Ao chegar ao hotel, Ângela logo foi cumprimentar Mônica, que as aguardava no saguão.— Esta é a minha filha, a noiva. Barbara, quero que conheça a mulher que fará do seu casamento o mais lindo do ano! — A alegria completamente irritante estava toda ali de novo.— Como vai? — perguntou Barbara, sem sorriso, apertando suavemente a mão da mulher.Mônica logo pediu para as levarem até o grande salão de festas do hotel. Barbara se colocou um pouco atrás delas, deixando-as ir à frente. Lentamente, ela foi se distanciando mais e mais, até conseguir desviar o caminho sem ser percebida, indo em direção à recepção.— Oi. Quero fazer uma reserva.— Em nome de quem?— Matheus da Silva e Barbara Falcão.— Certo. A senhora já conhece as nossas suítes?— Presidencial, por favor.— Okay. Preciso de um cartão de crédito.— Vou fazer uma transferência. Será apenas uma diária. — Ela não poderia dar a oportunidade de o pai descobrir o que estava fazendo através dos gastos do seu cartão de crédito, o qual
Barbara montou sobre as suas pernas, ficando de frente para ele. Observou as marcas recém-cicatrizadas na sua face. Afagou o seu rosto e então, o beijou. Matheus correspondeu deixando um gemido escapar. O beijo entre eles era com volúpia e ao som de suspiros.Ela comprimiu os seios contra o seu tórax. Matheus não resistiu, levou as mãos até lá. A boca dele desceu pelo pescoço até a sua clavícula. Barbara grunhiu alto quando sentiu a língua dele úmida e quente contra a sua pele. Isso a fez arrepiar inteira.— Eu senti tanto a sua falta — declarou ela, com a voz embargada.Matheus segurou firme a sua nuca e beijou a sua boca novamente, mordendo o seu lábio inferior. Ela apanhou a sua outra mão e a levou para entre as suas pernas, incitando-o a lhe tocar no seu ponto sensível. Os dedos dele invadiram a sua calcinha pela lateral e a massagearam, arrancando mais suspiros dela, que levou a sua mão até o grande volume na calça dele. Ela o apertou e Matheus gemeu.— Quero muito sentar em você
Os dois ficaram por mais de três horas juntos. Pediram comida e se deitaram na cama. Transaram de novo e de novo. Matheus sempre deitado e Barbara se empenhando e performando toda a sua sexualidade em cima dele, que lhe dava sempre todo o seu carinho. Não tinha muita conversa entre os orgasmos, mas isso não tornava o momento menos incrível.Nenhum dos dois havia tocado no assunto que precisava ser conversado. O momento estava bom demais para falar sobre o dia mais doloroso da vida deles e sobre o sofrido mês seguinte. No entanto, a hora deles irem embora estava se aproximando e alguém precisava começar a falar.— Já são quase cinco horas. Eu preciso ir daqui a pouco — anunciou Barbara, deitada no peito esquerdo dele.— Posso saber se ele ousou encostar em você depois que saíram daquele galpão?Ela se ergueu para olhá-lo, apoiando o peso do corpo no seu braço firmado sobre o colchão.— Não. Mas tudo o que ele fez com você, dói mais do que um soco que ele poderia ter me dado.— Fiquei c
A contragosto, Barbara se vestiu e calçou os sapatos. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e fez uma maquiagem, a qual teve de refazer algumas partes. Lágrimas não paravam de ser derramadas. Após passar perfume e colocar brincos longos, ela desceu. Ao pé da escada, Edgar a esperava. Quando a viu, sorriu. Não havia nada que adorasse mais nela do que as suas pernas de fora, como estavam naquele momento. O vestido seria criticado por seu futuro sogro, mas não estava se importando. Queria mesmo era esfregar na cara dos primos a mulher gostosa que o seu pai havia arrumado para ele.Barbara revirou os olhos para aquele sorriso. Passou por ele sem dizer nada e seguiu para sala de estar onde acontecia a grande reunião de família. Quando se aproximou da entrada, Edgar correu para alcançá-la, apanhando a sua mão. Ela tentou soltá-la, mas ele não permitiu.— Se esforce ao menos essa noite — pediu ele, com um novo sorriso enorme congelado na face. — Acho que o seu pai ficará feliz se fizer iss
