Lá pelas uma da manhã, Gabriela voltou para casa. Barbara estava sentada no sofá, cabisbaixa. Sentiu pena dela. Passou direto para o banheiro, em silêncio. Estranhou que não ouviu nada pelo vestido ou recebeu um olhar torto. Ao sair do banho, viu a cunhada deitada na cama. Ela encarava o lado vazio onde Matheus devia estar dormindo.— Foi mal pelo vestido. — Sentiu que precisava dizer. — Vou lavar e devolver.Barbara a olhou surpresa por aquelas palavras. Aquelas sem dúvida foram as palavras mais educadas dirigidas a ela por Gabriela.— Pode ficar com ele. Aliás... fique com todos que estão na primeira gaveta.Foi a vez da Gabriela a olhar surpresa.— Tem certeza?— Tenho. Nada mais ali serve nessa barriga imensa.— Hum. Valeu, então.Barbara assentiu e ficou em silêncio. Levantou-se e foi até a cozinha. Iria comer alguma coisa. Quando chegou lá, cortou um grande pedaço do bolo de laranja que estava em cima da mesa e deu uma grande mordida. De repente, ela sentiu algo chutar a sua bar
Com um olhar culpado e completamente envergonhado, Matheus fechou a distância entre eles e segurou com delicadeza o seu rosto entre as suas mãos. Olhou nos seus olhos e respirou fundo.— Ela apareceu lá. Entrou sem ser convidada. E ela me beijou, mas eu não correspondi. Não durou mais do que três segundos, eu juro! Deixei claro, de uma vez por todas, que acabou o lance que a gente tinha. Juro que ela entendeu e que eu não a chamei para lá. Não queria vê-la e muito menos um beijo dela. Me perdoa por estar longe de casa, quando eu devia estar aqui.Barbara viu nos seus olhos que dizia a verdade. Ela sabia. Sentia! Mas ouvir que outra o beijou, doía muito. Assim como ter dormido fora sem avisar e ter perdido o momento único da noite anterior. Tomando fôlego, ela se afastou em dois passos para trás.— Não chegue perto de mim antes de lavar essa boca — disse firmemente, secando as lágrimas e engolindo o choro. — E sobre a sua escolha de merda de fugir da situação e passar a noite fora de c
Quando Gabi chegou em casa naquela noite, viu Barbara na cozinha comendo salsicha com mostarda e mel. Ela achou aquilo nojento, mas não disse nada. Ultimamente, as coisas que ela comia eram estranhas.— Onde está o meu irmão?— Desceu. Mais uma vez. — Revirou os olhos e suspirou cheia de tédio. — Espero que volte logo. Quero pizza de calabresa.— Eu posso comprar.Barbara a olhou com cenho franzido, olhar surpreso e sobrancelha arqueada.— O quê? Não quero que o meu sobrinho nasça com cara de pizza de calabresa.— Hum. Entendi. Ele também quer uma de brigadeiro.— Ele quer, é? — perguntou com olhos estreitos.— Uhum — respondeu enquanto dava mais uma mordida naquela salsicha.— Beleza. Volto já.Gabi saiu e foi até a pizzaria mais abaixo da sua casa. Estranhamente, ela e Barbara já não brigavam mais tanto. Agora, só pequenas discussões. Barbara sabia que Matheus havia lhe pedido que desse uma chance a ela, e parecia que ele estava sendo atendido.Sentindo o peso da barriga, se levanto
Barbara correu para dentro do quarto e se fechou no cômodo. Gabi começou a chorar copiosamente, cobrindo os seios com os braços. Sentou-se no chão ao canto da sala, encolhida. Em segundos outros soldados chegaram. Rafa pegou Tiago pela gola da camiseta e o colocou de pé.— Tem alguém que vai adorar te ver. — Sorriu friamente para ele. — Levem esse vagabundo para o Bodão. — Empurrou Tiago em direção aos dois soldados que ali estavam. — E se ele tentar uma gracinha, atira na perna dele.— Você me paga! — gritou Tiago em tom de ameaça para Gabriela.Com um fuzil apontado para sua cabeça e outro com o cano encostado nas costas, ele foi levado dali. Rafa fechou a porta e puxou a manta sobre o sofá, indo até Gabi para cobri-la.— Tá bem?Negou com a cabeça em resposta, ela ainda chorava muito.— Barbara! — Rafa a chamou e logo ela apareceu, ainda enrolada em uma toalha. — Tu tá bem?— Sim.— Como ele entrou no morro? — perguntou Rafa.— Alguém deve ter o deixado entrar — Gabi respondeu.— F
