_ Ok mocinha, me convenceu.
Você tem uma semana pra aprender pelo menos três drinks.. Acha que consegue?_ Sim, pode contar comigo!
Eu aperto a mão do dono do bar para simbolizar um acordo fechado. Super feliz por conseguir essa vaga, embora não seja o que eu deseje.. vai ajudar suprir nossas necessidades.
_ Abrimos de segunda a sábado das 19hrs às 4hrs da madrugada.
Pode começar hoje._ Obrigada! você não vai se arrepender.
_ Assim eu espero.
saio do bar feliz e eufórica, voltando pra casa com um sorriso enorme pelos lábios.
_ Bianca! - Mamãe grita ao me ver entrando.
_ Bianca meu amor, por que não me deixou ir minha filha? Você já faz tanta coisa por mim. Será que vai conseguir? Eu não quero te prejudicar minha querida.. não quero que se sobrecarregue.
_ consigo sim mamãe. Isso é até eu conseguir um cargo como advogada. E pare de disser essas coisas, eu faria tudo por você.
_ Eu acredito no seu talento minha menina. Só não quero que se preocupe demais comigo.
Desde pequena defendia os inocentes, você era uma criança muito astuta e corajosa, bem, continua sendo isso tudo só que já mulher._ Não fale assim mamãe, vai me fazer chorar.
_ Está bem.. Está bem!
Mamãe limpa as lágrimas com a palma da mão, enquanto põe a mesa.
_ Venha almoçar meu bem, hoje tem o que você mais gosta. Macarronada.
_ Já vou mamãe, primeiro vou há casa da Lucinda vê se ela tem alguma roupa para me emprestar. Começo hoje, mas minhas roupas são todas velhas. E eu estou precisando.
_ Ah meu amor.. Eu havia me esquecido! Tenho uns artesanatos aqui. Peça Lucinda para trocar pelas roupas.
Eu sei que ela ama meus artesanatos!_ Há mamãe! Não precisa.
Mamãe vai até a sala pegando sua sacola sobre a estante de madeira antiga, onde fica seus artesanatos que ela faz com todo carinho.
_ Eu não aceito um NÃO como resposta.
_ Ok mamãe, te amo!
Pego a sacola de artesanato entre seus dedos, enquanto ela volta para a mesa de jantar acabando de arruma-la, eu abro a porta, saindo novamente.
_ Ei amiga! - Digo a Lucinda após entrar em sua casa.
_ Oi bebê! Até que enfim. Achei que você havia se casado com os livros!
_ Rsrs, se bem que eu poderia mesmo.
Livros não magoam!Lucinda ri, sempre fomos amigas desde pequenas. Eu me lembro que somente ela brincava comigo. Ela é maravilhosa.
_ Tá certo amiga. O que te trouxe aqui?
_ Eu vim ver se você aceita alguns artesanatos da mamãe por alguma roupa do seu bazar.
_ Você nem precisa falar duas vezes. Eu amo o que sua mãe faz! Sai muito rápido aqui no meu bazar.
Eu entrego a sacola para Lucinda, que a pega ansiosa olhando seu interior.
Logo depois ela caminha até uma pilha de roupas onde pega uma calça jeans e uma blusa._ Aqui tome, essa roupa vai ficar incrível em você! Parece até nova.
_ Brigada Lú.
Coloco a roupa em seu cabideiro do provador da lojinha, após tirar minha blusa reparo minha cicatriz no espelho.
Mamãe me disse que foi um tombo feio de bicicleta. Mas o engraçado é que eu não me lembro. Passando meus dedos por ela, me sinto estranha, como se algo de mim tivesse ido embora, me deixando um vazio no qual eu não entendo. Mas logo afasto esse sentimento ruim, após acabar de me vestir saio do provador enquanto Lucinda me observa.
_ Ficou perfeita amiga! Depois eu mando o resto pra você, vai chegar umas coisas boas, hoje à noite vem uma patricinha da minha faculdade trazer, vou separar pra você.
_ Aah você é um anjo Lú.
_ Eu sei meu amor! Mais me diz..
Porque você está precisando de roupas novas? finalmente arrumou um namorado não é? - Diz ela levantando as sobrancelhas._ Você sabe que não tenho tempo pra isso Lú. Eu consegui um emprego aqui no bar ao lado. Aah.. falando nisso, eu espero que você me ajude a aprender a fazer coquetéis.
_ Claro, conta comigo gatinha! Amanhã vou na sua casa e te mostro algumas receitas, dá um beijo em sua mãe por mim.
_ Pode deixar.
Me despeço de Lucinda e volto pra casa com as roupas na mão, super ansiosa pela noite.
_ Nossa mamãe que comida gostosa.
_ Obrigada minha filha.
Arrumo a cozinha pra mamãe e passo a tarde lendo um livro, quando noto, já está quase no horário do meu turno começar.
