"Wilson e Carmem Grassi, seus avós maternos, começaram a trabalhar em nossa casa assim que se casaram. Anos depois Roger nascia para encanto da nossa família, um menino lindo, cheio de vida e trazendo um novo colorido ao nosso lar. Tivemos a sorte de ter a família da Carmen conosco, pois ela se tornou uma segunda mãe para Roger.
Ele cresceu e como todo jovem querendo ganhar o mundo. Nunca escondemos dele, que mais dia ou menos dia, teria que assumir seu lugar nos negócios da família, algo que sempre nos causou muitos conflitos e desentendimentos, por ele não querer tal obrigação. Mesmo ao nosso contragosto, ele seguiu vivendo sua vida da maneira que achava certo e por hora, resolvemos deixar as coisas seguirem sem brigas, ao menos por aquele momento. Acho que erramos ao permitir a Roger tanta liberdade e pouca responsabilidade, mas queriamos que nosso filho crescesse de uma forma mais independente, livre e cheia de escolhas, talvez esse deva ter sido o nosso maior erro, mas uma vez feito, não tínhamos como desfazer.Certo dia recebemos uma ligação de um hospital procurando por Roger, mas ele não estava em casa havia muitos meses e não fazíamos ideia de onde ele de verdade estaria, ele não tinha uma parada certa, nos ligava muito esporadicamente, o que dificultava de verdade nosso acesso a ele. Uma hora estava em meio a savana na áfrica cuidando dos elefantes, outra hora estava em meio a guerra territorial, ajudando a cuidar dos doentes, outra hora estava apenas em Londres degustando um bom café, assim como também poderia estar em plena floresta amazônica tentando salvar alguma tribo indígena. Roger era uma pessoa bem aquém do seu tempo, se por um lado nos preocupávamos com ele, por outro, sua empatia pelo bem comum sempre nos comoveu.A ligação do hospital nos dizia que a situação era emergencial, que era necessário falar com Roger e que dada a circunstância, alguém da família precisava comparecer ao hospital o mais rápido possível.Eu e Abigail, nos apressamos, pois tínhamos a certeza de que aquela emergência, tinha a ver com alguma coisa que Roger deveria ter provocado, só não sabíamos o que.Ao chegarmos, fomos informados que a esposa de Roger, tinha dado à luz a uma menininha. Ficamos surpresos, pois não tínhamos conhecimento de que ele tinha se casado e mais, como assim Roger pai!!!A menina tinha nos dado uma neta?!?Ficamos ali meio que sem saber o que pensar ou achar, e mais essa surpresa Roger estava nos proporcionando!!! No entanto, as coisas não estavam tão boas assim, sua mãe deu entrada no hospital com um quadro grave de pré-eclâmpsia. Abigail e eu nos olhamos pasmos com tantas notícias, claro uma maravilhosa, mas a outra, meu Deus, havia uma jovem lutando pela vida e que mal sabíamos quem era.Permanecemos na sala de espera depois que nos apresentamos e explicamos a situação da ausência do nosso filho ali. Foi nos informado sobre o gasto da internação, mas nem deixei a moça terminar de falar e pedi que tudo o que eles pudessem fazer por aquela jovem, que o fizessem, pois estaríamos arcando com cada despesa.O quadro foi se agravando, a equipe médica tentando ao máximo todos os recursos, medicamentos, mas para nossa tristeza Vanda veio a falecer algumas horas depois de dar a luz.Não tínhamos noção do que fazer, imediatamente solicitei a Noan que procurasse por Roger e tentasse encontrar os pais de Vanda.Enquanto isso, nos tornamos responsáveis por aquela pequena flor.Uma bebezinha tão linda e encantadora estava ali, diante de nós!Nunca irei me esquecer da nossa alegria, quando olhamos para você ali no berçário da maternidade.Uma bebezinha linda, cheia de vida, tão perfeita e risonha!A qual demos o nome de Stela, como sua mãe tinha falado às enfermeiras, enquanto estava em trabalho de parto.Nossa linda Stela!!!Noan não conseguiu achar seu pai e