Com um olhar culpado e completamente envergonhado, Matheus fechou a distância entre eles e segurou com delicadeza o seu rosto entre as suas mãos. Olhou nos seus olhos e respirou fundo.— Ela apareceu lá. Entrou sem ser convidada. E ela me beijou, mas eu não correspondi. Não durou mais do que três segundos, eu juro! Deixei claro, de uma vez por todas, que acabou o lance que a gente tinha. Juro que ela entendeu e que eu não a chamei para lá. Não queria vê-la e muito menos um beijo dela. Me perdoa por estar longe de casa, quando eu devia estar aqui.Barbara viu nos seus olhos que dizia a verdade. Ela sabia. Sentia! Mas ouvir que outra o beijou, doía muito. Assim como ter dormido fora sem avisar e ter perdido o momento único da noite anterior. Tomando fôlego, ela se afastou em dois passos para trás.— Não chegue perto de mim antes de lavar essa boca — disse firmemente, secando as lágrimas e engolindo o choro. — E sobre a sua escolha de merda de fugir da situação e passar a noite fora de c
Quando Gabi chegou em casa naquela noite, viu Barbara na cozinha comendo salsicha com mostarda e mel. Ela achou aquilo nojento, mas não disse nada. Ultimamente, as coisas que ela comia eram estranhas.— Onde está o meu irmão?— Desceu. Mais uma vez. — Revirou os olhos e suspirou cheia de tédio. — Espero que volte logo. Quero pizza de calabresa.— Eu posso comprar.Barbara a olhou com cenho franzido, olhar surpreso e sobrancelha arqueada.— O quê? Não quero que o meu sobrinho nasça com cara de pizza de calabresa.— Hum. Entendi. Ele também quer uma de brigadeiro.— Ele quer, é? — perguntou com olhos estreitos.— Uhum — respondeu enquanto dava mais uma mordida naquela salsicha.— Beleza. Volto já.Gabi saiu e foi até a pizzaria mais abaixo da sua casa. Estranhamente, ela e Barbara já não brigavam mais tanto. Agora, só pequenas discussões. Barbara sabia que Matheus havia lhe pedido que desse uma chance a ela, e parecia que ele estava sendo atendido.Sentindo o peso da barriga, se levanto
Barbara correu para dentro do quarto e se fechou no cômodo. Gabi começou a chorar copiosamente, cobrindo os seios com os braços. Sentou-se no chão ao canto da sala, encolhida. Em segundos outros soldados chegaram. Rafa pegou Tiago pela gola da camiseta e o colocou de pé.— Tem alguém que vai adorar te ver. — Sorriu friamente para ele. — Levem esse vagabundo para o Bodão. — Empurrou Tiago em direção aos dois soldados que ali estavam. — E se ele tentar uma gracinha, atira na perna dele.— Você me paga! — gritou Tiago em tom de ameaça para Gabriela.Com um fuzil apontado para sua cabeça e outro com o cano encostado nas costas, ele foi levado dali. Rafa fechou a porta e puxou a manta sobre o sofá, indo até Gabi para cobri-la.— Tá bem?Negou com a cabeça em resposta, ela ainda chorava muito.— Barbara! — Rafa a chamou e logo ela apareceu, ainda enrolada em uma toalha. — Tu tá bem?— Sim.— Como ele entrou no morro? — perguntou Rafa.— Alguém deve ter o deixado entrar — Gabi respondeu.— F
A manchete dizia que a herdeira Barbara Falcão desapareceu após uma viagem sozinha para Cabo Frio, meses atrás. Também diziam que a polícia já cuidava do caso. Mas pedia para quem a visse ou tivesse notícias, entrar em contato com o 190.— Está por toda parte. Em todas as páginas dos jornais e fofocas. O que vão fazer? — perguntou Rafa.— Eu preciso pensar nisso. A polícia agora está atrás dela. Todos no hospital vão dar parte sobre ter a visto e com quem a viu.— Não tem o que pensar, Matheus. Também vou a público. Vou dizer a verdade. Que não estou desaparecida, mas sim abandonei uma família problemática — disse Barbara.— Vai deixar o seu pai ainda mais furioso — alertou ele.— Que seja o suficiente para lhe causar um infarto! — falou firmemente, devolvendo o celular para Rafa. — Eu vou me arrumar para gravarmos um vídeo. Vou postá-lo no Instagram. Logo estará por toda parte.— Não faz isso aqui — alertou Rafa, chamando a atenção dela, que já deixava o cômodo. — Não grava com uma f