_ Já está na hora de ir. - Falo pra mim mesma ao levantar da cama.
Não quero chegar atrasada no meu primeiro dia, estou muito ansiosa e acabo agindo como se estivesse, Correndo para lá e para cá.
Acabo de me arrumar finalmente ajeitando meu cabelo em um coque elegante, então saio pela porta como um furacão após dar um beijo em minha mamãe.
Andando pela calçada ao me virar acabo colidindo em algo firme, ou digamos.. alguém.
_ Droga! Preste atenção! Você deveria olhar para onde anda.
_ Desculpe eu não-
Fico tímida ao tentar responde-lo, seus olhos vão de encontro aos meus enquanto me segura em seus braços.
_ Eu.. Eu.. _ Sim Senhorita? - Diz o estranho com as mãos ainda em mim, me levando a outra dimensão com o simples toque de seus dedos em minha pele. Vendo que estou fazendo papel de idiota, ele sorri. Parecendo se divertir com a situação e a vermelhidão quente que se forma em minhas bochechas. _ Tudo bem não tem problema. Ele diz ao me soltar, sorrindo e colocando as mãos no bolso enquanto encosta em seu carro de luxo que está estacionado na rua. O vento que passa por nós balança meu cabelo revelando mais ainda meu rosto envergonhado. Os olhos dele me encaram sem parar, resultando em um silêncio constrangedor enquanto seus olhos parecem me devorar. Desviando o olhar, ele abre seus lábios canudos demonstrando um pingo de sarcasmo em sua voz ao dizer: _ Sempre corre assim pela rua? _ E que hoje é meu primeiro dia de trabalho, sai apressada pra não chegar atrasada, me desculpe senhor. _ Por favor.. me chame de Adam. _ Eu - ok.. _ Seu nome é? _ Bianca Senhor, quero dizer... A
_ Tudo bem cara. Me solta. Ao soltar o rapaz que sai correndo do bar, Adam se senta onde ele estava, me encarando em seguida. _ Você está bem? - Ele pergunta. _ Sim. Digo irritada. Apesar de ter me defendido, não gosto da ideia de ser submissa a um homem a tal maneira, posso me defender sozinha. _ Vai beber alguma coisa? _ Por favor, uma margarita. _ Pode deixar. Por sorte eu pesquisei antes de vim pra cá alguns drinks. _ A clássica? _ Sim por favor. Eu sei que existem três formas de consumir este drink: Shake: batida entre 20 e 30 vezes com gelo na coqueteleira e servida coada na taça. é a mais tradicional. On the rocks: também batida na coqueteleira, porém serve-se com duas pedras de gelo na taça. _ Aqui está. _ Algum acompanhamento? _ Oque você sugere? Olho para o cardápio e falo: _ Nessa categoria se encaixam tudo o que pode ser consumido com as mãos e em poucas mordidas, por exemplo as populares mini coxinhas de frango, bolinhos de queijo e bacalhau, kibe e lanch
_ Afinal meu nome é Andressa, algo me diz que vamos nós ver muito. _ Ah claro.. Você também é funcionária de Edvgs Center? - A pergunto. _ Digamos que de certa forma sim. Ela fala em um tom sarcástico olhando para o irmão. _ Bom.. adorei te conhecer, mas tenho que levar minha irmã pra casa.Te mantenho informada ok? _ Claro. Ele toma o restante de sua bebida colocando o copo sobre a madeira do balcão em seguida, pagando a conta. Sua irmã se despede de mim com um breve aceno, enquanto caminham juntos até a porta. No dia seguinte Lucinda aparece na minha porta com várias bebidas em mãos. Dando seu melhor sorriso ao entrar. _ Oiee amiga! - Diz ela animada. _ Oii Lú, veio me mostrar as receitas? _ Sim meu bem, eu prometo.. eu cumpro! Lucinda entra e fica na sua sala de estar, com seu sorriso animado. _ Estou vendo que sim.. _ Onde está sua mãe? - Ela pergunta depois de procurá-la com os olhos pela cozinha. _ Pois então, esse horário ela está no quarto descansando.. É o efeit
Seu olhar está perdido, ele não esperava que eu fizesse isso no último instante. Jogo sua jaqueta na banco e começo a andar de volta por onde viemos. Adam vem logo atrás depois de pegar sua jaqueta, ele não diz nada e apenas me segue.. acho que sabe que passou dos limites. Ao chegar na porta de casa, me apresso para entrar mas ele me segura. _ Você ainda vai na entrevista? Me desculpe.. eu não deveria ter.. _ Não foi nada Adam, vai ser melhor continuar sendo nada. E, sim.. vou sim. Então me solto dele entrando tão rápido que nem o deixo me responder. Não estou preparada pra isso, por que ele tinha que tentar me beijar? Ei deixei claro.. O tempo todo. O decorrer da semana vai bem, mamãe por enquanto anda bem também. Então me sinto aliviada em ir na entrevista hoje que já é quinta feira. _ Mamãe? _ Sim meu amor? _ Eu tenho uma entrevista essa manhã, Como eu estou? Essa é uma das melhores roupa do bazar da Lucinda. _ Você fica linda em qualquer coisa meu amor. Lamento não pode