nem muito menos, algum parente vivo da Vanda. A situação não era das melhores e tínhamos que agir, mesmo não conhecendo aquela moça, ela havia nos tornado avós, indiferente da forma que tenha sido, a partir daquele momento, entrou para nossa família, ainda que não tenha sido da maneira mais convencional, não importava, iríamos ser família para Vanda Stuart. Sendo assim, tomamos todos os cuidados para que ela pudesse descansar em paz. Levamos você para nossa casa e Carmem passou a cuidar de você o tempo todo.Não sabíamos como lidar com o desaparecimento do Roger e nem como iríamos lidar com essa novidade, que era a sua chegada em nossa vida. Abigail já vinha lutando contra algumas enfermidades e com o passar do tempo, seu quadro não melhorava, ela tentava ser forte por mim e por você, mas não era uma das tarefas mais fáceis, pois era notório, o quanto tudo o que estava a acontecer a ela, a estava esgotando.Eu me desdobrava, entre o trabalho, os cuidados com sua avó e você, mas por Deus, não estava sendo nada fácil. E a saúde da sua avó se agravou e muito! A cada dia deixávamos você mais aos cuidados da Carmem e ela cheia de muito amor, não media esforços em cuidar de você. Nossa empresa estava em um período de crescimento, devido a abertura de crédito que tanto batalhei por fazer.E tudo estava acontecendo ao mesmo tempo e eu a cada dia mais atarefado.Numa tarde, conversando com sua avó bem fragilizada pela doença que a consumia, decidimos por colocá-la aos cuidados da família de Carmem, mesmo muito fraca, sua avó concordou que era o melhor a ser feito, pois nossa casa estava mais para uma ramificação do hospital, do que um lar adequado para uma menininha.Achamos que não era ambiente para uma bebezinha estar e de certa forma, queriamos o que fosse melhor para você.Colocamos para Wilson e Carmem, nossas preocupações em ter um ambiente mais saudável para você, sobre o quanto naquele momento, estava difícil para nós cuidar de tudo e assim, propusemos deles saírem da nossa casa e fossem morar em uma cidade mais pacata, onde poderiam cuidar melhor de você, com todo amparo financeiro que precisassem e com todo amor que sabíamos que sentiam por você.Justo naquele momento, surgiu um boato na imprensa de que seu pai havia desaparecido e havia deixado uma herdeira órfã.Roger sempre foi um alvo favorito da imprensa, que nunca mediu esforços, por querer desmoralizar sua forma peculiar de viver.E estes que vivem de notícia alheia, não iriam deixar passar essa, de saber quem era a filha bastarda que herdaria o império Mars.Começou a se montar um circo em volta das nossas vidas, em querer expor uma situação tão delicada e tão íntima, de maneira tão escrota.Saíram bisbilhotando quem poderia ter sido a mãe da criança, chegando ao ponto de afirmarem, que devido ao histórico de vida do seu pai, que poderia ser qualquer mulher, até mesmo uma sem teto.Eles eram abutres miseráveis, todo dia havia notícia sobre nossa família nos jornais, uma hora falava-se de Abigail e sua luta em viver, outrora, tentavam trazer à tona as especulações sobre sua real existência. Tivemos o cuidado em não expor você publicamente, queriamos que você crescesse da melhor forma possível.Carmem vendo tudo o que estavamos a passar, não se negou em momento nenhum em aceitar nossa proposta, de imediato concordou, no entanto, Wilson foi meio relutante no começo, mas como até mesmo ele tinha se afeiçoado a você e vendo como estavamos em meio a um turbilhão de coisas, acabou cedendo e você passou a ser criada como neta deles, mesmo sem qualquer vínculo, que não fosse o amor!Seremos eternamente gratos a eles!!!Celebramos um acordo vitalício, para que eles tivessem todo o amparo financeiro que precisassem para você ser bem cuidada. Passamos temporariamente sua guarda para eles, para que não pudessem suspeitar