Capítulo 23

A viagem de Minas para o Rio de Janeiro durou cerca de sete horas. Era o bastante para me deixar exausta e desejar ficar longe das pessoas. Parecia que quanto mais tentasse lidar com o sentimento de vazio interno, que queria engolir, mais acabava ficando resignada e triste.

O grande portão duplo preto e gradeado da casa da minha tia foi aberto, e ela caminhou até ficar de frente para a minha mãe, cumprimentando-a e depois, prostrou-se diante de mim. Eu não queria falar, conversar e muito menos ser simpática. Ela já sabia disso, porque nesse aspecto nós três também éramos muito parecidas, e mesmo assim, abriu um grande sorriso. Procurei um motivo para sorrir, mas quando não encontrei, ela me cumprimentou com um abraço apertado e caloroso ao afagar as minhas costas.

— Não fica assim, meu amor. As coisas vão ser bem melhores de ago

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