Barbara não vomitou, mas vontade não lhe faltou com toda aquela falação e aproximação. O perfume do Edgar era mais doce do que o dela e ridículo de tão ruim. Ela enrolou pelo máximo de tempo que pôde, mas logo a sua mãe bateu na porta, dizendo que Carlos não estava muito feliz com o seu comportamento.Barbara voltou para festa e se abrigou para ficar do lado do babaca do seu noivo. Muitos vieram cumprimentá-los. Alguns eram educados, mas outros eram grotescos e faziam piadinhas do tipo: “mirou no casamento arranjado e acertou em uma bela gostosa.” Ela estava cada vez mais cansada e saturada de estar ali. Começou a pensar que a festa depois daquele noivado não era uma ideia ruim. Após aquela noite deplorável, precisava dançar e beber um pouco. Extravasar por umas belas três horas lhe faria bem.Quando o jantar acabou, sem se despedir de ninguém, ela e Edgar entraram no carro e foram para outra mansão onde rolava uma grande festa. Ele já chegou sendo cumprimentado por todos, parecia até
Barbara mirou no rosto dele a cerveja que tinha no copo, encharcando a face e a camisa. A garota saiu dali, descendo a escada às pressas. Talvez tenha ficado com medo de apanhar.— Que porra foi essa? — perguntou ele, irado.— Você não passa de um merda! — berrou. — Você sabia que ele tinha me dopado e não me disse nada. Jogou a culpa em mim, disse que bebi demais para proteger aquele abusador do caralho!Edgar endureceu a feição e chegou mais perto dela, agarrando-a pelo braço.— Cala a boca — disse entredentes, baixo. — Não faça escândalos. — Olhou ao redor e viu que algumas pessoas os observavam, enquanto outras, nem sequer os ouvia devido à música alta.— Eu vou denunciar aquele imbecil!— Você não vai fazer nada! Vamos embora.Desceu, arrastando-a com ele para fora da casa.— Me solte, porra! — Tentou livra-se dele.— Por que você está falando essas merdas? Só queria me envergonhar lá dentro? — gritou, indo em direção ao seu carro.— Me solte! — berrou novamente, conseguindo se l
No dia seguinte, Barbara acordou enjoada outra vez. Ela se levantou e correu em direção ao banheiro. Ajoelhou-se em frente à privada e vomitou. Arrependeu-se amargamente da dose de tequila e do meio copo de cerveja que tomou. A cabeça latejou e as coisas rodaram ao seu redor por alguns segundos. Ela não entendia o porquê se sentia mal. Já havia ido para festas e bebido muito mais do que na noite anterior e nunca se sentiu assim como naquela manhã ou quando voltou para casa.Uma batida contra a porta soou chamando a sua atenção. Vagarosamente, se levantou e foi até lá, abrindo-a. Ângela estava parada do outro lado com um sorriso congelado no rosto, que se desfez ao ver a filha. Barbara estava pálida e suava um pouco.— O que você tem? — ela perguntou ao entrar.— Nada. — Fechou a porta.— Você não parece bem, está doente? Vomitou? — Estreitou os olhos para ela.— Estou bem, só bebi demais ontem.Uma risadinha irônica ecoou da sua mãe.— É bom que isso seja muita tequila. O seu pai fica
Após se despedirem, ela, Carlos e Ângela seguiram para o aeroporto onde o jatinho da família os esperava. Durante a uma hora e quinze minutos de voo, Barbara sentiu-se um pouco enjoada. Ela foi ao banheiro algumas vezes e jogou água no rosto. Respirou fundo tentando aliviar a vontade de vomitar todo o café da manhã. O desespero voltou a brotar dentro dela, deixando-a muito ansiosa e nervosa. Olhou-se no pequeno espelho e sentiu vontade de chorar. Envolver um bebê nessa merda de vida era muito injusto. E ela nem mesmo estava perto de estar pronta para ser mãe.Alguém bateu na porta do banheiro, assustando.— Vamos descer — ouviu o seu pai dizer.— Já estou saindo.Ela voltou para o assento e afivelou o cinto de segurança. Quando começaram a descer, cobriu a boca com a mão contendo o vômito que subia a goela. Quando enfim a porta da aeronave foi aberta, se levantou às pressas, apanhou a mala e desceu sem esperar por ninguém.— Barbara! — chamou o seu pai.Ela nada disse. Apressou os pas