A manchete dizia que a herdeira Barbara Falcão desapareceu após uma viagem sozinha para Cabo Frio, meses atrás. Também diziam que a polícia já cuidava do caso. Mas pedia para quem a visse ou tivesse notícias, entrar em contato com o 190.— Está por toda parte. Em todas as páginas dos jornais e fofocas. O que vão fazer? — perguntou Rafa.— Eu preciso pensar nisso. A polícia agora está atrás dela. Todos no hospital vão dar parte sobre ter a visto e com quem a viu.— Não tem o que pensar, Matheus. Também vou a público. Vou dizer a verdade. Que não estou desaparecida, mas sim abandonei uma família problemática — disse Barbara.— Vai deixar o seu pai ainda mais furioso — alertou ele.— Que seja o suficiente para lhe causar um infarto! — falou firmemente, devolvendo o celular para Rafa. — Eu vou me arrumar para gravarmos um vídeo. Vou postá-lo no Instagram. Logo estará por toda parte.— Não faz isso aqui — alertou Rafa, chamando a atenção dela, que já deixava o cômodo. — Não grava com uma f
Barbara seguiu o seu dia enquanto se tornava um dos assuntos mais falados do momento. Quando a noite chegou, após o jantar, foi se deitar. Matheus entrou no quarto, trancou a porta e levantou o lençol expondo os pés dela.— O que está fazendo?— A gente precisa aproveitar que estamos sozinhos — disse ele, entrando debaixo do lençol.Barbara riu.— A minha barriga já não deixa mais eu ver você.— Não precisa me ver, só me sentir — ele sussurrou, aconchegando a cabeça entre as pernas dela.Barbara fechou os olhos e relaxou o corpo, pronta para senti-lo. Matheus começou a beijar a sua virilha, parte interna da coxa e depois, seus lábios vaginais. Mordeu-os de leve e então, ela sentiu o calor e a umidade da sua língua passando debaixo para cima, abrindo os lábios inchados pela gravidez e atingindo o seu clitóris. Ela gemeu mordendo o seu lábio inferior, tentando conter o barulho.Matheus começou a chupá-la, como se beijasse a sua boca. Sugou o seu ponto de prazer enquanto a penetrava com
Dois dias depois, após um banho, Matheus e Barbara se sentaram à mesa da cozinha para o café da manhã. A porta foi aberta e Gabriela entrou com Rafa no seu encalço. Ele estava ali para levar Barbara a consulta mensal.— Eu já volto — disse Barbara para ele, indo escovar os dentes e terminar de se ajeitar para sair.— Você não gravou a ecografia da última vez, é sua obrigação como padrinho dessa criança! — disse Matheus, cobrando o amigo.— Já disse. Eu esqueci. Foi mal, fiquei emocionado.Matheus sorriu, balançando a cabeça negativamente.— Vou excluir você da minha vida se não receber uma filmagem desta vez. Não será mais o padrinho — ameaçou falsamente, com olhos estreitos.— Tá me chantageando, Matheus? — perguntou Rafa, fingindo estar ofendido.— Estou pronta — disse Barbara ao retornar para sala.Matheus a acompanhou até a porta do fundo e a beijou em despedida.— Eu te amo — disse ele.— Também amo você. A gente volta logo — falou sorridente, alisando a barriga.Matheus se curvo
Barbara acordou sentindo-se tonta. Coçou os olhos e forçou-os a abrir. Sentiu como as pálpebras estavam pesadas e isso era angustiante. A memória era um tumulto de lembranças que ela não sabia se eram reais. Olhou para os lados e viu que ainda estava dentro do seu carro. Vagarosamente, sentou-se. Ali dentro estava abafado e escuro. Ela se sentia um pouco sem ar. Os vidros estavam levemente embaçados. Passou a mão na janela e observou lá fora. Tentou identificar onde estava. Era uma garagem, mas não a da casa do Matheus. O seu coração bateu acelerado. Observou mais o lugar e viu que as paredes eram velhas e sujas. Os cantos estavam cheios de teia de aranha e havia muitas caixas de madeira ali, além de alguns barris de plástico azul. De repente, uma batida forte a assustou. Ela sobressaltou no banco, com medo. Então, escutou de novo. Era como se alguém socasse a traseira do carro.— Socorro! — Escutou alguém pedir. A voz soava abafada, mas parecia estar próxima. — Socorro! Alguém aí? —