Théo saiu do banheiro, apenas enrolado com a toalha na cintura. Ao abrir a porta do quarto, foi surpreendido por uma das empregadas da mansão, que carregava uma bandeja de comida. Os olhos dela percorreram o peitoral desnudo de Théo, e a mulher não disfarçou as malícias que tinha no olhar.— Sara?... O que você está fazendo aqui? — falou Théo, encarando-a com espanto e surpresa.— Boa noite, senhor Théo! A senhora Bárbara pediu para entregar o seu jantar — disse ela, com a voz doce e um olhar sem vergonha, se aproximando dele com a bandeja em mãos.— Coloque a bandeja na mesa atrás de você! — sinalizou com a cabeça na direção da mesa. Ele a viu parar e seguir na direção indicada.— Por que entrou no meu quarto? — Já disse, senhor. A senhora Bárbara pediu que eu entregasse o seu jantar!— Ok. Obrigado! Pode ir agora.Sara se virou na direção da porta e já estava a ponto de sair quando Théo a chamou.— Avise Bárbara que eu quero falar com ela agora mesmo!— Sim, senhor! Sara saiu do q
Nesse exato momento, Ana entrava na cozinha e acabou escutando as palavras ditas por Sara, mas fez-se de desentendida. Entrou na cozinha e viu o olhar espantado de Dona Maria voltado para si. — S-senhorita Ana? — gaguejou Dona Maria. — P-precisa de algo?— Não, Dona Maria! Obrigada! Vim apenas fazer um chá! — respondeu Ana, com toda a sua doçura direcionada à mais velha, enquanto caminhava na direção da máquina de preparo de café, chá e outras coisas. Dona Maria olhou na direção de Sara, que estava de um jeito esnobe, lavando os copos e ignorando totalmente a entrada de Ana.— Eu faço para a senhorita — respondeu Dona Maria, se aproximando de Ana.— Não precisa, Dona Maria! Sério! Eu mesma faço. Obrigada!Bárbara entrou na cozinha no mesmo instante. Sem escutar muito, pôde constatar que algo estava errado ali: Ana estava na cozinha, e Sara a estava esnobando. Isso dava para ver de longe. Bárbara estava começando a perceber o verdadeiro "eu" da jovem Sara.— Oi, minha querida! Está f
Já beirava as seis horas da manhã quando Theo saiu do seu quarto, levando consigo uma pequena mala de mão. Ao passar perto da porta do quarto de Ana, hesitou por um momento. Sabia que ela também acordava cedo para trabalhar na galeria de artes, que montou praticamente sozinha. Apenas aceitou a ajuda de algumas economias dos pais, algo que agora já quitou, devido ao sucesso da galeria. Ana nunca quis aceitar o dinheiro de Theo, mesmo com sua insistência, e isso sempre o deixava um pouco frustrado.Seu sogro, Bento, detestava Theo por tudo o que aconteceu, sempre que o via o tratava com uma frieza eminente. Já Dona Emília parecia compreender a situação de forma mais profunda. Desde o dia em que se encontrou com Theo a pedido dela, para ouvir a história pela versão dele, passou a entender o homem e conseguiu ver o quanto ele amava sua filha. Por conta disso, Dona Emília passou a tratá-lo com mais respeito e consideração.A galeria de Ana, há uns meses e meio, era considerada uma empresa
Meu nome é Ana Mayra. Vivo na cidade de São Francisco. Califórnia. Tenho vinte e cinco anos. E vi minha vida vira do avesso. Graças a um homem, que por capricho me forçou a casar com o seu filho. Mas vamos por partes. Vou contar a vocês a história desde o começo. Meus pais, Bento Alves e Emília Alves. São donos de um restaurante. Desde nova, aprendi a valorizar o árduo trabalho. Os dois desempenham bem esse papel. Mas não faltava tempo para o amor e o carinho de ambos comigo. Estudava em uma escola aqui em São Francisco. E como melhor amiga, confidente e até irmã, filha de outra mãe. Tenho ao meu lado, Alexa. Naquela época, eu tinha apenas doze anos, e Alexa Treze. Moramos na mesma rua, desde que me entendo por gente. Na escola tinha muitos amigos. Mas, em compensação, tinha o menino a quem eu julgo como peste. O seu nome. Theo. Theo tinha a aparência de anjo, mas a mente de um demônio. Os seus lindos olhos azuis-claros, os seus cabelos castanhos que de longe aparentavam ser mac
