Dias depois, Matheus estava sentado na sala, vendo TV com a mãe, quando Rafa chegou para visitá-lo.— E ae, tia? — Beijou o rosto da Dália, que sorriu para ele. — Como tu tá, parceiro?— Bem, mas ainda me cuidando.— E como vai essa cicatriz nova?Matheus ergueu a camisa, exibindo os pontos que o médico disse que ele tiraria em sete dias.— Vou retirar os pontos na próxima semana.— Depois a gente faz uma tatuagem aí em cima. Eu fabriquei uma maquininha — disse com orgulho, arrancando do Matheus uma risada e uma expressão de dor logo em seguida.— Nem ferrando.Foi a vez do Rafael rir.— Mas me diz ae... — Sentou-se ao lado do amigo. — Se lembra de alguma coisa? — sussurrou.Matheus o olhou.— Eu nunca me esqueci.— Então desembucha. Vou enfiar uma bala na cabeça desse safado.— Me ajuda a ir pro quarto.Rafa o ajudou a se levantar, entregou as muletas para ele e foram devagar para o quarto.— Fale ae — incentivou-o, depois que o ajudou a se sentar na cama. Matheus ainda sentia muitas
— Por favor, me diga que está bem — disse Barbara com a voz chorosa. Os olhos dele se encheram de lágrimas.— Estou melhorando. Mas é impossível ficar bem estando longe de você e sem notícias.— Me perdoe!— Não, meu amor. Não tem que me pedir perdão.— Eu devia ter ficado longe quando você decidiu que não podíamos ficar juntos. Era o certo! Ele quase matou você.— Barbara... A gente não foi feito pra ficar longe. E não vamos ficar. Se você me disser que quer lutar por nós, estou disposto a tudo!— E se ele matar você desta vez?— Já me sinto morto, só de saber que você está sendo obrigada a se casar com outro.Ela suspirou com pesar e fungou.— Por favor... Me deixe lutar pela gente, Barbara. Confie em mim!— Já estamos no inferno, não é? Acha que tem como as coisas ficarem piores?— É, talvez tenha. — Foi honesto.— O que tem em mente?— O seu plano, em primeiro momento. Vamos sumir com você.— Adoraria desaparecer agora.— Eu preciso te ver! Onde posso te encontrar?— A minha casa
Ao chegar ao hotel, Ângela logo foi cumprimentar Mônica, que as aguardava no saguão.— Esta é a minha filha, a noiva. Barbara, quero que conheça a mulher que fará do seu casamento o mais lindo do ano! — A alegria completamente irritante estava toda ali de novo.— Como vai? — perguntou Barbara, sem sorriso, apertando suavemente a mão da mulher.Mônica logo pediu para as levarem até o grande salão de festas do hotel. Barbara se colocou um pouco atrás delas, deixando-as ir à frente. Lentamente, ela foi se distanciando mais e mais, até conseguir desviar o caminho sem ser percebida, indo em direção à recepção.— Oi. Quero fazer uma reserva.— Em nome de quem?— Matheus da Silva e Barbara Falcão.— Certo. A senhora já conhece as nossas suítes?— Presidencial, por favor.— Okay. Preciso de um cartão de crédito.— Vou fazer uma transferência. Será apenas uma diária. — Ela não poderia dar a oportunidade de o pai descobrir o que estava fazendo através dos gastos do seu cartão de crédito, o qual
Barbara montou sobre as suas pernas, ficando de frente para ele. Observou as marcas recém-cicatrizadas na sua face. Afagou o seu rosto e então, o beijou. Matheus correspondeu deixando um gemido escapar. O beijo entre eles era com volúpia e ao som de suspiros.Ela comprimiu os seios contra o seu tórax. Matheus não resistiu, levou as mãos até lá. A boca dele desceu pelo pescoço até a sua clavícula. Barbara grunhiu alto quando sentiu a língua dele úmida e quente contra a sua pele. Isso a fez arrepiar inteira.— Eu senti tanto a sua falta — declarou ela, com a voz embargada.Matheus segurou firme a sua nuca e beijou a sua boca novamente, mordendo o seu lábio inferior. Ela apanhou a sua outra mão e a levou para entre as suas pernas, incitando-o a lhe tocar no seu ponto sensível. Os dedos dele invadiram a sua calcinha pela lateral e a massagearam, arrancando mais suspiros dela, que levou a sua mão até o grande volume na calça dele. Ela o apertou e Matheus gemeu.— Quero muito sentar em você
