Na galeria de Artes. Ana entrou na galeria, e a sua funcionária que fica na recepção. Se levantou e seguiu na mesma direção que a sua patroa, com alguns recados em mãos. Ana seguiu na direção da sua sala. Entrou e colocou a sua pasta que tinha em mãos sobre a mesa.— Senhorita Ana, bom dia. — Bom dia, Debora! O que temos pra hoje?— Um casal encomendou o seu quadro que foi exposta ontem na galeria.— Ótima notícia! - O sorriso de Ana para a secretaria foi animador. Essa era uma ótima notícia para os negócios.— Uma moça encomendou alguns quadros, de "Artes modernas" e algumas com fundos mais escuros. Ela deixou algumas descrições do estilo que ela quer.— E você disse a ela que não trabalho assim. - Ana já sentada na sua cadeira, colocou os cotovelos apoiados sobre a mesa, e as suas mãos apoiadas no queixo enquanto encarava Débora- — Disse sim! E ela disse que sabe. Mas descreveu um pouco o que quer pra que na hora que a senhorita criar os quadros. Ser feitos do seu estilo, mas com
O silêncio do outro lado era incômodo. Theo chamava por Ana, mas não obtinha resposta. Já Ana se manteve calada, processando esse novo sentimento que a pegou de surpresa.— Foi pra isso que me ligou? Cheguei a pensar que algo tinha acontecido. Olha! Quer saber Theo. Estou ocupada, e vou desligar. - Suas palavras eram grosseiras, nelas escondia todo seu nervosismo causado por ele.— Eu te amo! Foi tudo que Ana escutou antes de encerrar a ligação. Com entusiasmo por ter escutado, mesmo que de uma forma grosseira, a voz de sua amada esposa. Theo deitou sobre a cama, levando com ele o seu celular com a imagem de Ana estampada na tela principal. E ficou ali encarando a foto dela, até pegá no sono.Ana tinha encerrado a ligação, e permaneceu com o aparelho celular segurando-o firme em suas mãos. O mesmo repousado sobre os seus lábios, e o seu olhar para o vácuo da sala. Nesse momento não precisava mais segurar a respiração. Suspirou pesado, e o seu rosto ainda estava rubro. A porta da sala
Os olhos suplicantes de Lucas eram como os de um cachorrinho abandonado, implorando para que seu amigo bobo, fiel e apaixonado, o acompanhasse.— Já cansei de dizer que não vou nesses lugares sem a galera. — O seu "sem a galera" é só porque a Ana sempre está junto. — Sabe perfeitamente que é isso sim! — confessou Theo, sem vergonha alguma. — Sabe o que eu penso a respeito disso? — Sei! E não preciso que você fique enchendo a minha paciência de novo com isso. — Cara, eu não acredito... Você é o CEO de grandes empresas, é conhecido mundialmente. Poderia ter o mundo aos seus pés, mas prefere viver preso a uma mulher que não dá a mínima para você? Theo fechou a cara, mas Lucas ignorou totalmente o olhar sério do amigo. — Eu já disse que não quero falar sobre isso. Mas já que você insiste tanto, vou falar uma coisa que já disse várias vezes: eu. não. traio. a minha esposa. As últimas palavras ditas por Theo saíram pausadamente entre seus dentes raivosos, enquanto encarava Luca
Alexa encarava Ana cúmplice, e Ana tentava de todas as formas fugir daquele olhar. — Amiga! Sei que já disse isso um milhão de vezes, mas vou dizer uma vez mais. Você sempre foi apaixonada pelo Theo, mas guardou seus sentimentos a sete chaves, por que é teimosa demais. Não acha que já é hora de dar uma chance para esse casamento dar certo? — Dar uma chance? Eu não posso fazer isso... Simplesmente não dá! — É claro que pode, amiga! — Não, Alexa! Não posso! Sofri demais com esse casamento. Sabe o que é ter o pavor de andar sozinha na rua, mesmo que em plena luz do dia? E a sensação de que a qualquer momento posso ser levada novamente e passar por aquele mesmo tormento que passei? Ter medo de ser presa dentro de uma camisa de força, tendo alguém ao lado dizendo repetidas vezes que vai te mandar para um lugar onde jamais poderá ser livre? Me sinto ainda dentro daquela camisa de força, lutando pra ser liberta. Acha mesmo que consigo ignorar tudo isso e viver uma vida feliz ao la