Aquilo foi o fim da picada para Ana. Enquanto o abusado pronunciava o apelido que ela tanto detestava. Ele se aproximou, e elevou a mão na direção do queixo de Ana, apertando sem colocar força. Os olhos de Ana o fuzilou, e retirou a mão dele do seu queixo. Com passos rápidos. Ana deixou o seu lugar que antes era de seu sossego. Mas que agora foi invadido pelo homem que adora a deixar zangada. Vendo ela sair da biblioteca. Theo deixou um sorriso escapar. E logo sai da biblioteca indo na mesma direção que a mulher a sua frente. Rumo a sala de aula. Que para o azar de Ana. É a mesma que a sua. Ana entrou na sala, e o atrevido entrou atrás. Ela seguiu na direção, quase que, no fundo da sala, sentando ao lado de sua melhor amiga, Alexa. Enquanto Theo, sentou ao lado do amigo Marlon. — Você estar com cara de quem aprontou. E pela expressão no rosto de Ana. Arrisco um palpite de que você a perturbou. - Falou o amigo ao lado de Theo. E a expressão sorridente que Theo lhe olhou. Não precis
Ana chegou em casa. Subiu para o seu quarto. Jogou de lado os seus materiais. E seguiu para seu lugar preferido. Um quarto conjugado com o seu, preparado por seu pai para si. Onde ali Ana pintava seus quadros, extravasando as suas emoções na pintura. Um som ligado nas músicas que a espira. Sobre o seu corpo pequeno, o avental para proteger as suas roupas. A sua frente o “cavalete” contendo um “quadro” com a pintura de uma linda paisagem, ainda pela metade. Nas mãos a paleta de tinta, e um pincel. E do seu lado, diversos outros pincéis. Um para cada afinidade ali. Fora várias tonalidades diferentes de tintas. Ana, distraída, não viu a porta do quarto ser aberta. E a sua querida mãezinha se aproximar abraçando lhe por trás. Um beijo no seu rosto. E Ana Sorriu. — Oi, minha querida. Como foi o dia na universidade hoje? - Falou a mãe de Ana. Dona Emília, enquanto ainda a mantinha envolvida no seu abraço- — Foi bom, mamãe! Tirando um certo incômodo. — Deixa eu adivinhar. Theo!? — Exa
Com o olhar sério sem desmonstrar nenhuma impatia, o homem à frente do casal pois se a se pronunciar:— Olá! O meu nome é Gean. Trabalho como segurança do senhor Gabriel William. O meu patrão está do lado de fora, dentro do seu carro, solicitando a presença dos dois. - Falou o segurança, se pondo de pé e olhando os dois à sua frente. — Perdão, mas não podemos sair daqui agora. - respondeu senhor Bento, com os olhos franzidos. — Pelo bem da filha de vocês. Acho melhor vocês irem. - relatou Gean, sem nenhuma preocupação na voz- — O que tem a minha filha? - Emília o encarou com os olhos arregalados- — Não sou eu que vou lhe responder, senhora. E sim, o meu patrão! Sem esperar resposta, Gean saiu do restaurante. Bento olhou para a sua esposa, que aparentava angústia. E se vendo sem saída. Seguiram para fora do estabelecimento. Do lado de fora. Gabriel olhava para frente. O semblante cansado no rosto. E com uma voz desafiadora. Simplesmente disse, sem olhar os dois do lado de fora:—
Horas depois, já com os documentos assinados em mãos. Gabriel ligou para os seus guardas-costas que mantinham Ana presa. E mandou que os mesmos, levassem a garota direto para a mansão. Após encerrar a ligação, saiu do prédio junto dos pais de Ana. Emília a todo o momento chorava enquanto abraçava o seu marido, em busca de consolo. Bento, também estava desconsolado. Principalmente agora, por saber que o garoto que implicava com a sua filha, seria ele o filho do tão detestável Gabriel William. Uma raiva gigantesca se instalou em Bento. Se antes ele via Théo como um bom rapaz. Agora o detestava por pensar que o rapaz estava por trás de tudo isso. Mas o que Bento não sabia, era que nem mesmo Theo, estava ciente das loucuras que o seu pai estava fazendo. Pois se soubesse, jamais concordaria com isso. Gabriel seguiu rumo a mansão junto de seu motorista, e seu guarda-costa Gean. Enquanto o outro carro levava de volta Emília e Bento para casa. Gabriel chegou na sua mansão, com os seus hom