quem de verdade você era. Porque se algum abutre da imprensa descobrisse, seríamos massacrados e acabariam com a paz que estavamos buscando para você. E assim os anos foram passando e quando percebemos, você já não era mais aquele bebezinho indefeso, ao contrário, crescia uma linda menininha e sem ter contato algum com os holofotes, que tanto fazem parte do nossos dias. Sendo assim, olhando exclusivamente para o seu bem, mesmo com nossos corações em pedaços, resolvemos com muita tristeza, que você seguiria sendo criada apenas por seu avós, Wilson e Carmem, e nos manteríamos distantes.Procuramos durante todo o tempo encontrar seu pai, mas não obtivemos êxito em nenhuma das nossas buscas. Foram anos e mais anos tentando e nada!Roger simplesmente parecia ter sido engolido pela terra, o
Por isso eu não esperava?!? Além de ter uma nova família ou melhor, além de descobrir que herdei uma coisa enorme e quando digo enorme, pode elevar a quinta potência ou até a sexta, pois não é algo tão simples assim, tão básico ou comum.“Sei que pode parecer estranho. Mas é muita informação para eu processar… Estamos no meio do dia, mas por favor Sr. Storm, vi que há um bar ali, posso me servir de algo. E antes que me questione: Não!... Não sou dada a bebedeira, no entanto hoje, o dia está sendo muito diferente, até estranho e esquisito!!!"Ele concorda e consente. E assim me levantei, fui até o bar e me servi de uma bebida âmbar, enchi o copo até a metade, sem me dar o trabalho de perguntar o que estava bebendo. Caramba!!! Porque meus avós me esconderam tudo isso?!? Qual foi a lógica usada para toda essa história? Enquanto penso nisso tudo, percebo que os dois me observam e a bebida que engoli em um gole só, não me ajudou em nada!Nem sei porque inventei de beber, acho que na ve
“Ai como vou te contar isso sem fazer drama?!?”"Oras… contando e não fazendo!” digo a Isa“Stelinha, ontem fui jantar num bistrô que estava inaugurando com Dougue”“Hum…”, digo, mostrando que estou prestando atenção.“Quando chegamos, o lugar estava com fila de espera de três horas, mas como o dono do lugar, era um dos amigos do Dougue, estavamos com nossa reserva… O lugar é um arraso Stelinha! Chiquérrimo! A comida, um manjar dos deuses!”Isa tem esse lado contadora de história, irrita quem não a conhece, pois ela em nada é objetiva, quando está relembrando. “E o que foi que mudou durante esse jantar épico?”“Então, enquanto estavamos comendo a sobremesa, vi Lucas entrar, até então era ele. Dougue acenou para ele que por um momento se intimidou em corresponder. Achamos estranho! Aquela morena, acho que Sônia estava de braços dados com ele. Muito embora fisicamente fosse Lucas, mas as roupas, os gestos, sei lá, Stelinha foi estranho! Achamos melhor deixar para lá e seguirmos jantando
Albert se animou com a notícia. Mesmo com nossas indiferenças, baixar a guarda não irá me fazer mal e mais, acredito que farei bem em acompanhá-lo. Nesse momento meu telefone toca e Albert pede licença para sair. “Alo”“Oi sumida!”, Sheila do outro lado.“Sumida eu?!?... Nem tanto!!!", e caímos na risada.“Bom ouvir sua voz!”, não imaginei o quanto estava com saudade.“Digo o mesmo! E aí, ainda demora?” “Acho que mais uma semana, mas não sei bem ao certo, as coisas aqui mudaram muito com a minha chegada”“Hum… Não sei não, acho que Isa e eu perderemos uma amiga!”“Ahhh, nãoooo… isso NUNCA!!! Pode acreditar, carrego vocês para onde eu for, da forma que for… uma por todas e…""Todas por uma!”, completa Sheila feliz. E assim, ganhei um tempo conversando com Sheila, enquanto ela me falava das coisas sobre ela e Eduard, perguntei pelos preparativos do casamento, mas percebi um pouco de desinteresse dela, resolvi não questionar, até porque, estou longe e assim nossa conversa partiu para