_ Aah não.. São muito chatas! Tirei o dia de hoje para fazer compras. _ Você ainda vai me falir irmãzinha. _ Até parece, um bilionário como você, Ops! Andressa olha pra mim colocando sua mão na boca, obviamente achando que falou o que eu deveria não saber. _ Tudo bem. Eu já sei. - Digo a ela cruzando os braços. _ Aah meu irmão te contou? finalmente. _ Andressa! - ele a Repreende. _ Na verdade, eu descobri agora Andressa. _ Eu garanto que não foi por mal, meu irmão reagi assim quando quer proteger as pessoas ou ajudá-las. Ele acaba emitindo a verdade não é mesmo Adam? _ Não comece Andressa, me deixe conversar com Bianca. _ Ok, 5 minutos. Preciso dela depois. Eu a encaro e percebo que fala sério, ela mal me conhece mas é tão simpática comigo. Que acabo ficando cismada com essa coisa dos irmãos Rivera. Entretanto, Andressa sai enquanto eu fico sozinha com Adam, que me observa de longe me estudando com seu olhar. _ Então? - Exclamo irritada. _ Eu queria te ajudar por isso men
Corro até ela ligeiramente, procurando ver se está bem. Não conseguindo lidar com a situação, pego minha bolsa e procuro por meu celular desesperadamente. _ Alô aqui é Bianca Bentes! Estou na rua 54 quadra B preciso de uma ambulância agora. Chamo a ambulância com minhas mãos trêmulas rezando para não acontece r o pior, sinto como se fosse uma longa espera com minha mãe em meus braços. Mas então eles logo chegam, a prestando todo o atendimento e, levando-a para o hospital. Mais tarde no hospital.. O médico se aproxima da sala de espera e procurando por alguém, na hora me levanto e seus olhos vão de encontro aos meus. _ Bianca Bentes? - Ele pergunta. _ Sim, sou eu. Dou longos passos indo até ele, rezando para que mamãe esteja bem. _ O estado de sua mãe infelizmente se agravou, o câncer está no último estágio. Lamento, mas as chances são poucas, Ainda mais aqui em hospital público. _ Mas não há nada que eu possa fazer?Tem alguma chance? Por favor doutor, diz que tem algo que pos
De repente nossos corpos reagem como se fossem um, se unindo-se pelo carinho. Eu me sinto bem, me sinto leve e uma sensação de paz emana em mim, uma paz que nunca senti antes. Mas então eu me afasto dele, lembrando quem ele é. E que provavelmente serei nada mais que um projeto bobo em suas garras. _ Eu vou te pagar cada centavo, vou trabalhar pra você. _ Não pense em trabalho agora Bianca, fico feliz por ter aceitado mas não nessas condições. Cruzo meus braços enquanto caminho até o outro corredor, com Adam ao meu lado me seguindo. _ Estou aceitando esse emprego pelo bem da minha mãe senhor Rivera. Quero poder te pagar o mais rápido, não pense que isso vai ficar assim. Tento parecer o mais forte possível escondendo minhas lágrimas dele, meu tom soa firme enquanto olho para espaço vazio. _ Não vou deixar você usar isso como algo para me submeter a você, sou uma mulher independente. Eu não estou a venda, eu posso me acabar de trabalhar, mas o seu dinheiro.. pode ter certeza de que
Adam olha para o lado com o rosto entristecido, parecendo vivenciar um flashback, relembrar subitamente o passado. _ Quando tudo aconteceu, Andressa tinha apenas três anos de idade, eu era mais velho.. então, eu ainda lembro mais dos nossos pais do que ela.Ela sente falta.. mas não como eu, o passado vive em minha memória e eu dou graças a Deus por ela não sentir tanta dor como eu sinto. Ele passa a mão pelo rosto como se procurasse um conforto com o olhar vago e sem vida para sua xícara há sua frente. _ As memórias são a parte do nosso corpo que não podemos controlar, elas sempre mostram a verdade te fazendo cicatrizes, por quê nelas existem também a dor e tudo que tem dor persisti em ficar cada dia apôs o outro te machucando mais. Com sua última fala vejo seus olhos lacrimejarem, o homem forte desapareceu e aos meus olhos é como se eu visse um doce e frágil menino. _ Aah Adam.. sinto muito! Lentamente levanto minha mão até que a pouso na dele sobre a mesa de café, em demonstra