra hoje? É importante, é sobre o caso da senhora Andrés. _ Eu queria ver minha mãe, mas posso ficar sim por alguns minutos. Adam se aproxima e eu escondo meu rosto em uma pasta novamente. _ Você está bem? Tenho a impressão de que tem me evitado o dia inteiro, fiz algo errado? Seus passos estão mais perto de mim, eu prendo o ar enquanto o respondo. _ Não Senhor Adam- Entretanto não consigo acabar de falar, Adam tira a pasta da minha mão colocando meu cabelo para trás da minha orelha e em seguida seus olhos vão de encontro aos meus. _ Bianca, porque seu olho está roxo? Quem fez isso? Me fale agora. Ainda com suas mãos em meu rosto ele o acaricia tentando me desvendar. _ Não é nada Adam. - Respondo. _ Como não foi nada? Está nítido. _ Eu apenas me machuquei quando fui tentar pegar uma moeda que caiu no chão, dei de cara com a maçaneta da porta ao levantar de maneira apressada quando ouvi a chaleira na cozinha apitar. _ Bianca! Sou advogado, se