É engraçado como o nosso cérebro nos prega peças. Eu sabia, ou pelo menos, o meu subconsciente sabia, que Thomas estava brincando comigo. Tudo não passava de um jogo de vingança para me magoar e mesmo assim, havia me entregado de bandeja para ele quebrar meu coração.
Eu precisava voltar ao trabalho, mas quando o elevador passou pelo andar em que deveria estar, fui incapaz de descer. Saí da Parilla e resfoleguei o ar da rua. Passando a mão entre os cabelos e buscando me reorientar.
Não era o fim do mundo, mas doía tanto que parecia ser.
Ele tinha me enganado apenas para me magoar. Como ele poderia ser tão baixo? Indaguei a mim mesmo, buscando uma resposta no horizonte onde n&a
Samuca. Até agora era a pessoa que menos havia me magoado e eu não fizera o mínimo esforço de explicar o que estava acontecendo comigo.Naquele momento, ficar de frente para a entrada do escritório dele me fez suspirar ruidosamente antes de tomar uma atitude. Mas eu precisava fazer isso. Samuel precisava, pelo menos, de uma satisfação.— Laura... — disse com a voz fraca.Laura ergueu a cabeça e me fitou com os olhos nervosos e maiores.— Nina... — ela tremeu na hora de falar.— Samuel ainda está por aqui? — indaguei. — Gostaria muito de conversar com ele.Laura abandonou o bloquinho de anotações e começou a levar a mão em direção ao ramal que ficava na mesa ao lado.— Senhorita Nina, talvez não seja uma boa hora, mas eu vou ligar para confirmar. Tudo bem? — Indagou.<
A terça-feira chegou rápido e cá estava eu, no elevador com Mari, Lor, Fred e Fê seguindo para o meu andar de trabalho totalmente envolvidos na discussão do novo relacionamento do momento. — Eu não faço a menor questão de esconder o quanto estou achando vocês esquisitos. — Lorena dizia quando a porta se abriu. Fernanda estreitou os olhos para Lor, mas a porta do elevador foi mais rápida e nós tivemos uma visão panorâmica do que estava acontecendo no quinto andar. Thomas estava de frente para nós e Hector cabeceava a confusão com Verônica, uma mão no quadril e a outra balançando no ar. Ele me pareceu um francês cordial e muito educado, no entanto, a levar em consideração o rosto vermelho, a expressão de aborrecimento e a forma como as palavras lhe saiam rapidamente pela boca, ele não estava assim tão agradável. — O que é isso? — Fred perguntou, mais para si do que para nós mesmo, avançando em direção a agitação. — Os tecstos n
— Carolina quer falar com você — Lorena notificou, antes mesmo que eu me sentasse na cadeira. Fred surgiu a passos seguros da direção do balcão de Lor até que eu pude ouvir. — Ãm, ãm, ãm... Não pense que vai fugir de mim. Vamos, eu preciso da sua ajuda.Lor revirou os olhos e suspirou, soltando da porta como se tudo não passasse de uma grande tortura mental.— Quarta-feira agitada. — Comentou, antes de sair.Certo. Suspirei também. Carolina quer falar comigo.— Eu não quero você olhando assim para mim, Lor. — Fred resmungou enquanto Lor seguia em sua direção. — Nós somos amigos.— Não. — Lor exclamou. — Eu sou a su
A sexta-feira havia chegado e não foi sozinha. Arrumar duas malas de viagem nunca tinha sido tão desesperador até ontem, mas depois de me debulhar em lágrimas e tomar vinho o bastante para me deixar anestesiada, tudo parecia ficar bem.Eu não podia abrir mão dessa oportunidade e por mais que estivesse morrendo de medo de encarar o novo, tratei de erguer a cabeça, engolir qualquer sentimento de que tudo poderia dar errado e caminhei sobre meus saltos, inflando o peito e injetando todo o estoque de confiança que havia armazenado ao longo da vida.— Não dá pra viver à sombra do medo, minha filha.Até que mamãe estava fazendo um bom trabalho em me reconfortar e essa tinha sido a coisa mais poética que eu já tinha ouvido de sua boca nos últimos tempos.Mas não é um conselho fácil de ser seguido. Sem medo.Era muito f
Esse livro é dedicado a todas asNina's que não tiveram muitas opções na vida e fizeram besteira para não decepcionar outras pessoas; a todas asFernanda's que têm medos e inseguranças enraizadas e vão precisar aprender a lidar com isso, a todas asMari's que tiveram um relacionamento desafiador em meio a uma sociedade cheia de estereótipos, e a todas asLorena's que vão encarar uma vida conjugal, e principalmente, a todas asCamila's, na verdade, a uma em especial.Camila Sampaio. Você me ajudou muito e confesso que se não fosse a sua leitura e as palavras de incentivo, provavelmente esse livro jamais teria chegado ao final. Sou grata por tudo, por ter me ouvido nos momentos de insegurança e por me apoiar com esper
Olá, meus lindos leitores. Tudo bem com você? VocÊs estão prontos para a continuação de interligados? Estou querendo fazer uma série sincronizada da história da Nina, Fê, Lor e Mari, porque muita água vai rolar sob essa ponte. Já estou começando a preparar o segundo volume e estou ansiosa para compartilhá-lo com vocês em breve. Já no final do ano se a faculdade me permitir escrever até lá. <3 Você não imagina o prazer que sinto em saber que você chegou até aqui e como forma de agradecimento, gostaria de lhe encaminhar alguns marcadores de minhas obras. Queria pedir também para não esquecerem de fazer suas avaliações na minha obra, ela é muito importante e vai me ajudar a crescer na plataforma. Aguardo ansiosamente o seu contato no i* @tamaramillerautora para que eu possa te m****r meus marcadores. Me encaminhe o seu endereço e me diga de qual livro você está vindo falar comigo e o que achou. Vai ser um prazer con
EpígrafePessoas vêm e vão o tempo todo,mas a verdade é que elas ficam.Uma parte delas se torna você, e uma parte de você acaba indo com elas. No fim, somos todos um só.***As batidas atrás da porta me fizeram tirar os óculos e baixá-los sobre a mesa. Ergui o olhar quando a porta foi aberta e fitei Fernanda, cujo sorriso arreganhado se fechou o sorriso assim que me viu no computador.— Por que você ainda não guardou suas coisas? — questionou, revirando os olhos como se fosse uma pergunta retórica. — Claro... — ela coçou a cabeça, fixando o olhar no notebook. — O pessoal está indo para o Brews agora... — anunciou, com a mão ainda sobre a maçaneta. — Você vem?Suspirei ruidosamente
Sábado. Seis e quinze da manhã. Minha respiração estava ofegante, mas eu não diminuía o ritmo.Respirei fundo outra vez, fechando os olhos e continuando o passo. A minha pele estava com uma considerável camada de suor e os lábios estavam secos devido ao desgaste. Estava correndo fazia uns quarenta minutos, mas sentia que as minhas pernas e pulmões aguentavam mais.Há pouco tempo, minha terapeuta me diagnosticara com ansiedade. Não dormia direito, comia demais, tinha crises nervosas e ficava agitada. Correr parecia colocar a minha cabeça no lugar e controlava essa bagunça toda que existia dentro de mim, sem deixar de mencionar que ficava tão cansada a ponto de dormir à noite toda sem ser bombardeada por pensamentos sabotadores que a minha própria cabeça criava.Eu tentava ao máximo fugir dos remédios, porque apenas pessoas doentes p