Os dois ficaram por mais de três horas juntos. Pediram comida e se deitaram na cama. Transaram de novo e de novo. Matheus sempre deitado e Barbara se empenhando e performando toda a sua sexualidade em cima dele, que lhe dava sempre todo o seu carinho. Não tinha muita conversa entre os orgasmos, mas isso não tornava o momento menos incrível.Nenhum dos dois havia tocado no assunto que precisava ser conversado. O momento estava bom demais para falar sobre o dia mais doloroso da vida deles e sobre o sofrido mês seguinte. No entanto, a hora deles irem embora estava se aproximando e alguém precisava começar a falar.— Já são quase cinco horas. Eu preciso ir daqui a pouco — anunciou Barbara, deitada no peito esquerdo dele.— Posso saber se ele ousou encostar em você depois que saíram daquele galpão?Ela se ergueu para olhá-lo, apoiando o peso do corpo no seu braço firmado sobre o colchão.— Não. Mas tudo o que ele fez com você, dói mais do que um soco que ele poderia ter me dado.— Fiquei c
A contragosto, Barbara se vestiu e calçou os sapatos. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e fez uma maquiagem, a qual teve de refazer algumas partes. Lágrimas não paravam de ser derramadas. Após passar perfume e colocar brincos longos, ela desceu. Ao pé da escada, Edgar a esperava. Quando a viu, sorriu. Não havia nada que adorasse mais nela do que as suas pernas de fora, como estavam naquele momento. O vestido seria criticado por seu futuro sogro, mas não estava se importando. Queria mesmo era esfregar na cara dos primos a mulher gostosa que o seu pai havia arrumado para ele.Barbara revirou os olhos para aquele sorriso. Passou por ele sem dizer nada e seguiu para sala de estar onde acontecia a grande reunião de família. Quando se aproximou da entrada, Edgar correu para alcançá-la, apanhando a sua mão. Ela tentou soltá-la, mas ele não permitiu.— Se esforce ao menos essa noite — pediu ele, com um novo sorriso enorme congelado na face. — Acho que o seu pai ficará feliz se fizer iss
Barbara não vomitou, mas vontade não lhe faltou com toda aquela falação e aproximação. O perfume do Edgar era mais doce do que o dela e ridículo de tão ruim. Ela enrolou pelo máximo de tempo que pôde, mas logo a sua mãe bateu na porta, dizendo que Carlos não estava muito feliz com o seu comportamento.Barbara voltou para festa e se abrigou para ficar do lado do babaca do seu noivo. Muitos vieram cumprimentá-los. Alguns eram educados, mas outros eram grotescos e faziam piadinhas do tipo: “mirou no casamento arranjado e acertou em uma bela gostosa.” Ela estava cada vez mais cansada e saturada de estar ali. Começou a pensar que a festa depois daquele noivado não era uma ideia ruim. Após aquela noite deplorável, precisava dançar e beber um pouco. Extravasar por umas belas três horas lhe faria bem.Quando o jantar acabou, sem se despedir de ninguém, ela e Edgar entraram no carro e foram para outra mansão onde rolava uma grande festa. Ele já chegou sendo cumprimentado por todos, parecia até
Barbara mirou no rosto dele a cerveja que tinha no copo, encharcando a face e a camisa. A garota saiu dali, descendo a escada às pressas. Talvez tenha ficado com medo de apanhar.— Que porra foi essa? — perguntou ele, irado.— Você não passa de um merda! — berrou. — Você sabia que ele tinha me dopado e não me disse nada. Jogou a culpa em mim, disse que bebi demais para proteger aquele abusador do caralho!Edgar endureceu a feição e chegou mais perto dela, agarrando-a pelo braço.— Cala a boca — disse entredentes, baixo. — Não faça escândalos. — Olhou ao redor e viu que algumas pessoas os observavam, enquanto outras, nem sequer os ouvia devido à música alta.— Eu vou denunciar aquele imbecil!— Você não vai fazer nada! Vamos embora.Desceu, arrastando-a com ele para fora da casa.— Me solte, porra! — Tentou livra-se dele.— Por que você está falando essas merdas? Só queria me envergonhar lá dentro? — gritou, indo em direção ao seu carro.— Me solte! — berrou novamente, conseguindo se l