Algumas coisas que não costumo fazer, mas em meio a minha falta de tempo, escolhi um modelo pérola lindo dentre os três que uma das lojas que herdei me enviou. Sim, tenho algumas lojas de roupas, lojas não, na verdade minha querida avó Mars, criou uma marca de roupas e com o sucesso alcançado, virou uma rede e enfim, mas uma empresa que faz parte do meu espólio. Escolhi um traje completo, conjunto íntimo, vestido, sapato, bolsa e optei por um conjunto de pérolas e ouro, que pertenciam à Sra. Mars, acho que ela gostaria de me ver usando isso, sei lá, gosto de pensar que sim. Sai duas horas antes do trabalho, passei no salão que havia marcado, fiz unhas, cabelo e maquiagem. Piter ficou de nos encontrar lá no jantar. Albert até sugeriu em me acompanhar, mas acabaríamos chamando atenção demais para mim, coisa que não seria bom para o momento. Fiquei de ir, sozinha mesmo. No horário combinado, Vitor já me aguardava e ficou perdido no que me dizer, uma vez que nunca me viu em trajes a
Nossa, há dias não me divertia tanto!!! Até Albert se animou e veio dançar conosco. Tudo bem, Albert parecia meio enferrujado, mas quem ligava.O importante era se divertir! É incrível como a música me faz bem, ainda mais quando meu parceiro se encaixa perfeitamente em meu estilo. Já havia perdido a conta, de quanto tempo já estava na pista, mas o quanto isso importa, me divertir era o que mais queria. Estava suada e de boca seca, avisei ao Piter, que iria atrás de água para me refrescar. Quando estava saindo da pista avistei um garçom vindo em minha direção, aproveitei para pegar um copo com água e descansar uns minutinhos, até voltar onde deixei Piter dançando. Fiquei olhando meu amigo que se divertia, olhei em torno do salão, me lembrando da festa do grupo Rym e tudo o que Lucas se deu ao trabalho de me proporcionar. Quanta coisa havíamos vivido desde então. Sinto aquele frio na barriga ao perceber as lembranças surgindo. Muitas vezes, se torna difícil não ser atingida po
Para mim a noite já deu!Depois do meu encontro com Lucas, resolvo voltar para casa. Sem condições de encarar mais nada, ele veio e conseguiu acabar com minha racionalidade. Piter também disse que estava cansado e acabamos os dois indo embora juntos. Repasso inúmeras vezes meu encontro com Lucas.Ele é frustrante! Por um momento achei que iria falar sobre eu o ter deixado sozinho daquele jeito, depois da noite que tivemos, exigir explicações, mas não, vem com aquela velha casualidade tão típica dele. Como levar a sério uma pessoa que age assim?!?Literalmente não temos nada um com o outro. Somos como água e óleo, impossível de se misturar, cada um com sua personalidade e quase nada em comum. Piter tenta puxar assunto, mas logo percebe que não estou adepta a conversa. Me pergunta se estou bem e acabo afirmando estar apenas cansada, completo falando do quanto estou trabalhando, pois quero no próximo final de semana, estar de volta
Sim ele: Lucas, bravo, enfurecido, nervoso, trincando de ódio Marshal!!! "Você quer me dizer que merda é essa daqui?", jogando uns papéis na minha mesa, esbravejando, demonstrando estar muito nervoso, e quando falo muito nervoso, é muito nervoso mesmo!!!Droga, achei que daria tempo de estar longe, mas com as mudanças sugeridas por mim, me esqueci que Phillipe precisava da aprovação do Lucas.Respiro fundo e vejo Isa parada a porta pronta para me ajudar. Olho para ela sabendo que devo agir para acalmar nosso presidente. "Isa querida - chamo, mas Lucas pouco se importa - feche a porta para mim, por favor, não me passe nenhuma chamada enquanto estiver com nosso presidente" Lucas permanece estático e Isa nos deixa. Saio de onde estou e caminho até o sofá que compõe minha sala. "Por favor Sr. Marshal… sente-se!", falo de maneira calma e serena, ignorando seu rompante, nem sei onde encontrei essa calmaria nesse momento. Ele respira fundo e