Barbara seguiu o seu dia enquanto se tornava um dos assuntos mais falados do momento. Quando a noite chegou, após o jantar, foi se deitar. Matheus entrou no quarto, trancou a porta e levantou o lençol expondo os pés dela.— O que está fazendo?— A gente precisa aproveitar que estamos sozinhos — disse ele, entrando debaixo do lençol.Barbara riu.— A minha barriga já não deixa mais eu ver você.— Não precisa me ver, só me sentir — ele sussurrou, aconchegando a cabeça entre as pernas dela.Barbara fechou os olhos e relaxou o corpo, pronta para senti-lo. Matheus começou a beijar a sua virilha, parte interna da coxa e depois, seus lábios vaginais. Mordeu-os de leve e então, ela sentiu o calor e a umidade da sua língua passando debaixo para cima, abrindo os lábios inchados pela gravidez e atingindo o seu clitóris. Ela gemeu mordendo o seu lábio inferior, tentando conter o barulho.Matheus começou a chupá-la, como se beijasse a sua boca. Sugou o seu ponto de prazer enquanto a penetrava com
Dois dias depois, após um banho, Matheus e Barbara se sentaram à mesa da cozinha para o café da manhã. A porta foi aberta e Gabriela entrou com Rafa no seu encalço. Ele estava ali para levar Barbara a consulta mensal.— Eu já volto — disse Barbara para ele, indo escovar os dentes e terminar de se ajeitar para sair.— Você não gravou a ecografia da última vez, é sua obrigação como padrinho dessa criança! — disse Matheus, cobrando o amigo.— Já disse. Eu esqueci. Foi mal, fiquei emocionado.Matheus sorriu, balançando a cabeça negativamente.— Vou excluir você da minha vida se não receber uma filmagem desta vez. Não será mais o padrinho — ameaçou falsamente, com olhos estreitos.— Tá me chantageando, Matheus? — perguntou Rafa, fingindo estar ofendido.— Estou pronta — disse Barbara ao retornar para sala.Matheus a acompanhou até a porta do fundo e a beijou em despedida.— Eu te amo — disse ele.— Também amo você. A gente volta logo — falou sorridente, alisando a barriga.Matheus se curvo
Barbara acordou sentindo-se tonta. Coçou os olhos e forçou-os a abrir. Sentiu como as pálpebras estavam pesadas e isso era angustiante. A memória era um tumulto de lembranças que ela não sabia se eram reais. Olhou para os lados e viu que ainda estava dentro do seu carro. Vagarosamente, sentou-se. Ali dentro estava abafado e escuro. Ela se sentia um pouco sem ar. Os vidros estavam levemente embaçados. Passou a mão na janela e observou lá fora. Tentou identificar onde estava. Era uma garagem, mas não a da casa do Matheus. O seu coração bateu acelerado. Observou mais o lugar e viu que as paredes eram velhas e sujas. Os cantos estavam cheios de teia de aranha e havia muitas caixas de madeira ali, além de alguns barris de plástico azul. De repente, uma batida forte a assustou. Ela sobressaltou no banco, com medo. Então, escutou de novo. Era como se alguém socasse a traseira do carro.— Socorro! — Escutou alguém pedir. A voz soava abafada, mas parecia estar próxima. — Socorro! Alguém aí? —
Rafa e Barbara se embrenharam na mata e continuaram a correr. Rafa olhou para trás e viu três homens os seguirem.— Parem! — gritou Tiago, atirando em direção deles.Barbara gritou apavorada, parando.— Não! Continua! — disse Rafa, puxando-a mais uma vez.Mais tiros foram ouvidos e, desta vez, um deles acertou Rafael na panturrilha. Ele gritou de dor e caiu de joelhos.— Eles estão se aproximando. Levanta! — falou ela.Rafa se colocou de pé e eles continuaram a tentar correr, mas não o suficiente. Os outros estavam chegando perto demais. De repente, Rafa escorregou por um pequeno desfiladeiro escondido atrás do mato alto. Quando chegou lá embaixo, sentiu muita dor na perna ferida. Olhou para cima e viu Barbara com um olhar assustado.— Você precisa descer, vem! — ele a chamou.Ela olhou para trás e viu que os três homens estavam há menos de cinco metros de distância. Sentou-se no chão para escorrer, respirou fundo e quando tentou, foi agarrada pelos cabelos e puxada para trás.— Me so