Se o comportamento exagerado de Alexa deu certo? Oh, se deu! Ninguém ali presente ousou olhar mais para o lado do moreno chamativo. Mas, claro, havia aquelas que davam umas olhadas sutis. Afinal, olhar não arranca pedaço. Marlon acompanhou sua noiva de volta para o assento, sentando-se em seguida ao lado dela enquanto dava os devidos cumprimentos a Ana.— Como vai, Ana? — Eu vou bem, Marlon! E você? — Bem, também! — Isso é ótimo! Veio buscar a Alexa? Fique à vontade. — Não, amiga! O que temos que fazer não é tão importante assim! — Amor! — interveio Marlon. A morena só pode ter esquecido; os dois haviam marcado de encontrar os pais dele hoje. — Meus pais estão nos esperando! Você se esqueceu? O olhar surpreso dela só confirmou o óbvio. A sua tão distraída amada havia mesmo esquecido do compromisso deles.— Me desculpa, amor! Eu realmente esqueci! Ana, eu... — Não diga nada, sua pateta. Só andem logo. Os pais dele já devem estar esperando. A compreensão de Ana fez com q
Marlon não pensou duas vezes antes de partir para cima do infeliz abusado, enquanto Alexa correu para acudir Ana. O barman também não se segurou e correu para ajudar Marlon. Com os braços imobilizados para trás por Marlon, Kauan era interrogado por ele. Marlon, a todo custo, perguntava de um modo nada amigável o que Kauan poderia ter feito a Ana. E claro, Kauan, a todo momento, gritava dizendo que não fez nada. Ana estava nos braços de Alexa, e agora, com o alvoroço da confusão, as pessoas ao redor se solidarizaram para ajudar. Algumas mulheres se prontificaram a ajudar Alexa com Ana, enquanto os homens ajudavam Marlon e o barman. Nessa confusão, Kauan levou a pior. No caminho para o hospital, Ana, desacordada, não aparentava estar nada bem. Alexa foi a acompanhante que seguiu junto na ambulância. A morena, desesperada, chorava horrores enquanto segurava a mão gélida de sua amiga, a todo momento se culpando por deixar Ana sozinha. Já Marlon seguiu o infeliz rumo à cadeia. Kauan saiu
Foi por volta da meia-noite e meia quando o voo de Theo pousou no aeroporto da Califórnia. Theo estava desolado; por hora, a única coisa com que ele se preocupava era ir até o hospital onde Ana estava internada. Assim que pisou no aeroporto, Marlon já o esperava, já que há meia hora atrás, Theo havia avisado que estaria chegando. Os dois seguiram direto para o hospital, e entre eles foram ditas poucas palavras. Theo estava calado demais, apenas olhando para fora da janela do carro em movimento.— Cara! Ela está fora de perigo agora! Já a levaram para o quarto. Até a dona Maria e a Dona Bárbara vieram vê-la... — eram palavras ditas por Marlon na intenção de acalmar o amigo. Mas não pareceu dar muito certo, já que em poucas palavras Theo cortou suas falas, sem nem olhar para sua direção. — Só vou acreditar que ela está bem quando eu a ver pessoalmente. — Eu entendo! Mas precisa se acalmar um pouco, e ser forte. O seu sogro... O senhor Bento vai te causar muitos problemas. Sabe disso m
Estava bem tarde, e Theo dormia tranquilo, com sua cabeça repousada sobre a cama de Ana. Sentiu uma mão leve tocar seu ombro e a voz de sua sogra, Emília, soar calma em seus ouvidos. Bastou apenas isso para desapertar e voltar o olhar para a sogra, de sorriso gentil.— Meu querido, você deveria ir para casa. Teve um voo cansativo, que eu sei. Você deveria descansar — relatou a senhora Emília, preocupada com o genro. Ele, por outro lado, não demonstrou vontade de sair dali. Seus olhos de menino pidão repousaram sobre os dela, para em seguida voltar para o rosto pálido de Ana, e sua mão segurou firme a dela. Emília sorriu com a cena. Como era possível sua filha cabeça oca não ver o quanto esse rapaz era apaixonado por ela?— Não estou cansado! E, se a senhora me permitir, eu gostaria de ficar aqui com ela. — Tem certeza de que o melhor é você descansar em casa e voltar pela manhã mais disposto. — insistiu uma vez mais a senhora Emília, se compadecendo da cena de Theo, com os olhos meig